Qual é o verdadeiro Deus?

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NadaSei
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Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por NadaSei »

Devo acreditar em Jeová, Shiva, Allāh, Tao ou em algum outro?
Em qual dos muitos deuses devo acreditar?

Essa é uma questão que assombra e distorce a realidade da religião e de Deus, tanto entre os teístas quanto entre os ateus.
Do lado teísta existe aquela questão de não cultuar os falsos deuses das outras religiões, onde cada teísta elege a sua religião como sendo a verdadeira, bem como o seu Deus como sendo o único.
Do lado ateu isso vira motivo para se dizer que é tudo invenção, que cada religião “cria” um Deus imaginário diferente e a prova de que isso é tudo bobagem, está justamente no fato de existirem tantos deuses diferentes e nenhum consenso sobre qual é o verdadeiro.

A resposta mais acertada a questão inicial é: Todos eles são o verdadeiro Deus.
Não são muitos deuses, na verdade, estão falando sobre o mesmo Deus único e dando a ele muitos nomes diferentes.

O grande problema aqui, se concentra na forma como cada individuo “interpreta” Deus em sua própria mente.
Esse mesmo Deus pode ser visto de diferentes formas, por diferentes pessoas.
Isso ocorre inclusive com coisas mais simples, por exemplo, ao julgar uma mesma pessoa, indivíduos diferentes podem ter idéias diferentes sobre ela e podem descrever diferentes “facetas” dessa mesma pessoa.
Diríamos então que estão a falar sobre pessoas diferentes?
Poderíamos alegar que pela falta de consenso essa pessoa não existe?

Observe o texto abaixo, ele além de muito bonito, mostra como uma mesma pessoa ao longo do tempo, vai mudando sua forma de perceber Deus.

"Muito antigamente, quando a primeira trepidação da fala me chegou aos lábios, subi a montanha sagrada e conversei com Deus, dizendo:
- Senhor, sou vosso escravo. Vossa vontade oculta é minha lei e vou cumpri-la para todo o sempre.
Mas Deus não respondeu e passou por mim como uma tempestade violenta.
Mil anos depois, voltei a subir a montanha sagrada e falei de novo com Deus, dizendo:
- Criador, sou vossa criatura. Com barro me fizestes e a vós devo tudo o que sou.
Mas Deus não me respondeu e passou por mim como mil asas velozes.
Depois de mil anos, subi a montanha sagrada e falei de novo com Deus:
- Pai, sou vosso filho. Com amor e compaixão me destes a vida e com amor e adoração vou herdar vosso reino.
Mas Deus não me respondeu e passou por mim como os véus da neblina das montanhas distantes.
Passados outros mil anos, subi a montanha sagrada e me dirigi ao Criador de novo, dizendo:
- Meu Deus, meu alvo e minha plenitude, sou vosso ontem e vós sois meu amanhã. Sou vossa raiz na terra e voz sois minha flor no céu, e juntos crescemos diante da face do sol.
Então Deus se inclinou para mim e sussurrou em meus ouvidos palavras doces e, como o mar que abraça um riacho que nele deságua, ele me abraçou.
E, quando desci para os vales e as planícies, Deus também estava lá."
(Khalil Gibran – Escritor, filósofo e poeta libanês).


O texto mostra a evolução da mentalidade da pessoa, onde primeiro ela vê Deus como sendo seu “Senhor” e si próprio na posição de “escravo”, depois ele evolui para condição de “criatura” e vê Deus como o “criador”, então ele passa a ver Deus como um “pai” do qual é “filho”. Até esse ponto Deus permanece “oculto” e o homem “sozinho”.
Por fim ele chega a compreensão da “unidade”, onde ele e Deus estão “juntos”, quando isso ocorre, ele finalmente passa a perceber Deus em tudo, Deus fala com ele e ao descer a montanha, Deus também está lá.

Deus está por toda parte, é “uno”, entender isso é o primeiro passo para se eliminar as distorções sobre Deus.
Essa é uma questão antiga sendo abordada dentro da própria religião.

Lao Tsé fala sobre isso, veja que ele se refere a Deus como o “Uno Íntegro”.

