Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
- Fernando Silva
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Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
http://ceticismo.wordpress.com/2006/11/06/50/
Religião e Epilepsia
Por Edson Amâncio
Scientific American Brasil - abril de 2006
Estrutura mental da espiritualidade e seu papel evolutivo ainda são um mistério.
Um dos temas atuais mais palpitantes em neurociências é saber “onde” estão as redes neurais cerebrais que codificam a crença (ou a fé). Localizacionistas apostam no lobo temporal, e tal convicção se fundamenta na religiosidade das pessoas que sofreram lesão nessa área.
Trabalhos científicos enfatizam o fato de que portadores de epilepsia do lobo temporal desenvolvem religiosidade exacerbada. Entre casos famosos mencionados encontra-se o pintor Vincent Van Gogh. Qual teria sido a origem do seu fervor religioso, levando-o a tornar-se um pregador tão obstinadamente preocupado com seus deveres que acabou expulso de sua seita?
Numa tentativa de compreender melhor o fervor religioso despertado em pessoas com lesão temporal o neurologista Vilayanur Ramachandran estudou dois pacientes epiléticos do lobo temporal, ambos com tendência espiritualista exacerbada.
Submeteu-os a um experimento simples, conectando-lhes ao braço um eletrodo que capta impulsos elétricos na pele quando a pessoa é envolvida por alguma emoção. Numa tela de computador assistiam a figuras neutras (como bola de tênis, árvore e quadro-negro) intercaladas com imagens de sexo, violência, símbolos religiosos e palavras alusivas a Deus.
Para surpresa dos examinadores, os impulsos mais intensos não se deram com cenas violentas ou eróticas: naqueles dois epiléticos do lobo temporal, a intensidade aumentava nitidamente quando os pacientes viam imagens religiosas.
Assim, seria lícito supor - por mais absurdo que possa parecer - que existem áreas no cérebro cujos circuitos são especializados em fé ou apego religioso? É exatamente aí que se inicia a penumbra do nosso conhecimento. Talvez por isso os neurocientistas tenham se negado sistematicamente a dedicar tempo de pesquisa ao tema.
Um epilético com lesão no lobo temporal e que desenvolvera religiosidade exacerbada quando não havia nele nenhum vestígio de interesse religioso antes da cirurgia causadora da lesão contou-me que, ocasionalmente, sofre uma crise em que tem a nítida sensação de sair do corpo, uma evidente sensação extra-sensorial.
Relatos como esse se encaixam na experiência tornada pública em 2001 por Olaf Blanke. Ele colheu o extraordinário relato de uma paciente que passou por uma experiência extra-sensorial quando teve o giro angular direito estimulado por uma corrente elétrica. Ela estava se submentendo a cirurgia de crânio para a retirada de áreas geradoras de descargas epiléticas no lobo temporal.
Esse tipo de operação geralmente se faz sob anestesia local, pois é importante que o paciente esteja acordado para orientar os médicos quanto à sensação experimentada em cada área estimulada. Assim, colocam-se delicadamente eletrodos sobre o córtex cerebral, e desencadeia-se uma estimulação elétrica enquanto se aguarda a reação do paciente.
Dessa forma, faz-se um mapa das áreas cerebrais próximas à lesão, permitindo identificar o local, remover precisamente a área afetada e preservar as áreas sadias das vizinhanças.
Quando neurocirurgiões estimularam o giro angular (região próxima à porção mais posterior do lobo temporal), a paciente relatou a sensação de levitar. Os estímulos foram repetidos várias vezes, e, numa delas, ela se referiu à sensação extracorpórea; estava a cerca de 2 metros distante do próprio corpo, perto do teto da sala, observando os médicos operar sua cabeça.
Até que ponto o resultado desses experimentos se superpõem? Pode uma avaria nas redes neurais que parecem governar a fé desencadear uma crença que não existia ou estava adormecida? E qual o papel do giro angular na sustentação da imagem corporal? Por que a estimulação dessa área cortical projeta para o paciente sua imagem fora do corpo? Que papel a evolução atribuiu ao lobo temporal no controle das nossas crenças?
Se nossos genes são de fato “egoístas”, a que atribuir a crença ilimitada em outra vida, em outra dimensão? E por que tais crenças se tornam acentuadas quando estruturas do lobo temporal são atingidas? Respostas a essas questões talvez sejam um dos maiores desafios para as neurociências.
