Apo escreveu:Ninguém em sã consciência seria a favor de diminuir as desigualdades sociais. Seria uma burrice e um disparate, já que todos que eu saiba miram o exemplo das sociedades onde não se sofre as conseqüências da pobreza, como roubos, assaltos violência ( não que isto justifique estes crimes).
O problema está na forma e no discurso hipócrita e populista que usa métodos paliativos e mais problemaáticos ainda para dizer que está a resolver o problema.
A frase não seria
"Ninguém em sã consciência seria a contra diminuir as desigualdades sociais. "
No sentido que pessoas em sã consciência são favoráveis a diminuição das desigualdades, pois essa diminuição, no sentido de uma melhor distribuição da riqueza significando um numero menor de pobres, acarretaria, entre seus benefícios secundários, uma diminuição da criminalidade. Se o abismo é menor e mais gente tem como viver bem seria uma tendência.
Sendo que obvio que pobreza não justifica criminalidade, até pq muitos pobres são honestos, e existem ricos desonestos. Pobreza ajuda a explicar altos índices de criminalidade pois é um fator catalisador que favorece.
A questão é como resolver isso. Ou começar a caminhar para resolver. Tava pensando nisso quando me lembrei do tópico da Utopia. Nossas divergências não são na Utopia, a que o Fernando descreveu é praticamente idêntica a minha. Uma sociedade onde todos tenham as necessidades básicas atendidas, e oportunidade de ir além dessas, sendo recompensados na proporção de seus esforços e qualidade da sua atividade.
O problema não é o fim, ou Utopia, pois, além disso, concordamos em sistema democrático (talvez o quanto democrático nem tanto), e em outros valores de direitos civis, políticos e afins.
Os problemas são os meios, e ai não falo dos meios democráticos, mesmo que eu seja favorável a uma ampla reforma política. Falo dos meios de governo, direitos sociais, programas...
Exemplos para mim saúde faz parte dos direitos sociais, sendo sua comercialização algo problemático, pois dificulta o acesso. Logo uma prioridade é garantir a todos saúde de forma gratuita. Acrescente ai direitos sociais ao resto do básico para sobrevivência alimentação, moradia... Claro que dentro das condições.
Agora para se qualificar para isso tem certos pré-requisitos, e devem ser criados programas sociais que continuamente estimulem, como fazer isso? Condicionar a ajuda a estudo, qualificação... Enfim condicionar a ajuda a uma contraparte do ajudado. Assim esse não se acomoda, e além de caminhar para resolver o problema da carência do básico um continuo estimulo para o aprimoramento.
Esses são somente exemplos pq o problema é muito grande, e penso ser necessário um planejamento cobrindo diversas áreas para de fato caminhar. Com todos seus defeitos, e têm, pelo menos o Bolsa Família custa apenas 0,4 do PIB e contribui para manter as crianças nas escolas. É insuficiente, e programas que estimulem mais tb os adultos, são necessários, assim como políticas de outra ordem. Mas ausencia de programas que visam garantir, mesmo que minimamente, direitos sociais, seria muito, mas muito pior.