A invenção da crise
A invenção da crise
Um texto longo, mas creio que tem muito a ver com o que muitos colocaram aqui, tanto quanto às defesas, quanto às criticas.
Após o comentário de MArilena, vem algumas perguntas feitas à ela quanto o que e quando poderia ser feito. Creio que valha a pena.
Johnny
-------------------------------------------------------------
Marilena Chauí
Era o fim da tarde. Estava num hotel-fazenda com meus netos e resolvemos ver jogos do PAN-2007. Liguei a televisão e “caí” num canal que exibia um incêndio de imensas proporções enquanto a voz de um locutor dizia: “o governo matou 200 pessoas!”. Fiquei estarrecida e minha primeira reação foi típica de sul-americana dos anos 1960: “Meu Deus! É como o La Moneda e Allende! Lula deve estar cercado no Palácio do Planalto, há um golpe de Estado e já houve 200 mortes! Que vamos fazer?”. Mas enquanto meu pensamento tomava essa direção, a imagem na tela mudou. Apareceu um locutor que bradava: “Mais um crime do apagão aéreo! O avião da TAM não tinha condições para pousar em Congonhas porque a pista não está pronta e porque não há espaço para manobra! Mais um crime do governo!”. Só então compreendi que se tratava de um acidente aéreo e que o locutor responsabilizava o governo pelo acontecimento.
Fiquei ainda mais perplexa: como o locutor sabia qual a causa do acidente, se esta só é conhecida depois da abertura da caixa preta do avião? Enquanto me fazia esta pergunta e angustiada desejava saber o que havia ocorrido, pensando no desespero dos passageiros e de suas famílias, o locutor, por algum motivo, mudou a locução: surgiram expressões como “parece que”, “pode ser que”, “quando se souber o que aconteceu”. E eu me disse: mas se é assim, como ele pôde dizer, há alguns segundos, que o governo cometeu o crime de assassinar 200 pessoas?
Mudei de canal. E a situação se repetia em todos os canais: primeiro, a afirmação peremptória de que se tratava de mais um episódio da crise do apagão aéreo; a seguir, que se tratava de mais uma calamidade produzida pelo governo Lula; em seguida, que não se sabia se a causa do acidente havia sido a pista molhada ou uma falha do avião. Pessoas eram entrevistadas para dizer (of course) o que sentiam. Autoridades de todo tipo eram trazidas à tela para explicar porque Lula era responsável pelo acidente. ETC.
Mas de todo o aparato espetacular de exploração da tragédia e de absoluto silêncio sobre a empresa aérea, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes entre 1996 e 2007 (incluindo o que matou o próprio dono da empresa!), o que me deixou paralisada foi o instante inicial do “noticiário”, quando vi a primeira imagem e ouvi a primeira fala, isto é, a presença da guerra civil e do golpe de Estado. A desaparição da imagem do incêndio e a mudança das falas nos dias seguintes não alteraram minha primeira impressão: a grande mídia foi montando, primeiro, um cenário de guerra e, depois, de golpe de Estado. E, em certos casos, a atitude chega ao ridículo, estabelecendo relações entre o acidente da TAM, o governo Lula, Marx, Lênin e Stálin, mais o Muro de Berlim!!!
1) Que papel desempenhou a mídia brasileira – especialmente a televisão – na “crise aérea” ?
Meu relato já lhe dá uma idéia do que penso. O que mais impressiona é a velocidade com que a mídia determinou as causas do acidente, apontou responsáveis e definiu soluções urgentes e drásticas!
Mas acho que vale a pena lembrar o essencial: desde o governo FHC, há o projeto de privatizar a INFRAERO e o acidente da GOL, mais a atitude compreensível de auto-proteção assumida pelos controladores aéreos foi o estopim para iniciar uma campanha focalizando a incompetência governamental, de maneira a transformar numa verdade de fato e de direito a necessidade da privatização. É disso que se trata no plano dos interesses econômicos.
No plano político, a invenção da crise aérea simplesmente é mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula, vista como ofensa pessoal à competência técnica e política da auto-denominada elite brasileira. É bom a gente não esquecer de uma afirmação paradigmática da mídia e desses setores oposicionistas no dia seguinte às eleições: “o povo votou contra a opinião pública”. Eu acho essa afirmação o mais perfeito auto-retrato da mídia brasileira!
Do ponto de vista da operação midiática propriamente dita, é interessante observar que a mídia:
a) não dá às greves dos funcionários do INSS a mesma relevância que recebem as ações dos controladores aéreos, embora os efeitos sobre as vidas humanas sejam muito mais graves no primeiro caso do que no segundo. Mas pobre trabalhador nasceu para sofrer e morrer, não é? Já a classe média e a elite... bem, é diferente, não? A dedicação quase religiosa da mídia com os atrasos de aviões chega a ser comovente...
b) noticiou o acidente da TAM dando explicações como se fossem favas contadas sobre as causas do acontecimento antes que qualquer informação segura pudesse ser transmitida à população. Primeiro, atribuiu o acidente à pista de Congonhas e à Infraero; depois aos excessos da malha aérea, responsabilizando a ANAC; em seguida, depois de haver deixado bem marcada a responsabilidade do governo, levantou suspeitas sobre o piloto (novato, desconhecia o AIRBUS, errou na velocidade de pouso, etc.); passou como gato sobre brasas acerca da responsabilidade da TAM; fez afirmações sobre a extensão da pista principal de Congonhas como insuficiente, deixando de lado, por exemplo, que a de Santos Dumont e Pampulha são menos extensas;
c) estabeleceu ligações entre o acidente da GOL e o da TAM e de ambos com a posição dos controladores aéreos, da ANAC e da INFRAERO, levando a população a identificar fatos diferentes e sem ligação entre si, criando o sentimento de pânico, insegurança, cólera e indignação contra o governo Lula. Esses sentimentos foram aumentados com a foto de Marco Aurélio Garcia e a repetição descontextualizada de frases de Guido Mântega, Marta Suplicy e Lula;
d) definiu uma cronologia para a crise aérea dando-lhe um começo no acidente da GOL, quando se sabe que há mais de 15 anos o setor aéreo vem tendo problemas variados; em suma, produziu uma cronologia que faz coincidir os problemas do setor e o governo Lula;
e) vem deixando em silêncio a péssima atuação da TAM, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes, desde 1996, três deles ocorridos em Congonhas e um deles em Paris – e não dá para dizer que as condições áreas da França são inadequadas! A supervisão dos aparelhos é feita em menos de 15 minutos; defeitos são considerados sem gravidade e a decolagem autorizada, resultando em retornos quase imediatos ao ponto de partida; os pilotos voam mais tempo do que o recomendado; a rotatividade da mão de obra é intensa; a carga excede o peso permitido (consta que o AIRBUS acidentado estava com excesso de combustível por haver enchido os tanques acima do recomendado porque o combustível é mais barato em Porto Alegre!); etc.
f) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que Congonhas, entre 1986 e 1994, só fazia ponte-aérea e, sem mais essa nem aquela, desde 1995 passou a fazer até operações internacionais. Por que será? Que aconteceu a partir de 1995?
g) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que, desde os anos 1980, a exploração imobiliária (ou o eterno poder das construtoras) verticalizou gigantesca e criminosamente Moema, Indianópolis, Campo Belo e Jabaquara. Quando Erundina foi prefeita, lembro-me da grande quantidade de edifícios projetados para esses bairros e cuja construção foi proibida ou embargada, mas que subiram aos céus sem problema a partir de 1993. Por que? Qual a responsabilidade da Prefeitura e da Câmara Municipal?
2) Como a sra. avalia a reação do Governo Lula à atuação da mídia nesse episódio ?
Fraca e decepcionante, como no caso do mensalão. Demorou para se manifestar. Quando o fez, se colocou na defensiva.
O que teria sido politicamente eficaz e adequado?
Já na primeira hora, entrar em rede nacional de rádio e televisão e expor à população o ocorrido, as providências tomadas e a necessidade de aguardar informações seguras.
Todos os dias, no chamado “horário nobre”, entrar em rede nacional de rádio e televisão, expondo as ações do dia não só no tocante ao acidente, mas também com relação às questões aéreas nacionais, além de apresentar novos fatos e novas informações, desmentindo informações incorretas e alertando a população sobre isso.
