Moral e Teísmo

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Dimítri
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Re: Moral e Teísmo

Mensagem por Dimítri »

NadaSei escreveu:
Dimítri escreveu:Teísta cético???? :emoticon5: :emoticon5: :emoticon5:

Claro, ou você pensa que apenas ateus e agnósticos podem ser céticos?
Ceticismo é outra coisa, não tem nada a ver com teísmo ou ateismo, da mesma forma que existem ateus crentes, também existem teístas céticos.

Muitos cientistas são teístas e ainda assim fazem uso do ceticismo científico ou mesmo de algum tipo de ceticismo filosófico. Muitos dos grandes filósofos idém.

Eu mesmo sou um teísta cético, não só uso do ceticismo científico padrão de grande parte dos ateus e agnósticos, como o acho pouco eficiente e o combino com um tipo de ceticismo mais filosófico.

Eu ainda não entendi o motivo da confusão que muitos fazem entre teísmo/ateismo e ceticismo, esses termos se referem a coisas completamente distintas.


Cético, por definição, é aquele que têm como orientação o princípio de que não existe uma "verdade". No momento que uma pessoa acredita em qualquer tipo de ser sobrenatural, ela aceita esse ser como uma "verdade", deixando, portanto, de ser cética.

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Fernando Silva
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Re: Moral e Teísmo

Mensagem por Fernando Silva »

Dimítri escreveu:Cético, por definição, é aquele que têm como orientação o princípio de que não existe uma "verdade". No momento que uma pessoa acredita em qualquer tipo de ser sobrenatural, ela aceita esse ser como uma "verdade", deixando, portanto, de ser cética.

Outra possível opção de cético é aquele que só aceita as coisas depois de ver as evidências.
Claro que essas evidências não são consideradas absolutas, podendo se revelar falsas, entrando aí sua definição.

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aknatom
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Re: Re.: Moral e Teísmo

Mensagem por aknatom »

salgueiro escreveu:
aknatom escreveu::emoticon5:


:emoticon266:

Caso eu tivesse colocado :emoticon26: , aí sim mereceria um :emoticon5:

Concordo em parte com vc. O problema é o tamanho da diversidade humana


Bjs



Desculpe, não sou muito bom com emoticons... o :emoticon5: foi um "não entendí".
Dentro da diversidade humana, vejo possibilidades mais perigosas e possibilidades menos perigosas.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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aknatom
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Re: Moral e Teísmo

Mensagem por aknatom »

videomaker escreveu:
Fernando Silva escreveu:
videomaker escreveu:Se o codigo penal é o que leva ao homem a andar ao temor da lei, seria licito dizer que, o ser humano só se adapta a uma vida societária porque se sentem obrigados a obedeceder a esta lei? :emoticon5:

A vida em sociedade é necessária, logo as pessoas procuram se adaptar a ela fazendo o que é preciso mesmo que não gostem, assim como eu ia à escola mesmo não gostando porque sabia que eu iria precisar daquilo no futuro.

Eu procuro respeitar as outras pessoas mesmo não gostando delas porque sei que posso precisar delas e também não quero que elas sejam minhas inimigas e estraguem minha vida.
videomaker escreveu:
Na verdade se pro ateu sua etica lhe basta, não deveriam os nobres amigos desprezar o codigo penal?
:emoticon1:

O código penal é uma forma de oficializar a ética de modo que haja um padrão que todos devem seguir e não haja brigas a respeito do que é certo ou errado.
Se deixarmos a coisa na base da opinião pessoal, cada um vai achar diferente do outro.

O código penal é uma média de opiniões, é o que dá para se fazer.



A verdade é somente esta, a lei divina esta para o teista, assim como qualquer outra lei esta para o ateu! Insistir em dizer que ateus não levam em consideração as punições da lei, e a partir dela ter uma conduta, é pretenção demais e por isso inaceitavel! Se vc estiver falando de vc, ai sim, eu posso aceitar! ate por que aqui no Rev a maioria dos ateus é gente esclarecida e tem bom senso! agora tomar isso como verdade pra todo mundo, ai não....ai não dá.


