Consumo no Nordeste cresce 143,5% em 5 anos

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Aranha
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Consumo no Nordeste cresce 143,5% em 5 anos

Mensagem por Aranha »

As famílias da região nordeste estão entre as grandes consumidoras do país. Neste ano elas devem gastar US$ 117,6 bilhões, quase US$ 70 bilhões a mais em relação ao dinheiro que girou há cinco anos na região. Desde 2002, o consumo dos nordestinos cresceu 143,5%. O resultado está acima da média do país para o período, de 126,3%, e do desempenho do Sudeste (120,9%). Os dados são do estudo Brasil em Foco, realizado pela consultoria Target Marketing e divulgado em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, desta segunda-feira.

A consultoria, especializada em pesquisa de mercado, estimou o potencial de consumo de cada região do país em 2007 e 2002. A projeção foi feita a partir das contas nacionais e da estrutura de gastos dos brasileiros medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram cruzados com informações paralelas, de outras fontes de pesquisa. O nordeste respondia por 15,6% do consumo em 2002 e a região norte por 4,2%. Até dezembro deste ano, a participação do nordeste será de 16,9% e a do norte, 5,5%.

Hoje, as compras das famílias do nordeste já se equivalem às do sul, a segunda região mais rica, atrás do sudeste. As mudanças na economia da região devem-se basicamente aos benefícios sociais, aumento do salário mínimo e a chegada de muitas empresas para aproveitar esse bom momento. Os consumidores do nordeste estão ávidos por produtos diversos que vão de cimento a artigos de higiene e beleza.


FONTE:Veja

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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

O que gera crescimento é a poupança, não o consumo
por João Luiz Mauad em 23 de abril de 2007

Resumo: Defender os programas de transferência involuntária de renda como socialmente necessários, é uma coisa. Agora, dizer que estas iniciativas são economicamente producentes e vantajosas é um pouco demais.

© 2007 MidiaSemMascara.org

A mais nova falácia econômica na praça, defendida com energia, bravura e elevadas doses de imaginação por onze de cada dez economistas e jornalistas esquerdistas, prega que os tais programas de transferência involuntária de renda, tipo Bolsa-Família, Cheque-Cidadão, LOAS, etc., teriam o efeito de “turbinar” o crescimento da economia, através do aquecimento do consumo de baixa renda.

Recentemente, durante a inauguração de uma nova fábrica da Nestlé no Nordeste, o presidente Lula também defendeu o disparate, argumentando que o investimento da multinacional suíça naquelas plagas nordestinas só teria sido possível graças ao aumento da renda e, conseqüentemente, da demanda na região, aumento este derivado da expansão do programa Bolsa-Família e das aposentadorias do setor rural. O raciocínio (mais uma das muitas corruptelas da teoria keynesiana) parece, em princípio, bastante lógico e consistente, no entanto, como diria o grande Bastiat, ele está baseado somente naquilo que se vê e desconsidera todos os efeitos que permanecem ocultos, bem como os de longo-prazo.

O primeiro ponto a destacar é que crescimento econômico é sinônimo de geração de novas riquezas, algo só possível com novos investimentos (uma máxima econômica tão óbvia que nem mesmo os socialistas já ousaram negar). Todo e qualquer investimento, por seu turno, tem como pressuposto básico a formação prévia de poupança, cuja origem está na abstenção voluntária do consumo por parte de alguém, seja ele o próprio investidor ou terceiros. Num certo exagero retórico, Alfred Marshall chegou a dizer que o consumo poderia ser considerado como “produção negativa”.

Pois bem, tomemos o caso da famigerada unidade de produção da Nestlé na Bahia como exemplo. Sua implantação requereu, antes de mais nada, a realização de capital para o respectivo investimento que pode ter sido obtido de três formas distintas, porém não excludentes:

1. Lucros anteriores - e não distribuídos - da própria empresa (poupança de antigos acionistas);

2. Captação de recursos no mercado de capitais (poupança de novos acionistas);

3. Captação no mercado financeiro (poupança de terceiros).

O importante a destacar aqui é que a existência e disponibilidade dos recursos alocados no investimento pela Nestlé não guardam qualquer relação, direta ou indireta, com os programas assistencialistas do governo, cuja influência, no caso específico, se deu única e exclusivamente em relação à escolha do local da nova planta, já que pesquisas de mercado muito provavelmente detectaram alguma demanda reprimida naquela região.

A economia é chamada “ciência da escassez” justamente porque os recursos disponíveis são limitados, enquanto os desejos e necessidades são ilimitados. Dessa verdade, deriva que se não podemos ter tudo o que queremos ou precisamos e estamos forçados, constantemente, a fazer escolhas. Quando a Nestlé utiliza recursos para construir uma fábrica na Bahia, outro(s) investimento(s), desta ou de outra(s) empresas deixa(m) de ser realizado(s). Chama-se a isto de “custo de oportunidade”. Em outras palavras, o custo de determinado investimento “X” equivale ao de outro(s) que poderia(m) ter sido realizado(s) - utilizando a mesma poupança - mas não foram, em virtude da escolha “X”.

Entender este conceito é importante para que possamos inferir algumas outras coisas. Em primeiro lugar, como já foi dito, outro(s) investimento(s) deixaram de ser realizados para que a Bahia ganhasse uma nova fábrica. Quem sabe alguma outra indústria em São Paulo, um novo shopping no Rio de Janeiro, algumas escolas em Pernambuco ou um conjunto residencial em Porto Alegre? Não importa. O certo é que aquele mesmo capital estaria, agora ou em algum momento do futuro próximo, gerando riquezas - e trabalho – de alguma outra maneira, na Bahia ou alhures.

