Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

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salgueiro
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Mensagem por salgueiro »



Pô, Miguel !! Ataque de nick megalomaníaco ? :emoticon16:


Bjs


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PrimitivosemmedodoTrovão
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Mensagem por PrimitivosemmedodoTrovão »

salgueiro escreveu:

Pô, Miguel !! Ataque de nick megalomaníaco ? :emoticon16:


Bjs



foi o primeiro nick que usei. pergunta ao ENCOSTO :emoticon1:

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Fedidovisk
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Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por Fedidovisk »

O RV pelo numero de membros ativos que ele tem, tenho que é o forum com a maior relação bogus/foristas , da internet.... :emoticon12:

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salgueiro
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Mensagem por salgueiro »

PrimitivosemmedodoTrovão escreveu:
salgueiro escreveu:

Pô, Miguel !! Ataque de nick megalomaníaco ? :emoticon16:


Bjs



foi o primeiro nick que usei. pergunta ao ENCOSTO :emoticon1:


Então é um ataque de nostalgia :emoticon12:


Bjs


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PrimitivosemmedodoTrovão
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Mensagem por PrimitivosemmedodoTrovão »

salgueiro escreveu:
PrimitivosemmedodoTrovão escreveu:
salgueiro escreveu:

Pô, Miguel !! Ataque de nick megalomaníaco ? :emoticon16:


Bjs



foi o primeiro nick que usei. pergunta ao ENCOSTO :emoticon1:


Então é um ataque de nostalgia :emoticon12:


Bjs



Na altura eu era um Teísta sem religião... puro. Gostava muito do argumento do principio antrópico. O APODman entrou de proposito no extinto forum gospel para me refutar... mas tudo acabou bem. O Abmael fazia parte, por exemplo (assim com outros: Souless, Romulo, HSfrosa, que disse que eu era o teísta mais inteligente que alguma vez conheceu :emoticon16:, etc ). Quanto ao Abmael, na altura só conhecia o seu lado afável (que, como dizem por aí, ainda não tinha soltado a franga :emoticon16: ). Tenho saudades desses primórdios. Era tudo tão fresco. Eu ainda era ingénuo... não conhecia malucos (além de mim :emoticon16: ) e julgava que todos procuravam ser verdadeiros. depois conheci criacionistas e evangélicos malucos e foi o fim da inocencia...

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aknatom
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Re: Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por aknatom »

NadaSei escreveu:Eu acho que você está subestimando o significado de um estado mental onde não pensamos, assim como subestima o significado de desapego.


Não vejo nada de bom no desapego excessivo... o próprio Sakyamuni indicou o caminho do meio... não sofrer por não ter mas também não sofrer por ter. Desapego levado como objetivo se torna niilismo.
Este estado mental onde não pensamos, para pessoas que vivem o dia a dia como nós, é possível por poucos momentos. De duas a uma: ou o budismo é exclusividade de monges ou Sakyamuni ensinou outra coisa. Tenho a impreção que este estado causa êxtase e não iluminação.
Iluminação deve ser vivida no dia a dia, enquanto se passa pelos outros sentimentos que são naturais e fazem parte da vida. O homem comum, que acorda, trabalha, tem família, este é o Buda.
Iluminação é dar um direcionamento correto aos sentimentos, a todos eles, não abdicar de sentir e nem ser controlado por eles. Existe algo definitivamente errado com alguém que não fica feliz ou que não sofre, que não fica tranquilo ou não se enraivece.
Raiva direcionada contra injustiças é iluminação.
Tranquilidade quando se está passeando com a família é iluminação.
Tristeza (não desespero) por perder um ente querido é iluminação.
Alegria por reencontrar um amigo é iluminação.
Não gosto dessa tendência de se colocar a iluminação como um estado inalcançável, além de um muro que nunca vemos mas podemos estar prontos pra transpor, só não podemos desistir.
Um estado onde vc não fica indignado e não sente empatia pelo sofrimento alheio só serve pra criar população massa de manobra.
Mas perceba, sentir indignação ou tristeza é bem diferente de sofrer. Sofrer é ser controlado pela ira e pela tristeza, se sentir amarrado e impotente para fazer qualquer coisa.
Enfim, iluminação é uma condição plenamente possível de ser vivida no dia a dia.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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salgueiro
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Mensagem por salgueiro »



Sei não, aknatom, apesar de achar que a lógica diz que o desapego "total" acaba levando ao niilismo, resta uma dúvida de que ele poderia ser o estado natural, sei lá algo como a extrema lucidez. Até porque passaríamos por todas as etapas no desenvolvimento até digamos, o ápice


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JoePussy
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Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por JoePussy »

Eu estou relendo este post depois de mto tempo. Acauan, tu é um cara paciente :)

"A espécie humana não pode lidar com muita realidade." - T.S. Elliot
"A religião de uma era é o entretenimento literário da era seguinte." - Ralph W. Emerson
"A mente do homem é estruturada de tal forma que é mais suscetível à mentira do que a verdade." - Desiderius Erasmus