Então vc concorda que um teísta não vai ter boas ações porque deus quer, ou porque deus criou uma lei de causa e efeito que assim manda?
Dentro disso, o que vc acha mais eficiente para forçar uma ação moral no homem, um estado e uma justiça humana bem aparelhada e eficiente ou uma "certeza" numa justiça divina que provavelmente vai vir apenas no pós-morte?
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
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Led Zeppelin
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Re: Re.: Moral e Teísmo

Mensagem por Led Zeppelin »

Lúcifer escreveu:Embora seja explícito que, não é porque o sujeito tem o dito "temor a Deus" que ele deixa de praticar ações ilíticas, como comprovam os presos dos presídios. É difícil ver um ateu lá dentro enquando os adores de diversas seitas religiosas infestam o local.
Interessante, não?
Queria que tivesse um teísta para me explicar por que os "tementes a Deus" praticam mais crimes que os ateus que, por acaso, não tem deuses nenhum para se "temer" e, consequentemente, não se sentiriam impedidos de praticarem crimes.
Com a palavra, os teístas. :emoticon3: :emoticon3:


Não sou teísta, mas existe a relação de causa e proporção. Existem mais teístas que ateus.
Mas não é só isso que conta, normalmente ateus são pessoas mais esclarecidas, estudadas e com uma classe social melhor.
"Sua calcinha nos joelhos, sua bunda detonada... fazendo o velho movimento de entra e sai"

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Azathoth
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Re.: Moral e Teísmo

Mensagem por Azathoth »

Existe uma diferença entre "moral" e "legal". Auto-flagelação e auto-mutilação na minha opinião são atos imorais, mas não são ilegais (e nem julgo que deveriam ser).
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Ilovefoxes
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Re.: Moral e Teísmo

Mensagem por Ilovefoxes »

"Se não há Deus, tudo é permitido" - o princípio da imoralidade.

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NadaSei
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Re: Moral e Teísmo

Mensagem por NadaSei »

aknatom escreveu:Mesmo essa tal seita aí que vc descreve tem seus preceitos morais... se não tivesse, o cara não teria nenhum tipo de "arrependimento". E se a mãe não masturbasse o filhinho? E se a menina da igreja não se prostituisse?
Ser teista é pressupor algo maior que vc, maior que a sua sociedade, com algum tipo de moral imbutido...

O que contém "moral" são filosofias religiosas e seitas.
Ou seja, a "seita" que eu descrevo tem preceitos morais, já o "teísmo" em si não.
Como eu já disse, o teísta não precisa ter religião, pode estudar varias sem pertencer a nenhuma, pode ignora-las e julga-las todas ruins como fazem os teístas deístas...
Ser teísta é apenas acreditar em Deus, isso por si só, não acarreta em nenhum tipo de moral.
Como teísta, ele é livre para escolher se pautar pela razão, ou aderir a alguma religião ou filosofia, assim como um ateu também é livre para fazer isso e viver segundo a moral budista ou mesmo cristã.
aknatom escreveu: ser ateu é observar o fluxo dos acontecimentos e as próprias sensações e perceber a moral intrinseca da "realidade" da vida...

Ambos, ateus e teístas podem fazer a mesma coisa, ambos podem "observar o fluxo dos acontecimentos e perceber a moral intrínseca da vida", ou podem se apoiar e inspirar em linhas filosóficas ou religiões.
aknatom escreveu: quando confrontado com a realidade, com a vida de fato, no conflito de vida e morte diário, o ser humano consegue se fortalecer e crescer. Isso é possível para o teísta, mas fica extremamente difícil quando o deus supracitado é o deus de qualquer organização religiosa cristã, islamica, etc.

Depende da compreensão de "Deus" que esse teísta tem.
O Deus ensinado por Cristo, é panenteísta, bem diferente do Deus pregado pela maioria dos católicos e evangélicos.
Depois, como eu já disse, o teísmo não requer necessariamente que venha acompanhado do cristianismo, islamismo ou qualquer outra coisa, da mesma forma que o ateísmo, não é necessariamente acompanhado do cientificismo, ceticismo ou materialismo.

Esses ismos, são escolhas individuais e mudam de ateu para ateu e de teísta para teísta.
Ateu é que não acredita em Deus, teísta é quem acredita... só isso, nenhuma moral e nenhum "ismo" é embutido nisso, morais e ismos surgem depois, pela livre escolha dos ateus e teístas, ou pelas crenças e condicionamentos dos mesmos.
aknatom escreveu:Mesmo a lei de causa e efeito que os espiritas tanto defendem é um grande mal filosofico pois quando a causa precede o efeito, inclusive entre vidas, torna os grandes sofrimentos em algo que pode-se optar por solucionar de qqr forma e pagar depois, tipo um limite do cheque especial, que não tem problema de usar, é só repor depois, pagar uns jurinhos e todo mundo fica feliz, eu, deus, as almas que sofrem, etc.
Pautar minhas ações tendo por base qqr tipo de avaliação de punição ou recompensa, seja ela o Código Penal, Deus, Essa Lei de Causa e Efeito Espírita, é um grande veneno para a própria pessoa.