"Gentil príncipe", indagou o velho mestre, "o que me dizes? Porventura o corpo cósmico sutil do Uno Íntegro pode ser visto em alguma forma bela?"
"Não, Venerável Mestre", respondeu o príncipe, "o corpo cósmico sutil do Uno Íntegro não pode ser visto em nenhuma bela forma porque, para o Uno Íntegro, nada há que possa ser considerado forma."
"Gentil príncipe, tão logo o Uno Íntegro é mencionado, as pessoas de imediato criam imagens dele na imaginação delas. Portanto, elas tentam fazer com que a realidade dele se adapte à idéia imaginária que essas pessoas têm dele. O Uno Íntegro, com efeito, é sem imagem; no entanto, no ato de tentar adaptá-lo a uma imagem, as pessoas deturpam-lhe a realidade e se separam dele."
(Lao Tse - Hua Hu Ching).


Deus é “uno” e sem forma, ao mesmo tempo, ele se manifesta como tudo a nossa volta, poderíamos então dizer que ele tem muitas formas, pois se manifesta como tudo e todos.
O nome disso é panenteísmo.
O panenteísmo dá a melhor definição e descrição de Deus a que temos acesso (ao menos no estado de vigília).
No panenteísmo temos a manifestação de Deus como sendo tudo (panteísmo), então cada coisa existente é uma “forma” de Deus, uma manifestação dele.
Ao mesmo tempo ele transcende esse “todo” panteísta e continua existindo como não manifesto e sem forma. (Basicamente, panteísmo + transcendência = panenteísmo).
De qualquer forma esse é um conceito que não nos permite compreender a realidade absoluta de Deus, ele também forma uma imagem adaptada que deturpa a realidade.
Muitos budistas dizem que ao se unir ao “todo” (a Deus), não há nem que se falar sobre Deus, nem mesmo como um panenteísmo, visto que falar sobre Deus seria falar sobre um outro algo que está separado de nós, mas na união esse outro algo se “perde”, pois não existe outro algo sobre o qual se possa falar, temos apenas o todo do qual somos partes inseparáveis, quando olhamos para ele, vemos a nós mesmos e não uma “outra” coisa da qual devemos falar aos outros.

Esse todo uno tem muitas faces, ele não só pode ser encarado por nós humanos como sendo o Senhor, o Criador, o Pai, etc...
Por ser uno ele possui características que podem ser interpretadas tanto como “pessoais” quanto como “impessoais”.
No Taoísmo quando falam sobre o “Tao”, o “Uno Íntegro”, o “Rei Celeste”, falam de forma um tanto “impessoal” Deus fica parecendo mais uma “força” que um Deus, pois estamos mais acostumados a seu aspecto pessoal.
O cristianismo fala sobre os dois aspectos, temos o “Pai” como o Deus pessoal e temos o “Espírito Santo” como seu lado “impessoal” mais incompreensível.

Krishna chega a falar sobre isso no Bhagavad-Gita:

Arjuna perguntou: “Quais destes é o melhor conhecimento do Yoga: daqueles que sempre devotam e que adoram o Seu aspecto pessoal, ou daqueles que adoram o Seu aspecto impessoal, o Absoluto sem forma?” (12.01)

O Senhor Krishna disse: “Eu considero o melhor dos Yogis aquele que é sempre constante e devotado, que Me adora com suprema fé, por fixar a sua mente em Mim como seu Deus Pessoal. (12.02)

Também Me alcança quem devota o imutável, o inexplicável, o invisível, o onipotente, o inconcebível, o imóvel, o sem forma – Meu aspecto impessoal – controlando todos os sentidos, mesmo em meio a todas as circunstâncias, e se ocupam no bem-estar de todas as criaturas. (12.03-04)

A auto-realização é mais difícil para aqueles que fixam a sua mente no impessoal, imanifesto e no Absoluto sem forma, porque a compreensão nesta forma imanifesta, pelos seres incorporados, é alcançada com grande dificuldade. (12.05)

Mas para aqueles que Me adoram com inabalável devoção como Seu Deus personificado, em quem os pensamentos estão postos na Minha forma pessoal, e que oferecem todas as ações para Mim, os objetivos para Mim com o Supremo, e meditam em Mim – Eu ligeiro Me torno redentor deles, do mundo que é um oceano de mortes e reencarnações, Ó Arjuna. (12.06-07)

É interessante notar o que ele fala sobre o "Absoluto sem forma", "o inexplicável" e "forma imanifesta".
Ele aponta esse aspecto como sendo o de mais difícil compreensão, não é por nada que alguns interpretam o Taoísmo, religião que aborda o aspecto impessoal de Deus, como sendo uma religião “ateísta”, ou seja, uma religião sem Deus.
O aspecto impessoal de Deus pode ser tão difícil de compreender que alguns nem mesmo o reconhecem como sendo um Deus.
Outros dizem que é um conceito de Deus muito diferente do conceito cristão, o que também não é verdade.

