docdeoz escreveu:Os cientistas evolucionistas aceitam o paradigma evolucionista como certo.
É claro, para que atribuir causas mágicas a algo se isto pode ser explicado naturalmente?
Você não deve ter lido o que postei em outro tópico, vou repetir aqui:
Em minha área, a agronomia, ninguem que conheço põe em dúvida a existencia da evolução, acréscimo e transferencia de informação genética ou o aparecimento de novas espécies, simplesmente porque isto são fatos e ferramentas de uso prático dos pesquisadores.
Em plantas, mutações cromossômicas envolvendo alterações do DNA como a especiação via poliploidia são um dos modos predominantes de especiação simpátrica, e levam a mudanças em larga escala na regulação gênica e processos ontogenéticos, e a mudanças imediatas na morfologia, sistema de reprodução e tolerâncias ecológicas (OTTO & WHITTON, 2000).
Nos últimos anos, principalmente com o advento da biologia molecular, houve uma série de descobertas que revolucionaram o entendimento da origem e evolução dos poliplóides. A poliploidia, ou seja, a existência de mais de dois genomas no mesmo núcleo, é de ocorrência comum nas plantas, desempenhando um importante papel na origem e evolução de plantas silvestres e cultivadas, como o algodão (Gossypium hirsutum), café (Coffea arabica), cana de açúcar (Saccharum officinarum) e trigo (Triticum aestivum), que tem variedades com 14, 28 ou 42 cromossomos, que correspondem a indivíduos haplóides, diplóides e triplóides, respectivamente.
Estes processos de poliplodização, além de serem eventos dinâmicos e recorrentes, são acompanhados de uma ampla reestruturação genômica, com alterações e mudanças ao nível gênico, incluindo evolução coordenada, silenciamento gênico, reestruturação cromossômica, eliminação de seqüências, ação de elementos transponíveis, efeitos de dose gênica, invasão intergenômica e efeitos epigenéticos, ação de transposons e novos padrões de expressão gênica.
A poliploidia pode ser natural, ou induzida com o uso de colchicina, óxido nitroso e outros antimitóticos, pela qual há uma tendência à homozigose, ou o processo também pode ser feito de modo sexual, através da seleção e cruzamentos de plantas com altas freqüências de gametas não reduzidos.
Como exemplo disto, temos o Triticale, um alopoliplóide de trigo e centeio, sendo uma nova espécie criada pelo homem.
Um exemplo de especiação natural, apoiado por análises moleculares, é o do alopoliplóide Spartina anglica, que surgiu na costa da Grã-Bretanha. Nesta região ocorria, em ambientes salobros, uma espécie nativa, S. maritima, com 2n=60 cromossomos. No início do século XIX uma espécie da América do Norte, S. alterniflora, com 2n=62 cromossomos, foi introduzida na região, provavelmente através de propágulos aderidos aos cascos de navios. Ocorreram cruzamentos entre as duas espécies, dando origem, por volta de 1870, a um híbrido estéril, S. townsendii (2n=61). Por poliploidização deste híbrido surgiu, em torno de 1880, S. anglica, espécie fértil com 2n=122 cromossomos, que rapidamente expandiu-se suplantando, e quase extingüindo, a espécie nativa.(AYRES & STRONG, 2001; BAUMEL et al., 2001).
Observa-se frequentemente haver fluxo gênico entre populações diplóides e poliplóides, e também entre poliplóides de diferentes origens, sendo os poliplóides altamente variáveis geneticamente. (RAMSEY & SCHEMSKE, 2002).
Há cada vez mais evidências demonstrando que uma ampla, e muitas vezes rápida, mudança genômica pode ocorrer após a formação dos poliplóides, em todos os níveis do genoma, do DNA ao cromossomo (LEITCH & BENNET, 1997; SOLTIS & SOLTIS, 1999).
A extensão e a rapidez da reestruturação genômica pode variar de planta para planta. Em Brassica, através da análise de poliplóides naturais e sintéticos, há evidência de mudança genômica rápida e ampla. Os alopoliplóides naturais mostram uma extensa reorganização quando comparados com seus progenitores diplóides, e grandes mudanças genômicas são verificadas já em poucas gerações de alopoliplóides sintéticos (SOLTIS & SOLTIS, 1999). Em alopoliplóides artificais de Arabidopsis, além de uma grande instabilidade fenotípica quanto à morfologia, época de florescimento e fertilidade, em comparação com diplóides cultivados no mesmo ambiente, ocorrem mudanças rápidas na regulação gênica, incluindo silenciamento (COMAI, 2000; COMAI et al., 2000).
Isto tudo são coisas reais, comprováveis e reprodutiveis. Aqui estão alguns exemplos de espécies de plantas e microorganismos que surgiram recentemente:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S01 ... ci_arttext
http://www.springerlink.com/content/hxnwnxvllw3kmb1j/
http://aob.oxfordjournals.org/cgi/conte ... /99/6/1083
http://findarticles.com/p/articles/mi_q ... _n17183703
http://www.biomedcentral.com/1471-2148/7/28
http://www.springerlink.com/content/wkkm8bgrldlmbgk1/
Aqui tem 12 exemplos...
http://books.nap.edu/openbook.php?recor ... 6&page=294
Este é um link interessante sobre Evolução de plantas:
http://www.springerlink.com/content/104878/
Especiação em animais:
http://www.montana.edu/~wwwbi/staff/cre ... hybrid.pdf
Este é um livro muito bom sobre o assunto, embora meio antigo (1996~1997):
Natural Hybridization and Evolution - Michael L. Arnold
Alias, a procura no google por "natural hybridization" dará uma quantidade de resultados suficientes para manter qualquer um ocupado pelos proximos anos...