Acauan escreveu:O problema fundamental do Estado de Bem Estar Social é que é o Estado que decide o que é bem estar para você e não você.
Não necessariamente. Se o Estado for fortemente democrático, como eu defendo e muitos, são os cidadãos que democraticamente vão definir o que é bem estar.
Por exemplo, o sistema de saúde na Inglaterra não é arbítrio dos políticos, mas do povo, o mesmo na França. Se um político fizer campanha dizendo que vai extinguir e privatizar, não se elege, se fizer isso depois de eleito, vai ser deposto, as pessoas tomam as ruas. Sinal de cidadania avançada no meu modo de ver, quando as pessoas não aceitam passivamente o arbítrio dos políticos.
Eu sou amplamente favorável a garantia de direitos sociais, conjuntamente com planejamento, para que todos tenham as necessidades básicas garantidas, e possam ir além dessas na medida dos seus esforços, e na qualidade desses. Porém o meio, ou forma para se chegar a isso, é através do processo democrático, o mais aberto, e com mais controle e participação da população quanto for possível, se garantindo obviamente os elementos constitutivos de uma democracia (ser laica, ter respeito a liberdade de expressão, pensamento, diretos das minorias...).
Logo dessa forma um Estado de Bem-Estar social, amplamente democrático, reflete muito mais o que os indivíduos pensam e como eles desejam que a sociedade seja. Uma liberdade econômica, e participação popular pequena se transformam muito mais na tutela dos ricos, e dos poderosos, sobre toda a população. A escolha continua sendo limitada, mas agora é o patrão, o dono, a realiza-la, a criar limites para essa escolha.
A escolha e a liberdade para ela somente são plenas quando o poder pertence predominantemente ao cidadão, e ao mesmo tempo ele tem garantidas as necessidades básicas, de forma que possa realizar livremente suas escolhas. Quando o poder é restrito a poucos, quando ele tem medo, é desmoralizado, e não têm o básico, suas escolhas são profundamente limitadas, e distantes do que a defesa da liberdade ambiciona.
É como expressou um certo filosofo somente combinando liberdade e igualdade é que ambas se tornam possíveis. São princípios que se completam.