Mobilizar os parlamentares e o PT para uma ação nacional de informação, esclarecimento e refutação imediata de notícias incorretas.
3) Em “Leituras da Crise”, a sra. discute a tentativa do impeachment do Presidente na chamada “crise do mensalão”. Há sra. vê sinais de uma nova tentativa de impeachment ?
Sim. Como eu disse acima, a mídia e setores da oposição política ainda estão inconformados com a reeleição de Lula e farão durante o segundo mandato o que fizeram durante o primeiro, isto é, a tentativa contínua de um golpe de Estado. Tentaram desestabilizar o governo usando como arma as ações da Polícia Federal e do Ministério Público e, depois, com o caso Renan (aliás, o governador Requião foi o único que teve a presença de espírito e a coragem política para indagar porque não houve uma CPI contra o presidente FHC, cuja história privada, durante a presidência, se assemelhou muito à de Renan Calheiros). Como nenhuma das duas tentativas funcionou, esperou-se que a “crise aérea” fizesse o serviço. Como isso não vai acontecer, vamos ver qual vai ser a próxima tentativa, pois isso vai ser assim durante quatro anos.
4) No fim de “Simulacro e Poder” a sra. diz: “... essa ideologia opera com a figura do especialista. Os meios de comunicação não só se alimentam dessa figura, mas não cessam de instituí-la como sujeito da comunicação ...Ideologicamente ... o poder da comunicação de massa não é igual ou semelhante ao da antiga ideologia burguesa, que realizava uma inculcação de valores e idéias. Dizendo-nos o que devemos pensar, sentir, falar e fazer, (a comunicação de massa) afirma que nada sabemos e seu poder se realiza como intimidação social e cultural... O que torna possível essa intimidação e a eficácia da operação dos especialistas ... é ... a presença cotidiana ... em todas as esferas da nossa existência ... essa capacidade é a competência suprema, a forma máxima de poder: o de criar realidade. Esse poder é ainda maior (igualando-se ao divino) quando, graças a instrumentos técnico-cientificos, essa realidade é virtual ou a virtualidade é real...” Qual a relação entre esse trecho de “Simulacro e Poder” e o que se passa hoje ?
Antes de me referir à questão do virtual, gostaria de enfatizar a figura do especialista competente, isto é, daquele é supostamente portador de um saber que os demais não possuem e que lhe dá o direito e o poder de mandar, comandar, impor suas idéias e valores e dirigir as consciências e ações dos demais. Como vivemos na chamada “sociedade do conhecimento”, isto é, uma sociedade na qual a ciência e a técnica se tornaram forças produtivas do capital e na qual a posse de conhecimentos ou de informações determina a quantidade e extensão de poder, o especialista tem um poder de intimidação social porque aparece como aquele que possui o conhecimento verdadeiro, enquanto os demais são ignorantes e incompetentes. Do ponto de vista da democracia, essa situação exige o trabalho incessante dos movimentos sociais e populares para afirmar sua competência social e política, reivindicar e defender direitos que assegurem sua validade como cidadãos e como seres humanos, que não podem ser invalidados pela ideologia da competência tecno-científica. E é essa suposta competência que aparece com toda força na produção do virtual.
Em “Simulacro e poder” em me refiro ao virtual produzido pelos novos meios tecnológicos de informação e comunicação, que substituem o espaço e o tempo reais – isto é, da percepção, da vivência individual e coletiva, da geografia e da história – por um espaço e um tempo reduzidos a um única dimensão; o espaço virtual só possui a dimensão do “aqui” (não há o distante e o próximo, o invisível, a diferença) e o tempo virtual só possui a dimensão do “agora” (não há o antes e o depois, o passado e o futuro, o escoamento e o fluxo temporais). Ora, as experiências de espaço e tempo são determinantes de noções como identidade e alteridade, subjetividade e objetividade, causalidade, necessidade, liberdade, finalidade, acaso, contingência, desejo, virtude, vício, etc. Isso significa que as categorias de que dispomos para pensar o mundo deixam de ser operantes quando passamos para o plano do virtual e este substitui a realidade por algo outro, ou uma “realidade” outra, produzida exclusivamente por meios tecnológicos. Como se trata da produção de uma “realidade”, trata-se de um ato de criação, que outrora as religiões atribuíam ao divino e a filosofia atribuía à natureza. Os meios de informação e comunicação julgam ter tomado o lugar dos deuses e da natureza e por isso são onipotentes – ou melhor, acreditam-se onipotentes. Penso que a mídia absorve esse aspecto metafísico das novas tecnologias, o transforma em ideologia e se coloca a si mesma como poder criador de realidade: o mundo é o que está na tela da televisão, do computador ou do celular. A “crise aérea” a partir da encenação espetacularizada da tragédia do acidente do avião da TAM é um caso exemplar de criação de “realidade”.
Mas essa onipotência da mídia tem sido contestada socialmente, politicamente e artisticamente: o que se passa hoje no Iraque, a revolta dos jovens franceses de origem africana e oriental, o fracasso do golpe contra Chavez, na Venezuela, a “crise do mensalão” e a “crise aérea”, no Brasil, um livro como “O apanhador de pipas” ou um filme como “Filhos da Esperança” são bons exemplos da contestação dessa onipotência midiática fundada na tecnologia do virtual.
--------------------------------------------------------------------------------
Pedi à professora Marilena Chauí para responder a essas três perguntas para usar no curso sobre “Telejornalismo” que dou, no momento, na Casa do Saber, em São Paulo. (http://www.casadosaber.com.br/)
Esse texto entra no ar, aqui no iG, no Conversa Afiada, ao mesmo tempo em que os alunos do curso recebem uma cópia.
Os livros citados são: “Leituras da Crise”- “Diálogos sobre o PT, a Democracia Brasileira e o Socialismo”, Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2006, com entrevistas também de Leonardo Boff, João Pedro Stedile e Wanderley Guilherme dos Santos; e “Simulacro e Poder” – Uma Análise da Mídia” – Marilena Chauí, Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2006. (PHA)
Após o comentário de MArilena, vem algumas perguntas feitas à ela quanto o que e quando poderia ser feito. Creio que valha a pena.
Johnny
-------------------------------------------------------------
Marilena Chauí
Era o fim da tarde. Estava num hotel-fazenda com meus netos e resolvemos ver jogos do PAN-2007. Liguei a televisão e “caí” num canal que exibia um incêndio de imensas proporções enquanto a voz de um locutor dizia: “o governo matou 200 pessoas!”. Fiquei estarrecida e minha primeira reação foi típica de sul-americana dos anos 1960: “Meu Deus! É como o La Moneda e Allende! Lula deve estar cercado no Palácio do Planalto, há um golpe de Estado e já houve 200 mortes! Que vamos fazer?”. Mas enquanto meu pensamento tomava essa direção, a imagem na tela mudou. Apareceu um locutor que bradava: “Mais um crime do apagão aéreo! O avião da TAM não tinha condições para pousar em Congonhas porque a pista não está pronta e porque não há espaço para manobra! Mais um crime do governo!”. Só então compreendi que se tratava de um acidente aéreo e que o locutor responsabilizava o governo pelo acontecimento.
Fiquei ainda mais perplexa: como o locutor sabia qual a causa do acidente, se esta só é conhecida depois da abertura da caixa preta do avião? Enquanto me fazia esta pergunta e angustiada desejava saber o que havia ocorrido, pensando no desespero dos passageiros e de suas famílias, o locutor, por algum motivo, mudou a locução: surgiram expressões como “parece que”, “pode ser que”, “quando se souber o que aconteceu”. E eu me disse: mas se é assim, como ele pôde dizer, há alguns segundos, que o governo cometeu o crime de assassinar 200 pessoas?
Mudei de canal. E a situação se repetia em todos os canais: primeiro, a afirmação peremptória de que se tratava de mais um episódio da crise do apagão aéreo; a seguir, que se tratava de mais uma calamidade produzida pelo governo Lula; em seguida, que não se sabia se a causa do acidente havia sido a pista molhada ou uma falha do avião. Pessoas eram entrevistadas para dizer (of course) o que sentiam. Autoridades de todo tipo eram trazidas à tela para explicar porque Lula era responsável pelo acidente. ETC.