Esse problema “conceitual”, também é abordado no cristianismo.

(pg 142)Os nomes dados às coisas do mundo são muito enganadores, pois desviam nossos pensamentos do que é correto para o incorreto. Assim, quem ouve a palavra "Deus" não percebe o que é correto, mas sim o incorreto. O mesmo ocorre com "Pai", "Filho" e "Espírito Santo", "Vida", "Luz", "Ressurreição", "Igreja" e tudo o mais. As pessoas não percebem o que é correto mas sim o incorreto, (a menos) que tenham aprendido o que é correto. Os (nomes que se ouvem) estão no mundo... enganam. Se estivessem no reino eterno (eon), não seriam jamais usados como nomes no mundo. Tampouco foram colocados entre as coisas do mundo. Eles têm um propósito no reino eterno. (...)

(pg 143)A verdade fez com que os nomes surgissem no mundo por nossa causa, pois não é possível aprendê-la sem estes nomes. A verdade é uma única coisa; é muitas coisas por nossa causa, para nos ensinar com amor sobre esta coisa una por meio de muitas coisas.

(pg 146)Deus é um tintureiro. Assim como os bons corantes chamados de "autênticos" dissolvem-se nas coisas que são tingidas por eles, também o mesmo ocorre com aqueles a quem Deus tingiu. Como seus corantes são imortais, eles tornam-se imortais por meio de suas cores. Pois bem, Deus mergulha o que Ele mergulha na água.
Ninguém pode ver algo das coisas que realmente existem a menos que se torne como elas. Não é assim que se passa com o homem no mundo: ele vê o sol sem ser o sol; vê o céu, a terra e todas as outras coisas, mas ele não é estas coisas. Isto está de acordo (pg 147) com a verdade. Mas, tu viste algo daquele lugar e te converteste naquelas coisas. Viste o Espírito e te tornaste Espírito. Viste o Cristo e te tornaste Cristo. Viste o Pai e te tornarás o Pai. Assim, (neste lugar) vês todas as coisas e não (vês) a ti próprio, mas (naquele lugar) realmente vês a ti mesmo, e te tornarás o que vires.
(Evangelho de Felipe)


Essa parte do evangelho mostra bem o panenteísmo, mas não foi esse o motivo de tê-la citado.
Aqui é apresentado um ponto muito importante da questão.
Ele diz que os nomes são muito enganadores, pois desviam os nossos pensamentos do correto, depois segue explicando que ninguém pode ver as coisas como elas realmente são, a menos que se torne como elas, então a pessoa vê o Pai e se torna o que vê.
Ele ainda explica o motivo disso, diz que a verdade é “una” mas se mostra como muitas por nossa causa.
Isso não só está de acordo com a idéia de Lao Tsé, de que ao tentarmos dar “forma” a Deus através de um conceito (ou “nome”), deturpamos sua realidade e nos separamos dele, como faz um link com a idéia dos budistas que dizem ser desnecessário falar sobre Deus, afinal, nos tornamos àquilo que vemos.
Só se fala em Deus, para que possamos aprender sobre essa verdade “una”, através de “muitas coisas”, mas só podemos vê-las como são realmente, quando nos tornamos “um” com elas.
No reino eterno, jamais precisaríamos desses “nomes” ou “conceitos”, que só estão aqui por nossa causa, pela nossa forma de enxergar muitas coisas, onde só existe uma.

Da mesma forma que podemos olhar para Deus como pessoal ou impessoal, Senhor, Criador ou Pai, também podemos olhar para suas diferentes manifestações e interpreta-las como diferentes deuses.
Cada manifestação do Deus uno ganha um nome diferente e, é representado como uma divindade diferente. (politeísmo)
Veja que mesmo o Hinduismo falando sobre 33.333 deuses, ainda assim falam sobre o mesmo panenteísmo e sobre o mesmo Deus único.

