Entretanto, eles não possuem a mesma origem astrofísica que os demais átomos compartilham. Em especial, isótopos de Hidrogênio, Hélio e Lítio foram os primeiros a se originar durante um estágio de nucleossíntese brevemente após o Big Bang. Todos os seus primos mais pesados (até o Urânio) foram formados por processos de segunda ordem, fusão nuclear ocorrendo no núcleo de estrelas e supernovas.
A tabela periódica assim foi sendo expandida conforme o homem desenvolveu e aprimorou seu domínio técnico sobre o átomo no século passado. Quando chegamos na casa da centena, é comum encontrarmos átomos de elementos artificiais de existência efêmera, sua meia-vida baixa fazendo com que os mesmos decaiam em segundos ou milissegundos para átomos de elementos mais mundanos. Eu pessoalmente me decepciono um pouco com esse fato.
Entretanto, existe uma possibilidade na física nuclear conhecida como a hipótese das Ilhas de Estabilidade. Ela depende que o núcleo atômico funcione de forma similar à eletrosfera; existiriam análogos às camadas, níveis de energia e energias de ligação entre nucleons (uma combinação de 2 bárions, no caso, prótons ou nêutrons).
Em tese, isótopos de elementos transurânicos que possuam um número específico de nêutrons que possibilitem com que os níveis de energia de cada camada nuclear sejam completamente preenchidos gerariam átomos muito pesados e com meia-vida muito mais longa que a que costumamos observar dos elementos artificiais sintetizados.
Os números mágicos em questão são 184 nêutrons combinados com os átomos de número atômico 114, 120 e 126.
Confira uma representação gráfica em dois eixos das Ilhas de Estabilidade transurânicas; além dos 'números mágicos' citados acima é possível que outras combinações próximas possibilitem ao menos uma vida-média bem mais longa do que o usual. Mas a síntese de átomos muito pesados como esses de qualquer forma é muito complicada.

Essa idéia já foi apropriada pela franquia Star Trek mas seu envolvimento mais pitoresco e divertido foi fora da ficção científica da TV e ocorreu mesmo na ficção "científica" do mundo real, por conta das alegações do teórico de conspirações (e auto-intitulado físico nuclear) Bob Lazar.
Em 1989, Bob havia alegado para vários veículos da imprensa que possuía informação sobre a engenharia reversa de naves de extraterrestres capturadas pelo governo americano e que o sistema propulsor das mesmas era baseado na aniquilação de Ununpentium (nº atômico 115) e sua variante em antimatéria, com a carga oposta. Isso exigiria que algum isótopo do alegado elemento formasse uma Ilha de Estabilidade adequada. Faz 3 anos que o Ununpenptium foi sintetizado pela primeira vez, e dos seus cinco isótopos conhecidos, o de maior vida-média tem cerca de 1 minuto.

É Bob Lazar, parece que seu chute até o presente momento não foi muito bom