Mas de todo o aparato espetacular de exploração da tragédia e de absoluto silêncio sobre a empresa aérea, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes entre 1996 e 2007 (incluindo o que matou o próprio dono da empresa!), o que me deixou paralisada foi o instante inicial do “noticiário”, quando vi a primeira imagem e ouvi a primeira fala, isto é, a presença da guerra civil e do golpe de Estado. A desaparição da imagem do incêndio e a mudança das falas nos dias seguintes não alteraram minha primeira impressão: a grande mídia foi montando, primeiro, um cenário de guerra e, depois, de golpe de Estado. E, em certos casos, a atitude chega ao ridículo, estabelecendo relações entre o acidente da TAM, o governo Lula, Marx, Lênin e Stálin, mais o Muro de Berlim!!!
1) Que papel desempenhou a mídia brasileira – especialmente a televisão – na “crise aérea” ?
Meu relato já lhe dá uma idéia do que penso. O que mais impressiona é a velocidade com que a mídia determinou as causas do acidente, apontou responsáveis e definiu soluções urgentes e drásticas!
Mas acho que vale a pena lembrar o essencial: desde o governo FHC, há o projeto de privatizar a INFRAERO e o acidente da GOL, mais a atitude compreensível de auto-proteção assumida pelos controladores aéreos foi o estopim para iniciar uma campanha focalizando a incompetência governamental, de maneira a transformar numa verdade de fato e de direito a necessidade da privatização. É disso que se trata no plano dos interesses econômicos.
No plano político, a invenção da crise aérea simplesmente é mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula, vista como ofensa pessoal à competência técnica e política da auto-denominada elite brasileira. É bom a gente não esquecer de uma afirmação paradigmática da mídia e desses setores oposicionistas no dia seguinte às eleições: “o povo votou contra a opinião pública”. Eu acho essa afirmação o mais perfeito auto-retrato da mídia brasileira!
Do ponto de vista da operação midiática propriamente dita, é interessante observar que a mídia:
a) não dá às greves dos funcionários do INSS a mesma relevância que recebem as ações dos controladores aéreos, embora os efeitos sobre as vidas humanas sejam muito mais graves no primeiro caso do que no segundo. Mas pobre trabalhador nasceu para sofrer e morrer, não é? Já a classe média e a elite... bem, é diferente, não? A dedicação quase religiosa da mídia com os atrasos de aviões chega a ser comovente...
b) noticiou o acidente da TAM dando explicações como se fossem favas contadas sobre as causas do acontecimento antes que qualquer informação segura pudesse ser transmitida à população. Primeiro, atribuiu o acidente à pista de Congonhas e à Infraero; depois aos excessos da malha aérea, responsabilizando a ANAC; em seguida, depois de haver deixado bem marcada a responsabilidade do governo, levantou suspeitas sobre o piloto (novato, desconhecia o AIRBUS, errou na velocidade de pouso, etc.); passou como gato sobre brasas acerca da responsabilidade da TAM; fez afirmações sobre a extensão da pista principal de Congonhas como insuficiente, deixando de lado, por exemplo, que a de Santos Dumont e Pampulha são menos extensas;
c) estabeleceu ligações entre o acidente da GOL e o da TAM e de ambos com a posição dos controladores aéreos, da ANAC e da INFRAERO, levando a população a identificar fatos diferentes e sem ligação entre si, criando o sentimento de pânico, insegurança, cólera e indignação contra o governo Lula. Esses sentimentos foram aumentados com a foto de Marco Aurélio Garcia e a repetição descontextualizada de frases de Guido Mântega, Marta Suplicy e Lula;
d) definiu uma cronologia para a crise aérea dando-lhe um começo no acidente da GOL, quando se sabe que há mais de 15 anos o setor aéreo vem tendo problemas variados; em suma, produziu uma cronologia que faz coincidir os problemas do setor e o governo Lula;
e) vem deixando em silêncio a péssima atuação da TAM, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes, desde 1996, três deles ocorridos em Congonhas e um deles em Paris – e não dá para dizer que as condições áreas da França são inadequadas! A supervisão dos aparelhos é feita em menos de 15 minutos; defeitos são considerados sem gravidade e a decolagem autorizada, resultando em retornos quase imediatos ao ponto de partida; os pilotos voam mais tempo do que o recomendado; a rotatividade da mão de obra é intensa; a carga excede o peso permitido (consta que o AIRBUS acidentado estava com excesso de combustível por haver enchido os tanques acima do recomendado porque o combustível é mais barato em Porto Alegre!); etc.
f) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que Congonhas, entre 1986 e 1994, só fazia ponte-aérea e, sem mais essa nem aquela, desde 1995 passou a fazer até operações internacionais. Por que será? Que aconteceu a partir de 1995?
g) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que, desde os anos 1980, a exploração imobiliária (ou o eterno poder das construtoras) verticalizou gigantesca e criminosamente Moema, Indianópolis, Campo Belo e Jabaquara. Quando Erundina foi prefeita, lembro-me da grande quantidade de edifícios projetados para esses bairros e cuja construção foi proibida ou embargada, mas que subiram aos céus sem problema a partir de 1993. Por que? Qual a responsabilidade da Prefeitura e da Câmara Municipal?
2) Como a sra. avalia a reação do Governo Lula à atuação da mídia nesse episódio ?
Fraca e decepcionante, como no caso do mensalão. Demorou para se manifestar. Quando o fez, se colocou na defensiva.
O que teria sido politicamente eficaz e adequado?
Já na primeira hora, entrar em rede nacional de rádio e televisão e expor à população o ocorrido, as providências tomadas e a necessidade de aguardar informações seguras.
Todos os dias, no chamado “horário nobre”, entrar em rede nacional de rádio e televisão, expondo as ações do dia não só no tocante ao acidente, mas também com relação às questões aéreas nacionais, além de apresentar novos fatos e novas informações, desmentindo informações incorretas e alertando a população sobre isso.
Mobilizar os parlamentares e o PT para uma ação nacional de informação, esclarecimento e refutação imediata de notícias incorretas.
3) Em “Leituras da Crise”, a sra. discute a tentativa do impeachment do Presidente na chamada “crise do mensalão”. Há sra. vê sinais de uma nova tentativa de impeachment ?
Sim. Como eu disse acima, a mídia e setores da oposição política ainda estão inconformados com a reeleição de Lula e farão durante o segundo mandato o que fizeram durante o primeiro, isto é, a tentativa contínua de um golpe de Estado. Tentaram desestabilizar o governo usando como arma as ações da Polícia Federal e do Ministério Público e, depois, com o caso Renan (aliás, o governador Requião foi o único que teve a presença de espírito e a coragem política para indagar porque não houve uma CPI contra o presidente FHC, cuja história privada, durante a presidência, se assemelhou muito à de Renan Calheiros). Como nenhuma das duas tentativas funcionou, esperou-se que a “crise aérea” fizesse o serviço. Como isso não vai acontecer, vamos ver qual vai ser a próxima tentativa, pois isso vai ser assim durante quatro anos.
4) No fim de “Simulacro e Poder” a sra. diz: “... essa ideologia opera com a figura do especialista. Os meios de comunicação não só se alimentam dessa figura, mas não cessam de instituí-la como sujeito da comunicação ...Ideologicamente ... o poder da comunicação de massa não é igual ou semelhante ao da antiga ideologia burguesa, que realizava uma inculcação de valores e idéias. Dizendo-nos o que devemos pensar, sentir, falar e fazer, (a comunicação de massa) afirma que nada sabemos e seu poder se realiza como intimidação social e cultural... O que torna possível essa intimidação e a eficácia da operação dos especialistas ... é ... a presença cotidiana ... em todas as esferas da nossa existência ... essa capacidade é a competência suprema, a forma máxima de poder: o de criar realidade. Esse poder é ainda maior (igualando-se ao divino) quando, graças a instrumentos técnico-cientificos, essa realidade é virtual ou a virtualidade é real...” Qual a relação entre esse trecho de “Simulacro e Poder” e o que se passa hoje ?
