Apocaliptica escreveu:A maioria não sonega! Mas quase todo fiscal pega pesado tentando corromper. Isto é fato. Já ouvi muito relato de empresário que foi ameaçado porque se negou a entrar no esquema.
Vocês colocam a sonegação como uma escolha sacana do empresário, quando é o fiscal que tenta forçar a barra.
A desonestidade é facilitada, mas não que seja opção preferida dos empresários.
Muito pelo contrario, não coloco a sonegação como uma escolha sacana, mas sim como a única escolha para negócios prósperos.
Os fiscais tem noção de quem pode paga-los e quem não pode, pequenos negócios em dificuldades (como barzinhos, lojinhas, armarinhos, papelarias, etc...) não podem pagar os fiscais nem os impostos, muitos dos empregos informais são nesses lugares.
Já os pequenos negócios mais prósperos, como bares na vila madalena ou em outro lugar, mas do mesmo "porte", boas lojas, boas papelarias, boas farmácias de bairro, etc... Tem que pagar corretamente certos impostos, por exemplo, deve registrar os funcionários ou acaba se ferrando na justiça trabalhista, e também tem que sonegar outros e pagar os fiscais.
Mesmo saindo mais barato pagar os fiscais, essa é a opção "menos pior", ainda assim, uma péssima situação, principalmente para micros e pequenas empresas.
A alternativa é não lucrar, como os negócios em dificuldade, mas esses também sonegam impostos, mas por não ter dinheiro pra pagar mesmo.
Quando o fiscal pede dinheiro, ou você paga ou você paga.
Olhe qualquer padaria e qualquer restaurante, ande em qualquer lugar e veja se você sempre recebe nota fiscal.
Em todo restaurante que trabalhei como caixa, sempre tinham duas maquinas, uma impressora fiscal e outra comum, apenas 1/3 dos cartões de credito eram lançados na fiscal e resto de todo tipo de pagamento na impressora comum.
Em padarias eles usam outro sistema e o caixa só lança na maquina fiscal uma porcentagem semelhante, sendo que de resto, só usa a maquina para fazer cálculos.
Procure observar em qualquer compra que faz, quantas vezes você recebe nota fiscal ou cupom fiscal.
O cupom fiscal vem identificado como tal, é diferente de cupom sem valor fiscal, os estabelecimentos normalmente trabalham com os dois, o fiscal para cumprir com uma "cota" de imposto e de resto usam o cupom simples, ou seja, mesmo se em um local você receber um cupom fiscal, não significa que seja sempre esse que eles entregam, muitas vezes faz apenas parte da "cota" deles.
E aqui estamos falando apenas sobre o que o cliente pode ver, pois isso mostra apenas a sonegação do imposto de renda da pessoa jurídica, fora os outros impostos.
Para ter um "letreiro", tem que pagar o CADAN, pra sintonizar uma radio ou tocar um CD no estabelecimento, tem outro imposto, para recolher o lixo comércios pagam mais, a maioria prefere "subornar" semanalmente o lixeiro comum pra levar o lixo (em média de 20 a 50 reais por semana) e porai vai...
Pra cada coisa tem um imposto diferente, simplesmente não dá pra pagar.
Depois de tirar uma grana liquida e pagar o imposto de renda da pessoa jurídica sobre esse dinheiro, o empresário ainda vai ter que pagar os impostos da pessoa física... No nosso país não tem jeito mesmo, os fiscais são a solução menos pior, isso é inevitável...
Depois disso tudo você ainda duvida que é a grande maioria? Só fique atenta ao exemplo que dei das notas e cupons... em uma semana de consumo você tira isso a limpo e comprova o que digo.