O segundo ponto, este quase sempre negligenciado pela maioria dos opinantes esquerdistas, está relacionado ao efeito altamente recessivo dos programas de transferência de renda - ditos sociais. Estou falando, especificamente, de uma parcela da poupança dos brasileiros que tem se transformado em consumo, no lugar de seguir o seu caminho natural de gerar investimento.

Vamos supor, apenas para efeito de raciocínio, que Paulo seja um cidadão de classe média baixa, cujo salário mal dá conta de suas próprias necessidades. Entretanto, com grande sacrifício e esforço ele consegue poupar todo mês uma pequena parte do que ganha para no futuro comprar a casa própria.

Imagine agora que um novo governo tomou posse e, para realizar as promessas de campanha, especialmente a de distribuir renda, tenha implementado um aumento na carga tributária do país de, digamos, 5%. Este aumento – que atingiu Paulo em cheio em função da redução do limite de isenção do IR - conjugado com o aumento generalizado dos preços que ele desencadeou, tornou impossível a Paulo continuar a sua poupança mensal, forçando-o, ademais, a cortar alguns itens de consumo.

Imaginemos ainda que todo o dinheiro tirado, coercitivamente, da família de Paulo pelo governo seja repassado à família de Pedro (relembro que falamos apenas hipoteticamente, já que, na vida real, boa parte ficaria retida para pagar as despesas de custeio do próprio governo), beneficiária da “caridade” pública que o consumirá por inteiro. Temos então a seguinte situação: dos recursos tirados de Paulo por este ente magnânimo e benemerente que é o Estado, uma parte deixou de ser consumida por sua família e outra deixou de ser poupada. Na outra ponta, os recursos destinados à família de Pedro serão integralmente consumidos.

Se a transferência de renda aumentou o consumo agregado na Bahia, onde mora Pedro, ele provavelmente diminuiu no Rio de Janeiro, onde mora Paulo. O incremento da demanda por laticínios e biscoitos no Nordeste é semelhante à redução da demanda por calçados, camisas ou qualquer outro item, no Sudeste. Se, por um lado, a Nestlé criou alguns empregos na Bahia, a Alpargatas pode ter demitido funcionários em São Paulo, bem como a Hering em Sta. Catarina. Lembram-se do custo de oportunidade?

Em termos econômicos, o aspecto mais terrível desta estória, no entanto, não está na alteração dos padrões de consumo mas no fato, extremamente pernicioso, de que uma parte da poupança privada foi apropriada pelo governo e transformada em consumo, freando novos investimentos e, conseqüentemente, o crescimento.

Defender os programas de transferência involuntária de renda como socialmente necessários, ainda que possamos discordar em seus aspectos morais, é uma coisa. Agora, dizer que estas iniciativas são economicamente producentes e vantajosas é um pouco demais.


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O ENCOSTO
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Re: Consumo no Nordeste cresce 143,5% em 5 anos

Mensagem por O ENCOSTO »

Abmael escreveu:chegada de muitas empresas para aproveitar esse bom momento.


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Apocaliptica

Re.: Consumo no Nordeste cresce 143,5% em 5 anos

Mensagem por Apocaliptica »

Gente gastadora!

Com certeza, a poupança e planejamento é que geram riqueza, não o consumo. Só se gasta um percentual depois que se chega a um montante em poupança. Mentalidade brasileira de ganhar meia dúzia de merrecas, sair comprando bobagens e ainda se gabar disto. É estou falando do povo, sim, e não da macro. Ela se mexe de acordo com a mentalidade do mercado.

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Samael
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Mensagem por Samael »

Já pedi para me definirem o que vem a ser "gerar riqueza".

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Samael escreveu:Já pedi para me definirem o que vem a ser "gerar riqueza".


Definir "geração de riqueza" é relevante? Existem várias abordagens. Mas algumas delas não levam em consideração a poupança e sim a capacidade de ganhar e gastar. Eu particularmente não acredito em riqueza sustentável, inclusive para enfrentar momentos de crise sem o planejmanto e a poupança embutidos na equação.

Mas vamos lá. Esta aqui é um definição ( acho ela básica e linear demais, baseada apenas na função capital ,trabalho e consumo). Esqueceu da poupança e de investimentos a médio e longo prazo.