Antes de me referir à questão do virtual, gostaria de enfatizar a figura do especialista competente, isto é, daquele é supostamente portador de um saber que os demais não possuem e que lhe dá o direito e o poder de mandar, comandar, impor suas idéias e valores e dirigir as consciências e ações dos demais. Como vivemos na chamada “sociedade do conhecimento”, isto é, uma sociedade na qual a ciência e a técnica se tornaram forças produtivas do capital e na qual a posse de conhecimentos ou de informações determina a quantidade e extensão de poder, o especialista tem um poder de intimidação social porque aparece como aquele que possui o conhecimento verdadeiro, enquanto os demais são ignorantes e incompetentes. Do ponto de vista da democracia, essa situação exige o trabalho incessante dos movimentos sociais e populares para afirmar sua competência social e política, reivindicar e defender direitos que assegurem sua validade como cidadãos e como seres humanos, que não podem ser invalidados pela ideologia da competência tecno-científica. E é essa suposta competência que aparece com toda força na produção do virtual.
Em “Simulacro e poder” em me refiro ao virtual produzido pelos novos meios tecnológicos de informação e comunicação, que substituem o espaço e o tempo reais – isto é, da percepção, da vivência individual e coletiva, da geografia e da história – por um espaço e um tempo reduzidos a um única dimensão; o espaço virtual só possui a dimensão do “aqui” (não há o distante e o próximo, o invisível, a diferença) e o tempo virtual só possui a dimensão do “agora” (não há o antes e o depois, o passado e o futuro, o escoamento e o fluxo temporais). Ora, as experiências de espaço e tempo são determinantes de noções como identidade e alteridade, subjetividade e objetividade, causalidade, necessidade, liberdade, finalidade, acaso, contingência, desejo, virtude, vício, etc. Isso significa que as categorias de que dispomos para pensar o mundo deixam de ser operantes quando passamos para o plano do virtual e este substitui a realidade por algo outro, ou uma “realidade” outra, produzida exclusivamente por meios tecnológicos. Como se trata da produção de uma “realidade”, trata-se de um ato de criação, que outrora as religiões atribuíam ao divino e a filosofia atribuía à natureza. Os meios de informação e comunicação julgam ter tomado o lugar dos deuses e da natureza e por isso são onipotentes – ou melhor, acreditam-se onipotentes. Penso que a mídia absorve esse aspecto metafísico das novas tecnologias, o transforma em ideologia e se coloca a si mesma como poder criador de realidade: o mundo é o que está na tela da televisão, do computador ou do celular. A “crise aérea” a partir da encenação espetacularizada da tragédia do acidente do avião da TAM é um caso exemplar de criação de “realidade”.
Mas essa onipotência da mídia tem sido contestada socialmente, politicamente e artisticamente: o que se passa hoje no Iraque, a revolta dos jovens franceses de origem africana e oriental, o fracasso do golpe contra Chavez, na Venezuela, a “crise do mensalão” e a “crise aérea”, no Brasil, um livro como “O apanhador de pipas” ou um filme como “Filhos da Esperança” são bons exemplos da contestação dessa onipotência midiática fundada na tecnologia do virtual.
--------------------------------------------------------------------------------
Pedi à professora Marilena Chauí para responder a essas três perguntas para usar no curso sobre “Telejornalismo” que dou, no momento, na Casa do Saber, em São Paulo. (http://www.casadosaber.com.br/)
Esse texto entra no ar, aqui no iG, no Conversa Afiada, ao mesmo tempo em que os alunos do curso recebem uma cópia.
Os livros citados são: “Leituras da Crise”- “Diálogos sobre o PT, a Democracia Brasileira e o Socialismo”, Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2006, com entrevistas também de Leonardo Boff, João Pedro Stedile e Wanderley Guilherme dos Santos; e “Simulacro e Poder” – Uma Análise da Mídia” – Marilena Chauí, Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2006. (PHA)
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re.: A invenção da crise
Depois, vejam algumas colocações sobre a Globo aqui: http://conversa-afiada.ig.com.br/
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- Led Zeppelin
- Mensagens: 2558
- Registrado em: 16 Ago 2006, 17:29
- Localização: Patos de Minas - MG
- Contato:
Re.: A invenção da crise
Li o texto todo.
Daqui em diante a mulher só falou bosta. Mas antes disso ela falou algumas verdades.
No plano político, a invenção da crise aérea simplesmente é mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula, vista como ofensa pessoal à competência técnica e política da auto-denominada elite brasileira. É bom a gente não esquecer de uma afirmação
Daqui em diante a mulher só falou bosta. Mas antes disso ela falou algumas verdades.
"Sua calcinha nos joelhos, sua bunda detonada... fazendo o velho movimento de entra e sai"
Re.: A invenção da crise
Pelo menos por enquanto ninguém parou "por aqui"; por causa da autora. 

"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).
Re.: A invenção da crise
Vixe!!!!
Foi mais rápido do que eu pensava....




Foi mais rápido do que eu pensava....




"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).
Re.: A invenção da crise
Johnny,
Ainda não li o texto todo, mas prometo que vou comentar aqui sobre o texto. Enquanto isso é uma ótima recomendação ler o livro A Era dos Escândalos de Mário Rosa que aborda a estrutura da mídia brasileira diante os maiores escândalos feitos no país até a publicação do livro.
[center]
[/center]
Mario Rosa oferece uma forma de análise para o auto-conhecimento e a formação de sua imagem na sociedade, com isso ele tem o objetivo de exprimir falhas na mídia brasileira, alguns equívocos cometido pelas pessoas envolvida nas crises e escândalos.
Uma das partes mais importantes aqui, é relatar que o livro de Mario Rosa é contado pelas pessoas das quais vivenciaram a crise e logo após isso ele aborda a sua visão dos fatos, que eu achei muito realista e consisa.
Descrição:
Como funciona a "linha de montagem" dos escândalos na mídia e na sociedade brasileira? O que fazer para proteger sua credibilidade numa crise? Estas e muitas outras perguntas cruciais são abordadas aqui de forma inédita pelo consultor de imagem Mário Rosa.
O livro é dividido em 10 casos relatados em 1a pessoa, que ensinam como empresas de grande porte, políticos, profissionais liberais e artistas, todos de expressão nacional, superaram grandes crises. Traz também uma análise inédita do escândalo no Brasil, demonstrando que ele é muito diferente do de outros países. O leitor vai poder entender, finalmente, tudo dos escândalos que não aparece nos jornais.
Ainda não li o texto todo, mas prometo que vou comentar aqui sobre o texto. Enquanto isso é uma ótima recomendação ler o livro A Era dos Escândalos de Mário Rosa que aborda a estrutura da mídia brasileira diante os maiores escândalos feitos no país até a publicação do livro.
[center]

Mario Rosa oferece uma forma de análise para o auto-conhecimento e a formação de sua imagem na sociedade, com isso ele tem o objetivo de exprimir falhas na mídia brasileira, alguns equívocos cometido pelas pessoas envolvida nas crises e escândalos.
Uma das partes mais importantes aqui, é relatar que o livro de Mario Rosa é contado pelas pessoas das quais vivenciaram a crise e logo após isso ele aborda a sua visão dos fatos, que eu achei muito realista e consisa.
Descrição:
Como funciona a "linha de montagem" dos escândalos na mídia e na sociedade brasileira? O que fazer para proteger sua credibilidade numa crise? Estas e muitas outras perguntas cruciais são abordadas aqui de forma inédita pelo consultor de imagem Mário Rosa.
O livro é dividido em 10 casos relatados em 1a pessoa, que ensinam como empresas de grande porte, políticos, profissionais liberais e artistas, todos de expressão nacional, superaram grandes crises. Traz também uma análise inédita do escândalo no Brasil, demonstrando que ele é muito diferente do de outros países. O leitor vai poder entender, finalmente, tudo dos escândalos que não aparece nos jornais.
Editado pela última vez por Joe em 31 Jul 2007, 16:28, em um total de 1 vez.
Re.: A invenção da crise
Vou postar um texto do Imprensa Marrom, permitam-me:
A GALINHA ATRAVESSOU A RUA
Sim, atravessou. Foi de uma calçada até a outra e chegou sã e salva. Ponto final. Mas como é que alguns colunistas e blogueiros noticiariam tal fato?
A ver:
Emir Sader
O neoliberalismo e a imprensa golpista fizeram com que a galinha se exilasse no outro lado da rua. Estamos encaminhando um abaixo-assinado para evitar que isso se repita e protestar contra essa direita pavorosa que suprime os direitos dos galináceos.