O Karma não se limita a causa e efeito, essa é uma compreensão errônea do karma, conceito originado nas religiões orientais e que não é definido como lei de causa e efeito, mas como ação apegada.
Isso é um fato da vida que é mal compreendido por muitos, não um conceito filosófico, muito menos um mal filosófico.
O Karma não fala sobre punição e recompensa, mesmo as boas ações geram karma e também devem ser eliminadas.
O problema está em pré-julgar algo que não se entende, isso ocorre tanto com teístas quanto com ateus.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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NadaSei
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Re: Moral e Teísmo

Mensagem por NadaSei »

Dimítri escreveu:Cético, por definição, é aquele que têm como orientação o princípio de que não existe uma "verdade". No momento que uma pessoa acredita em qualquer tipo de ser sobrenatural, ela aceita esse ser como uma "verdade", deixando, portanto, de ser cética.

Sua definição de "cético" é muito pobre e não lida com as diferenças de ceticismos.
Depois, o cético não "nega", o principio do ceticismo é a duvida e o pensamento critico, não a negação de qualquer coisa.
Alguns agnosticos argumentariam que a posição ateísta não é cética e diriam que: "Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos" - wiki: ceticismo.

O cético por definição, é aquele que se guia pela duvida, pelo pensamento critico e tem uma atitude investigativa.

Algum podem racionalmente concluir que é mais provável a existência de Deus que sua inexistência.
Quem não faz esse tipo de julgamento é agnóstico, quem vai pra um lado ou para outro, é ateu ou teísta, ambos fazem a mesma coisa, apenas concluem coisas diferentes.
Ambas as opções são validas, tem suas razões de ser e não impedem o ceticismo.
Alguns agnósticos dizem que o ceticismo duvida, mas não nega nem afirma, sendo que o teísta afirma e o ateu nega, nenhum dos dois está sendo cético.
Eu não concordo com esse tipo de definição muito estreita, considero as três opções como validas e não acho que alguma delas impeça o ceticismo.

Depois, para alguns, duvidar de Deus é como duvidar da lua, para aqueles que observam as evidências de sua existência, isso não faz muito sentido, o que resta de duvida quanto as duas coisas, apenas diz respeito sobre o que elas "são" exatamente.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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NadaSei
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Re: Re.: Moral e Teísmo

Mensagem por NadaSei »

Led Zeppelin escreveu:
Lúcifer escreveu:Embora seja explícito que, não é porque o sujeito tem o dito "temor a Deus" que ele deixa de praticar ações ilíticas, como comprovam os presos dos presídios. É difícil ver um ateu lá dentro enquando os adores de diversas seitas religiosas infestam o local.
Interessante, não?
Queria que tivesse um teísta para me explicar por que os "tementes a Deus" praticam mais crimes que os ateus que, por acaso, não tem deuses nenhum para se "temer" e, consequentemente, não se sentiriam impedidos de praticarem crimes.
Com a palavra, os teístas. :emoticon3: :emoticon3:


Não sou teísta, mas existe a relação de causa e proporção. Existem mais teístas que ateus.
Mas não é só isso que conta, normalmente ateus são pessoas mais esclarecidas, estudadas e com uma classe social melhor.

Não temos estatísticas sobre isso não Brasil, talvez nossa realidade carcerária seja diferente da dos EUA.

Curiosamente, o número de católicos presos diminui, infelizmente não foram coletados dados sobre ateus apenas sobre um grupo definido como "sem religião", que inclui ateus, agnósticos, teístas deístas, ocultistas, teístas sem religião definida, etc...
Curiosamente o número dos "sem religião" presos, aumenta.
Nosso país não tem dados melhores sobre isso.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Fernando Silva
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Re: Re.: Moral e Teísmo

Mensagem por Fernando Silva »

NadaSei escreveu:Curiosamente, o número de católicos presos diminui, infelizmente não foram coletados dados sobre ateus apenas sobre um grupo definido como "sem religião", que inclui ateus, agnósticos, teístas deístas, ocultistas, teístas sem religião definida, etc...
Curiosamente o número dos "sem religião" presos, aumenta.
Nosso país não tem dados melhores sobre isso.

1. A pastoral carcerária, católica, foi praticamente expulsa pelos crentes. Agora só dá "bispo" e pastor fazendo a cabeça dos bandidos.

2. E realmente notei muita gente de uns tempos para cá se declarando "sem religião", apesar de ser crente, talvez com vergonha do que faz a IURD e congêneres.

