Afinal de contas, quem é você?

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Gilghamesh
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Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Gilghamesh »

Afinal de contas, quem é você?
Poderia o genoma trazer a resposta para um problema filosófico milenar? Sergio Pena responde.



Sócrates ( circa 470 a.C.–399 a.C.), o grande filósofo grego da Antigüidade, acreditava que “não vale a pena viver uma vida não examinada”. Será? Não haveria a possibilidade de alguém querer examinar demais a própria vida e acabar se enrolando intelectualmente no processo? E seria nossa vida tão excitante e especial assim que deva ser minuciosamente investigada? Lembro-me aqui de um ironista, cujo nome me foge à memória, que afirmou: “Não valeu a pena examinar uma vida examinada”.


Continuidade física do “eu” – Nosso corpo sofre mudanças enormes de tamanho e proporção ao longo do tempo e, mesmo assim, continuamos a ser “os mesmos”.



Também na Grécia antiga, no pórtico do Oráculo de Delfos, estava gravado na pedra: “Conhece-te a ti mesmo”. A este respeito, ocorre um probleminha que talvez você, leitor, nunca tenha parado para analisar. Exatamente quem é você? Em que sentido você tem permanecido a mesma pessoa durante toda a sua vida?

Uma possível resposta de sua parte seria: “eu sou meu corpo”. Mas seu corpo hoje é com certeza totalmente diferente daquele da sua infância e você ainda continua a se considerar “você”. Como explicar a continuidade do “eu” físico se tudo muda o tempo todo?

O pensador grego Plutarco (45-125?) já filosofava sobre esse problema, usando como modelo o navio do herói grego Teseu, que foi preservado após a sua morte. Ao longo do tempo a madeira foi apodrecendo e as tábuas foram sendo substituídas até que não sobrou nenhuma das originais. A questão é: a estrutura com nova madeira ainda é o “navio de Teseu”?

Essa charada continuou a ser debatida apaixonadamente muito após Plutarco. Por exemplo, o filósofo empirista inglês John Locke (1632-1704) aplicou um raciocínio análogo a um furo que apareceu em sua meia preferida. Será que a meia manteria sua identidade após remendada? E seria ainda a mesma após todo o tecido original ser substituído por remendos?

Continuidade física e psicológica
Na tentativa de se esquivar desses paradoxos e como uma alternativa à continuidade física, você pode querer optar pela continuidade psicológica e argumentar “eu sou minha mente”, o conjunto de minhas experiências e memórias. Mas se você desenvolver uma amnésia ou doença de Alzheimer, deixará de ser você? Para complicar, a maioria dos filósofos e neurobiólogos concorda hoje que a mente não existe como uma entidade separada do corpo (mais especificamente do cérebro).


A pintura icônica A persistência da memória , feita em 1931 pelo surrealista catalão Salvador Dalí (1904-1989), representa a passagem (e a relatividade) do tempo usando as famosas imagens dos “relógios moles”.



Pense bem: se você trocar o cérebro de uma pessoa pelo de outra, você fez um transplante de cérebro ou um transplante de corpo?

Uma de minhas revistas prediletas, Philosophy Now , dedicou seu número de julho/agosto ao problema da persistência da identidade pessoal no contínuo espaço-tempo. Achei que esse seria um bom tópico para a coluna deste mês, inclusive por ser relacionado com o fato, discutido no artigo do mês passado , de que 90% das células do nosso corpo são bactérias e conseqüentemente não são propriamente parte integral de "nós". Ou são?

De qualquer maneira vou invadir a praia dos filósofos, metendo meu bedelho neste quebra-cabeça milenar. Faço-o com certa trepidação e desde já convido o leitor a debater minhas idéias.

Como porções do mundo externo se tornam “nós”
Vale a pena lembrar que iniciamos nossa vida após a fertilização como uma célula única com uma massa de aproximadamente 1 nanograma, mas ao nascer já temos cerca de 3 quilos (um aumento de massa de um trilhão de vezes!). De onde vem todo esse material? Ele vem do ambiente, é lógico, via nossas mães. Durante o processo gestacional, nosso genoma fornece a informação necessária para rearranjar as moléculas elementares providas pela nutrição materna e transformá-las em nós mesmos.

Após nascer, continuamos a crescer, apropriando mais massa do mundo exterior para o nosso corpo (desta vez por meio da nossa própria nutrição), sempre de acordo com os ditames organizacionais do DNA no nosso genoma.


Capa do fascículo de julho/agosto de 2007 da revista Philosophy Now , dedicado a discutir a persistência da identidade pessoal ao longo do tempo. A revista inglesa discute questões filosóficas de maneira simples e accessível, sem abrir mão do rigor acadêmico.