* * *
Reinaldo Azevedo
Deu na Folha, volto depois: “Galinha Atravessou a Rua - Uma galinha foi de uma calçada para a outra, chegando sã e salva”.
Voltei
Viram só? É mais um petralha fugindo! Eles só sabem fazer isso! Fugiu, amarelou! Foi para o outro lado da rua!
* * *
Mino Carta
Lembro com certa nostalgia quando nos sentamos, para uma conversa amigável, o cônsul-geral da Itália em São Paulo, o então correspondente internacional do Le Monde, eu… e a galinha! Ela lá estava, sempre quieta, sempre a beber moderadamente seu Blue Label. Num dia, falaram sobre atravessar a rua. E me lembro bem da conversa, pois tenho comigo minha memória, e sem dúvida é esta a maior riqueza dos justos. Pois então:a galinha, até então sempre quieta e reservada, naquele dia achou de dizer que jamais faria isso. Gritou, e eu lembro, que jamais atravessaria a rua. Coisas da vida.
* * *
Olavo de Carvalho
A travessia da galinha é pura manobra baseada nos princípios gramscianos em que se funda a atual corja comunista do Brasil. Tentam, com isso, desviar nossa atenção, fingindo que tal fato é uma notícia. Ao mesmo tempo, obviamente, estão aí, a olhos vistos e em plena luz do dia, cumprindo com todos os protocolos estabelecidos pelo Foro de São Paulo.
* * *
Paulo Henrique Amorim
- A galinha foi chutada pelo Presidente Eleito José Serra
- E a mando da Rede Globo
- Ou então foi Serra que mandou a Globo chutá-la.
- Ou então a galinha fugiu de ambos, que seguramente a chutariam.
- Ou então os dois são a galinha, e fugiram provavelmente com medo.
- Bom, sei lá. O que quer que tenha havido, é culpa do Serra e da Globo.
* * *
Diogo Mainardi
A galinha foge de Lula. A galinha não agüenta Lula. A galinha não quer mais ouvir falar de Lula. A galinha até votou em Lula, mas se arrependeu. A galinha vaiou Lula, mas tem medo de confessar. Querem que sejamos galinhas. Enquanto isso, ouve-se do Planalto: Cocoricó! Cocoricó! Cocoricó!
* * *
Luis Nassif
Tenho aqui (ver em pdf) o estudo realizado por cinco cientistas de Omsk intitulado “Travessia de Galinhas”. Sobre isso, inclusive, falei na semana passada (ver aba “Galinha Atravessando a Rua”). O leitor Parmênides trouxe impressionante contribuição que transcrevo a seguir, com gráficos e tabelas. É um trabalho interessante, de fato. E aguardo, para amanhã, uma dissertação de mestrado que joga um pouco mais de luz sobre essa questão.
* * *
Josias de Souza
A Galinha Foi a Pé
(algum gif animado bem sem graça, como uma galinha pulando, ou caminhando infinitamente, ou algo do gênero)
Em tempos de caos aéreo, as galinhas precavidas fogem dos aeroportos e preferem atravessar a rua caminhando.
* * *
Qualquer Blog de Direitista Truculento
Acabou-se a moral! É hora de se tomar de volta o poder deste país, para restabelecer a ordem! Quem terá coragem de fechar esse Congresso? Quem terá coragem de derrubar o presidente? O Brasil não pode se reduzir a uma galinha que passa de lá pra cá.
* * *
Qualquer Blog de Esquerdista que Baba
A culpa é do PFL e do PSDB e do capitalismo e do neoliberalismo e das multinacionais e dos transgênicos e do aquecimento global e da globalização e da Globo e da mídia golpista e do açlskjdfaçlskdjfaçdkfj…
* * *
Ricardo Noblat
O deputado Hermenegildo Cloaquinha, membro da “CPI da Galinha”, informou por telefone que a galinha é na verdade um pato. E não atravessou a rua, mas sim um rio.
(meia hora depois)
O deputado voltou atrás, negando que dissera aquilo tudo. Então, prevalece a versão de que foi uma galinha que atrevessou a rua.
A GALINHA ATRAVESSOU A RUA
Sim, atravessou. Foi de uma calçada até a outra e chegou sã e salva. Ponto final. Mas como é que alguns colunistas e blogueiros noticiariam tal fato?
A ver:
Emir Sader
O neoliberalismo e a imprensa golpista fizeram com que a galinha se exilasse no outro lado da rua. Estamos encaminhando um abaixo-assinado para evitar que isso se repita e protestar contra essa direita pavorosa que suprime os direitos dos galináceos.
* * *
Reinaldo Azevedo
Deu na Folha, volto depois: “Galinha Atravessou a Rua - Uma galinha foi de uma calçada para a outra, chegando sã e salva”.
Voltei
Viram só? É mais um petralha fugindo! Eles só sabem fazer isso! Fugiu, amarelou! Foi para o outro lado da rua!
* * *
Mino Carta
Lembro com certa nostalgia quando nos sentamos, para uma conversa amigável, o cônsul-geral da Itália em São Paulo, o então correspondente internacional do Le Monde, eu… e a galinha! Ela lá estava, sempre quieta, sempre a beber moderadamente seu Blue Label. Num dia, falaram sobre atravessar a rua. E me lembro bem da conversa, pois tenho comigo minha memória, e sem dúvida é esta a maior riqueza dos justos. Pois então:a galinha, até então sempre quieta e reservada, naquele dia achou de dizer que jamais faria isso. Gritou, e eu lembro, que jamais atravessaria a rua. Coisas da vida.
* * *
Olavo de Carvalho
A travessia da galinha é pura manobra baseada nos princípios gramscianos em que se funda a atual corja comunista do Brasil. Tentam, com isso, desviar nossa atenção, fingindo que tal fato é uma notícia. Ao mesmo tempo, obviamente, estão aí, a olhos vistos e em plena luz do dia, cumprindo com todos os protocolos estabelecidos pelo Foro de São Paulo.
* * *
Paulo Henrique Amorim
- A galinha foi chutada pelo Presidente Eleito José Serra
- E a mando da Rede Globo
- Ou então foi Serra que mandou a Globo chutá-la.
- Ou então a galinha fugiu de ambos, que seguramente a chutariam.
- Ou então os dois são a galinha, e fugiram provavelmente com medo.
- Bom, sei lá. O que quer que tenha havido, é culpa do Serra e da Globo.
* * *
Diogo Mainardi
A galinha foge de Lula. A galinha não agüenta Lula. A galinha não quer mais ouvir falar de Lula. A galinha até votou em Lula, mas se arrependeu. A galinha vaiou Lula, mas tem medo de confessar. Querem que sejamos galinhas. Enquanto isso, ouve-se do Planalto: Cocoricó! Cocoricó! Cocoricó!
* * *
Luis Nassif
Tenho aqui (ver em pdf) o estudo realizado por cinco cientistas de Omsk intitulado “Travessia de Galinhas”. Sobre isso, inclusive, falei na semana passada (ver aba “Galinha Atravessando a Rua”). O leitor Parmênides trouxe impressionante contribuição que transcrevo a seguir, com gráficos e tabelas. É um trabalho interessante, de fato. E aguardo, para amanhã, uma dissertação de mestrado que joga um pouco mais de luz sobre essa questão.
* * *
Josias de Souza
A Galinha Foi a Pé
(algum gif animado bem sem graça, como uma galinha pulando, ou caminhando infinitamente, ou algo do gênero)
Em tempos de caos aéreo, as galinhas precavidas fogem dos aeroportos e preferem atravessar a rua caminhando.
* * *
Qualquer Blog de Direitista Truculento
Acabou-se a moral! É hora de se tomar de volta o poder deste país, para restabelecer a ordem! Quem terá coragem de fechar esse Congresso? Quem terá coragem de derrubar o presidente? O Brasil não pode se reduzir a uma galinha que passa de lá pra cá.
* * *
Qualquer Blog de Esquerdista que Baba
A culpa é do PFL e do PSDB e do capitalismo e do neoliberalismo e das multinacionais e dos transgênicos e do aquecimento global e da globalização e da Globo e da mídia golpista e do açlskjdfaçlskdjfaçdkfj…
* * *
Ricardo Noblat
O deputado Hermenegildo Cloaquinha, membro da “CPI da Galinha”, informou por telefone que a galinha é na verdade um pato. E não atravessou a rua, mas sim um rio.