"Bhagavad-Gita: (Trecho mostrando o Deus único)
Aquele que abandonou ao apego egoísta pelos frutos do trabalho, e que permanece sempre contente, dependente do Deus único, tal pessoa – apesar de ocupada em atividade – nada faz que incorra em reação kármica (4.20)"



Acho que isso explica bem o motivo para descreverem Deus de varias formas semelhantes, mas variadas.
O panenteísmo também está presente no Taoismo, Cristianismo e Hinduísmo, (são todas religiões panenteístas e não monoteísta, politeísta e ateísta, como alguns pensam) mas não vou demonstrar isso aqui, por já ter feito isso no passado no seguinte tópico: https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=10555&highlight=
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Apo
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Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Apo »

Por que será que parece que já ouvi esta história antes?
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NadaSei
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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por NadaSei »

Apo escreveu:Por que será que parece que já ouvi esta história antes?

É que eu já abordei o assunto antes, ao demonstrar que o Taoísmo, Cristianismo e Hinduísmo falam sobre o mesmo Deus panenteísta.
Só que agora eu não demonstro que falam sobre o mesmo Deus panenteísta, aqui eu explico o motivo das diferenças conceituais sobre Deus.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Najma
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Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Najma »

Ele deve ter esquecido que já abriu um tópico sobre isso... um lapso... :emoticon19:
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Apo
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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Apo »

NadaSei escreveu:
Apo escreveu:Por que será que parece que já ouvi esta história antes?

É que eu já abordei o assunto antes, ao demonstrar que o Taoísmo, Cristianismo e Hinduísmo falam sobre o mesmo Deus panenteísta.
Só que agora eu não demonstro que falam sobre o mesmo Deus panenteísta, aqui eu explico o motivo das diferenças conceituais sobre Deus.


Não foi apenas nesta ocasião...já vi esta discussão em menor ou maior escala várias vezes por aqui. E fora também. Parece que a resposta a isto não existe.
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NadaSei
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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por NadaSei »

Apo escreveu:Não foi apenas nesta ocasião...já vi esta discussão em menor ou maior escala várias vezes por aqui. E fora também. Parece que a resposta a isto não existe.

A resposta existe e é apresentada, sendo que eu falo sobre ela com base nas mesmas três religiões.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Apo
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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Apo »

NadaSei escreveu:
Apo escreveu:Não foi apenas nesta ocasião...já vi esta discussão em menor ou maior escala várias vezes por aqui. E fora também. Parece que a resposta a isto não existe.

A resposta existe e é apresentada, sendo que eu falo sobre ela com base nas mesmas três religiões.


Apresentar uma resposta afirmativa baseado em conceitos de 3 religiões que você considera como válidas significa uma resposta aceitável sobre a existência de um deus verdadeiro para as religiões ou significa que o tal deus existe de fato?

Para mim não responde nada. É limitado demais.
Seria mais adequado deixar a questão em aberto...
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NadaSei
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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por NadaSei »

Apo escreveu:
NadaSei escreveu:
Apo escreveu:Não foi apenas nesta ocasião...já vi esta discussão em menor ou maior escala várias vezes por aqui. E fora também. Parece que a resposta a isto não existe.

A resposta existe e é apresentada, sendo que eu falo sobre ela com base nas mesmas três religiões.


Apresentar uma resposta afirmativa baseado em conceitos de 3 religiões que você considera como válidas significa uma resposta aceitável sobre a existência de um deus verdadeiro para as religiões ou significa que o tal deus existe de fato?

Para mim não responde nada. É limitado demais.
Seria mais adequado deixar a questão em aberto...

Apenas explica o motivo para existirem descrições diferentes de Deus.
A resposta é que, apesar da divergência conceitual, estão todoas a falar sobre a mesma coisa.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Ilovefoxes
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Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Ilovefoxes »

estão todoas a falar sobre a mesma coisa.
Ou distintas mas parecidas.

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Apo
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Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Apo »

Pensei que a pergunta do tópico era em qual deus devo acreditar... :emoticon1: Ou qual é o verdadeiro...acreditando ou não...
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zencem
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Mensagem por zencem »

.
Tem horas que eu me sinto um menino de 6 anos, sendo doutrinado por um sábio gurú. -:emoticon93:

Como uma criança tem dificuldades em adquirir sabedoria!!! - :emoticon121: :emoticon62: :emoticon121:


Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


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RicardoVitor
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Mensagem por RicardoVitor »

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Logical, responsible, practical.
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Liberal, fanatical, criminal.
Acceptable, respectable, presentable, a vegetable!

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DIG
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Mensagem por DIG »

[fanático]


Cale-se!
Não apenas o meu gomo de mexirica é mais saboroso que o seu, Nadasei, como a minha opinião vale mais que a sua!!!