_______________________________________________________
Edson Amâncio, neurocirurgião do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, é doutor pela Unifesp e autor de "O homem que fazia chover" (Barcarolla, 2006).
Religião e Epilepsia
Por Edson Amâncio
Scientific American Brasil - abril de 2006
Estrutura mental da espiritualidade e seu papel evolutivo ainda são um mistério.
Um dos temas atuais mais palpitantes em neurociências é saber “onde” estão as redes neurais cerebrais que codificam a crença (ou a fé). Localizacionistas apostam no lobo temporal, e tal convicção se fundamenta na religiosidade das pessoas que sofreram lesão nessa área.
Trabalhos científicos enfatizam o fato de que portadores de epilepsia do lobo temporal desenvolvem religiosidade exacerbada. Entre casos famosos mencionados encontra-se o pintor Vincent Van Gogh. Qual teria sido a origem do seu fervor religioso, levando-o a tornar-se um pregador tão obstinadamente preocupado com seus deveres que acabou expulso de sua seita?
Numa tentativa de compreender melhor o fervor religioso despertado em pessoas com lesão temporal o neurologista Vilayanur Ramachandran estudou dois pacientes epiléticos do lobo temporal, ambos com tendência espiritualista exacerbada.
Submeteu-os a um experimento simples, conectando-lhes ao braço um eletrodo que capta impulsos elétricos na pele quando a pessoa é envolvida por alguma emoção. Numa tela de computador assistiam a figuras neutras (como bola de tênis, árvore e quadro-negro) intercaladas com imagens de sexo, violência, símbolos religiosos e palavras alusivas a Deus.
Para surpresa dos examinadores, os impulsos mais intensos não se deram com cenas violentas ou eróticas: naqueles dois epiléticos do lobo temporal, a intensidade aumentava nitidamente quando os pacientes viam imagens religiosas.
Assim, seria lícito supor - por mais absurdo que possa parecer - que existem áreas no cérebro cujos circuitos são especializados em fé ou apego religioso? É exatamente aí que se inicia a penumbra do nosso conhecimento. Talvez por isso os neurocientistas tenham se negado sistematicamente a dedicar tempo de pesquisa ao tema.
Um epilético com lesão no lobo temporal e que desenvolvera religiosidade exacerbada quando não havia nele nenhum vestígio de interesse religioso antes da cirurgia causadora da lesão contou-me que, ocasionalmente, sofre uma crise em que tem a nítida sensação de sair do corpo, uma evidente sensação extra-sensorial.
Relatos como esse se encaixam na experiência tornada pública em 2001 por Olaf Blanke. Ele colheu o extraordinário relato de uma paciente que passou por uma experiência extra-sensorial quando teve o giro angular direito estimulado por uma corrente elétrica. Ela estava se submentendo a cirurgia de crânio para a retirada de áreas geradoras de descargas epiléticas no lobo temporal.
Esse tipo de operação geralmente se faz sob anestesia local, pois é importante que o paciente esteja acordado para orientar os médicos quanto à sensação experimentada em cada área estimulada. Assim, colocam-se delicadamente eletrodos sobre o córtex cerebral, e desencadeia-se uma estimulação elétrica enquanto se aguarda a reação do paciente.
Dessa forma, faz-se um mapa das áreas cerebrais próximas à lesão, permitindo identificar o local, remover precisamente a área afetada e preservar as áreas sadias das vizinhanças.
Quando neurocirurgiões estimularam o giro angular (região próxima à porção mais posterior do lobo temporal), a paciente relatou a sensação de levitar. Os estímulos foram repetidos várias vezes, e, numa delas, ela se referiu à sensação extracorpórea; estava a cerca de 2 metros distante do próprio corpo, perto do teto da sala, observando os médicos operar sua cabeça.
Até que ponto o resultado desses experimentos se superpõem? Pode uma avaria nas redes neurais que parecem governar a fé desencadear uma crença que não existia ou estava adormecida? E qual o papel do giro angular na sustentação da imagem corporal? Por que a estimulação dessa área cortical projeta para o paciente sua imagem fora do corpo? Que papel a evolução atribuiu ao lobo temporal no controle das nossas crenças?
