Fernando Silva escreveu:Samael escreveu:O que eu coloquei se refere ao debate de estatização x privatização no desenvolvimento de uma nação, a nível de qualidade de vida para a população em geral.
Por um lado, vai ser muito difícil estabelecer uma relação de causa e efeito entre a privatização da Vale, por exemplo, e a melhoria de vida do povo em geral, da mesma forma que você dificilmente vai conseguir rastrear onde foram parar seus impostos.
Por outro lado, há casos específicos onde isto é bem visível, como o fato de hoje em dia qualquer faxineira ou pedreiro ter um celular (o que acabou com o antigo "telefone de recados", que só podia ser consultado depois, levando à perda de serviços).
Também diria que os trens da Supervia são melhores que os da antiga RFFSA (que ainda existe lá para os lados de Gramacho e presta um péssimo serviço, já que os funcionários só trabalham quando querem).
A privatização deu certo e tem mais potencial para dar certo quando empresas diferentes disputam o mercado em termos de serviços não essenciais. Como a questão da telefonia, na qual lucros estão ligados a oferecer melhor serviço, tecnologia e afins.
Em outras áreas como saúde, acontece algo trágico, para dizer o mínimo. Para garantir lucros, um percentual das doenças e acidentes catastróficos, ou qualquer coisa que o custo seja elevado, as empresas seguradoras, a fim de garantir lucros, forçosamente têm que arrumar formas, em geral legais, de negar cobertura. Além disso, a partir do momento que saúde vira mercadoria, o acesso a ela se torna restrito, e pode ser negado baseado no principio da pessoa não poder pagar. Quando penso que saúde deveria ser um direito, não podendo ser negada nunca.
A questão privatização x estatização, depende do que se trata. O que é essencial a sobrevivência, para que aquela nossa Utopia "Todos tenham o básico, e para além disso sejam recompensados na medida de seus esforços, e na qualidade desses" comece a se viabilizar, o essencial tem que ser garantido.
No caso da saúde, educação a todos, no caso de outras necessidades básicas, apenas garantir aos grupos humanos que não tem, ainda, condições de prover por si próprios. Mas o intuito de qualquer programa deve ser simultaneamente ter pré-requisitos e incentivar para que as pessoas possam, o quanto mais breve possível, prover para si próprios, e andar com as próprias pernas.