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aknatom
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Re.: Moral e Teísmo

Mensagem por aknatom »

NadaSei,

entendo sua posição quanto a moral não ser uma característica teísta, ser uma caracteristica de algumas seitas. Porém, na prática, o que se observa é que teistas pertencem a uma seita e praticam a moral básica do deus daquela seita, com a excessão dos católicos que tem liberdade pra fazer o que quiserem, mas o Chico Bento tá cortando as azinhas destes hereges... :emoticon12:
Acreditar em deus deste jeito que vc coloca é um grande supermercado, cheio de marcas e produtos.. eu escolho as características que me agradam em cada deus específico e monto o meu próprio... é um "deus cabeça de batata"... :emoticon12: legal, interessante, é um modo legal de se fazer. O problema que vejo é que a palavra Deus (com D maiusculo) vem carregada de um monte de adjetivos... as palavras tem significados construídos ao longo da história. Deus no Japão pode ter qqr forma, inclusive de animais e dragões, demônios inclusive... Deus no Brasil, possui forma antropomórfica, é onipotente, onipresente, onisciente e etc,etc,etc. Você poderia nomear diferente. O máximo de liberdade que se tem numa reinterpretação disso sem estar nomeando outra coisa de deus, é que esse deus precisa necessariamente ser ao menos consciencia, ter uma mente humana, afinal o "criou o homem a sua imagem e semelhança" precisa ter um mínimo de base, nem que seja metafórica. Poderia explicar?
Quanto a Karma, eu sei muito bem quais são os conceitos de carma que existem, tanto no ocidente dentro do espiritismo como no hinduismo e as diferentes interpretações sobre o tema das diversas seitas budistas. O karma ao qual me referenciei é o ensinado no espiritismo, que acho um veneno pro pensamento. Mesmo esse karma que vc citou, dos ensinos budistas que pregam o desapego acho envenenante, e Buda também (Sutra de Lótus e outros escritos Mahayana). Libertar-se da amarra, ser capaz de escolher fazer o bem ou não, esse é o sentido correto de desapego... a partir disso fazer o bem é a escolha que te permite manter-se liberto... afinal, ao contrário desse carma espírita, vc regride "sim". Percebeu?
Desculpe não quotar, ficaria confuso.
:emoticon16:
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Dimítri
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Re: Moral e Teísmo

Mensagem por Dimítri »

NadaSei escreveu:Sua definição de "cético" é muito pobre e não lida com as diferenças de ceticismos.
Depois, o cético não "nega", o principio do ceticismo é a duvida e o pensamento critico, não a negação de qualquer coisa.
Alguns agnosticos argumentariam que a posição ateísta não é cética e diriam que: "Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos" - wiki: ceticismo.

O cético por definição, é aquele que se guia pela duvida, pelo pensamento critico e tem uma atitude investigativa.

Algum podem racionalmente concluir que é mais provável a existência de Deus que sua inexistência.
Quem não faz esse tipo de julgamento é agnóstico, quem vai pra um lado ou para outro, é ateu ou teísta, ambos fazem a mesma coisa, apenas concluem coisas diferentes.
Ambas as opções são validas, tem suas razões de ser e não impedem o ceticismo.
Alguns agnósticos dizem que o ceticismo duvida, mas não nega nem afirma, sendo que o teísta afirma e o ateu nega, nenhum dos dois está sendo cético.
Eu não concordo com esse tipo de definição muito estreita, considero as três opções como validas e não acho que alguma delas impeça o ceticismo.

Depois, para alguns, duvidar de Deus é como duvidar da lua, para aqueles que observam as evidências de sua existência, isso não faz muito sentido, o que resta de duvida quanto as duas coisas, apenas diz respeito sobre o que elas "são" exatamente.


A definição não é minha. Se não concordas com ela sugira a sua à Barsa. A existência de deus é tão provável quanto a exitência de qualquer ser sobrenatural, logo, quem acha que um existe não pode "negar" as centenas de outros seres imagináveis. É aí que muitos agnósticos percebem que, na verdade, não são neutros.

PS.: Experiência pessoal não vale como argumento, e Wiki até eu posso editar.

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docdeoz
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Re: Moral e Teísmo

Mensagem por docdeoz »

aknatom escreveu:Se o teísmo leva os homens e as mulheres ao caminho do temor a deus, é lícito admitir que os teistas só se adaptam a uma vida societária porque se sentem obrigados a obedeceder aos poderes deste e também aos princípios que lhes são utilmente apelativos?


Me parece que este conceito já foi discutido sobre "O que é liberdade?"

Livre é aquele que não é constrangido por nada. Ser teísta pode fazer parte da natureza de algumas pessoas,e, se a pessoa está agindo de acordo com a sua natureza, é livre... :emoticon19:
(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?t=13986
http://rv.cnt.br/viewtopic.php?t=14653

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NadaSei
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Re: Re.: Moral e Teísmo

Mensagem por NadaSei »

aknatom escreveu:NadaSei,

entendo sua posição quanto a moral não ser uma característica teísta, ser uma caracteristica de algumas seitas. Porém, na prática, o que se observa é que teistas pertencem a uma seita e praticam a moral básica do deus daquela seita, com a excessão dos católicos que tem liberdade pra fazer o que quiserem, mas o Chico Bento tá cortando as azinhas destes hereges... :emoticon12:

Não é o que se observa "na pratica", mas na maioria dos casos.
As pessoas são crentes, independente de se são ateus ou teístas.
Existem teístas céticos e teístas que pensam por si próprios com diferentes graus de ceticismo, embora a maioria prefira pertencer a uma seita ou religião especifica... Isso é comportamento humano e independe do teísmo.
Eu diria que a maioria dos ateus, usa o teísmo de forma muito crente, quase religiosa e muitos, de forma religiosa.