(meia hora depois)
O deputado voltou atrás, negando que dissera aquilo tudo. Então, prevalece a versão de que foi uma galinha que atrevessou a rua.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).
- Apo
- Mensagens: 25468
- Registrado em: 27 Jul 2007, 00:00
- Gênero: Feminino
- Localização: Capital do Sul do Sul
Re.: A invenção da crise
É simples:
- Congonhas sempre foi um aeroporto usado pelos saudosos Electra.
- A cidade era menor, mas o aeroporto foi ficando cercado.
- Aposentaram os Eletra e entupiram Congonhas, que não tinha infraestrutura nem tamenho de pista para receber grandes jatos, muito menos os que fazem linhas internacionais. Por quê? Porque Cumbica é em Guarulhos, fora da cidade. São Paulo é cada vez maior, o trânsito é um inferno, a vida executiva urge, tempo é dinheiro, e é muito mais vantajoso sob todos os aspectos que um atalho aéreo fosse criado ( no caso Congonhas, que fica na zona sul e bem dentro da cidade ).
- A pista sendo pequena, São Paulo ser notoriamente uma cidade serrana com grande índice pluviométrico, chove normalmente, deixando as pistas todas, inclusive do aeroporto e de Interlagos, mais escorregadias.
- Congonhas estava sendo reformado, só que no site da INFRAERO, a propaganda a respeito das melhorias centra-se nos restaurantes, banheiros, salas de espera e blablabla. A pista continua curta e a cidade continua a engolir Congonhas, inclusive com Hotéis e prédios um pouco acima do recomendável.
- A pista foi liberada para pousos e decolagens sem o término justamente das obras da pista.
Isto são fatos.
- Não interessa se o piloto bebeu, se o avião estava pesado, se ele foi incompetente, se alguém ligou algum eletrônico dentro da cabine, se havia incêndio ou bomba à bordo, se outras aeronaves pousaram lá antes, se tocou a pista ou não ( alguém aqui no RV teve a capacidade de dizer que o avião nem tocou a pista, uma asneira sem tamanho )...Não interessa nada disto.
- Muitos pilotos vinham alertando para os problemas de Congonhas e quem decola e pousa lá sabe muito bem que a pista se mostra curta para aviões de grande porte, e que em dia de umidade na pista as coisas complicam.
- O controle aéreo nacional e seu problemas vieram á tona com o acidente da Gol ano passado ( até agora nem explicações e nem laudo definitivo, o negócio e empurrar com a barriga ). Muitas das famílias nem sabem quando serão indenizadas pelos danos e perdas.
- Antes do acidente muitos aviões derraparam em Congonhas, ficaram com metade da aerovave pendurada sobre a avenida, arriscando a vida de muita gente, dentro e fora da cabine. Mas as pessoas parece que gostam destas aventuras. As que não voam, óbvio. Ou que estão do lado de fora da cabine e bem longe do local.
- Não vem ao caso se a midia fatura com isto. Nem interessa se o governo é de um analfalbeto que era povo, mas agora é elite. Nem se a crise foi inventada com fins destrutivos. Partidarismos não interessam. É vulgar demais olhar as coisas por este prisma. Acontece que este governo tem se mostrado uma fábrica de falcatruas e safadezas. Não interessa se outros governos também fizeram a mesma coisa. É este o governo que temos agora e ele é o responsável.
- O certo é que houve um acidente sério. Morreram 200, poderiam ser 100...ou 400, se o avião se jogasse em cima da avenida e o trânsito estivesse parado.
- Não interessa se quem voa é pobre ou rico, se é vagabundo ou trabalhador ( li absurdos aqui sobre isto també, como se aviões estivessem lotados de riquinhos em férias durante a semana inteira! Que coisa mais descabida e que demonstra ignorância total sobre este assunto )
- Se o acidente fosse com um ônibus podre lotado com 500 bóias-frias numa estrada sem acostamento, seria um crime igual!
- Existem órgãos responsáveis pelo controle aéreo, pela administração e pela conservação de aeroportos e pistas. Estes órgãos são responsáveis . Assim como é responsável o Ministério competente.
Por que poupar o poder público e tentar encontrar uma forma de desviar do foco? Isto é muito doente.
- Quem não voa não deveria nem dar palpite neste assunto. Não sabe de nada. Podem falar sobre adminstração,não sobre a culpa do piloto.
- Congonhas sempre foi um aeroporto usado pelos saudosos Electra.
- A cidade era menor, mas o aeroporto foi ficando cercado.
- Aposentaram os Eletra e entupiram Congonhas, que não tinha infraestrutura nem tamenho de pista para receber grandes jatos, muito menos os que fazem linhas internacionais. Por quê? Porque Cumbica é em Guarulhos, fora da cidade. São Paulo é cada vez maior, o trânsito é um inferno, a vida executiva urge, tempo é dinheiro, e é muito mais vantajoso sob todos os aspectos que um atalho aéreo fosse criado ( no caso Congonhas, que fica na zona sul e bem dentro da cidade ).
- A pista sendo pequena, São Paulo ser notoriamente uma cidade serrana com grande índice pluviométrico, chove normalmente, deixando as pistas todas, inclusive do aeroporto e de Interlagos, mais escorregadias.
- Congonhas estava sendo reformado, só que no site da INFRAERO, a propaganda a respeito das melhorias centra-se nos restaurantes, banheiros, salas de espera e blablabla. A pista continua curta e a cidade continua a engolir Congonhas, inclusive com Hotéis e prédios um pouco acima do recomendável.
- A pista foi liberada para pousos e decolagens sem o término justamente das obras da pista.
Isto são fatos.
- Não interessa se o piloto bebeu, se o avião estava pesado, se ele foi incompetente, se alguém ligou algum eletrônico dentro da cabine, se havia incêndio ou bomba à bordo, se outras aeronaves pousaram lá antes, se tocou a pista ou não ( alguém aqui no RV teve a capacidade de dizer que o avião nem tocou a pista, uma asneira sem tamanho )...Não interessa nada disto.
- Muitos pilotos vinham alertando para os problemas de Congonhas e quem decola e pousa lá sabe muito bem que a pista se mostra curta para aviões de grande porte, e que em dia de umidade na pista as coisas complicam.
- O controle aéreo nacional e seu problemas vieram á tona com o acidente da Gol ano passado ( até agora nem explicações e nem laudo definitivo, o negócio e empurrar com a barriga ). Muitas das famílias nem sabem quando serão indenizadas pelos danos e perdas.
- Antes do acidente muitos aviões derraparam em Congonhas, ficaram com metade da aerovave pendurada sobre a avenida, arriscando a vida de muita gente, dentro e fora da cabine. Mas as pessoas parece que gostam destas aventuras. As que não voam, óbvio. Ou que estão do lado de fora da cabine e bem longe do local.
- Não vem ao caso se a midia fatura com isto. Nem interessa se o governo é de um analfalbeto que era povo, mas agora é elite. Nem se a crise foi inventada com fins destrutivos. Partidarismos não interessam. É vulgar demais olhar as coisas por este prisma. Acontece que este governo tem se mostrado uma fábrica de falcatruas e safadezas. Não interessa se outros governos também fizeram a mesma coisa. É este o governo que temos agora e ele é o responsável.
- O certo é que houve um acidente sério. Morreram 200, poderiam ser 100...ou 400, se o avião se jogasse em cima da avenida e o trânsito estivesse parado.
- Não interessa se quem voa é pobre ou rico, se é vagabundo ou trabalhador ( li absurdos aqui sobre isto també, como se aviões estivessem lotados de riquinhos em férias durante a semana inteira! Que coisa mais descabida e que demonstra ignorância total sobre este assunto )
- Se o acidente fosse com um ônibus podre lotado com 500 bóias-frias numa estrada sem acostamento, seria um crime igual!
- Existem órgãos responsáveis pelo controle aéreo, pela administração e pela conservação de aeroportos e pistas. Estes órgãos são responsáveis . Assim como é responsável o Ministério competente.
Por que poupar o poder público e tentar encontrar uma forma de desviar do foco? Isto é muito doente.
- Quem não voa não deveria nem dar palpite neste assunto. Não sabe de nada. Podem falar sobre adminstração,não sobre a culpa do piloto.