"A Geração de Riqueza
Walter Chaves Marim
A riqueza de um país não está caracterizada pela quantidade de recursos minerais existente em seu subsolo mas, sim, pela capacidade que o país tem em gerar, continuamente, um volume de produção crescente por pessoa, ou seja, per capita. Por outro lado, a geração de um fluxo de produção implica, necessariamente, na geração de um fluxo de renda correspondente. Não existe, portanto, a geração de um volume de produção sem uma correspondente geração de renda. Isto quer dizer que à medida em que se aumenta o nível de produção através de novos investimentos (ampliação da capacidade produtiva da economia, como: novas indústrias, novas lojas, etc), aumenta-se, também, o nível de renda da economia. Tal fato ocorre, pois, numa economia de mercado, as unidades produtivas ao utilizarem os fatores de produção para alimentarem o seu processo produtivo terão que, obrigatoriamente, pagar pela sua utilização. Tem-se aí, portanto, a seguinte situação: as unidades produtivas ao utilizarem os fatores geram uma produção e, em decorrência, por utilizarem os fatores terão que pagar por eles - é a renda da economia. Assim, na economia, ao se gerar um volume de produção, gera-se, em conseqüência, uma renda correspondente que, por sua vez, transforma-se em capacidade de compra das pessoas. Para aumentar, de maneira continuada, a capacidade de compra da economia ou a demanda agregada, a economia terá que, necessariamente, aumentar a produção para que haja um aumento da renda e, portanto, o aumento da demanda. Para que a economia possa crescer de maneira equilibrada, a expansão da capacidade de compra da economia deve ser resultado do aumento da renda que, por sua vez é a contrapartida do aumento da produção como resultado da expansão dos investimentos. Deve ficar claro que não pode haver artificialismo nesta expansão da demanda. Se este aumento da demanda for ocasionado pela expansão da quantidade de moeda, tem-se, como resultado, o aumento da capacidade de compra o aumento no volume de produção da economia e, portanto, aumentou-se a capacidade de compra das pessoas com o aumento da quantidade de moeda, mas sem o aumento da quantidade de produtos. Provoca-se aí a chamada inflação de demanda. Este foi o caminho que o Brasil perseguiu durante bastante tempo. A riqueza do país encontra-se, portanto, em sua capacidade produtiva instalada e na qualidade dos recursos humanos e de capital empregados, pois, como os recursos produtivos disponíveis por qualquer sociedade são limitados diante das infinitas necessidades humanas, o grande desafio é, ao longo do tempo, tornar a qualidade de vida das pessoas cada vez melhor. E esta melhoria da qualidade de vida das pessoas obtém-se através de um crescimento contínuo da renda numa taxa maior que o crescimento da população, ou seja, através do aumento da renda per capita. Este aumento contínuo da renda das pessoas e da qualidade de vida é resultado do crescimento da riqueza de um país. Assim, é um erro acreditarmos que a riqueza de um país se encontra em suas reservas de minérios, pois, se isto fosse verdade, o Japão, provavelmente, seria o país mais pobre do mundo e, no entanto, é um dos mais ricos. Sendo assim, qual é o mecanismo de geração desta riqueza? De modo geral, considerável volume de produção de muitas empresas destina-se a alimentar o processo produtivo de outras empresas - são os chamados bens intermediários ou matérias-primas. O entendimento deste conceito exige a informação básica de quanto cada firma agrega ao processo produtivo. As empresas ou as unidades produtivas, ao produzirem determinado produto, terão que adquirir, necessariamente, as matérias-primas básicas necessárias e, também, trabalho e capital (máquinas, equipamentos, edificações, instalações, etc, utilizados no processo produtivo). Assim, o valor da produção desta unidade produtiva vai exceder o valor das matérias-primas adquiridas de outras firmas. Esta diferença representa o valor adicionado ou o valor que cada firma agrega ao processo produtivo. Esta diferença entre o valor da produção e o valor da matéria-prima adquirida corresponde à remuneração do trabalho e do capital - que é o valor agregado pela unidade produtiva. E a somatória de todo este valor agregado, por todas as unidades produtivas, é a chamada renda da economia. Este é o verdadeiro processo gerador de riqueza. Portanto, um país que deseja aumentar o seu nível de renda e a conseqüente melhoria do nível de bem estar da sociedade terá que, necessariamente, ampliar o valor agregado e, em conseqüência, diminuir a importância econômica relativa da matéria-prima no processo para remunerar melhor o fator trabalho e ou reduzir a quantidade de trabalhador por cada unidade produtiva. No entanto, em ambas as situações é necessário um mais elevado nível de conhecimento e de qualificação profissional das pessoas inseridas no processo juntamente com máquinas e equipamentos tecnologicamente mais avançados. É somente através de máquinas mais produtivas e de trabalhadores mais qualificados que se obtém maior volume agregado por cada indivíduo no processo produtivo, devido ao aumento da produtividade e, em conseqüência, salários maiores. Aí aparece o seguinte questionamento: este fato não é gerador de desemprego? É. No entanto, as pessoas ao terem incrementadas as suas rendas terão, necessariamente, que aumentar o volume de consumo, aparecendo, assim, a ampliação do mercado consumidor e abrindo espaço para novos investimentos que são absorvedores de mão-de-obra. Deve-se deixar evidente, também, que para se manter crescente o valor agregado por cada trabalhador e o conseqüente aumento contínuo dos salários, deverá prevalecer a tendência histórica de diminuição da participação relativa da mão-de-obra na indústria, como ocorreu no setor agropecuário. Isto é um fato irreversível. A tendência de nossa indústria é utilizar, por unidade de produtos, menos trabalhadores mas, no entanto, em decorrência do aumento da renda, a tendência do setor terciário (turismo, comércio, saúde, educação, transporte, etc) é de absorver, em termos relativos, cada vez mais trabalhadores. O processo de transformação tanto no sentido vertical como horizontal garante a ampliação da geração de valor agregado ou a geração de rendas adicionais à comunidade. Por isso tornam-se necessários a criação de novas unidades produtivas e a melhoria da educação em nosso município e em nosso estado pois, assim, estaremos aumentando a renda das pessoas e da economia e, portanto, a nossa riqueza. Assim, não existe nada mais irracional do ponto de vista econômico, social, político, humano, etc, do que manter no seio da sociedade estes bolsões de pobreza e miséria, uma vez que a riqueza da sociedade é gerada por ela mesma através da utilização do próprio homem. É somente o trabalho o único fator gerador da riqueza. Toda riqueza da sociedade é produzida pelo trabalho. E o montante desta riqueza e a forma como ela é distribuída depende exclusivamente da educação. Portanto, a miséria é resultado da incapacidade política e administrativa dos políticos em gerenciar a sociedade. "

Apocaliptica

Re.: Consumo no Nordeste cresce 143,5% em 5 anos

Mensagem por Apocaliptica »

PS: Não estou conseguindo editar.