[center]Trabalhando que nem um burro de carga. Volto em breve! :([/center]

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Fedidovisk
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Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por Fedidovisk »

Eu compreendo esse "desapego mental" total... quando ele chega, você não vê motivos pra largar... acaba se tornando um apego, apego pelo essêncial. :emoticon1:

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aknatom
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Mensagem por aknatom »

salgueiro escreveu:

Sei não, aknatom, apesar de achar que a lógica diz que o desapego "total" acaba levando ao niilismo, resta uma dúvida de que ele poderia ser o estado natural, sei lá algo como a extrema lucidez. Até porque passaríamos por todas as etapas no desenvolvimento até digamos, o ápice


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E existe um ápice? Essa é a questão. Assim como não existe ápice, desenvolver-se é uma "atitude" eterna, não existe estado estacionário, vc pode regredir tranquilamente pois num universo dinâmico, estacionar e não avançar é o primeiro passo pra regredir.
E o desapego total torna o Buda um ser transcedental, uma coisa impossível de ser em vida já que por mais que nos desapeguemos ainda assim precisaremos de alimento, por exemplo, portanto, não podemos obter o desapego total.
Buda é um outro nome para Humano.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
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salgueiro
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Mensagem por salgueiro »

aknatom escreveu:
salgueiro escreveu:

Sei não, aknatom, apesar de achar que a lógica diz que o desapego "total" acaba levando ao niilismo, resta uma dúvida de que ele poderia ser o estado natural, sei lá algo como a extrema lucidez. Até porque passaríamos por todas as etapas no desenvolvimento até digamos, o ápice


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E existe um ápice? Essa é a questão. Assim como não existe ápice, desenvolver-se é uma "atitude" eterna, não existe estado estacionário, vc pode regredir tranquilamente pois num universo dinâmico, estacionar e não avançar é o primeiro passo pra regredir.
E o desapego total torna o Buda um ser transcedental, uma coisa impossível de ser em vida já que por mais que nos desapeguemos ainda assim precisaremos de alimento, por exemplo, portanto, não podemos obter o desapego total.
Buda é um outro nome para Humano.


É ... até porque o Budismo foca no momento,"vida atual", aí fica impossível. E o meu raciocínio leva em conta reencarnações :emoticon16: , dizem que a "verdadeira vida" é no mundo espiritual, que as encarnações servem como meio de desenvolvimento. As sensações físicas seriam mais "fortes"


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NadaSei
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Re: Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por NadaSei »

aknatom escreveu:Não vejo nada de bom no desapego excessivo...

As religiões ensinam o desapego, não o "apego leve".
Ou você se apega a algo ou não se apega.
Caso se apegue, quanto maior o apego, maior o sofrimento.
aknatom escreveu:o próprio Sakyamuni indicou o caminho do meio...

O caminho do meio se refere a questão de não se entregar a praticas extremas, como as praticas asceticas a que ele se submeteu em busca da iluminação, vivendo como um mendigo, nem a praticas de mortificação do corpo ou qualquer coisa do tipo.
aknatom escreveu:não sofrer por não ter mas também não sofrer por ter.

E você só pode não sofrer por não ter ou por ter, quando é desapegado das coisas e pessoas.
Qualquer desejo, por mais leve que seja, perturba a mente.
Poderíamos dizer que, mesmo a mais leve brisa, é capaz de mover nosso barco no oceano do samsara.
aknatom escreveu:Desapego levado como objetivo se torna niilismo.
Este estado mental onde não pensamos, para pessoas que vivem o dia a dia como nós, é possível por poucos momentos.

De forma alguma, ele é o objetivo final.
É como todos eles dizem, atingindo a iluminação, vivemos em meditação plena.
aknatom escreveu:De duas a uma: ou o budismo é exclusividade de monges ou Sakyamuni ensinou outra coisa.

Tornar-se um monge é certamente um caminho mais fácil, Buda fala sobre isso em um dos suttas, tanto que seus discípulos se tornavam monges e abandonavam o convívio com a familia para viver junto dele... inclusive usando um quimono laranja, diga-se de passagem.
aknatom escreveu: Tenho a impreção que este estado causa êxtase e não iluminação.

As duas coisas, o êxtase se refere a paz, ao fim do sofrimento e ao estar plenamente atento, o que torna todos os nossos sentidos mais apurados.
aknatom escreveu:Iluminação deve ser vivida no dia a dia, enquanto se passa pelos outros sentimentos que são naturais e fazem parte da vida. O homem comum, que acorda, trabalha, tem família, este é o Buda.

Você está encarando o budismo como uma filosofia de vida, esse é o problema.
O budismo é uma religião.
A iluminação é algo que se atinge pela pratica dos ensinamentos, é o objetivo deles, não um "processo" de viver segundo uma filosofia e suas "regras" morais.
No dia a dia nós vivemos a ignorância, os ensinamentos visam nos levar a iluminação, ao estado desperto e livre, isso é o oposto de se viver preso a regras pré-estabelecidas no dia a dia.