[/fanático]



:emoticon19: :emoticon16: :emoticon12:

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Fernando Silva
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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Fernando Silva »

NadaSei escreveu:Apenas explica o motivo para existirem descrições diferentes de Deus.
A resposta é que, apesar da divergência conceitual, estão todoas a falar sobre a mesma coisa.

Não explica, tenta explicar.
É previsível que todas as religiões tenham algo em comum. Foram todas criadas por seres humanos numa tentativa de explicar a realidade.
Encontrar essas semelhanças não significa que haja um Deus e que ele seja desse jeito.
Eliminar tudo aquilo que não é comum a todas as religiões é arbitrário.

Além disto, boa parte das semelhanças se deve ao fato de que houve contacto entre os povos que as criaram.

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francioalmeida
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Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por francioalmeida »

Eu sou o verdadeiro Deus. Muitas garotas me chamam de o "Deus Negro".

Somente garotas, NadaSei!

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Apo
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Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Apo »

:emoticon22: :emoticon22: :emoticon22:
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Mensagem por Apo »

zencem escreveu:.
Tem horas que eu me sinto um menino de 6 anos, sendo doutrinado por um sábio gurú. -:emoticon93:

Como uma criança tem dificuldades em adquirir sabedoria!!! - :emoticon121: :emoticon62: :emoticon121:




HUHUHUHUHU Ótima esta, zencem.

O mais incrível da fé do NadaSei é que ele acredita que os anos de vida de um ser humano são suficientes para que se chegue a alguma certeza sobre quem é e como é Deus, através do que ele chama de iluminação. É tão bom e tão inocente ser jovem...depois que os anos passam a gente percebe que algumas coisas jamais chegarão antes da nossa morte.
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Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Deise Garcia »

Conclue-se também que ateu não existe!
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.

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Apo
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Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Apo »

Papai Noel não existe, Deise...
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NadaSei
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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por NadaSei »

francioalmeida escreveu:Eu sou o verdadeiro Deus. Muitas garotas me chamam de o "Deus Negro".

Somente garotas, NadaSei!

Mas você já está me recusando?
Você nem sabe se eu sou bonitinho... :emoticon17:
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por manoelmac »

francioalmeida escreveu:Eu sou o verdadeiro Deus. Muitas garotas me chamam de o "Deus Negro".

Somente garotas, NadaSei!


:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Ah! Cavalão doido!!!!

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
Manoel Machado Henriques

"...A razão de um povo inteiro, leva tempo a construir..."

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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por NadaSei »

Fernando Silva escreveu:Não explica, tenta explicar.

Sim... estão todos "tantando" explicar dando a mesma explicação... Curioso.
Fernando Silva escreveu:É previsível que todas as religiões tenham algo em comum. Foram todas criadas por seres humanos numa tentativa de explicar a realidade.

Na verdade, tem tanto em comum, pois são todos seres humanos falando sobre a mesma realidade.
Fernando Silva escreveu:Encontrar essas semelhanças não significa que haja um Deus e que ele seja desse jeito.

Não... não significa... mesmo porque falam sobre não poder descreve-lo por ele ser sem forma.

Mas que dá um bom indicio de que estão todos falando sobre a mesma coisa.... isso dá.
Fernando Silva escreveu:Eliminar tudo aquilo que não é comum a todas as religiões é arbitrário.

Assim como eliminar todas as semelhanças.

Depois, eu não eliminei as diferenças, expliquei os motivos delas no caso de Deus.
Fernando Silva escreveu:Além disto, boa parte das semelhanças se deve ao fato de que houve contacto entre os povos que as criaram.

Ai vai depender de qual semelhança está falando.
Meio difícil aceitar copiar o mesmo Deus panenteísta e as mesmas práticas para se chegar a ele, nessas três religiões. Mesmo porque, a semelhança não é assim tão óbvia, tanto que a maioria pensa que são Deuses muito diferentes.

As evidências também apontam para o surgimento independente dessas práticas em cada local.