Mas o que importa na riqueza não apenas como se chega a ela, pois ela é momentânea e fugaz.
O que importa é a sustentabilidade e a capacidade de suportar hiatos de crise através do que se fez com a riqueza durante determinado período.

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Aranha
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Mensagem por Aranha »

user f.k.a. Cabeção escreveu:A mais nova falácia econômica na praça, defendida com energia, bravura e elevadas doses de imaginação por onze de cada dez economistas e jornalistas esquerdistas, prega que os tais programas de transferência involuntária de renda, tipo Bolsa-Família, Cheque-Cidadão, LOAS, etc., teriam o efeito de “turbinar” o crescimento da economia, através do aquecimento do consumo de baixa renda.


- Mas a fonte que apresentei é de direita!!

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Mensagem por Apocaliptica »

Abmael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:A mais nova falácia econômica na praça, defendida com energia, bravura e elevadas doses de imaginação por onze de cada dez economistas e jornalistas esquerdistas, prega que os tais programas de transferência involuntária de renda, tipo Bolsa-Família, Cheque-Cidadão, LOAS, etc., teriam o efeito de “turbinar” o crescimento da economia, através do aquecimento do consumo de baixa renda.


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Mensagem por Acauan »

Samael escreveu:Já pedi para me definirem o que vem a ser "gerar riqueza".



Gerar riqueza é aumentar de modo sustentado a oferta de bens ou serviços ou agregar valor à oferta já existente.
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Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Para quem tiver a fim de uma aulinha quase mastigada, eis aqui um esquema simplificado ( primário , mas longo. Economia não se entende com poucas palavras...e precisa um pouco de repeteco :emoticon16: )

Esta é uma aula de Economia sobre estes assuntos, que tive que adaptar, porque estava sob a forma de aula. Mas as definições mantive intactas. Mais primário, impossível.

Geração de Renda, Riqueza e Pobreza

- Acabar com a Pobreza, só através da geração de riquezas, que geram renda.
- Transferir dinheiro não é gerar riqueza, apenas transferir dinheiro. e aliviar a dor apenas temporariamente.
- A pobreza é um problema social e que prestar assistência aos indivíduos é diferente de implementar soluções duráveis para um problema social.
- O primeiro erro que se pode fazer é tentar eliminá-la através do alívio temporário da dor e do desconforto causados por ela. Esses são seus sintomas.
-Se você aliviar os sintomas, você coloca barreiras à erradicação da pobreza. Caridades aos necessitados reduz a dor deles num primeiro instante, mas os vicia a serem mais dependentes de caridades.
- Devemos criar métodos que criem formas de riqueza reais como um processo de crescimento sustentável. A riqueza, contudo, significa qualquer coisa que tenha valor, não importa seu tamanho ou medida; é o contrário de pobreza; é o valor por trás do dinheiro.
- É preciso descartar alguns pressupostos comuns: Pobreza não é apenas ausência de dinheiro e riqueza não é simplesmente possuir dinheiro. Pobreza e riqueza vão além da ausência e presença de dinheiro.
- O dinheiro pode ser usado às vezes como um medidor da riqueza, um meio de poupá-la e um útil conjunto de símbolos para a troca de riquezas.
- Entretanto, dinheiro não é riqueza e a natureza da pobreza é muito mais importante e desafiadora do que a simples ausência de dinheiro.
- O dinheiro pode ser uma ferramenta bastante útil. . Ele pode ser usado para combater a pobreza e gerar a riqueza.
- O dinheiro, por si só, não vai eliminar a pobreza. . A transferência de dinheiro, de um detentor a outro, simplesmente caracteriza um fluxo; não resolve o problema social da pobreza.

- Não podemos, simplesmente, confeccionar mais dinheiro. Se acrescentarmos mais dinheiro a uma economia (e.g. confeccionando mais cédulas) ,então, estaremos contribuindo para a inflação, fazendo o dinheiro valer menos do que valeria. Inflação é o resultado do aumento do custo dos bens.
- Não podemos, simplesmente, ofertar dinheiro aos pobres. Se fizermos essa transferência, do rico para o pobre (esmolas, caridade), não criamos novas riquezas nem atacamos as causas da pobreza.
- Se olharmos a definição econômica de riqueza, estaremos bem perto de analisar como ela é usada no combate à pobreza. Os economistas falam de "bens e serviços" com valor, mas mesmo os "bens" somente têm valor até onde podem fornecer algum serviço.
- A riqueza que é para ser criada (ou renda a ser gerada) está na forma de valor agregado.
- Isso significa que algo (valioso) já tem algum valor, e as atividades que seus participantes, trainees ou clientes tomarão, irão adicionar mais valor à elas. Esse valor adicional é a riqueza que é gerada.
- A experiência individual de pobreza, que é aliviada pela aquisição de um pouco de dinheiro, é bem diferente do problema social da pobreza, que é um problema de toda a economia - de toda a sociedade.A pobreza, como problema social, é a falta de riqueza, não de dinheiro.
- Para pessoas de baixa renda, a pobreza também é o resultado de como a riqueza é distribuída na sociedade.
- Se você só adicionar dinheiro ao sistema, você só cria inflação, e isso não livra a sociedade da pobreza. Você precisa agregar valores (riqueza) ao sistema para reduzir (não somente aliviar) a pobreza.
- A resposta para combater a pobreza, como problema social, então, é não agregar dinheiro, mas criar ou gerar riquezas; e seu trabalho como facilitador é orientar os mais pobres em métodos de geração de riqueza

- Você pode fazer três coisas com a riqueza: consumi-la, guardá-la e investi-la.