Pela atitude da maioria, eu não posso dizer que o ateísmo tem embutido com ele a crença na ciência, em idéias pseudo-científicas e no materialismo.
Isso é comportamento humano, as pessoas são crentes e o ceticismo é raro mesmo entre ateus... mas isso não é inerente ao ateismo ou ao teísmo.
aknatom escreveu:Acreditar em deus deste jeito que vc coloca é um grande supermercado, cheio de marcas e produtos.. eu escolho as características que me agradam em cada deus específico e monto o meu próprio... é um "deus cabeça de batata"... :emoticon12: legal, interessante, é um modo legal de se fazer.

Isso não é coisa minha.
O panenteísmo é ensinado nas principais religiões, como Budismo, Hinduismo, Cristianismo, Taoísmo e outras.
Krishna já dizia que as religiões, falam sobre o mesmo Deus, só dão outros nomes e o conceituam de forma "relativa" segundo algumas de suas características.

Algumas falam sobre o Deus pessoal, como o Judaismo, segundo Krihna, o conceito de Deus pessoal é o mais fácil de se entender, por isso, o mais recomendando e conceituado.
Religiões como o Taoismo, falam mais sobre um conceito de Deus impessoal, segundo Krishna o mais difícil de entender, tanto que alguns interpretam erroneamente que o Taoismo é uma religião sem Deus.
Já religiões como o Cristianismo e hinduismo, falam tanto no Deus pessoal, quanto no impessoal e ainda falam sobre o Deus interior.

No caso das quatro religiões citadas, além de discorrerem sobre os conceitos e falarem sobre eles, a descrição de Deus e de sua relação com o homem e com tudo, culmina em um panenteísmo, onde Deus é tudo e todos, além de transcender o todo.

Não é Deus "à la carte", são conceitos relativos, para se falar sobre o mesmo todo que por ser transcendental, não pode ser conceituado se não de forma relativa... de fato, conceitos são relativos e é assim que nossa mente trabalha, nossa mente não lida com absolutos.
São nossas interpretações sobre o que eles estão tentando mostrar, que são "à la carte"... Basta ver que apesar do que Cristo ensina, católicos, evangélicos e testemunhas de Jeová, tem "conceitos" diferentes de um Deus que nunca viram... Todos com base no mesmo conjunto de livros. (a bíblia).

Já muitos dos grandes nomes das religiões, falavam sobre a mesma coisa, só davam nomes diferentes pra isso.
aknatom escreveu:O problema que vejo é que a palavra Deus (com D maiusculo) vem carregada de um monte de adjetivos... as palavras tem significados construídos ao longo da história. Deus no Japão pode ter qqr forma, inclusive de animais e dragões, demônios inclusive... Deus no Brasil, possui forma antropomórfica, é onipotente, onipresente, onisciente e etc,etc,etc. Você poderia nomear diferente. O máximo de liberdade que se tem numa reinterpretação disso sem estar nomeando outra coisa de deus, é que esse deus precisa necessariamente ser ao menos consciencia, ter uma mente humana, afinal o "criou o homem a sua imagem e semelhança" precisa ter um mínimo de base, nem que seja metafórica. Poderia explicar?

Sim, além de tudo que já disse antes, nós somos a manifestação de Deus.
Deus é consciência, mas existem "níveis" de consciência diferentes.
Um chimpanzé, um humano e Deus, são todos conscientes, mas são diferentes tipos de consciência, com diferentes tipos de conhecimento.
Os humanos são semelhantes a Deus, porque conseguem perceber e compreender coisas que Deus também pode, somos semelhantes a ele nesse ponto, um chimpazé vai ser semelhante em outro ponto, vai entender e perceber outras coisas, um golfinho outras.

Tudo isso é uma pequena "parte" de Deus, ele se manifesta como todos nós e "vive" através e como nós, humanos e não-humanos.
Somos semelhantes a ele, porque somos todos ele, somos todos uma pequena parte da consciência dele.
Ele sabe tudo o que há para saber, pois ele é tudo o que há.
As palavras de todas essas religiões, seja Shiva, Alá, Jeová ou Deus, estão todas tentando descrever esse "absoluto" de forma "relativa", Deus é o todo, o absoluto "uno", a existência auto-consciente... Como nossa mente só trabalha com conceitos relativos e não compreende o absoluto, criam-se conceitos para falar sobre o absoluto.