A pessoa comum, que vive o mundo e busca os favores do mundo, é um buda que dorme.
"Buda" como é chamado, refere-se ao buda que acordou, ao buda desperto.
Aquele que é desapegado, não tem paixões ou desejos e está liberto dos fatores condicionantes da existência.
aknatom escreveu:Iluminação é dar um direcionamento correto aos sentimentos, a todos eles, não abdicar de sentir e nem ser controlado por eles. Existe algo definitivamente errado com alguém que não fica feliz ou que não sofre, que não fica tranquilo ou não se enraivece.
Raiva direcionada contra injustiças é iluminação.

Controlar os sentimentos, não significa que não se possa senti-los, imagino que no maximo, tenhamos controle em não sentir algo que não queremos, bem como sentir qualquer coisa que quisermos a qualquer momento.
Quem atinge esse estado, fica feliz o tempo todo, por esse ser o estado natural do ser.
Nós deixamos de "ficar" felizes devido a "algo" e passamos a simplesmente "ser" felizes.
aknatom escreveu:Tranquilidade quando se está passeando com a família é iluminação.
Tristeza (não desespero) por perder um ente querido é iluminação.
Alegria por reencontrar um amigo é iluminação.

Iluminação é abandonar o mundo causal, o mundo onde dependemos de objetos externos e eles nos controlam.
Onde ficamos felizes por ver um amigo e tristes por perde-lo.
Isso é estar associado ao objeto (o amigo), isso é ser levado por causas externas.
A iluminação se refere a libertação desse mundo causal.
aknatom escreveu:Não gosto dessa tendência de se colocar a iluminação como um estado inalcançável, além de um muro que nunca vemos mas podemos estar prontos pra transpor, só não podemos desistir.

É um estado que se conquista, não é inalcançável, mas também não é moleza.
Essa é a lei do forte, você tem que abandonar todas as suas fraquezas para chegar lá.
aknatom escreveu:Um estado onde vc não fica indignado e não sente empatia pelo sofrimento alheio só serve pra criar população massa de manobra.

Quem se deixa manipular, é quem é levado por sentimentos, não alguém que está no controle deles.
Olhe o nosso mundo, igrejas e governos usam do sentimentos das pessoas para manipula-las.
aknatom escreveu:Mas perceba, sentir indignação ou tristeza é bem diferente de sofrer. Sofrer é ser controlado pela ira e pela tristeza, se sentir amarrado e impotente para fazer qualquer coisa.
Enfim, iluminação é uma condição plenamente possível de ser vivida no dia a dia.

Você não entendeu o significado de iluminação Aknatom.
Isso não é algo que se lê em um livro, concorda com a lógica e então pronto, basta viver dessa forma. Isso não é uma filosofia de vida.

Os ensinamento são pesados, eles exigem abandono e dedicação, a pessoa abandona os sonhos da vida, não busca os prazeres dos sentidos, elimina as paixões e desejos, ela não busca a vida.
A pessoa renuncia a vida e passa a viver em constante luta com a mente, tentando meditar o dia inteiro.
Como são todas essas coisas que movem a nossa mente, quando se consegue atacar e corrigir todas elas, a mente se acalma, fica sob controle e entra em um outro estado. (diferente da vigilia)
Manter-se nesse outro estado mental, é a iluminação.

É difícil de se conseguir, ser um monge pode tornar as coisas mais "leves", mas há quem tente isso sem sair do convívio da vida comum. Eu não me tornei um monge, pratico isso tudo sozinho, inclusive o celibato.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Mensagem por NadaSei »

salgueiro escreveu:

É ... até porque o Budismo foca no momento,"vida atual", aí fica impossível. E o meu raciocínio leva em conta reencarnações :emoticon16: , dizem que a "verdadeira vida" é no mundo espiritual, que as encarnações servem como meio de desenvolvimento. As sensações físicas seriam mais "fortes"


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O Budismo também leva em conta os renascimentos.
A questão do "foco" no momento atual, é não permitir que as pessoas se iludam empurrando a obrigação eternamente para a próxima vida.

É como o cara que sempre deixa para parar de fumar amanhã e, dessa forma, nunca para de fumar.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Mensagem por salgueiro »



Defina renascimento


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aknatom
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Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por aknatom »

É NadaSei... entendo perfeitamente a prática budista que vc se refere. Conheço muitas pessoas que fazem esse tipo de prática, e a minha opinião sobre ela é que não é adequada aos dias atuais, a nossa sociedade e as pessoas que vivem hoje.
Pratico um budismo um pouco diferente do seu, e posso dizer pra vc que na maior parte do tempo consigo me manter neste estado que descrevi, onde sinto tristeza e alegria mas não sofrimento. Existe uma diferença entre a alegria sentida por influência do meio e a felicidade que surge advinda do estado de buda, e esta diferença é bem clara. Porém, como vc mesmo falou, os ensinamentos são pesados e requerem dedicação, e assim que venço uma etapa, um novo desafio se mostra, uma nova fraqueza é iluminada e preciso nocamente me dedicar a combater mais esta escuridão na minha vida.
A nossa diferença de interpretação e de vida é básica: vc vê a iluminação como a meta, eu vejo como o caminho. Vc faz práticas para atingi-la, eu para manifestá-la. Posso dizer que consigo meu intento, todos os dias, todos os momentos, um passo a mais.
Vc prefere chamar o que pratico de filosofia de vida? Fique a vontade... eu fico tranquilo com o termo religião, apesar de numa discução com o Azathoth, segundo uma metodologia por ele elaborada, fico abaixo da linha que divide religião e filosofia de vida.
Fica só a questão: como vc mesmo afirmou em vários tópicos, a religião é plenamente testável, vc faz as práticas e verifica os efeitos. Está disposto a testar? :emoticon4:

Sobre a pergunta da Sal, pra ser bem simples e direto, sabe aquela coisa que os psicologos chamam de ego, que a maioria das religiões chamam de alma, aquela coisa que está pensando nessa hora "isso sou eu"? Então, na reencarnação o que permanece é essa coisa. No renascimento o que permanece é aquela coisa que se relaciona de determinada maneira com este aspecto da vida e de determinada maneira com aquele outro, e que no momento está direcionada para este caminho... é algo um pouco mais abaixo do Eu. Isso permanece, o resto desaparece junto com o corpo, vira pó.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
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Mensagem por NadaSei »

aknatom escreveu:E existe um ápice?

A iluminação não é um ápice.
É apenas um "aprender a andar".

Por hora somos como crianças engatinhando, então aprendemos a andar.
Só que como falamos da mente, esse é o estado onde "acordamos" de fato, onde descobrimos a vida eterna e sem sofrimento.
Depois disso é outra estória.
aknatom escreveu:E o desapego total torna o Buda um ser transcedental, uma coisa impossível de ser em vida já que por mais que nos desapeguemos ainda assim precisaremos de alimento, por exemplo, portanto, não podemos obter o desapego total.
Buda é um outro nome para Humano.

O budismo é bem claro quanto a isso, o desepago é total por se abandona o ego, com o seu "eu" e "meu".
Todo humano é um buda latente, mas só é chamado de buda após "acordar".

Só pra dar uma idéia:

Veja como ele descreve a iluminação como algo que nasce pela prática.
bhikkhu sutta escreveu:Em Savatthi. Então, um certo bhikkhu foi até o Abençoado e depois de cumprimentá-lo sentou a um lado e disse:

“Venerável senhor, dizem, ‘fatores da iluminação, fatores da iluminação.’ Com qual sentido eles são chamados de fatores da iluminação?”

“Eles conduzem à iluminação, bhikkhu, portanto eles são chamados de fatores da iluminação. Aqui, bhikkhu, alguém desenvolve o fator da iluminação da atenção plena, que tem como base o afastamento, o desapego e a cessação, que amadurece no abandono... Alguém desenvolve o fator da iluminação da equanimidade, que tem como base o afastamento, o desapego e a cessação, que amadurece no abandono. Enquanto ele desenvolve esses sete fatores da iluminação, a mente dele é libertada da impureza da sensualidade, da impureza do ser/existir, da impureza da ignorância. Quando ela está libertada surge o conhecimento: ‘Libertada.’ Ele compreende que: ‘O nascimento foi destruído, a vida santa foi vivida, o que deveria ser feito foi feito, não há mais vir a ser a nenhum estado.’ Eles conduzem à iluminação, bhikkhu, portanto eles são chamados de fatores da iluminação.”


Veja como a descrição do Nirvana ou Nibbana, refere-se a algo transcendental.
nibbana sutta escreveu:Em certa ocasião, o Abençoado estava em Savatthi no Bosque de Jeta, no Parque de Anathapindika. Agora, naquela ocasião, o Abençoado estava instruindo, estimulando, encorajando e motivando os bhikkhus com um discurso do Dhamma relativo ao Desatamento. Os bhikkhus – receptivos, atentos, focando toda a sua atenção, dando ouvidos – ouviam o Dhamma.

Então, dando-se conta da significância daquilo, o Abençoado naquela ocasião exclamou:

“Existe aquela esfera da existência em que não há nem terra, nem água, nem fogo, nem ar; não há a experiência do espaço infinito, nem da consciência infinita, nem do nada, nem da nem percepção, nem não percepção; ali não há nem este mundo e tampouco outro mundo, nem sol, nem lua. Nessa esfera da existência, eu digo, não há vir, nem ir, nem permanecer; não há morte nem renascimento; não há base, não há evolução e não há suporte (objeto mental). Isso, justamente isso, é apenas o fim do sofrimento.”

Os quatro jhanas, desapego:
Chatthapacinaninna Sutta escreveu:“Bhikkhus, há esses quatro jhanas. Quais quatro?
Neste caso, bhikkhus, afastado dos prazeres sensuais, afastado das qualidades não hábeis, um bhikkhu entra e permanece no primeiro jhana.

Ele é acompanhado pelo pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos do afastamento. Silenciando o pensamento aplicado e sustentado, um bhikkhu entra e permanece no segundo jhana.