Se nossos genes são de fato “egoístas”, a que atribuir a crença ilimitada em outra vida, em outra dimensão? E por que tais crenças se tornam acentuadas quando estruturas do lobo temporal são atingidas? Respostas a essas questões talvez sejam um dos maiores desafios para as neurociências.
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Edson Amâncio, neurocirurgião do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, é doutor pela Unifesp e autor de "O homem que fazia chover" (Barcarolla, 2006).
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Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,773909,00.html
Deus mora no cérebro?
As últimas tentativas de cientistas localizarem a região do cérebro ligada à percepção de Deus provocou uma série de reações das Igrejas Católica e Protestante na Alemanha e na Europa.
Será que Deus não passa de uma elocubração do cérebro humano? Os resultados das últimas pesquisas neurológicas nos Estados Unidos deram atualidade à velha questão. Recorrendo à técnica de ressonância magnética funcional (fMRI), os pesquisadores mapearam o cérebro de pessoas submetidas ao teste, registrando e localizando onde se dava o conhecimento de Deus. Verificou-se que era possível provocar experiências místicas e religiosas na maioria das pessoas, estimulando-se certas partes do seu cérebro através de ondas eletromagnéticas.
Confirmação ou não da existência divina
O resultado dessas investigações admite mais de uma interpretação. Pode-se ver nele a confirmação da existência de Deus. Nesse sentido, a revista católica Kirche in, editada em Viena, cita o neurologista Michael Persinger, da Laurentian University, no Canadá, com as seguintes palavras: "Deus mora em algum lugar entre os lóbulos frontais e temporais".
As pessoas que pensam e crêem sempre tiveram certeza "de que a idéia de Deus não surgiu da serragem, assim como as pulgas não se originaram daí". O ser humano, segundo ele, "foi criado por Deus e para voltar-se a Deus."
A capacidade de conceber Deus, mesmo que de forma muito limitada, está baseada na estrutura "tripla" com que o criador nos construiu: personalidade, alma e espírito. Para a revista austríaca, é um paradoxo que as neurociências forneçam cada vez mais indícios e provas da existência divina, justamente numa era de avanço da secularização.
O neurologista indiano Vilayanur Ramachandran, da Universidade da Califórnia, também se destacou por suas pesquisas. Segundo ele, a existência de uma base neurológica para experiências religiosas no cérebro não prova que Deus é um produto da biologia do homem, inexistindo além dos meandros da massa cinzenta. Que as nossas percepções não servem para provar a existência do mundo real já descobriram pesquisas científicas anteriores, e no fundo, Platão e os filósofos gregos já sabiam disso.
Neurologia não vai solucionar enigma
Outros cientistas também afirmam que as experiências descritas no início deste artigo não servem para comprovar a existência de Deus. O radiologista Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia, citado numa das publicações, é bastante objetivo ao afirmar que a neurologia não poderá solucionar o enigma sobre se Deus nos criou ou nós inventamos Deus. Mas poderá esclarecer a natureza e o significado das experiências místicas.
A revista católica Missio Akutell, editada em Aachen, também comenta o intento de se "localizar a central de comando da crença na nossa massa cinzenta", observando que nem todos os que acreditam em Deus já tiveram algum tipo de percepção extra-sensorial.
A publicação reconhece que as técnicas de mapeamento cerebral fornecem provas irrefutáveis "de que a percepção, o pensamento e os sentimentos estão basicamente ligados a certas atividades do cérebro". Mas refuta que tenha se tornado realmente possível perscrutar os mistérios divinos. Afinal, os experimentos apenas comprovam que certas regiões do cérebro entram em atividade durante uma sensação religiosa - nada mais que isso.
Crença em Deus a serviço da evolução?
Bem diferente é a abordagem da revista evangélica Zeitzeichen, de Berlim, que discute a tese de que a religião faz parte da estratégia de sobrevivência da espécie humana. Em outras palavras, que a religião e a crença em Deus tenham sido "programadas" no cérebro do ser humano no transcurso da evolução, para que ele se saia melhor na sua existência, ou consiga impingir uma certa ordem ao caos do mundo material que o rodeia. "A crença em Deus, dessa forma, não passaria de uma vantagem no processo de seleção natural", observa a Zeitzeichen. E que teólogo gostaria de ver a fé fortalecendo a explicação darwinista da evolução?