- A peça-chave do enriquecimento em um sistema econômico, então, é o investimento, onde o consumo imediato é deixado de lado, à curto prazo ou imediato, de modo a aumentar a produção de riquezas no futuro.

- As causas do problema social da pobreza têm raízes em vários fatores, especialmente os Cinco Maiores: doenças, ignorância, desonestidade, apatia e dependência.

- As doenças fazem com que a força trabalhista da sociedade seja menos produtiva.Enfermidades e mortes são subtraídas de um dos três fatores principais de produção, o trabalho humano.
Pode-se reduzir a doença através de um maior entendimento de sua prevenção, e certificando-se de que a saúde pública seja usada para preveni-la e curá-la, e não desviada para ganhos pessoais.
Assim, os fatores da pobreza são interligados: desonestidade e ignorância causam as doenças e todos os três contribuem para a pobreza.

-A ignorância, como mencionado, não é uma coisa vergonhosa, é simplesmente um fato. Ela é causada pelo isolamento, então algumas pessoas simplesmente por nunca terem ouvido falar (informação) de certas coisas não possuem o conhecimento necessário.

- Outros fatores atrelados à pobreza podem contribuir para a ignorância, incluindo as doenças e a desonestidade. Ambos contribuem para uma baixa disponibilidade de educação e informação.A desonestidade, em si, é a maior causa da pobreza como problema social. Quando uma pessoa, em posição confiável, desvia uma centena de valores para uso pessoal, a sociedade, em grande parte, pode perder muito mais do que uma centena que poderia contribuir para o desenvolvimento e a redução da pobreza.
Isso é parte do que os economistas chamam de "efeito multiplicador".
A desonestidade se desenvolve em uma atmosfera de apatia, ignorância e dependência, então, há um outro exemplo de interligação entre os fatores da pobreza. Lembre-se que isso não é um julgamento de valores.
Para combater o problema social da pobreza (se for da decisão do povo) é necessário identificar e analisar as suas causas.

- Outros fatores ligados à pobreza incluem a falta de comércio, liderança e instituições de apoio, assim como corrupção e infra-estrutura precária. Esses fatores, em si, são resultado das cinco causas-chave: apatia, doença, desonestidade, dependência e ignorância.
________________________________
http://www.scn.org/mpfc/modules/prn-welp.htm


Pessoalmente acredito que a geração de riqueza é, em si, o bom uso da riqueza se auto-administrando. Distribuição de esmolas à guiza de distribuição de renda é falácia realmente, pensamento de curto prazo e criação de dependência. A popularização de uma "cultura da pobreza" e suas conseqüências são danos irreversíveis também no curto prazo.

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Aranha
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Mensagem por Aranha »

Apocaliptica escreveu:
Abmael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:A mais nova falácia econômica na praça, defendida com energia, bravura e elevadas doses de imaginação por onze de cada dez economistas e jornalistas esquerdistas, prega que os tais programas de transferência involuntária de renda, tipo Bolsa-Família, Cheque-Cidadão, LOAS, etc., teriam o efeito de “turbinar” o crescimento da economia, através do aquecimento do consumo de baixa renda.


- Mas a fonte que apresentei é de direita!!

Abraços,


Não vem ao caso, é uma falácia "miserável" ( com trocadilho e tudo).

Ainda acho que é uma falácia política de baixo nível.



- Sua resposta só comprova que vem muito ao caso sim, ou então me explique como é que isso é uma "falácia política" se quem inventou a falácia foi uma revista de direita, que faz oposição ao governo que é de esquerda?

Abraços,
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Re.: Consumo no Nordeste cresce 143,5% em 5 anos

Mensagem por SickBoy »

isso me lembra frango e yogurte

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Abmael escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Abmael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:A mais nova falácia econômica na praça, defendida com energia, bravura e elevadas doses de imaginação por onze de cada dez economistas e jornalistas esquerdistas, prega que os tais programas de transferência involuntária de renda, tipo Bolsa-Família, Cheque-Cidadão, LOAS, etc., teriam o efeito de “turbinar” o crescimento da economia, através do aquecimento do consumo de baixa renda.


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Abraços,


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- Sua resposta só comprova que vem muito ao caso sim, ou então me explique como é que isso é uma "falácia política" se quem inventou a falácia foi uma revista de direita, que faz oposição ao governo que é de esquerda?

Abraços,


Pergunte à revista de direita. Não sou responsável pelo editorial dela.

Beijos.

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Mensagem por Samael »

Acauan escreveu:
Samael escreveu:Já pedi para me definirem o que vem a ser "gerar riqueza".



Gerar riqueza é aumentar de modo sustentado a oferta de bens ou serviços ou agregar valor à oferta já existente.


Eu nunca entendi esse termo. Quase todos os economistas liberais que li fazem uso do mesmo, mas nenhum deles nunca esclareceu "o que vem a ser".

Nesse sentido, isso seria semelhante a "crescimento econômico"?

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Tulio
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Mensagem por Tulio »

Acauan escreveu:
Samael escreveu:Já pedi para me definirem o que vem a ser "gerar riqueza".



Gerar riqueza é aumentar de modo sustentado a oferta de bens ou serviços ou agregar valor à oferta já existente.