Ele é acompanhado pela autoconfiança e unicidade da mente sem o pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos da concentração. Com o desaparecer do êxtase, um bhikkhu permanece com a equanimidade, plenamente atento e plenamente consciente, ainda sentindo felicidade no corpo, ele entra e permanece no terceiro jhana, acerca do qual os nobres declaram: ‘Possui uma estada feliz aquele que é equânime e plenamente atento.’

Com o abandono da felicidade e do sofrimento, e com o anterior desaparecimento da alegria e tristeza, um bhikkhu entra e permanece no quarto jhana, que possui nem felicidade, nem sofrimento e a atenção plena purificada devido à equanimidade.

Esses são os quatro jhanas.

“Bhikkhus, como o rio Gânges decliva, tende e se inclina na direção do oceano, um bhikkhu que desenvolve e cultiva os quatro jhanas também decliva, tende e se inclina na direção de Nibbana.[1]

“E como, bhikkhus, um bhikkhu desenvolve e cultiva os quatro jhanas para ele declivar, tender e se inclinar na direção de Nibbana? Neste caso, bhikkhus, afastado dos prazeres sensuais, afastado das qualidades não hábeis, um bhikkhu entra e permanece no primeiro jhana ... no segundo jhana ... no terceiro jhana ... no quarto jhana.

“É dessa forma, bhikkhus, que um bhikkhu desenvolve e cultiva os quatro jhanas para ele declivar, tender e se inclinar na direção de Nibbana.”

O quatro jhanas são parte do caminho que leva a iluminação, mas não ela em si.
Editado pela última vez por NadaSei em 30 Ago 2007, 16:52, em um total de 1 vez.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por Fedidovisk »

Se eu fosse ter uma religião, talvez fosse o Budismo, mas sem essas frescurinhas de Deuses e crendices... apenas a "filosofia"...

Pra isso, faço eu mesmo. :emoticon12:

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Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por Ilovefoxes »

No dia a dia nós vivemos a ignorância, os ensinamentos visam nos levar a iluminação, ao estado desperto e livre, isso é o oposto de se viver preso a regras pré-estabelecidas no dia a dia.
:emoticon5:

NadaSei, em resumo, deixa eu ver se eu entendi bem: eu devo me livrar de toda emoção e apego emocinal para sentir um sentimento de realização e me apegar a ele?
É claro, imagino que dentro das crenças há explicações "metafísicas" do porque é mágico esse estado resultante da realização, mas na realidade não deve de passar de algo parecido com excesso de dopamina que passa a ser liberado. :emoticon5:

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Re: Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por NadaSei »

Ilovefoxes escreveu:
No dia a dia nós vivemos a ignorância, os ensinamentos visam nos levar a iluminação, ao estado desperto e livre, isso é o oposto de se viver preso a regras pré-estabelecidas no dia a dia.
:emoticon5:

NadaSei, em resumo, deixa eu ver se eu entendi bem: eu devo me livrar de toda emoção e apego emocinal para sentir um sentimento de realização e me apegar a ele?

O apego surge do ego, nesse estado você elimina o ego.
Você não se "apega" a um estado mental, você atinge um estado mental onde não existe apego.
Ilovefoxes escreveu:É claro, imagino que dentro das crenças há explicações "metafísicas" do porque é mágico esse estado resultante da realização, mas na realidade não deve de passar de algo parecido com excesso de dopamina que passa a ser liberado. :emoticon5:

Então, essa é uma "hipótese" que você pode considerar e se quiser, pode "acreditar" nela... mas "saber" do que se trata é outra estória...
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por aknatom »

NadaSei escreveu:
Ilovefoxes escreveu:
No dia a dia nós vivemos a ignorância, os ensinamentos visam nos levar a iluminação, ao estado desperto e livre, isso é o oposto de se viver preso a regras pré-estabelecidas no dia a dia.
:emoticon5:

NadaSei, em resumo, deixa eu ver se eu entendi bem: eu devo me livrar de toda emoção e apego emocinal para sentir um sentimento de realização e me apegar a ele?

O apego surge do ego, nesse estado você elimina o ego.
Você não se "apega" a um estado mental, você atinge um estado mental onde não existe apego.
Ilovefoxes escreveu:É claro, imagino que dentro das crenças há explicações "metafísicas" do porque é mágico esse estado resultante da realização, mas na realidade não deve de passar de algo parecido com excesso de dopamina que passa a ser liberado. :emoticon5:

Então, essa é uma "hipótese" que você pode considerar e se quiser, pode "acreditar" nela... mas "saber" do que se trata é outra estória...


A interpretação de iluminação que vc usa também é uma hipótese... vc pode acreditar nela mas saber do que se trata é outra história.
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Re: Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por NadaSei »

Fedidovisk escreveu:Se eu fosse ter uma religião, talvez fosse o Budismo, mas sem essas frescurinhas de Deuses e crendices... apenas a "filosofia"...