Na verdade tais pesquisas de antropologia e biologia não dizem absolutamente nada sobre a questão de se é apropriado falar de Deus nesses contextos. Quem crê em um Deus onipotente questionaria a soberba de mortais pretenderem sondar os mistérios divinos. A revista cita o etnólogo Volker Sommer, de Londres, com a lapidar constatação de que "teólogos e cientistas não podem chegar à mesma conclusão na questão de Deus". Com o que, a questão volta ao ponto de partida.
Deus mora no cérebro?
As últimas tentativas de cientistas localizarem a região do cérebro ligada à percepção de Deus provocou uma série de reações das Igrejas Católica e Protestante na Alemanha e na Europa.
Será que Deus não passa de uma elocubração do cérebro humano? Os resultados das últimas pesquisas neurológicas nos Estados Unidos deram atualidade à velha questão. Recorrendo à técnica de ressonância magnética funcional (fMRI), os pesquisadores mapearam o cérebro de pessoas submetidas ao teste, registrando e localizando onde se dava o conhecimento de Deus. Verificou-se que era possível provocar experiências místicas e religiosas na maioria das pessoas, estimulando-se certas partes do seu cérebro através de ondas eletromagnéticas.
Confirmação ou não da existência divina
O resultado dessas investigações admite mais de uma interpretação. Pode-se ver nele a confirmação da existência de Deus. Nesse sentido, a revista católica Kirche in, editada em Viena, cita o neurologista Michael Persinger, da Laurentian University, no Canadá, com as seguintes palavras: "Deus mora em algum lugar entre os lóbulos frontais e temporais".
As pessoas que pensam e crêem sempre tiveram certeza "de que a idéia de Deus não surgiu da serragem, assim como as pulgas não se originaram daí". O ser humano, segundo ele, "foi criado por Deus e para voltar-se a Deus."
A capacidade de conceber Deus, mesmo que de forma muito limitada, está baseada na estrutura "tripla" com que o criador nos construiu: personalidade, alma e espírito. Para a revista austríaca, é um paradoxo que as neurociências forneçam cada vez mais indícios e provas da existência divina, justamente numa era de avanço da secularização.
O neurologista indiano Vilayanur Ramachandran, da Universidade da Califórnia, também se destacou por suas pesquisas. Segundo ele, a existência de uma base neurológica para experiências religiosas no cérebro não prova que Deus é um produto da biologia do homem, inexistindo além dos meandros da massa cinzenta. Que as nossas percepções não servem para provar a existência do mundo real já descobriram pesquisas científicas anteriores, e no fundo, Platão e os filósofos gregos já sabiam disso.
Neurologia não vai solucionar enigma
Outros cientistas também afirmam que as experiências descritas no início deste artigo não servem para comprovar a existência de Deus. O radiologista Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia, citado numa das publicações, é bastante objetivo ao afirmar que a neurologia não poderá solucionar o enigma sobre se Deus nos criou ou nós inventamos Deus. Mas poderá esclarecer a natureza e o significado das experiências místicas.
A revista católica Missio Akutell, editada em Aachen, também comenta o intento de se "localizar a central de comando da crença na nossa massa cinzenta", observando que nem todos os que acreditam em Deus já tiveram algum tipo de percepção extra-sensorial.
A publicação reconhece que as técnicas de mapeamento cerebral fornecem provas irrefutáveis "de que a percepção, o pensamento e os sentimentos estão basicamente ligados a certas atividades do cérebro". Mas refuta que tenha se tornado realmente possível perscrutar os mistérios divinos. Afinal, os experimentos apenas comprovam que certas regiões do cérebro entram em atividade durante uma sensação religiosa - nada mais que isso.
Crença em Deus a serviço da evolução?
Bem diferente é a abordagem da revista evangélica Zeitzeichen, de Berlim, que discute a tese de que a religião faz parte da estratégia de sobrevivência da espécie humana. Em outras palavras, que a religião e a crença em Deus tenham sido "programadas" no cérebro do ser humano no transcurso da evolução, para que ele se saia melhor na sua existência, ou consiga impingir uma certa ordem ao caos do mundo material que o rodeia. "A crença em Deus, dessa forma, não passaria de uma vantagem no processo de seleção natural", observa a Zeitzeichen. E que teólogo gostaria de ver a fé fortalecendo a explicação darwinista da evolução?