Re.: A invenção da crise
Nunca lí tanta bobagem junta...
Só completando o que a Apo falou...
- A autora do texto não deve nem saber que no mesmo dia.... um avião da Pantanal com 28 pessoas a bordo derrapou e ficou atolado na lama na pista de congonhas (pra você ver como a pista tava seca e segura pra pousos e decolagens) e ela nem deve ter se perguntado..." Como a imprensa chegou tão rápido lá no local do acidente?" se ela tivesse feito essa pergunta pra ela mesma ela veria que a imprensa não foi até congonhas...ela já tava em congonhas por causa da derrapagem do avião da pantanal e tava apenas esperando um acidente mesmo...esse era o clima dos funcionários que trabalham em congonhas, dos jornalistas que tavam lá...afinal...já tinha derrapado um avião...era só questão de tempo pra derrapar outro...porque pra quem estava lá...e pra quem viu o estado da pista no dia...os aviões pousavam e jogavam água pra todos os lados...porque a pista tava cheia de água....então...era meio que óbvio que naquele dia um acidente iria acontecer....por isso que a imprensa sabia a causa do acidente.. sabe...é como jogar óleo numa BR e esperar um acidente acontecer...o motivo do acidente já tava lá...só tava faltando o acidente...
-E sobre a TAM.... como eu disse em outro tópico....se a tam é tão irresponsável assim...é só não viajar pela TAM....simples.....o governo por 10 meses de caos aéreo não fez nada...só mandou relaxar e gozar...tá certo o que a imprensa faz...tem que ficar em cima mesmo...pra pressionar o governo pra fazerem alguma coisa quanto o caos aéreo....
-Pra quem viu reconstituição do acidente da GOL sabe que o controlador que controlava o jatinho legacy por meia hora tinha contato com o avião...e simplesmente não viu que o avião tava na altitude errada...e sabe porque? porque é meio dificil prestar atenção nesses detalhes quando se tem 20 aviões na tela e quando o programa dos radares apresenta defeitos....e quem é o culpado por não contratar mais controladores de voôs e por não modernizar o sistema? o governo....
-Todas as pessoas estudadas, inteligentes e espertas sabem que o caos aéreo "explodiu" com a tragédia da GOL...e sabem porque? porque os controladores resolveram parar de controlar os aviões nas coxas...e começaram a seguir o protocolo...antes...os controladores ALERTAVAM para o caos aéreo...que um dia poderia acontecer...SE o governo não tomasse uma atitude pra evitar....bom...o resto a gente já sabe...o governo não tomou nenhuma atitude e os controladores foram empurrando a situação até onde deu...imaginem...antes do acidente da gol...quantos aviões já tiveram em rota de colisão? quantas vezes aviões voaram as cegas na amazonia podendo colidir com outro?
-Eu já disse uma vez e já repeti...acidente de avião em sua maioria são fatais...quando caem...quando acontece um acidente...quando colidem...todo mundo morre...com carro não é assim...vc bate o carro...mas vc pode não morrer...pode nem se machucar gravemente...mas com avião a história é outra....são 200 pessoas morrendo em apenas 1 seg....é muito mas muito dificil ter sobreviventes em tragédias envolvendo aviões....e o que o INSS tem a ver com o peixe? nada....
- E a ex- prefeita petista....a tal "Erundina" que ela fala no texto...estragou com SP...e espero que o PT nunca chegue em Curitiba......senão Curitiba vai virar um caos...

Só completando o que a Apo falou...
- A autora do texto não deve nem saber que no mesmo dia.... um avião da Pantanal com 28 pessoas a bordo derrapou e ficou atolado na lama na pista de congonhas (pra você ver como a pista tava seca e segura pra pousos e decolagens) e ela nem deve ter se perguntado..." Como a imprensa chegou tão rápido lá no local do acidente?" se ela tivesse feito essa pergunta pra ela mesma ela veria que a imprensa não foi até congonhas...ela já tava em congonhas por causa da derrapagem do avião da pantanal e tava apenas esperando um acidente mesmo...esse era o clima dos funcionários que trabalham em congonhas, dos jornalistas que tavam lá...afinal...já tinha derrapado um avião...era só questão de tempo pra derrapar outro...porque pra quem estava lá...e pra quem viu o estado da pista no dia...os aviões pousavam e jogavam água pra todos os lados...porque a pista tava cheia de água....então...era meio que óbvio que naquele dia um acidente iria acontecer....por isso que a imprensa sabia a causa do acidente.. sabe...é como jogar óleo numa BR e esperar um acidente acontecer...o motivo do acidente já tava lá...só tava faltando o acidente...
-E sobre a TAM.... como eu disse em outro tópico....se a tam é tão irresponsável assim...é só não viajar pela TAM....simples.....o governo por 10 meses de caos aéreo não fez nada...só mandou relaxar e gozar...tá certo o que a imprensa faz...tem que ficar em cima mesmo...pra pressionar o governo pra fazerem alguma coisa quanto o caos aéreo....
-Pra quem viu reconstituição do acidente da GOL sabe que o controlador que controlava o jatinho legacy por meia hora tinha contato com o avião...e simplesmente não viu que o avião tava na altitude errada...e sabe porque? porque é meio dificil prestar atenção nesses detalhes quando se tem 20 aviões na tela e quando o programa dos radares apresenta defeitos....e quem é o culpado por não contratar mais controladores de voôs e por não modernizar o sistema? o governo....
-Todas as pessoas estudadas, inteligentes e espertas sabem que o caos aéreo "explodiu" com a tragédia da GOL...e sabem porque? porque os controladores resolveram parar de controlar os aviões nas coxas...e começaram a seguir o protocolo...antes...os controladores ALERTAVAM para o caos aéreo...que um dia poderia acontecer...SE o governo não tomasse uma atitude pra evitar....bom...o resto a gente já sabe...o governo não tomou nenhuma atitude e os controladores foram empurrando a situação até onde deu...imaginem...antes do acidente da gol...quantos aviões já tiveram em rota de colisão? quantas vezes aviões voaram as cegas na amazonia podendo colidir com outro?
-Eu já disse uma vez e já repeti...acidente de avião em sua maioria são fatais...quando caem...quando acontece um acidente...quando colidem...todo mundo morre...com carro não é assim...vc bate o carro...mas vc pode não morrer...pode nem se machucar gravemente...mas com avião a história é outra....são 200 pessoas morrendo em apenas 1 seg....é muito mas muito dificil ter sobreviventes em tragédias envolvendo aviões....e o que o INSS tem a ver com o peixe? nada....
- E a ex- prefeita petista....a tal "Erundina" que ela fala no texto...estragou com SP...e espero que o PT nunca chegue em Curitiba......senão Curitiba vai virar um caos...


- Apo
- Mensagens: 25468
- Registrado em: 27 Jul 2007, 00:00
- Gênero: Feminino
- Localização: Capital do Sul do Sul
Re.: A invenção da crise
Muuuita bobagem...não dou muita risada, porque o que para eles é uma graça, para mim foi e para o país é uma vergonha e uma desgraça.

A sorte da Marilena Chauí é que a fefeleche fica longe da faculdade de medicina veterinária da USP, caso contrário já a teriam internado.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Tudo que a taperídea (como diz a Anna) da Marilena Chauí disse no texto de abertura do tópico pode ser traduzido em uma frase: "A mídia brasileira é golpista e mídia golpista deve ser tratada do modo como ensinou o companheiro Hugo Chavez."
Alguém mais notou algo de estranho no comentário da "filósofa" reproduzido abaixo, a partir do qual ela julga toda a mídia brasileira?
Exatamente!
Ela não identifica o canal e não cita o nome do locutor, mas é a partir da suposta declaração deste locutor anônimo veiculada por sabe-se lá qual canal não informado que ela se enche de autoridade para proferir veredictos sobre toda a "mídia" brasileira.
O fato é que a tal frase não foi proferida na Rede Globo de Televisão, a qual, para a esquerda, representa a mídia brasileira sempre que lhes interessa, mas não neste caso em que a mídia brasileira passa a ser representada pelo canal desconhecido que lha convém.