Pra isso, faço eu mesmo. :emoticon12:

O Budismo ensina a mesma prática ensinada em diversas outras religiões, o cristianismo, por exemplo, ensina uma variação da mesma técnica.
E isso não é uma "filosofia", são praticas idiotas onde se vive uma vidinha estúpida, mas que permite levar a mente a esse outro estado.
Entrando nesse estado as práticas são abandonadas e a pessoa passa a viver a vida real, aquela que é eterna.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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NadaSei
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Re: Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por NadaSei »

aknatom escreveu:A interpretação de iluminação que vc usa também é uma hipótese... vc pode acreditar nela mas saber do que se trata é outra história.

Sim, definitvamente é outra estória.
A diferença está na investigação das hipóteses.
Você pode olhar uma porta fechada e criar diversas "hipóteses" do que está por trás dela.
Alguns ficam olhando e considerando as hipóteses, outros andam até a porta, abrem-na e olham o que realmente está ali.

Eu olhei o que está ali, só que é um lugar muito grande e cheio de coisas para ver, sendo que eu abri a porta, dei uma espiada, mas o vento soprou e bateu a porta.
Sendo assim, eu dei uma espiada no que tem ali e sei do que se trata, melhor do que aqueles que apenas ficaram "levantando" hipóteses, mas nunca olharam por de trás dela... mesmo que eu não conheça tudo o que tem ali, já desprovei muitas dessas hipóteses levantadas. (como a da dopamina e a da filosofia de vida)
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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aknatom
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Re: Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por aknatom »

NadaSei escreveu:
aknatom escreveu:A interpretação de iluminação que vc usa também é uma hipótese... vc pode acreditar nela mas saber do que se trata é outra história.

Sim, definitvamente é outra estória.
A diferença está na investigação das hipóteses.
Você pode olhar uma porta fechada e criar diversas "hipóteses" do que está por trás dela.
Alguns ficam olhando e considerando as hipóteses, outros andam até a porta, abrem-na e olham o que realmente está ali.

Eu olhei o que está ali, só que é um lugar muito grande e cheio de coisas para ver, sendo que eu abri a porta, dei uma espiada, mas o vento soprou e bateu a porta.
Sendo assim, eu dei uma espiada no que tem ali e sei do que se trata, melhor do que aqueles que apenas ficaram "levantando" hipóteses, mas nunca olharam por de trás dela... mesmo que eu não conheça tudo o que tem ali, já desprovei muitas dessas hipóteses levantadas. (como a da dopamina e a da filosofia de vida)


Posso dizer que estou lá dentro mas a minha lanterna emite pouca luz, estou caminhando, olhando as coisas, e ajustando a lanterna de forma a ficar mais forte.
Como filosofia de vida sei que não funciona... sem a prática a teoria perde sentido.
E quanto a dopamina, dopamina permite alegria e não realização, sensação que pode ou não estar associada a alegria.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:E quem decide o que é a vontade de Deus, você?
...
Pior ainda é decretar com base em suas próprias opiniões que seguir suas opiniões é entregar-se a vontade de Deus, coisa da qual só poderia ter certeza se o próprio o houvesse informado disto, coisa da qual, particularmente, duvido.


Quem decide é o próprio Deus Acauan, o ser humano apenas aceita, mesmo que isso contrarie aquilo que ele em sua ignorância gostaria.


E como as decisões de Deus chegam ao teu conhecimento? Vejamos se sua resposta é melhor que as milhares de outras que têm opiniões diferentes da sua sobre o que Deus decide ou deixa de decidir.

NadaSei escreveu: Não se trata de um "jogo de palavras", mas do fato de aceitar essa decisão divina e a condição infernal do ser amado, a despeito do que pessoalmente queremos para ele.


É jogo de palavras sim, uma vez que você deu à palavra "compaixão" um sentido diferente das acepções aceitas e do significado tradicional, apenas para adequá-lo aos interesses de sua tese.

NadaSei escreveu:Ele estar sofrendo no inferno, não significa que eu o ignore ou deixe de ama-lo, nem que eu ignore o sofrimento dele.
Significa apenas que eu aceito a decisão de Deus e não sofro com isso.


Isto é um absurdo completo, pois não há nenhuma correlação necessária entre aceitar uma decisão e não sofrer por conta dela. Podemos aceitar uma decisão da lei que condena uma pessoa que amamos, mas esta aceitação não implica que tenhamos que deixar de nos compadecer com o destino da pessoa amada.

E, ô raios, se você não sofre com o sofrimento do outro, como pode afirmar que não é indiferente e, na maior cara-de-pau, que o ama? Isto contraria as próprias definições de amor e indiferença, as quais você quer redefinir para forçar uma falsa solução semântica para o problema.


NadaSei escreveu:O problema aqui se atem a incapacidade atual do homem, de compreender o que é estar no controle dos sentimentos, ao invés de ser levado por eles.


Ou seja, segundo você nosso modelo de evolução espiritual deveria ser Surak, pai dos vulcanos.

NadaSei escreveu:Nessa perspectiva os sentimentos desempenham um papel diferente do que estamos acostumados.
Não ser egoísta, significa não ter desejos e repulsas, quereres e não-quereres.