Na verdade tais pesquisas de antropologia e biologia não dizem absolutamente nada sobre a questão de se é apropriado falar de Deus nesses contextos. Quem crê em um Deus onipotente questionaria a soberba de mortais pretenderem sondar os mistérios divinos. A revista cita o etnólogo Volker Sommer, de Londres, com a lapidar constatação de que "teólogos e cientistas não podem chegar à mesma conclusão na questão de Deus". Com o que, a questão volta ao ponto de partida.
- O ENCOSTO
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Re: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
Fernando Silva escreveu:http://ceticismo.wordpress.com/2006/11/06/50/
Religião e Epilepsia
Por Edson
É. Faz sentido.
O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
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- Sorrelfa
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Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
"Deus mora em algum lugar entre os lóbulos frontais e temporais".
O mais apropriado seria:
"Deus é um produto da atividade de uma area entre o lóbulo frontal e temporal".
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !
Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
A tristeza é que qto mais achamos provas de que a religião e similares são produto do cérebro, mais desculpas aparecem para justificar fantasias....
"A espécie humana não pode lidar com muita realidade." - T.S. Elliot
"A religião de uma era é o entretenimento literário da era seguinte." - Ralph W. Emerson
"A mente do homem é estruturada de tal forma que é mais suscetível à mentira do que a verdade." - Desiderius Erasmus
[center]Trabalhando que nem um burro de carga. Volto em breve! :([/center]
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Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
O ENCOSTO escreveu:Fernando Silva escreveu:http://ceticismo.wordpress.com/2006/11/06/50/
Religião e Epilepsia
Por Edson
É. Faz sentido.

Pensei a mesma coisa. Isso é que dá, abusar das drogas na juventude...
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Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
"...os pesquisadores mapearam o cérebro de pessoas submetidas ao teste, registrando e localizando onde se dava o conhecimento de Deus. Verificou-se que era possível provocar experiências místicas e religiosas na maioria das pessoas, estimulando-se certas partes do seu cérebro através de ondas eletromagnéticas..."
Revista Chatólica escreveu:"...Afinal, os experimentos apenas comprovam que certas regiões do cérebro entram em atividade durante uma sensação religiosa - nada mais que isso..."
hahahaha !
Que caras de pau !
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !
- Ateu Tímido
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Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
Sejamos realistas. De ambos os lados.
Eu não estou dizendo que pessoas com determinados tipos de problemas neurológicos não possam ter alucinações de teor religiosos.
mas daí a, por extensão, inferir que a origem das religiões são transtornos do mesmo tipo, atingindo em escala macro quase que toda a população mundial, é teoria da paranóia.
Eu não estou dizendo que pessoas com determinados tipos de problemas neurológicos não possam ter alucinações de teor religiosos.
mas daí a, por extensão, inferir que a origem das religiões são transtornos do mesmo tipo, atingindo em escala macro quase que toda a população mundial, é teoria da paranóia.
"Noite escura agora é manhã..."
Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
É... tudo é mesmo uma questão neuroquímica.
O que eu acho mesmo muito interessante é o Edson continuar crente mesmo tomando antidepressivos...
O que eu acho mesmo muito interessante é o Edson continuar crente mesmo tomando antidepressivos...
Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
Alter-ego escreveu:Sejamos realistas. De ambos os lados.
Eu não estou dizendo que pessoas com determinados tipos de problemas neurológicos não possam ter alucinações de teor religiosos.
mas daí a, por extensão, inferir que a origem das religiões são transtornos do mesmo tipo, atingindo em escala macro quase que toda a população mundial, é teoria da paranóia.
Pior que não, Igor...
Digamos que apenas os mais influentes dentro de uma tribo tivessem algum distúrbio e com isso levassem os demais a acreditarem neles "por osmose", no estilo rebanho seguindo seu pastor... Se um desses "pastores" fosse esquizofrênico, subisse numa montanha e depois voltasse com umas tabuletas escritas umas coisas e depois dissesse que foi um ser supremo quem escreveu, quem no meio do rebanho teria coragem de discordar?

Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
Fernando Silva escreveu:Se nossos genes são de fato “egoístas”, a que atribuir a crença ilimitada em outra vida, em outra dimensão? E por que tais crenças se tornam acentuadas quando estruturas do lobo temporal são atingidas? Respostas a essas questões talvez sejam um dos maiores desafios para as neurociências.