O mais importante é que as religiões não pregam isso, para que seja apenas compreendido de forma "racional", elas propõe um meio semelhante para que se ultrapasse o limite dessa mente racional que lida com conceitos relativos e se olhe diretamente para o todo, unindo-se a ele... a separação de fato, não existe, é apenas uma ilusão mental.
Fazer isso é atingir a iluminação, você meio que ganha um novo tipo de mente, uma não mais separada daquilo que chamamos de inconsciente e que não está presa a conceitos relativos.
Os Cristos, Budas e Lao Tsés da vida, supostamente falam em um Deus que conseguem ver após unirem-se a ele dessa forma, assim como ensinam que todos podemos fazer o mesmo e que isso é feito em vida, não após a morte.

Deus não é para ser questionado e compreendido intelectualmente como um conceito... é para ser conhecido e observado diretamente pela pratica que ensinam, pratica essa, que é basicamente a mesma em todas essas religiões, variam apenas em detalhes e nas diferentes formas de fazer a mesma coisa, a melhor técnica muda de pessoa pra pessoa.
aknatom escreveu:Quanto a Karma, eu sei muito bem quais são os conceitos de carma que existem, tanto no ocidente dentro do espiritismo como no hinduismo e as diferentes interpretações sobre o tema das diversas seitas budistas. O karma ao qual me referenciei é o ensinado no espiritismo, que acho um veneno pro pensamento.

O problema é que o espiritismo não tem um conceito original de karma, eles pegam o conceito hindu e budista mesmo.
Só que alguns interpretam o karma como recompensa e punição, espiritas e mesmo budistas fazem isso, alguns hinduistas usam isso para justificar o sistema de "castas".
O problema não está no conceito de karma em si, seja espírita, budista ou hinduista, tem muito espírita que sabe o significado real desse conceito, o problema está é na falta de conhecimento e na distorção que fazem desse conceito mesmo.

Punição e recompensa, não é o conceito espírita de karma, é uma distorção do mesmo feita por espíritas leigos, pseudo-mediuns charlatões e crentes de todo tipo, que nem praticar religião praticam...
aknatom escreveu: Mesmo esse karma que vc citou, dos ensinos budistas que pregam o desapego acho envenenante, e Buda também (Sutra de Lótus e outros escritos Mahayana). Libertar-se da amarra, ser capaz de escolher fazer o bem ou não, esse é o sentido correto de desapego... a partir disso fazer o bem é a escolha que te permite manter-se liberto... afinal, ao contrário desse carma espírita, vc regride "sim". Percebeu?
Desculpe não quotar, ficaria confuso.
:emoticon16:

Não entendi bem esse ponto.
Ser capaz de escolher fazer o bem ou não, significa não ser obrigado a fazer o bem, levado por sentimentos e apego.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Moral e Teísmo

Mensagem por NadaSei »

Dimítri escreveu:A definição não é minha. Se não concordas com ela sugira a sua à Barsa.

PS.: Experiência pessoal não vale como argumento, e Wiki até eu posso editar.

E na barsa qualquer um pode trabalhar... Aliás, que belo cético esse... foge da discussão e se apega na crença em uma definição da barsa...
Essa definição não só é imprecisa em ilustrar os diferente tipos de atitudes céticas, como também é contraditória.
Se o cético é aquele quem diz que não existe "verdade", isso por si só é uma verdade que ele tem para si, o que o impede de ser cético.
Um tipo de ceticismo filosófico é que questiona se é possível formar conhecimento sobre as coisas e, essa não é a postura cética dos cientistas, na qual a maioria dos ateus se apóia para dizer que são céticos, a definição da barsa se refere a esses céticos filosóficos, não a céticos cientificos.

A maioria dos ateus só se refere ao ceticismo científico e poucos se apóiam em ceticismos mais filosóficos... Alías, o ceticismo de uma parte dos ateus, se limita em deixar os cientistas dizerem a eles no que vão acreditar e no que vão negar.

Essa aqui é melhorzinha:
O Ceticismo (Cepticismo, na forma européia e africana) se divide em duas correntes básicas: * Ceticismo filosófico - uma postura filosófica em que pessoas escolhem examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui o conhecimento absolutamente verdadeiro;* Ceticismo científico - uma postura científica e prática, em que alguém questiona a veracidade de uma alegação e procura investiga-la.

PS. eu não usei nenhuma experiência pessoal como argumento, interprete melhor o post.
Dimítri escreveu:A existência de deus é tão provável quanto a exitência de qualquer ser sobrenatural, logo, quem acha que um existe não pode "negar" as centenas de outros seres imagináveis.