Agora o modelo de evolução espiritual são as beringelas e outros vegetais, seres sabidamente sem desejos, repulsas, quereres ou não-quereres.

NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:Você insiste em querer dar às palavras o significado que lhe interessa no momento.

Eu descrevi "compaixão" com base na acepção dada pelo Houaiss e no uso mais cotidiano do termo:

(...)
Ou seja, meu entendimento do conceito reflete o entendimento dado a ele nos últimos seiscentos anos. E o teu entendimento, vem de onde?


Vem do entendimento do que representa estar no controle dos sentimentos ao invés de ser levado por eles.


Pelo menos você admitiu como funciona sua lógica.
A partir do que você acredita ser controle dos sentimentos você redefine o significado das palavras, para que se adaptem ao que você acredita e com base nestes significados outorgados por seus próprios entendimentos sustenta os argumentos que os defende.

O sr. Spock ergueria uma sobrancelha para isto.


NadaSei escreveu:Você se atem ao sentimento com base em como funciona atualmente, em como ele toma posse de nós.
Eu falo sobre o que ele passa a representar quando somos senhores dele.
O sentimento é produto da mente, estando no controle dela, somos capazes de controla-lo, o que torna esse sentimento algo diferente daquilo a que você está acostumado.


Quanta baboseira.

Tudo isto não passa de raciocínios circulares nos quais você defende o que acredita com base no que acredita.
Para que haja uma discussão minimamente possível a respeito da validade de uma tese é preciso estabelecer premissas aceitas como válidas por ambas as partes.
Você inventa suas próprias premissas, coisas do tipo "você se atem aos sentimentos como são hoje, mas eu, que sou um iluminado visionário que enxergo muito além da realidade presente afirmo que, então...".
Como disse, baboseira.


NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:Quando falo de teologia me refiro a um conjunto de obras históricas-filosóficas, editadas e organizadas, que dão continuidade metódica à interpretação de questões religiosas específicas e gerais.
Verdades universais discutidas por yoguir, místicos e ocultistas têm a consistência intelectual de um pudim de gelatina, analogamente falando.


Eu diria que na maioria dos casos... é o oposto que ocorre.
São os pontos de vista limitados da teologia tradicional, que normalmente tem essa consistência intelectual, visto que se atem a fontes limitadas escolhidas de forma arbitraria, mal informada e dogmática.


Esta é uma questão fácil de comparar.
Vou citar apenas três, dentre as centenas de pensadores ocidentais que se dedicaram também às questões teológicas, cada qual em sua época: Aristóteles, Sto. Tomás de Aquino e Leibniz.

A consistência intelectual da obra deles pode ser aferida pelo ineditismo, coerência das idéias e pleno domínio do status quaestionis dos assuntos que trataram.
Tudo isto exposto em uma vasta bibliografia autenticada, catalogada e organizada metodicamente.

Vejamos agora quem são os iogues, místicos e ocultistas que você invoca como paradigmas dos nomes citados, que obras produziram, como se afere sua autenticidade, originalidade e coerência?


NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:Do cristianismo é que não foi, pois a posição oficial da Santa Sé claramente explícita no Catecismo Católico define o inferno como um lugar de condenação, não como um estado mental. Protestantes, com exceção dos aniquilacionistas e algumas pouquíssimas vertentes liberais, mantém em maior ou menor grau a crença no lago de fogo onde o verme que o rói nunca morre etc.


Estou falando sobre o cristianismo, não sobre o catolicismo.


O parágrafo que escrevi cita clara e explicitamente visões católicas e protestantes sobre o tema. Se estes dois grande grupos não representam o cristianismo para você, quem o faz?

NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:E o cristianismo não é ambíguo a respeito coisa nenhuma, desde que você consulte as fontes teológicas certas, de Santo Agostinho a Bento XVI para os católicos e os versículos bíblicos referentes, para a interpretação protestante, quase sempre literal.


Sim ele é ambíguo.
O inferno na biblia cristã, pode ser interpretado de diferentes formas, aceita diferentes hipóteses não refutáveis com base na biblia.


Não é ambíguo no essencial, uma vez que todas as vertentes cristãs interpretam o inferno como a alternativa oposta à salvação.

NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:O inferno é parte essencial da doutrina cristã que posiciona o homem no centro de extremos e opostos entre os quais deve conviver e fazer suas escolhas, espírito e carne, natural e divino, individualidade e coletividade e, claro, Céu e Inferno.
As interpretações ou descrições podem variar conforme a época, mas o Inferno se inclui na própria natureza do cristianismo de ser uma religião que prega a salvação da alma pela escolha individual, logo se há uma salvação a ser escolhida, deve haver um oposto para quem opta por não escolhê-la.


Sim, o oposto é continuar aqui na terra sujeito ao sofrimento.
O "reino dos céus" é um estado mental e uma forma das pessoas se comportarem, algo que só pode ser conseguido ao seguir as praticas que são ensinadas.
Ou a pessoa faz isso, ou não entra nesse "estado", não entra no "reino dos céus"... não entrar no reino dos céus é estar no inferno.