Mesmo após chegarmos à vida adulta o processo não pára. O professor Michael Allen Fox, da Queen’s University, no Canadá, apresenta na Philosophy Now dados, baseados em estudos de carbono-14, do tempo gasto para alguns tecidos do nosso corpo serem substituídos. O epitélio de nosso intestino é renovado a cada poucos dias; a pele, a cada duas semanas; as células vermelhas do sangue, a cada 120 dias; e os ossos, a cada 10 anos. Por outro lado, o sistema nervoso central, incluindo o nosso precioso córtex cerebral, não se regenera. Mas certamente os átomos que constituem o cérebro mudam completamente com o tempo. De qualquer maneira, tudo mantém uma organização que, em última análise, emerge do nosso genoma.

Será, então, que encontramos a chave do mistério? Poderia ser que solucionamos o problema milenar da filosofia se adotarmos o genoma como a fonte da nossa continuidade individual?

Infelizmente acho que não, pois há uma série de objeções. Por exemplo, gêmeos idênticos têm genomas idênticos e ainda assim são pessoas bem diferentes. Eles diferem na sucessão de ambientes que experimentaram (suas histórias de vida). O ambiente torna-se, assim, um co-determinante crítico de nossa identidade. Adicionalmente, como discutimos em uma coluna anterior , o próprio genoma pode ser modificado epigeneticamente por influência do ambiente.

O duo dinâmico: genoma e cérebro
Theodosius Dobzhansky (1900-1975), nascido na Ucrânia, foi um dos grandes evolucionistas do século 20 e um dos alicerces do neodarwinismo (“nova síntese”). Como é bem sabido, ele teve várias passagens pela USP na década de 1940, influenciando indelevelmente a evolução de toda a genética brasileira. Um livro dele de 1970 – Genética do processo evolucionário – que li, ainda estudante, condicionou fortemente minha formação intelectual.

Mais importante ainda foi seu excelente opúsculo de 1956, que tem o lindo título de The biological basis of human freedom (‘As bases biológicas da liberdade humana’). Foi ali que aprendi com Dobzhansky que o meu fenótipo (quem sou, incluindo meu corpo, meu intelecto, minhas emoções e minhas memórias) é a cada momento determinado pelo meu genótipo e pelas minhas experiências de vida.

O meu genótipo está fisicamente armazenado no meu genoma. Por outro lado, a minha história de vida (a sucessão de ambientes, lato sensu , por que passei durante minha existência) está registrada epigeneticamente no meu genoma e também no meu corpo e nos arranjos sinápticos do meu cérebro. Em analogia com o contínuo espaço-tempo de Einstein, arrisco a sugerir que o locus da identidade pessoal humana é o contínuo genótipo-ambiente.

Fecho aqui com um poema de um dos “eus” de Fernando Pessoa (a persona de Álvaro de Campos):

“Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...”


Sergio Danilo Pena
Professor Titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia
Universidade Federal de Minas Gerais
14/09/2007
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O Mundo só será feliz à partir do dia em que enforcarmos o último político, usando como corda, as tripas do último lider religioso e cremarmos seus corpos utilizando como combustível, seus podres livros sagrados!
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RCAdeBH
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por RCAdeBH »

Continua queimando neurônios pra tentar "se descobrir" a luz da ciência e de elocubrações de filósofos. Se isso te satisfaz, fico feliz.
" ...I'm running to stand still... "

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aknatom
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por aknatom »

Continua achando que se descobriu a luz do evangelho e de kardec. Se isso te satisfaz, lamento pelos que estão próximos.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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Gilghamesh
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Re: Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Gilghamesh »

RCAdeBH escreveu:Continua queimando neurônios pra tentar "se descobrir" a luz da ciência e de elocubrações de filósofos. Se isso te satisfaz, fico feliz.


Vc, como "psicólogo", mais do que ninguém, deveria saber que neurônios só se queimam por dois motivos: um raio certeiro na cabeça, ou um incêndio em que o possuidor dos neurônios, não pudece escapar... :emoticon12:

Vai visitar o site dos terapeutas holisticos do qual vc deve fazer parte, vai! :emoticon12:
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Highlander
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Highlander »

É uma bela e louvada tentativa de explicar de maneira puramente física o seu estado de consciência.
Calma... não estou atacando o texto.

Existindo Deus ou não, certamente a situação vai muito além do que ele disse. Até porque é fenômeno altamente constatado a PROJEÇÃO da mente, existindo relatos inequívocos de pessoas, de todas as naturezas e crenças, relatando ***exatamente*** como viram seus corpos e seus médicos durante uma cirurgia em que estavam sedados. Ateus, inclusive.

Repito, isto não comprova a existência de Deus - não é aonde quero chegar. Isto INDICA que o ensaio do nosso caro colega professor Sergio Danilo Pena é apenas um desenho infantil, com giz de cera e folha A4, daquilo que na verdade é um quadro da Mona Lisa.

Ele está tratando de coisas maiores sob o seu paradigma - o que é natural.
Daquele paradigma ele nunca trabalhará com a possibilidade de projeção.


De qualquer maneira, uma ótima leitura. Obrigado, Gil!!