Isso é claro, nas suas crenças.
Quem observa as evidências de Deus ou quem entende as grandes diferenças entre Deus e outros seres "sobrenaturais", como lobzomens, papai noel e saci, não só não pensam como você, como chamariam a comparação de Deus com essas coisas, de falácia da falsa analogia.
A sua crença é tanta assim, que acha até que agnósticos estão errados em não negar a existência de Deus?
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

Dimítri
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Registrado em: 03 Mai 2007, 07:44

Re: Moral e Teísmo

Mensagem por Dimítri »

NadaSei escreveu:
Dimítri escreveu:A definição não é minha. Se não concordas com ela sugira a sua à Barsa.

PS.: Experiência pessoal não vale como argumento, e Wiki até eu posso editar.

E na barsa qualquer um pode trabalhar... Aliás, que belo cético esse... foge da discussão e se apega na crença em uma definição da barsa...
Essa definição não só é imprecisa em ilustrar os diferente tipos de atitudes céticas, como também é contraditória.
Se o cético é aquele quem diz que não existe "verdade", isso por si só é uma verdade que ele tem para si, o que o impede de ser cético.
Um tipo de ceticismo filosófico é que questiona se é possível formar conhecimento sobre as coisas e, essa não é a postura cética dos cientistas, na qual a maioria dos ateus se apóia para dizer que são céticos, a definição da barsa se refere a esses céticos filosóficos, não a céticos cientificos.

A maioria dos ateus só se refere ao ceticismo científico e poucos se apóiam em ceticismos mais filosóficos... Alías, o ceticismo de uma parte dos ateus, se limita em deixar os cientistas dizerem a eles no que vão acreditar e no que vão negar.

Essa aqui é melhorzinha:
O Ceticismo (Cepticismo, na forma européia e africana) se divide em duas correntes básicas: * Ceticismo filosófico - uma postura filosófica em que pessoas escolhem examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui o conhecimento absolutamente verdadeiro;* Ceticismo científico - uma postura científica e prática, em que alguém questiona a veracidade de uma alegação e procura investiga-la.

PS. eu não usei nenhuma experiência pessoal como argumento, interprete melhor o post.
Dimítri escreveu:A existência de deus é tão provável quanto a exitência de qualquer ser sobrenatural, logo, quem acha que um existe não pode "negar" as centenas de outros seres imagináveis.

Isso é claro, nas suas crenças.
Quem observa as evidências de Deus ou quem entende as grandes diferenças entre Deus e outros seres "sobrenaturais", como lobzomens, papai noel e saci, não só não pensam como você, como chamariam a comparação de Deus com essas coisas, de falácia da falsa analogia.
A sua crença é tanta assim, que acha até que agnósticos estão errados em não negar a existência de Deus?


Onde eu disse que eu me apeguei a uma "crença" da Barsa?
Apenas citei a fonte da afirmação que fiz para mostrar que a mesma não foi feita por mim, mas sim por essa instituição, visto que você disse que a "minha" definição de ceticismo era muito pobre.

A proposta cética do "não haver verdade" não é, necessariamente, uma "verdade", porque depende de uma referência. Para um fundamentalista religioso (tanto cristão como muçulmano), por exemplo, matar ateus é uma "verdade", ou o "correto". Para eles, portanto, o "não haver uma verdade" é falso. O cético assume que, dependendo do ponto de referência, existem "verdades". Mas, novamente, tudo varia conforme a referência, e como não se pode determinar uma referência universal, é menos "errôneo" assumir que todas as "verdades" são, ao mesmo tempo, "inverdades".

* Ceticismo filosófico - uma postura filosófica em que pessoas escolhem examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui o conhecimento absolutamente verdadeiro
Note que se a resposta para as possibilidades da segunda sentença for não, a primeira simplesmente não faz sentido. Mais: se não podemos determinar o conhecimento verdadeiro, nem mesmo o ceticismo científico faz sentido, por que os métodos de verificação são também relativos.

PS. eu não usei nenhuma experiência pessoal como argumento, interprete melhor o post.

Até aqui não, mas como já reparei nesse seu método nos outros posts já preví coisas desse tipo:
Quem observa as evidências de Deus ou quem entende as grandes diferenças entre Deus e outros seres "sobrenaturais", como lobzomens, papai noel e saci, não só não pensam como você, como chamariam a comparação de Deus com essas coisas, de falácia da falsa analogia.


A sua crença é tanta assim, que acha até que agnósticos estão errados em não negar a existência de Deus?

Eu não posso determinar o certo e o errado. Alguém "ver" diferenças entre os seres mitológicos citados não faz sentido, só isso. E é nesse ponto que muitos agnósticos se contradizem, por que assumem uma postura para deuses, e outra para outros seres sobrenaturais.