Muitos gostam tentar analisar a mitologia e falam sobre "copia" da religião, como Cristo ser uma copia de Krishna e de deuses solares.
Parecem ignorar que nascer de uma virgem não é nada de extraordinário já que a virgindade é vista como sinal de pureza, nada mais comum que um Deus nascer de uma virgem.
Nascer de uma virgem, fazer milagres, e mais uma ou outra coisa, são as semelhanças, coisas banais, enquanto todo o resto da estória dos dois é diferente.
Fazer milagres também é algo comum, presente em basicamente todas as religiões, até mesmo no Budismo que não fala de Deus.
Também falam sobre muitos "redentores" "Deuses solares", algo bastante óbvio também, colocar o Sol como aquele que afasta as "trevas", um símbolo perfeito entre a ignorância e a iluminação. Tanto é assim que a mesma idéia ocorreu em religiões das américas, é fácil entender como Maias e astecas também criaram seu Deus Sol, ou como Quetzocoalt Deus dos Olmecas e Maias, também é nascido de uma virgem e morreu sacrificado, servindo sua morte para "purificar" e "redimir" o homem... a sim, ele também ressuscitou. Quero ver dizer que as religiões das américas, copiaram isso dos Egípcios, Gregos, Sirios, etc...

Uma analise da mitologia necessita de conhecimento da parte doutrinaria da religião.
Sem entender a mensagem central delas, não podem entender o simbolismo de seus mitos.
Como a estória de Buda ter sido "testado" pelos demônios de "mara" quando estava sentado a sombra de uma árvore.
Falam disso como se o cristianismo tivesse copiado a estória de Cristo ter sido testado por satanás no deserto, da estória de buda.
Só que não podem ignorar que "mara" no budismo, representa a "ilusão", aquilo que engana o homem e o prende no samsara.
A iluminação é justamente a libertação dessa ilusão que é tão presente em nossa vida, criar de forma independente "mitos" onde esses homens são "testados" e não se deixam enganar pela "ilusão" do mundo, é um passo tão natural quanto falar sobre nascimento virginal, ou como falar sobre o Deus Sol que elimina as trevas da ignorância.
Alias, a idéia de cada homem como sendo uma estrela e Deus, como sendo a estrela maior, o Sol, é uma idéia também muito recorrente.

As religiões se encontram sim, o Budismo ao se espalhar, gerou seitas que pegaram conceitos do taoísmo e de outras religiões, e os trabalha dentro do Budismo, o mesmo deve ocorrer com diversas religiões, visto que estão todas tratando dos mesmos assuntos, mas dai já partir pra idéia de "copia", ou que as semelhanças são apenas frutos desses encontros, é um passo muito grande.
Elas não poderiam adquirir conceitos de outras religiões e trabalha-los, se não estivessem falando sobre os mesmos temas e se a idéia desse conceito não apontasse para a mesma coisa que o restante da doutrina, pois do contrario esses conceitos iriam contradizer a doutrina.

Só se pode dizer que as semelhanças são apenas fruto de "copias" ou "aquisições" conceituais, se ignorar toda a mensagem religiosa presente na doutrina, nos contos, nos símbolos a que remetem os mitos, etc...
Uma analise mais profunda da religião, deixa claro os motivos e simbolismo por de trás dessa mitologia, bem como o quão óbvio é criar e colocar essas "características" nessas estórias.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Mensagem por NadaSei »

Apo escreveu:
zencem escreveu:.
Tem horas que eu me sinto um menino de 6 anos, sendo doutrinado por um sábio gurú. -:emoticon93:

Como uma criança tem dificuldades em adquirir sabedoria!!! - :emoticon121: :emoticon62: :emoticon121:




HUHUHUHUHU Ótima esta, zencem.

O mais incrível da fé do NadaSei é que ele acredita que os anos de vida de um ser humano são suficientes para que se chegue a alguma certeza sobre quem é e como é Deus, através do que ele chama de iluminação. É tão bom e tão inocente ser jovem...depois que os anos passam a gente percebe que algumas coisas jamais chegarão antes da nossa morte.


Aos dois eu só tenho a dizer que, crianças de 6 anos tem o defeito de serem muito "crentes", mas por outro lado, ainda estão mais abertas e consideram as possibilidades, pois elas ainda não tem tantas "certezas" tão profundamente enraizadas, que se tornam dogmas.
Dogmas que fazem parecer que tudo aquilo que contraria esses dogmas, se trata de crença infantil.

O texto está ai pra ser questionado e debatido.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Acauan
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Re: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por Acauan »

NadaSei escreveu:Em qual dos muitos deuses devo acreditar?


Mayra-Monã.
Nós, Índios.

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NadaSei
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Re: Re.: Qual é o verdadeiro Deus?

Mensagem por NadaSei »

Deise Garcia escreveu:Conclue-se também que ateu não existe!

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
Acho que após muito pensar... entendi seu ponto.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

Trancado