Então não tenho dúvida que esse aumento do consumo no nordeste é geração de riqueza, pois é sustentado… sustentado pelo bolsa-esmola.
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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Abmael escreveu:- Sua resposta só comprova que vem muito ao caso sim, ou então me explique como é que isso é uma "falácia política" se quem inventou a falácia foi uma revista de direita, que faz oposição ao governo que é de esquerda?



Oi Abmael;

Vou comentar bem rapidamente porque voce esta errado dessa vez, embora nao possa fazer isso sempre pois cometi o erro de iniciar mais discussoes em varios topicos do que posso levar adiante, por enquanto.

A falacia em questao nao foi cometida pelo jornalista que redigiu a nota sobre o crescimento do consumo no Nordeste. Ele apenas fez isso, escreveu uma nota sobre um dado, nao inventou nada, nem colocou opiniao. Isso que ele escreveu e verdadeiro ou falso saindo tanto da boca de um esquerdista quanto de um direitista, dependendo apenas do grau de veracidade dos dados numericos apresentados, que pode ser apurada atraves da analise da metodologia empregada pelo orgao de pesquisa.

A falacia e cometida por economistas e politicos de esquerda que acreditam que esses deslocamentos compulsorios de renda teriam algum efeito positivo na economia ao estimular o consumo das camadas mais baixas. O texto mostra porque isso e errado ate a raiz dos cabelos.

Essa e uma lenda keynesiana que alimenta as crencas dos Samaeis e Abmaeis que postam aqui...
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Acauan
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Mensagem por Acauan »

Samael escreveu:
Acauan escreveu:
Samael escreveu:Já pedi para me definirem o que vem a ser "gerar riqueza".



Gerar riqueza é aumentar de modo sustentado a oferta de bens ou serviços ou agregar valor à oferta já existente.


Eu nunca entendi esse termo. Quase todos os economistas liberais que li fazem uso do mesmo, mas nenhum deles nunca esclareceu "o que vem a ser".

Nesse sentido, isso seria semelhante a "crescimento econômico"?


Crescimento econômico significa que o Produto Interno Bruto, soma total dos bens e serviços produzidos cresceu de um período para outro, logo, houve aumento na geração de riqueza.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Tulio escreveu:
Acauan escreveu:
Samael escreveu:Já pedi para me definirem o que vem a ser "gerar riqueza".



Gerar riqueza é aumentar de modo sustentado a oferta de bens ou serviços ou agregar valor à oferta já existente.


Então não tenho dúvida que esse aumento do consumo no nordeste é geração de riqueza, pois é sustentado… sustentado pelo bolsa-esmola.



Que se auto-sustenta pelos valores do povo brasileiro que votou neste perfil de não-crescimento.

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Huxley
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Mensagem por Huxley »

João Luiz Mauad escreveu:O que gera crescimento é a poupança, não o consumo
por João Luiz Mauad em 23 de abril de 2007

Resumo: Defender os programas de transferência involuntária de renda como socialmente necessários, é uma coisa. Agora, dizer que estas iniciativas são economicamente producentes e vantajosas é um pouco demais.

© 2007 MidiaSemMascara.org

A mais nova falácia econômica na praça, defendida com energia, bravura e elevadas doses de imaginação por onze de cada dez economistas e jornalistas esquerdistas, prega que os tais programas de transferência involuntária de renda, tipo Bolsa-Família, Cheque-Cidadão, LOAS, etc., teriam o efeito de “turbinar” o crescimento da economia, através do aquecimento do consumo de baixa renda.

Recentemente, durante a inauguração de uma nova fábrica da Nestlé no Nordeste, o presidente Lula também defendeu o disparate, argumentando que o investimento da multinacional suíça naquelas plagas nordestinas só teria sido possível graças ao aumento da renda e, conseqüentemente, da demanda na região, aumento este derivado da expansão do programa Bolsa-Família e das aposentadorias do setor rural. O raciocínio (mais uma das muitas corruptelas da teoria keynesiana) parece, em princípio, bastante lógico e consistente, no entanto, como diria o grande Bastiat, ele está baseado somente naquilo que se vê e desconsidera todos os efeitos que permanecem ocultos, bem como os de longo-prazo.

O primeiro ponto a destacar é que crescimento econômico é sinônimo de geração de novas riquezas, algo só possível com novos investimentos (uma máxima econômica tão óbvia que nem mesmo os socialistas já ousaram negar). Todo e qualquer investimento, por seu turno, tem como pressuposto básico a formação prévia de poupança, cuja origem está na abstenção voluntária do consumo por parte de alguém, seja ele o próprio investidor ou terceiros. Num certo exagero retórico, Alfred Marshall chegou a dizer que o consumo poderia ser considerado como “produção negativa”.

Pois bem, tomemos o caso da famigerada unidade de produção da Nestlé na Bahia como exemplo. Sua implantação requereu, antes de mais nada, a realização de capital para o respectivo investimento que pode ter sido obtido de três formas distintas, porém não excludentes:

1. Lucros anteriores - e não distribuídos - da própria empresa (poupança de antigos acionistas);

2. Captação de recursos no mercado de capitais (poupança de novos acionistas);

3. Captação no mercado financeiro (poupança de terceiros).

O importante a destacar aqui é que a existência e disponibilidade dos recursos alocados no investimento pela Nestlé não guardam qualquer relação, direta ou indireta, com os programas assistencialistas do governo, cuja influência, no caso específico, se deu única e exclusivamente em relação à escolha do local da nova planta, já que pesquisas de mercado muito provavelmente detectaram alguma demanda reprimida naquela região.