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NadaSei
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Re: Moral e Teísmo

Mensagem por NadaSei »

Dimítri escreveu:Onde eu disse que eu me apeguei a uma "crença" da Barsa?
Apenas citei a fonte da afirmação que fiz para mostrar que a mesma não foi feita por mim, mas sim por essa instituição, visto que você disse que a "minha" definição de ceticismo era muito pobre.

E não ter sido dito por você e sim pela Barsa, torna a definição menos pobre? Isso é apelo a autoridade.
A questão é que você usou uma definição pobre de um tipo de ceticismo filosófico, para fugir ao assunto e afirmar que teístas não podem ser céticos.
Um ceticismo, que como já foi dito, nem ao menos se refere ao ceticismo científico.
Dimítri escreveu:A proposta cética do "não haver verdade" não é, necessariamente, uma "verdade", porque depende de uma referência. Para um fundamentalista religioso (tanto cristão como muçulmano), por exemplo, matar ateus é uma "verdade", ou o "correto". Para eles, portanto, o "não haver uma verdade" é falso.

Quem disse?
Não matarás!
Deus não dá a ninguém permissão para matar ou julgar, isso segundo a bíblia cristã, cabe unicamente a Deus.
Quanto a "verdade", ela não é em nenhum momento dita na biblia, o que Cristo faz é nos dizer para conhecer a verdade que ela nos libertará e a forma de faze-lo, é olhando para dentro de nós, buscando pelo auto-conhecimento.
Dimítri escreveu: O cético assume que, dependendo do ponto de referência, existem "verdades". Mas, novamente, tudo varia conforme a referência, e como não se pode determinar uma referência universal, é menos "errôneo" assumir que todas as "verdades" são, ao mesmo tempo, "inverdades".

O que o ceticismo filosófico propõe mais a fundo, é que por não podermos conhecer (ao menos por hora) a "essência" das coisas, trabalhamos com verdades relativas e com um conhecimento frágil.
O cético filosofico busca investigar se o conhecimento que tem é verdadeiro, não se "existe" conhecimento verdadeiro. (nesse caso pode mudar, existem diversos tipos de ceticismo filosófico)

Por exemplo, a Lua existe, isso é um conhecimento. Agora, não podemos dizer ao certo o que é a Lua, talvez uma grande rocha no céu, talvez uma imagem criada pelo inconciente coletivo e que parece real, talvez estejamos sonhando e ela seja apenas criação nossa... Independete do que é de fato "é", temos o conhecimento de que ela está lá.
Não é um conhecimento que diz muita coisa, nem é muito profundo, mas é conhecimento.

Com Deus o teísta cético faz o mesmo, sabe que Deus está lá, sabe que está dentro de nós e é tudo e todos, mas exatamente o que isso significa e o que "é" de fato, não vem ao caso, pois se nós mesmos somos Deus e todo o resto também, então Deus se refere ao absoluto, a "essência" de tudo, aquela que ao menos por hora não podemos conhecer... Independente do que ele é de fato, ele assim como a Lua, podemos ver que ele está lá.
Dimítri escreveu:Note que se a resposta para as possibilidades da segunda sentença for não, a primeira simplesmente não faz sentido. Mais: se não podemos determinar o conhecimento verdadeiro, nem mesmo o ceticismo científico faz sentido, por que os métodos de verificação são também relativos.

O ceticismo científico não lida com a questão de se podemos ou não determinar que temos conhecimento verdadeiro, ele lida com a duvida das coisas apresentadas e sua investigação, onde tentam prova-la ou desprova-la pelo método e crivo científico.

O cético científico aceita o que é provado cientificamente e não nega o que a ciência não examina ou ainda estuda.
Claro que isso não impede o cético científico de ser incrédulo quanto a diversas coisas da própria ciência, isso vai variar de grau em cada cético científico, sendo que inclusive, pode-se combinar o ceticismo científico com um filosófico. (Eu mesmo faço uso do científico, e de um tipo de ceticismo filosófico próprio)
Dimítri escreveu:Eu não posso determinar o certo e o errado. Alguém "ver" diferenças entre os seres mitológicos citados não faz sentido, só isso. E é nesse ponto que muitos agnósticos se contradizem, por que assumem uma postura para deuses, e outra para outros seres sobrenaturais.

É esse o ponto em que você "acha" que eles se contradizem, você não perceber a diferença entre Deus e outras coisas, não significa que elas não existam.
Essa é uma boa hora para usar de um ceticismo filosófico e procurar saber se o "conhecimento" que você acha que tem sobre o assunto, não é falso.

Como eu já disse, existem diversos tipos de ceticismo e o científico sozinho é um tanto "fraco", eu mesmo passei de ateu a agnóstico, quando percebi que meu "conhecimento" sobre isso era falso... De fato, descobri que não sabia quase nada sobre o tema além do comum de grande parte dos crentes evangélicos e ateus.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

Trancado