emmmcri escreveu:Condenado escreveu:emmmcri escreveu:Fernando Silva escreveu:emmmcri escreveu:Fernando Silva escreveu:Neste caso, não é questionamento e sim admissão de incapacidade para entender os motivos de Deus.
Questionar é admitir que Deus possa estar errado ou que a Bíblia possa estar errada (o que implica em admitir que em parte ou no todo ela foi escrita por homens sem nenhuma inspiração divina).
Não concordo...
Questionar mesmo sabendo que Deus está certo, não deixa de ser questionamento de uma dúvida.
Questionar não é se por contra, é perguntar, eu pergunto.
Sim, a palavra pode ser entendida do seu jeito. Neste caso, o que eu quis dizer é que você não está duvidando da Bíblia, apenas dizendo que não consegue entendê-la, enquanto que eu já começo duvidando até de que ela tenha sido inspirada por Deus, quanto mais de que diga coisa com coisa.
[De questão + -ar2, seg. o padrão erudito.]
V. t. d.
1. Fazer ou levantar questão acerca de; discutir, disputar, controverter: 2
2. Retorquir, redargüir: 2
V. t. d. e i.
3. Discutir, disputar: 2
V. t. i.
4. Fazer ou levantar questão; discutir, disputar: 2
V. int.
5. Fazer ou levantar questão; altercar, discutir.
Aurélio sec XXI
O que acontece comigo é que ponho em dúvida a existência de Deus todos os dias, e sempre entendo que Deus existe, pois experiências de vida falam mais alto que tudo. Mais uma vez,não questiono se a Bíblia é ou não a palavra de Deus mais, questiono algumas atitudes de Deus na Bíblia.
Quando olho o que está pronto fica fácil, olhar o mundo que nos rodeia mesmo com suas imperfeiçoes, me leva a crer em um projetista.Quando olho para a maneira como esse mundo aconteceu segundo explicações da ciência aí vêm uma grande dúvida.
Ou seja, você quer acreditar mesmo sabendo ser impossível. Como a lógica não te dá a bengala que você precisa, você reinterpreta suas experiências de vida de forma que elas se configurem como uma "prova", ainda que "sobrenatural" e não lógica, que apazigue sua consciência e te permita ignorar, ou fingir ignorar, o que seu cérebro te diz. Típico comportamento de negação.
O problema com este comportamento é que, automaticamente, você começa a cair em contradição com você mesmo. Ao mesmo tempo que você vê comportamentos deste "deus" na bíblia que são, logicamente, contrários à própria definição de deus, você não pode chegar ao nível máximo de autoilusão que é dizer que "não entende porque não tem capacidade", porque simplesmente, querendo ou não, você já passou desta fase. Para tentar não encarar estas contradições, você recorre aos "mantras salvadores", a frases feitas, de algum valor hipnopédico, como "olho o mundo que nos rodeia me leva a crer em um projetista", que te proporcionam o refúgio aconchegante e não desafiador que você precisa para manter a sua auto-enganação, ao mesmo tempo atacando o que ameaça destruir sua ilusão, no seu caso, a ciência.
Os religiosos são tão previsíveis e tão iguais entre si que às vezes fica até chato discutir com eles...
O Condenado... Condenado... chega de mansinho...pega leve...
Isso se já não é outro bogus...
As minhas experiências com o sobrenatural, com Deus , são grande bastante, de forma que se eu as "esquecer" ou tentar fazer isso,vou ter que recorrer a algo que apazigue minha consciência e me permita ignorar, ou fingir ignorar, o que meu cérebro me diz, usando suas palavras.
Entendeu ?
Não sou bogus não emmcri, mas também não sou novato. A verdade é que há um bom tempo atrás eu costumava participar até bastante do fórum, mas fiquei um bom tempo sem participar e simplesmente esqueci qual era o meu login... O jeito foi criar um novo.
Agora, sobre suas experiências "sobrenaturais": não estou negando que você tenha passado por experiências, estou dizendo que, como muitos antes de você já fizeram (e não só religiosos, muitas pessoas no mundo, levadas por diversos motivos, também o fazem) você reinventou, ou reinterpretou suas experiências para dar a elas o "tom sobrenatural", de forma a reforçar algo em que você queria acreditar, embora, pelas suas próprias palavras, entre em conflito com seu senso de lógica. Teu cérebro te diz que um deus justo, bom, perfeito em suma, não "bate" com um deus que manda matar milhares, estrupar milhares, se submeter à tirania, etc... Você sabe que não é pura questão de "não ter capacidade de entender", simplesmente porque não estamos falando de raciocínios extremamente complexos, mas de conceitos em si, definições.
Um deus bom, por definição, não pode tornar mau alguém. E no entanto, ele mandou que muitos matassem outros, o que, por definição e por lei ditada por ele (de acordo com a própria bíblia) torna alguém "mau". Um deus onipotente não precisaria fazer isso, poderia simplesmente, se necessitasse de alguém morto, fazer isso por si só, não precisando forçar alguém a quebrar sua própria lei e, assim, se condenar. Um deus perfeito não precisa criar paradoxos, porque tem o poder para fugir deles.
Logo, o que teu cérebro te diz é algo completamente diferente, só que é rapidamente abafado por seu incosciente, com medo do choque e das dificuldades advindas de admitir para você mesmo que você já não acredita neste suposto "deus". Daí a necessidade de reinterpretar suas experiências, para se encaixarem na estrutura de mundo que você reluta em largar.
Qualquer experiência pode ter esta caraterística. Vamos supor que eu esteja "duro", precisando urgentemente de dinheiro, saia à rua e encontre no chão uma nota de 50 reais. Eu vou ficar alegre. Mas, se eu for alguém que precisa se convencer de que é "protegido", que alguém "olha por mim", eu logo vou me convencer de que esta alegria é a resposta "sobrenatural" de alguém que "me protege". Vou me convencer que a nota de 50 reais não está ali porque, ou somente porque, alguém a perdeu, mas sim porque aquele ser ou algo que "me protege" mandou aquele dinheiro quando eu precisava. E vou evitar pensar que, para que eu achasse, alguém perdeu os 50 reais, e que isso não se encaixaria no sentido de justiça e bondade daquilo que "me protege". Eu reinterpretei minha experiência (encontrar 50 reais e ficar feliz com isso), criando novas "causas" para os fatos, enfatizando aqueles que mais se adequavam à minha estrutura de mundo e ignorando aqueles que não se encaixavam, tornando minhas experiências mais "adequadas" ao modo como eu acho que o mundo deveria ser, ao invés do que ele é.
E são justamente estas experiências reinventadas que ficam gravadas mais fortemente em nós, porque elas "confirmam" o que queremos acreditar, porque elas "se encaixam melhor" e porque nós construímos ela de forma a ter grande significância para nós. Daí as "revelações", daí o "toque do espírito santo", dai o sentimento do "divino em nós", etc, etc, etc...
Assim, se existe um "deus" por trás desta experiência, este "deus" é você mesmo, só que ele não é perfeito, não tem controle de tudo, não sabe tudo, não é absolutamente justo ou absolutamente "bom". Ele só é favorecido porque sua memória sempre tenderá a guardar aquilo que confirma o que você quer acreditar, e tenderá a esquecer, ou mesmo reinventar, aquilo que a nega. E, continuando assim, você continua com sua muleta, que é confortável, que é "aconchegante", mas que é ilusória. Vai de você decidir o que é mais importante para você: o real entendimento da realidade, a verdade em síntese, ou o conforto de se sentir "protegido" e "amado", mesmo que ilusoriamente.