A economia é chamada “ciência da escassez” justamente porque os recursos disponíveis são limitados, enquanto os desejos e necessidades são ilimitados. Dessa verdade, deriva que se não podemos ter tudo o que queremos ou precisamos e estamos forçados, constantemente, a fazer escolhas. Quando a Nestlé utiliza recursos para construir uma fábrica na Bahia, outro(s) investimento(s), desta ou de outra(s) empresas deixa(m) de ser realizado(s). Chama-se a isto de “custo de oportunidade”. Em outras palavras, o custo de determinado investimento “X” equivale ao de outro(s) que poderia(m) ter sido realizado(s) - utilizando a mesma poupança - mas não foram, em virtude da escolha “X”.

Entender este conceito é importante para que possamos inferir algumas outras coisas. Em primeiro lugar, como já foi dito, outro(s) investimento(s) deixaram de ser realizados para que a Bahia ganhasse uma nova fábrica. Quem sabe alguma outra indústria em São Paulo, um novo shopping no Rio de Janeiro, algumas escolas em Pernambuco ou um conjunto residencial em Porto Alegre? Não importa. O certo é que aquele mesmo capital estaria, agora ou em algum momento do futuro próximo, gerando riquezas - e trabalho – de alguma outra maneira, na Bahia ou alhures.

O segundo ponto, este quase sempre negligenciado pela maioria dos opinantes esquerdistas, está relacionado ao efeito altamente recessivo dos programas de transferência de renda - ditos sociais. Estou falando, especificamente, de uma parcela da poupança dos brasileiros que tem se transformado em consumo, no lugar de seguir o seu caminho natural de gerar investimento.

Vamos supor, apenas para efeito de raciocínio, que Paulo seja um cidadão de classe média baixa, cujo salário mal dá conta de suas próprias necessidades. Entretanto, com grande sacrifício e esforço ele consegue poupar todo mês uma pequena parte do que ganha para no futuro comprar a casa própria.

Imagine agora que um novo governo tomou posse e, para realizar as promessas de campanha, especialmente a de distribuir renda, tenha implementado um aumento na carga tributária do país de, digamos, 5%. Este aumento – que atingiu Paulo em cheio em função da redução do limite de isenção do IR - conjugado com o aumento generalizado dos preços que ele desencadeou, tornou impossível a Paulo continuar a sua poupança mensal, forçando-o, ademais, a cortar alguns itens de consumo.

Imaginemos ainda que todo o dinheiro tirado, coercitivamente, da família de Paulo pelo governo seja repassado à família de Pedro (relembro que falamos apenas hipoteticamente, já que, na vida real, boa parte ficaria retida para pagar as despesas de custeio do próprio governo), beneficiária da “caridade” pública que o consumirá por inteiro. Temos então a seguinte situação: dos recursos tirados de Paulo por este ente magnânimo e benemerente que é o Estado, uma parte deixou de ser consumida por sua família e outra deixou de ser poupada. Na outra ponta, os recursos destinados à família de Pedro serão integralmente consumidos.

Se a transferência de renda aumentou o consumo agregado na Bahia, onde mora Pedro, ele provavelmente diminuiu no Rio de Janeiro, onde mora Paulo. O incremento da demanda por laticínios e biscoitos no Nordeste é semelhante à redução da demanda por calçados, camisas ou qualquer outro item, no Sudeste. Se, por um lado, a Nestlé criou alguns empregos na Bahia, a Alpargatas pode ter demitido funcionários em São Paulo, bem como a Hering em Sta. Catarina. Lembram-se do custo de oportunidade?

Em termos econômicos, o aspecto mais terrível desta estória, no entanto, não está na alteração dos padrões de consumo mas no fato, extremamente pernicioso, de que uma parte da poupança privada foi apropriada pelo governo e transformada em consumo, freando novos investimentos e, conseqüentemente, o crescimento.

Defender os programas de transferência involuntária de renda como socialmente necessários, ainda que possamos discordar em seus aspectos morais, é uma coisa. Agora, dizer que estas iniciativas são economicamente producentes e vantajosas é um pouco demais.


http://www.midiasemmascara.com.br/artig ... anguage=pt



Para ver como este texto contradiz todo o nosso conhecimento sobre Teoria do Crescimento e também a Contabilidade Social, imaginem duas situações extremas:

1-A taxa de poupança de um país é igual a zero.Neste caso, o capital e o produto da economia será zero.Logo, o consumo de longo prazo também será igual a zero.

2-A taxa de poupança de um país é igual a 1.Neste caso, o capital estará num nível alto, assim como o nível de produto.Entretanto, o nível de capital é sustentado direcionando TODO o produto da economia APENAS para substituir a depreciação!Numa situação dessas, ninguém consome nada.Obviamente, o consumo de longo prazo será igual a zero.

É verdade que freqüentemente um aumento da taxa de poupança faz aumentar o consumo de longo prazo.Mas dá para perceber claramente através desses dois exemplos extremos que existe um nível de taxa de poupança entre 0 e 1 que maximiza o consumo de longo prazo.Ele e o que os economistas chamam de “nível da regra de ouro do capital”.Aumentos do capital associados ao aumento da taxa de poupança além desse nível só fazem reduzir o consumo por trabalhador.Isso ocorre porque tais aumentos de capital associados ao incremento de poupança só produzem um incremento pequeno no produto, que é insuficiente para cobrir os gastos com depreciação.

