Apo escreveu:Para quê controlar? Imagine toda a humanidade tentando controlar estas coisas. Nada seria como é. Simplesmente perderíamos todo a nossa gênese psíquica para nos transformarmos em mutantes.
Sim, certamente seriamos bem diferentes.
O que não é nada ruim olhando para o mundo.
Deixaríamos de ser bons e maus.
Seriamos livres e sem ignorância.
Controlar isso tudo resulta em liberdade mental, e isso significa liberdade de ação.
Apo escreveu:Deixa eu perguntar uma coisa: de você tivesse um filho, que para todos os efeitos carrega em si genuinamente o modelo mental evolutivo(...)Nenhum juiz daria a você o direito de fazer isto com um filho. E talvez, se ele sobrevivesse, teria a imagem de um pai maluco, e até mandasse internar você no futuro.
Isso não é algo que se possa impor dessa forma, necessita de esforço do individuo também.
Apo escreveu:Que realidade? O que você sabe que ninguém mais sabe? Por que você diz saber que isto é a realidade? E se ela for só uma criação da sua cabeça?
A realidade sobre o sofrimento, sobre os sentidos, sobre nós mesmos e sobre as pessoas a nossa volta.
Apo escreveu:Abandonar a vida para quê? Por que você não se mata apenas? Não seria o contrário...usar os poderes inebriantes dos sentidos para sentir prazer e dor, já que fazem parte igualmente da vida?
Não podemos nos matar... podemos no máximo tentar, só pra depois renascer.
Sofrimento desnecessário não faz parte da vida, os vícios também não.
Isso é apenas descontrole e ignorância.
Se você não consegue satisfazer seus desejos, e se tenta fugir do sofrimento nos prazeres, acaba se desequilibrando e indo parar no buraco.
Uma hora isso acontece, se não nessa vida, na próxima.
Apo escreveu:Encarar os males? Você foge dos males. Sua autoflagelação é fuga dos males cotidianos através de uma dor direcionada. O que é muito hermético e nem um pouco meritório.
Pois é ai que você se engana.
Sem os prazeres você não tem pra onde correr, pois não pode abafar o sofrimento.
É obrigado e lidar com eles.
Sem contar que pra conseguir ficar longe dos prazeres, já é necessária uma boa dose de auto-controle, ou a própria falta dessas coisas se torna um sofrimento.
Apo escreveu:Então é o vazio. Se você atrela prazer a dor, e não se dá o direito de sentí-los naturalmente, é porque os teme. Não há outra razão. Não quando você começou com isto, quem lhe impingiu estas idéias tortuosas e nem onde quer chegar que não a loucura.
Não dependemos dos prazeres. Sentimos prazer e só.
Se isso fosse verdade, não teríamos vícios e apegos diversos.
Quem me "impingiu" isso foi a vida e minha própria natureza, não se trata de "medo", pois o medo também deve ser eliminado.
Trata-se de controle e autoconhecimento.
Felizmente isso resulta no fim da maioria dos sofrimentos, talvez de todos. Isso porque a maior parte deles tem de causa interna, são frutos da ignorância.
Algumas coisas que antes considerávamos fontes de sofrimento, chegam inclusive a se transformar em fontes de prazer prazer.
Basta eliminar a ignorância.
Apo escreveu:A maior parte das coisas que nos causam dores, não são realmente dolorosas, nós é que as tornamos assim.
Sim. Mas algumas são. Isto é do amadurecimento e da psiqué humana. Cada um tem dores em maior ou menor intensidade dependendo da sua formação emocional e de sua capacidade de racionalização.
Sim, é da psiqué.
Até onde podemos levar isso?
Até o máximo, é nisso que essas práticas nos ajudam.
Amadurecimento via autoconhecimento.
Desista da vida, dos planos e desejos do ego, o nosso falso "eu", e somos obrigados a nos conhecer e amadurecer deforma extremamente intensa.
Apo escreveu: Negar a dor não é saudável. Por dentro a coisa está trabalhando. Você está apenas anestesiando e pensa que está enfrentando.
Você não nega a dor, entende sua causa e por isso a elimina.
Na vida é muito mais fácil negar e ignorar a dor, podemos abafa-la com nossos planos, sonhos, e na realização dos desejos, nos prazeres dos sentidos.
Quando você desiste da vida, você fica sozinho com sigo mesmo, assim escuta melhor sua dor.
É a hora do enfrentamento, do auto conhecimento.
Apo escreveu:Uma traição, por exemplo, só é dolorosa para quem se sente traido.
