Estou voltando de férias...

Depois de concluir a leitura de "Humano, demasiado humano", de Nietzsche, comecei a leitura de "Trinta anos esta noite", de Paulo Francis. É uma obra que se propõe a contar a história de 1964 a 1994, sob a perspectiva de quem a viveu. Surpreendeu-me porque, longe de preder-se à re-leitura do Regime Militar, o autor mergulha em névoas existenciais, que dão um toque todo especial a obra. (Ainda não terminei de ler)
Mas posso dizer que não deixei de ficar emocionado ao ler o preâmbulo "Aviso aos navegantes" e encontrar isto:
Toda a filosofia moderna, a partir de Nietzsche, discute o valor das palavras, suas relações com a realidade, se é que tem alguma. Nietzsche, filho de um pastor protestante, de temperamento religioso, ficou bestificado ao descobrir que as palavras da Bíblia, que imaginava virem diretamente do ente divino e criador, tinham sido redigidas por gente como ele, humana, demasiado humana, usando as banalidades de sintaxe e gramática.
Nesta noite, eu quero cantar aqueles que, tal qual o supracitado, ainda não foram capazes de perceber a grandeza do divino, mesmo que refletida no humano.
"Se permites um instante, quero te dizer
Que essa forma de ser livre não te faz crescer
Ao contrário do que pensas já não tens mais direção
E viver ou não, nem faz mais diferença.
Quando o amor de Deus encontrar lugar no teu coração cansado
Por certo entenderás que tu és bem mais que os teus erros do passado
Se procurares bem saberás que tens na fraqueza a tua força
E o que te faz cair pode se tornar o impulso pra vitória.
Se quiseres entender ou compreender de um outro jeito
O defeito é o anúncio da virtude que há de vir
Quanto mais fores humano, tanto mais serás divino.
Não se toca o céu se não tem os pés no chão."
Que Deus abençoe profundamente a todos