E pelo caminhar do tópico, enquanto os cientistas estão cheios de duvidas e perguntas, os ateus crentes estão cheios de certezas e respostas.
Ao que parece a maioria nem se deu ao trabalho de questionar o texto e interpreta-lo direito, concluindo que a ciência está a descobrir que todos os fenômenos ligados a religião tem origem no cérebro...
Fernando Silva escreveu:A publicação reconhece que as técnicas de mapeamento cerebral fornecem provas irrefutáveis "de que a percepção, o pensamento e os sentimentos estão basicamente ligados a certas atividades do cérebro". Mas refuta que tenha se tornado realmente possível perscrutar os mistérios divinos. Afinal, os experimentos apenas comprovam que certas regiões do cérebro entram em atividade durante uma sensação religiosa - nada mais que isso.
Nada mais que isso? Jura?
Precisava dizer?
Acho que sim... Diga isso para os ateus crentes...

Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
Najma escreveu:Pior que não, Igor...
Digamos que apenas os mais influentes dentro de uma tribo tivessem algum distúrbio e com isso levassem os demais a acreditarem neles "por osmose", no estilo rebanho seguindo seu pastor... Se um desses "pastores" fosse esquizofrênico, subisse numa montanha e depois voltasse com umas tabuletas escritas umas coisas e depois dissesse que foi um ser supremo quem escreveu, quem no meio do rebanho teria coragem de discordar?
Interessante como especulação, infelizmente isso se mostra falso a qualquer um com um pouco mais de conhecimento sobre religião. Afinal, religiões como o Cristianismo, Budismo, Hinduísmo e Taoísmo, ao contrario da crença comum... não necessitam serem "acreditadas", visto que fornecem as técnicas de uma pratica que leva a mente humana ao estado desperto da mente, onde as coisas das quais falam, podem ser refutadas ou confirmadas, entre os resultados desse estado temos o chamado religare e o fim da ignorância.
Ou seja, não há porque acreditar na mensagem de um "esquizofrênico", visto que é apresentado um meio pelo qual a mensagem pode ser verificada.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
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Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
sempre que ando por aí vejo sempre gente a estrebuchar e a espumar pela boca. Sao religiosos
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Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
Najma escreveu:Alter-ego escreveu:Sejamos realistas. De ambos os lados.
Eu não estou dizendo que pessoas com determinados tipos de problemas neurológicos não possam ter alucinações de teor religiosos.
mas daí a, por extensão, inferir que a origem das religiões são transtornos do mesmo tipo, atingindo em escala macro quase que toda a população mundial, é teoria da paranóia.
Pior que não, Igor...
Digamos que apenas os mais influentes dentro de uma tribo tivessem algum distúrbio e com isso levassem os demais a acreditarem neles "por osmose", no estilo rebanho seguindo seu pastor... Se um desses "pastores" fosse esquizofrênico, subisse numa montanha e depois voltasse com umas tabuletas escritas umas coisas e depois dissesse que foi um ser supremo quem escreveu, quem no meio do rebanho teria coragem de discordar?
os xamas tomavam drogas para atingir o além. acreditava-se que só num estado mental alterado... em vez do normal estado, a que Hume chama HÁBITO (o que faz o monge, supostamente)... se poderia vislumbrar outra realidade.
Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
NadaSei escreveu:Najma escreveu:Pior que não, Igor...
Digamos que apenas os mais influentes dentro de uma tribo tivessem algum distúrbio e com isso levassem os demais a acreditarem neles "por osmose", no estilo rebanho seguindo seu pastor... Se um desses "pastores" fosse esquizofrênico, subisse numa montanha e depois voltasse com umas tabuletas escritas umas coisas e depois dissesse que foi um ser supremo quem escreveu, quem no meio do rebanho teria coragem de discordar?
Interessante como especulação, infelizmente isso se mostra falso a qualquer um com um pouco mais de conhecimento sobre religião. Afinal, religiões como o Cristianismo, Budismo, Hinduísmo e Taoísmo, ao contrario da crença comum... não necessitam serem "acreditadas", visto que fornecem as técnicas de uma pratica que leva a mente humana ao estado desperto da mente, onde as coisas das quais falam, podem ser refutadas ou confirmadas, entre os resultados desse estado temos o chamado religare e o fim da ignorância.
Ou seja, não há porque acreditar na mensagem de um "esquizofrênico", visto que é apresentado um meio pelo qual a mensagem pode ser verificada.