Teoricamente, poderíamos supor que o crescimento apenas através do incremento da taxa de poupança não tem limites até a última atingir o valor de 1.Mas na prática, não é isso o que acontece.Devido a leis dos rendimentos decrescentes do capital, chegará um determinado estágio neste modelo de crescimento em que a sociedade não desejará poupar e investir porque será preciso aumentos cada vez maiores de capital para manter aumentos constantes do produto.Essa é a razão porque está ERRADO dizer que crescimento só se sustenta através de incremento de poupança, porque nem sempre as coisas funcionam assim.Crescimento também depende de uma outra variável chamada “taxa de crescimento do progresso tecnológico”.Esse último termo designa a melhoria da aplicação dos conhecimentos científicos à produção em geral, permitindo produzir mais em relação a um período anterior com a mesma quantidade de capital e trabalho.

Vamos a lista de outros absurdos ditos pelo sr.Maud neste texto:

Desinformação 1: Porque motivo a implementação de um programa de transferência de renda do tamanho do Bolsa Família necessariamente aumentaria a carga tributária?O Bolsa Família consome apenas 0,4% do PIB.Para vocês terem uma idéia de quanto isso representa, o gasto com pagamento da dívida consome cerca de 7% do PIB.Só a redução com o pagamento de juros da dívida pública que ocorreu de 2005 a 2006 seria um valor que compensaria o gasto que ocorreu se colocássemos um programa social que consume míseros 0,4% do PIB.Ver: http://www.bcb.gov.br/

Desinformação 2:Uma redistribuição de renda através de programas de transferência de renda NÃO É um jogo de soma zero.Famílias com renda mais alta pagam alíquotas tributárias mais elevadas.Famílias com renda mais baixa têm propensão marginal a consumir maior do que as famílias com renda mais alta (ou seja, gastam parcelas maiores de sua renda).Logo, redistribuir renda através de políticas sociais compensatórias significa aumentar a propensão marginal a consumir da economia.O consumo agregado depende da variável “propensão marginal a consumir”.E como o PIB depende da variável consumo (“lei” básica da Contabilidade Social, PIB em um ano =Demanda Agregada= Consumo + Investimento +Gasto governamental+ Saldo comercial), então podemos dizer que o último afeta o produto efetivo da economia.Dizer que crescimento econômico só é possível com novos investimentos está COMPLETAMENTE ERRADO.

Desinformação 3: “O consumo não afeta o nível de produto efetivo da economia” é uma afirmação que só é verdadeira se referir apenas ao caso onde a economia já estiver no “nível de produção potencial”.O último termo designa o nível de produção que ocorreria caso uma economia utilizasse todo o potencial produtivo (fatores de produção: capital e trabalho) disponíveis.Neste caso, o aumento do consumo só geraria aumento de preços, porque a economia já se encontraria em nível de plena capacidade.Em caso da produção real estiver ABAIXO do nível de produção potencial, o maior consumo agregado farão as empresas utilizarem os fatores de produção que estavam ociosos, já que no capitalismo moderno as empresas constroem capacidade produtiva à frente da demanda e comumente estão na situação onde as crises conjunturais as obrigam a subutilizarem sua capacidade produtiva.A produção aumentará, assim como o nível da renda nacional.Quando a economia está abaixo do nível de produção potencial, a demanda por poupança (investimento + gasto governamental) é menor que a oferta por poupança ( poupança + arrecadação tributária).De nada adianta ter poupança disponível, se você não a “consome” em forma de investimento.Essa informação pode ser encontrada em QUALQUER livro de Macroeconomia e pode ser confirmada por QUALQUER professor de Ciências Econômicas.Quem tiver dúvida, é só fazer o teste.

Desinformação 4: É verdade que os livros-textos de economia dizem que, no longo prazo macroeconômico, a Lei de Say (“a oferta gera a sua própria demanda”) postula que as forças do mercado colocarão a economia em nível de produção potencial e diluirão os efeitos de curto prazo. Mas “longo prazo macroeconômico” é algo descreve o que acontece numa economia em aproximadamente 10 anos ou mais (estimativa do professor do MIT, Oliver Blanchard, na sua obra “Macroeconomia, 3ª edição”).Só para efeito de comparação, os dois mandatos de Lula durarão apenas oito anos.Caso nos referirmos uma situação onde a economia tem sucessivos choques negativos na demanda agregada, “Equilíbrio de Longo Prazo” vira algo tão distante, que se torna uma abstração teórica.Vide a Grande Depressão americana de 1929 e suas sucessivas falências bancárias.Na verdade, nem precisamos de casos extremos como esse para postular isso!Basta que uma economia tenha ficado fora do nível de plena capacidade a maior parte do tempo durante um determinado período (digamos, 1977-2007) para que as intervenções governamentais na demanda agregada terem tido impacto no produto durante tal período.E o que diferencia a ortodoxia da heterodoxia econômica é tão somente a forma como elas respondem a estas duas perguntas: 1) Quanto tempo dura o longo prazo macroeconômico? 2)A economia geralmente se encontra em nível de produção potencial? Respostas da ortodoxia: 1)Pouco Tempo. 2)Sim. Respostas da heterodoxia: 1)Muito Tempo. 2)Não.Em nota: O professor do MIT que citei aqui é um autor ortodoxo (é claro que há pessoas mais a direita que ele, mas isso não faz diferença).
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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emmmcri
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Re.: Consumo no Nordeste cresce 143,5% em 5 anos

Mensagem por emmmcri »

Aqui o Cabeção desistiu.

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A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
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Trancado