Traição é traição. Se você sofre menos ou mais, sente raiva ou rejeição, ou se prefere aceitá-la como algo humano, é outra coisa.
Você pode aprender a simplesmente não se importar.
Basta eliminar o desejo pela fidelidade.
A traição não só deixa de existir, como a liberdade resultante disso, pode passar a ser mais uma forma de prazer.
Apo escreveu:Ein? O que enfrentar a dor tem a ver com recorrer a busca pelos prazeres? Você enfrenta a dor negando-a e recorrendo a uma espécie de auto-flagelo pelo dor prazeroza. Vai querer me enganar?
Você é quem insiste em chamar isso de "fuga".
Negar a dor seria muito mais difícil na minha condição, pois eu não poderia abafa-la com os prazeres.
Talvez seja impossível nega-la na minha condição, não sei.
O objetivo da prática, entretanto, é lidar com ela, entende-la e com isso elimina-la.
Além é claro, controlar os desejos.
Os prazeres são químicas, eles sim são como drogas.
Abstenha-se deles e vai ficar mais atenta, isso inclui estar mais atenta a própria dor.
Até mesmo "rir" libera uma quimica muito mais forte do que a maioria pensa.
Apo escreveu:Eu não estaria aqui, dizendo isso, se não soubesse o que estou falando.
Eu entendo que você desconheça isso e que queira aproveitar a vida, que você pensa ser a única que tem.
Você nunca me responde isto:o que é isto que você diz que as pessoas não sabem? pós morte? universo paralelo? esquizofrenia? responda e seja claro.
O objetivo e funcionamento dessa prática, por exemplo.
Como identificar a dor nos permite elimina-la e como ela normalmente é fruto da ignorância.
Nada mágico.
E não é só isso.
Os desejos deixam a mente inquieta e cheia de distrações, isso tira nossa atenção do mundo.
Sem isso vemos melhor que os outros, percebemos coisas que os outros não percebem.
Sem os medos e desejos, não podemos ser manipulados.
Veja como algumas igrejas manipulam as pessoas fazendo uso dessas duas coisas, medos e desejos.
Assustam com o inferno e atraem com promessas de uma vida melhor, com "depoimentos" de fulano que entrou pra igreja e ganhou dois carros, uma casa nova, a cura do câncer, etc...
Alguns são mais manipuláveis, outros menos... mas todos são manipuláveis pelos medos e desejos.
Isso inclui você e eu.
Elimine os medos, elimine os desejos e não poderá ser manipulada.
Apo escreveu:Eu por outro lado, entendo esse lado da moeda e não temo por desperdiçar minha vida, principalmente por saber que não é uma escolha minha (eu não escolhi isso, estou sendo obrigado a isso) e por estar observando os resultados disso, concordando com eles e achando genial o funcionamento disso tudo.
Aiaiai...ELES? Quem são ELES? ELES obrigam você a quê? Responda, por favor.
Eles, os resultados.
A frase ficou confusa mesmo.
Eu observo os resultados e concordo que eles são bons, resultam em algo melhor do que era antes.
Quanto a não ter escolhido, isso significa que foi imposição da vida e de minha própria natureza, pode também chamar essas duas coisas de Deus.
Apo escreveu:ISSO o quê? Que práticas? Seja claro.
Controle dos sentidos, meditação, etc...
Coisas como jejuns, celibato.
Apo escreveu:Como se enfrenta o sofrimento ? Quem disse que há subterfúgios sensoriais? Isto seria se drogar ou anestesiar. Quem faz isto é você, com estas suas "práticas".
A compreensão é racional.
A pratica é um tanto irracional, pois lida com tentar controlar desejos irracionais.
Você tem que segura-los.
Mas a compreensão de como eles funcionam é racional.
Não passam de sensações, é química.
Isso inclui a paixão.
Essa química também é influenciada por pensamentos e o contrario também é verdadeiro, os pensamentos são influenciados pela quimica.
Os prazeres sim são como drogas, são químicas que percorrem o corpo.
Já na questão do sofrimento, a compreensão é bem mais racional, visto que o sofrimento é fruto da ignorância.
Quando você entende a causa de determinado sofrimento de forma racional, aquilo simplesmente some.
Muitos deles são apenas frutos de erros de raciocínio.
Isso vai depender do tipo de sofrimento, alguns também são apenas irracionais.
Por exemplo, sentir falta ou ou depender de prazeres irracionais, meramente químicos, não traz muita compreensão racional.
A maioria dos medos também são irracionais.
Abstinência dos prazeres é como abstinência do álcool, pois eles sim são químicas.
Como você pode estar se "drogando" ao estar se abstendo dessas químicas?