Nadasei, você viaja.... viaja... e viaja!!!

Afinal, religiões como o Cristianismo, Budismo, Hinduísmo e Taoísmo, ao contrario da crença comum... não necessitam serem "acreditadas"...
+ heim?????

Manoel Machado Henriques
"...A razão de um povo inteiro, leva tempo a construir..."
(Pedro Ayres Magalhães - As Brumas do Futuro)
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Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
snake plissken escreveu:Najma escreveu:Alter-ego escreveu:Sejamos realistas. De ambos os lados.
Eu não estou dizendo que pessoas com determinados tipos de problemas neurológicos não possam ter alucinações de teor religiosos.
mas daí a, por extensão, inferir que a origem das religiões são transtornos do mesmo tipo, atingindo em escala macro quase que toda a população mundial, é teoria da paranóia.
Pior que não, Igor...
Digamos que apenas os mais influentes dentro de uma tribo tivessem algum distúrbio e com isso levassem os demais a acreditarem neles "por osmose", no estilo rebanho seguindo seu pastor... Se um desses "pastores" fosse esquizofrênico, subisse numa montanha e depois voltasse com umas tabuletas escritas umas coisas e depois dissesse que foi um ser supremo quem escreveu, quem no meio do rebanho teria coragem de discordar?
os xamas tomavam drogas para atingir o além. acreditava-se que só num estado mental alterado... em vez do normal estado, a que Hume chama HÁBITO (o que faz o monge, supostamente)... se poderia vislumbrar outra realidade.
Eu não diria um estado de mente alterado mas, sim, uma volta ao primitivismo perdido por causa da racionalização do cérebro. Como o homem desenvolveu o raciocínio, ele perdeu a sua ligação com as coisas da natureza e com o além. E, somente voltando para esse estado primitivo de "ser" é que os xamãs, treinados nessas artes, conseguiam tocar esse estado espiritual.
Pelo menos é o que eu acho.

Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
manoelmac escreveu:Nadasei, você viaja.... viaja... e viaja!!!![]()
Vocês é que viajam na "sombra" de uma religião que só existe na cabeça de vocês e de teístas crentes em seitas.
Um pouco de estudo sobre o assunto esclarece as coisas, nem precisa muito.
manoelmac escreveu:Afinal, religiões como o Cristianismo, Budismo, Hinduísmo e Taoísmo, ao contrario da crença comum... não necessitam serem "acreditadas"...
+ heim?????
Ué, pra que você acha que servem todas as praticas envolvendo privação dos sentidos, controle dos sentimentos, pensamentos, meditações, e tudo mais?
Acha que é só enfeite?
Servem para permitir a pessoa atingir a chamada iluminação, que trata-se de um outro estado mental, onde superamos o sofrimento, a ignorância e o ciclo de renascimento e morte.
Eles ensinam a pratica que leva a esse estado, ou seja, é verificavel, o que significa que não é necessário "acreditar". Ou funciona ou não funciona.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
Lúcifer escreveu:Eu não diria um estado de mente alterado mas, sim, uma volta ao primitivismo perdido por causa da racionalização do cérebro. Como o homem desenvolveu o raciocínio, ele perdeu a sua ligação com as coisas da natureza e com o além. E, somente voltando para esse estado primitivo de "ser" é que os xamãs, treinados nessas artes, conseguiam tocar esse estado espiritual.
Pelo menos é o que eu acho.
Está ligeiramente enganado. Tem razão no que diz respeito a ligação com a natureza, mas não trata-se de um impedimento da razão em si, nem de voltar a um estado "primitivo" do "ser". (que provavelmente nunca tivemos).
A razão é uma das ferramentas de nossa mente.
A religião foca o controle de todas as características mentais, isso inclui os sentimentos, a privação dos sentidos e o controle dos pensamentos, da mente racional.
A razão humana, como todo o resto, está girando fora de controle, da mesma forma que somos levados pelos sentimentos e, eles muito mais nos controlam que nós controlamos eles, os pensamentos funcionam da mesma forma, nos colocando em um tipo de "sono" ou "transe".
Controlar a razão é coloca-la em seu lugar, usa-la como "uma" de nossas capacidades. Controlar completamente a razão, significa, entre outras coisas, poder usar o maximo de seu potencial. (coisa que dificilmente fazemos).