Lembrando que o cristianismo nasce como uma seita judaica, com base em um judeu que pregava o judaísmo real, uma religião que fala da mesma verdade universal, como qualquer outra religião.


Esta abordagem do tema é de um simplismo raso e desconhecedor dos fundamentos simbólicos do cristianismo.

As portas do reino dos céus no cristianismo só se abrem pelo sacrifício do Deus feito Homem, isto vai além do ensino de práticas de comportamento e não tem nada a ver com estados mentais.
Trata-se de uma ruptura com a tradição pagã, na qual há deuses e semi-deuses e com o monoteísmo radical judaico, por atrelar a salvação da alma à uma consciência ao mesmo tempo totalmente divina e totalmente humana, que cria uma realidade espiritual que os homens seriam incapazes de construir por si mesmos e oferta esta realidade como graça.

A complexidade desta mitologia supera todas as anteriores, principalmente as orientais, fundamentadas basicamente em diferentes entendimentos do que seria ascese espiritual, sem que em nenhuma delas esta ascese se personifique, como é o caso do Verbo encarnado.


NadaSei escreveu:
Acauan escreveu:Esta concepção é exclusiva do Cristianismo, ainda assim excluindo o Calvinismo predestinista, segundo o qual a escolha individual humana não existe.
O inferno tem concepção totalmente diferente do Islã, apesar de descrito em termos análogos ao inferno cristão e só pode sair abobrinha de se tentar correlacionar o inferno cristão com religiões orientais, animistas ou tribais.


O seu desconhecimento de que essas outras religiões falam sobre a mesma verdade universal que é tema no cristianismo, não torna correlaciona-las uma abobrinha.


Correlaciono e vou continuar correlacionando com abobrinha enquanto o rastreamento das fontes intelectuais destas babaquices me remeter a livros de divulgação da Nova Era, que somados não fornecem sabedoria suficiente para fazer uma mesa com uma perna mais curta que as outras parar de balançar.

Caso tenha alguma intenção de convencer-me do contrário, me informe uma bibliografia de referência e eu a analisarei de modo tão isento quanto me for possível.


NadaSei escreveu: Cristo fala sobre o mesmo "reino dos céus", "Deus panenteista", a mesma "yoga" (praticas que levam a mente a seu estado desperto), "karma", "pecado", etc... que religiosos, como Lao Tsé, Krishna e outros tantos.


Não fala não.

NadaSei escreveu: É isso que torna a teologia tradicional um tanto estúpida, coloca todo o questionamento em Cristo, enquanto ignora outros que falam sobre EXATAMENTE a mesma coisa.
Seria como tentar discutir toda a filosofia existencialista, tendo base apenas em Albert Camus, enquanto se ignora todo o resto.


O que você chama de teologia tradicional, ou seja a cristã ocidental, foi formulada ao longo de mais ou menos mil anos, absorveu toda a filosofia grega socrática-aristotélica e conciliou-a com o pensamento escolástico e a tradição Patrística, compondo as bases filosóficas da civilização ocidental, que dá de dez a zero em qualquer outro modelo de civilização de qualquer outro lugar ou época.

Contra este legado, a Nova Era só tem a oferecer promessas de ascese espiritual sem conflito existencial, o que a torna tão popular nesteS tempos em que auto-ajuda virou cultura dominante.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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Re: Re.: Mural teísta, questionamentos... Lembrete.

Mensagem por NadaSei »

aknatom escreveu:Como filosofia de vida sei que não funciona... sem a prática a teoria perde sentido.

E não só isso, é na pratica que se atesta a teoria e se pode saber se ela funciona.
aknatom escreveu:Posso dizer que estou lá dentro mas a minha lanterna emite pouca luz, estou caminhando, olhando as coisas, e ajustando a lanterna de forma a ficar mais forte.

Eu entendi o que você está fazendo Aknatom.
É como aquelas discussões sobre se a Yoga é uma pratica ou um estado atingido pela pratica, como o que dizem sobre uma pessoa que medita e outra que na iluminação, vive em meditação plena.

Poderíamos dizer que essas coisas são a mesma, por serem inseparáveis.

Pegando a sua analogia, eu diria apenas que o que chamam de iluminação ou de atingir o nirvana, é o momento onde a lanterna ganha força total. É nesse momento que as ilusões somem e podemos ver com clareza o que tem ali, antes disso, iluminamos apenas algumas "partes" e acabamos tomando essas partes pelo "todo".
Estamos certamente todos no mesmo caminho, mas alguns com a lanterna fraca vendo apenas algumas coisas, outros com ela iluminando tudo.
Há de se diferenciar as duas condições.

Antes da lanterna ficar completamente acesa, pode acontecer dela "piscar" em sua força total, mas voltar a enfraquecer.
Esse "piscar" te permite corrigir alguns enganos, ele é chamado de satori ou kenzo, seria um vislumbre da iluminação. Foi a isso que me referi com a analogia da porta que depois de aberta, foi novamente fechada pelo vento.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

Trancado