Segundo a taperídea da Marilena Chauí (como é que a turma da veterinária USP a deixa andando solta pela Cidade Universitária?), o caos aéreo brasileiro é um problema sem a menor importância, inventado pela mídia para dar destaque aos pequenos problemas que afligem as elites e, claro, promover mais um subterfúgio golpista contra o governo Lula. Aquele que, segundo ela, quando fala o mundo se ilumina.
Ah, já ia esquecendo. O caos aéreo também é herança maldita do FHC.
Voltando ao mundo real onde a Rede Globo de Televisão é o padrão da mídia brasileira, a cobertura do acidente teve de fato um erro, que foi cumprir com rigor os manuais jornalísticos quanto aos procedimentos recomendados em situações do caso:
1. Lembrar sempre que os familiares das vítimas estarão assistindo;
2. Colher e publicar as informações dos órgãos oficiais e da companhia aérea;
3. Colher e publicar análises de especialistas isentos;
Na noite da tragédia, em nenhum momento a Globo citou a absoluta impossibilidade de haver sobreviventes em um acidente com aquelas características, mesmo isto sendo a conclusão óbvia a se tirar das imagens. Respeitou-se o crivo de que os familiares deveriam receber esta informação dos órgãos oficiais e não do noticiário.
Até aí tudo bem.
O problema foi com os órgãos oficiais, a TAM e os especialistas isentos. Os dois primeiros mais sujos que pau de galinheiro e os últimos, os tais especialistas, não eram isentos coisa nenhuma.
Todo especialista isento entrevistado pela Rede Globo eram pilotos ou ex-pilotos, gente que só faria uma declaração de suspeita de erro humano dos pilotos em último caso, sendo muito mais esperada as declarações que condissessem com os interesses da categoria a qual pertencem ou pertenceram.
Simples.
Menos para a taperídea da Marilena Chauí.
Alguém aqui tem o telefone do departamento de veterinária da USP?
Alguém mais notou algo de estranho no comentário da "filósofa" reproduzido abaixo, a partir do qual ela julga toda a mídia brasileira?
Liguei a televisão e “caí” num canal que exibia um incêndio de imensas proporções enquanto a voz de um locutor dizia: “o governo matou 200 pessoas!”.
Exatamente!
Ela não identifica o canal e não cita o nome do locutor, mas é a partir da suposta declaração deste locutor anônimo veiculada por sabe-se lá qual canal não informado que ela se enche de autoridade para proferir veredictos sobre toda a "mídia" brasileira.
O fato é que a tal frase não foi proferida na Rede Globo de Televisão, a qual, para a esquerda, representa a mídia brasileira sempre que lhes interessa, mas não neste caso em que a mídia brasileira passa a ser representada pelo canal desconhecido que lha convém.
Segundo a taperídea da Marilena Chauí (como é que a turma da veterinária USP a deixa andando solta pela Cidade Universitária?), o caos aéreo brasileiro é um problema sem a menor importância, inventado pela mídia para dar destaque aos pequenos problemas que afligem as elites e, claro, promover mais um subterfúgio golpista contra o governo Lula. Aquele que, segundo ela, quando fala o mundo se ilumina.
Ah, já ia esquecendo. O caos aéreo também é herança maldita do FHC.
Voltando ao mundo real onde a Rede Globo de Televisão é o padrão da mídia brasileira, a cobertura do acidente teve de fato um erro, que foi cumprir com rigor os manuais jornalísticos quanto aos procedimentos recomendados em situações do caso:
1. Lembrar sempre que os familiares das vítimas estarão assistindo;
2. Colher e publicar as informações dos órgãos oficiais e da companhia aérea;
3. Colher e publicar análises de especialistas isentos;
Na noite da tragédia, em nenhum momento a Globo citou a absoluta impossibilidade de haver sobreviventes em um acidente com aquelas características, mesmo isto sendo a conclusão óbvia a se tirar das imagens. Respeitou-se o crivo de que os familiares deveriam receber esta informação dos órgãos oficiais e não do noticiário.
Até aí tudo bem.
O problema foi com os órgãos oficiais, a TAM e os especialistas isentos. Os dois primeiros mais sujos que pau de galinheiro e os últimos, os tais especialistas, não eram isentos coisa nenhuma.
Todo especialista isento entrevistado pela Rede Globo eram pilotos ou ex-pilotos, gente que só faria uma declaração de suspeita de erro humano dos pilotos em último caso, sendo muito mais esperada as declarações que condissessem com os interesses da categoria a qual pertencem ou pertenceram.
Simples.
Menos para a taperídea da Marilena Chauí.
Alguém aqui tem o telefone do departamento de veterinária da USP?
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Re.: A invenção da crise
Alguém aqui tem o telefone do departamento de veterinária da USP?
Não acho que ela é uma cachora, tem algo a mais que isso. Uma égua seria melhor.

E você, o que acha?
- Apo
- Mensagens: 25468
- Registrado em: 27 Jul 2007, 00:00
- Gênero: Feminino
- Localização: Capital do Sul do Sul
Re.: A invenção da crise
Entrevistaram um especialista francês. Ele levatou hipóteses coerentes com o que eu penso a respeito, mas pediu para terminarem todas as investigações primeiro.
A questão é: alguma investigação é isenta e a verdade chega à opinião pública? Então para que nos estressarmos com isto e esperar por algo conclusivo?
* Trocaram 2 corpos, pode?
A questão é: alguma investigação é isenta e a verdade chega à opinião pública? Então para que nos estressarmos com isto e esperar por algo conclusivo?
* Trocaram 2 corpos, pode?

Re: Re.: A invenção da crise
Apo escreveu:E esqueci...mandem a Marilena pastar.
Então ela é uma vaca, deixou de ser égua.
Re: Re.: A invenção da crise
Apo escreveu:Quadrúpedes estúpidos em geral são melhores do que ela.
Por isso que ela é burra, só tem duas pernas!

Re: Re.: A invenção da crise
Apo escreveu:Entrevistaram um especialista francês. Ele levatou hipóteses coerentes com o que eu penso a respeito, mas pediu para terminarem todas as investigações primeiro.
A questão é: alguma investigação é isenta e a verdade chega à opinião pública? Então para que nos estressarmos com isto e esperar por algo conclusivo?
* Trocaram 2 corpos, pode?
Oi Apo,
Pelo que sei só veicularam a entrevista com o tal francês hoje, depois que o conteúdo das caixas pretas foi revelado, a partir de quando até eu tenho idéia clara do que aconteceu.
A reportagem da Veja no sábado disse quase tudo.
Toda a imprensa já sabia do conteúdo das caixas, mas acharam melhor não meter a mão na cumbuca.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Re: Re.: A invenção da crise
Acauan escreveu:Apo escreveu:Entrevistaram um especialista francês. Ele levatou hipóteses coerentes com o que eu penso a respeito, mas pediu para terminarem todas as investigações primeiro.
A questão é: alguma investigação é isenta e a verdade chega à opinião pública? Então para que nos estressarmos com isto e esperar por algo conclusivo?
* Trocaram 2 corpos, pode?
Oi Apo,
Pelo que sei só veicularam a entrevista com o tal francês hoje, depois que o conteúdo das caixas pretas foi revelado, a partir de quando até eu tenho idéia clara do que aconteceu.
A reportagem da Veja no sábado disse quase tudo.
Toda a imprensa já sabia do conteúdo das caixas, mas acharam melhor não meter a mão na cumbuca.
A mídia prega peças, Acauan. Não tenha pressa em saber sobre isso. Já leu a Era dos Escandalos?
É uma ótima leitura cara. Se possível poderíamos falar sobre isso no messenger.
Abração.
Re: Re.: A invenção da crise
Joe escreveu:A mídia prega peças, Acauan. Não tenha pressa em saber sobre isso. Já leu a Era dos Escandalos?
É uma ótima leitura cara. Se possível poderíamos falar sobre isso no messenger.
Abração.
Oi Joe,
Não li ainda, mas sei do que se trata.
Jornalismo no Brasil virou um caso sério, os Manuais de Redação inibem os talentos individuais e gente que não tem talento nenhum é agraciado com colunas de destaque por conta das articulações de bastidores.
Enquanto não surgir uma nova geração de personalidades marcantes teremos que suportar marasmos e bobagens.
Abraços
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Re: Re.: A invenção da crise
Apo escreveu:Eu gosto de Manhatan Connection.
Não é a mesma coisa sem o Francis...
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!