Com a razão e sentimentos em seu lugar, não sendo mais levados por eles, atingimos esse outro estado de consciência, tendo acesso aquilo que está além do alcance de uma razão descontrolada, mas continuamos com a razão intacta e em seu potencial maximo.
Razão e sentimentos só nós impedem a ligação com a natureza, por estarem fora de controle. Basta estarmos no controle deles.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
- Vito Álvaro
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Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
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Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religioso
Vocês é que viajam na "sombra" de uma religião que só existe na cabeça de vocês e de teístas crentes em seitas.
Um pouco de estudo sobre o assunto esclarece as coisas, nem precisa muito.
[cabeça do nadasei]É óbvio, nítido... tá na cara!!! Será que só eu no MUNDO INTEIRO descubri isso??? Não pode ser!!!! Absurdo!!!! [/cabeça do nadasei]
Servem para permitir a pessoa atingir a chamada iluminação, que trata-se de um outro estado mental, onde superamos o sofrimento, a ignorância e o ciclo de renascimento e morte.
Eles ensinam a pratica que leva a esse estado, ou seja, é verificavel, o que significa que não é necessário "acreditar". Ou funciona ou não funciona.
Garzonn... mi v maixxxxxx uma.... *hic!*
Muuuuito bonito isso... mas... isso não seria auto-sujestão?

Se eu disser pra mim "Eu sou fodaaaaa" todo dia... eu vou me sentir o cara... mesmo sendo um nada pro resto do mundo...
Né DocDeos...



Manoel Machado Henriques
"...A razão de um povo inteiro, leva tempo a construir..."
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Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
Najma escreveu:Digamos que apenas os mais influentes dentro de uma tribo tivessem algum distúrbio e com isso levassem os demais a acreditarem neles "por osmose", no estilo rebanho seguindo seu pastor...
Povos primitivos costumam respeitar os loucos como tendo sido tocados por Deus.
O oráculo de Delphos nada mais era que alguém cheiradão (os gases vulcânicos que saíam de uma fenda no chão) dizendo coisas supostamente significativas.
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Re: Re.: Danos ao cérebro causam epilepsia e fervor religios
Lúcifer escreveu:snake plissken escreveu:Najma escreveu:Alter-ego escreveu:Sejamos realistas. De ambos os lados.
Eu não estou dizendo que pessoas com determinados tipos de problemas neurológicos não possam ter alucinações de teor religiosos.
mas daí a, por extensão, inferir que a origem das religiões são transtornos do mesmo tipo, atingindo em escala macro quase que toda a população mundial, é teoria da paranóia.
Pior que não, Igor...
Digamos que apenas os mais influentes dentro de uma tribo tivessem algum distúrbio e com isso levassem os demais a acreditarem neles "por osmose", no estilo rebanho seguindo seu pastor... Se um desses "pastores" fosse esquizofrênico, subisse numa montanha e depois voltasse com umas tabuletas escritas umas coisas e depois dissesse que foi um ser supremo quem escreveu, quem no meio do rebanho teria coragem de discordar?
os xamas tomavam drogas para atingir o além. acreditava-se que só num estado mental alterado... em vez do normal estado, a que Hume chama HÁBITO (o que faz o monge, supostamente)... se poderia vislumbrar outra realidade.
Eu não diria um estado de mente alterado mas, sim, uma volta ao primitivismo perdido por causa da racionalização do cérebro. Como o homem desenvolveu o raciocínio, ele perdeu a sua ligação com as coisas da natureza e com o além. E, somente voltando para esse estado primitivo de "ser" é que os xamãs, treinados nessas artes, conseguiam tocar esse estado espiritual.
Pelo menos é o que eu acho.
Existe um certo preconceito nessas coisas. Os chamados primitivos (os bosquimanos actuais podem ser vistos assim) tem uma visão extremamente racionalizada da vida prática. O conhecimento que tem do seu meio ambiente é, segundo Sagan, científico. A forma como interpretam indicios para encontrar presas é quase como o método científico. O homem primitivo nunca foi uma besta irracional. Isso é uma concepção preconceituosa. Creio que veio de Nietzche e dos primeiros antropólogos. Eu diria que um Bosquimano é mais racional que a média dos chamados civilizados que nem sequer compreendem direito o seu meio ambiente. Aliás... destroem-no e nem pensam duas vezes