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Gilghamesh
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Re: Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Gilghamesh »

Highlander escreveu:É uma bela e louvada tentativa de explicar de maneira puramente física o seu estado de consciência.
Calma... não estou atacando o texto.

Existindo Deus ou não, certamente a situação vai muito além do que ele disse. Até porque é fenômeno altamente constatado a PROJEÇÃO da mente, existindo relatos inequívocos de pessoas, de todas as naturezas e crenças, relatando ***exatamente*** como viram seus corpos e seus médicos durante uma cirurgia em que estavam sedados. Ateus, inclusive.

Repito, isto não comprova a existência de Deus - não é aonde quero chegar. Isto INDICA que o ensaio do nosso caro colega professor Sergio Danilo Pena é apenas um desenho infantil, com giz de cera e folha A4, daquilo que na verdade é um quadro da Mona Lisa.

Ele está tratando de coisas maiores sob o seu paradigma - o que é natural.
Daquele paradigma ele nunca trabalhará com a possibilidade de projeção.


De qualquer maneira, uma ótima leitura. Obrigado, Gil!!


Realmente, não comprova a existência de qualquer tipo de deus e nem mesmo da existência da alma. :emoticon12:

Relatos são relatos, NADA MAIS, NADA MENOS, querer imputar a relatos algum tipo de prova, é no mínimo incoerente. :emoticon19:
Eu Sou Gilghamesh!
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Jeanioz
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Jeanioz »

Eu sou um ser humano. :emoticon16:


...


...


Eureka!!! :emoticon12:
"Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola."
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"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
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Highlander
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Re: Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Highlander »

Gilghamesh escreveu:
Highlander escreveu:É uma bela e louvada tentativa de explicar de maneira puramente física o seu estado de consciência.
Calma... não estou atacando o texto.

Existindo Deus ou não, certamente a situação vai muito além do que ele disse. Até porque é fenômeno altamente constatado a PROJEÇÃO da mente, existindo relatos inequívocos de pessoas, de todas as naturezas e crenças, relatando ***exatamente*** como viram seus corpos e seus médicos durante uma cirurgia em que estavam sedados. Ateus, inclusive.

Repito, isto não comprova a existência de Deus - não é aonde quero chegar. Isto INDICA que o ensaio do nosso caro colega professor Sergio Danilo Pena é apenas um desenho infantil, com giz de cera e folha A4, daquilo que na verdade é um quadro da Mona Lisa.

Ele está tratando de coisas maiores sob o seu paradigma - o que é natural.
Daquele paradigma ele nunca trabalhará com a possibilidade de projeção.


De qualquer maneira, uma ótima leitura. Obrigado, Gil!!


Realmente, não comprova a existência de qualquer tipo de deus e nem mesmo da existência da alma. :emoticon12:

Relatos são relatos, NADA MAIS, NADA MENOS, querer imputar a relatos algum tipo de prova, é no mínimo incoerente. :emoticon19:
Sim, sim. Mas vamos esclarecer que são qualificados como "indícios", e que para um relato se tornar "indício" de X, muitas pedras devem rolar. :emoticon7:

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Gilghamesh
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Gilghamesh »

Se eu for esperar as pedras rolarem...

Dá-lhe Rolling Stones! :emoticon12:
Eu Sou Gilghamesh!
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NadaSei
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Mensagem por NadaSei »

Até onde me lembro, o cérebro não é tão fixo quanto se pensava tempos atrás. Atualmente fala-se em neurogênese.

Independente disso, acho que foi bem lembrada a questão da "amnésia", mas não precisamos dela para mudar completamente.
Se o corpo se regenera quase que completamente a cada 10 anos, nossa mente muda muito mais rápido que isso.

Aceitando a idéia de que a consciência (alma), seja fruto do corpo (é mais fácil que seja o contrario), ela parece ser um tipo de fagulha.
Ela não é algo fixo, é como o fogo ou a luz.
Quando olhamos uma chama, não estamos vendo algo fixo, mas uma chama nova a cada milésimo de segundo, algo que dura apenas um instante.

Se formos olhar, tudo está sempre mudando, isso inclui o ambiente.
Somos uma fagulha no tempo, com uma mente mutante em um ambiente mutante.

Nosso "eu" ser mutante também não é um grande problema.
Só mostra que não temos uma identidade fixa, algo que deveria nos fazer lembrar que nossa própria natureza é contraria a qualquer apego.
Não deveríamos nos apegar ao que achamos que somos, ao que queremos, acreditamos, etc...

Dizer que nossa identidade é o "contínuo genótipo-ambiente", não parece resolver o problema.
Parece, ao contrario, remeter a mesma idéia de que somos partes de um todo mutante e não temos realmente um "eu".
Acho que ele só ignorou um pouco nossa capacidade de influenciar certas mudanças, escolher determinados ambiente e situações.
Faltou incluir ai a consciência e a mente.
Ficou parecendo que tudo é resultado do exterior e que o interior não tem nada de relevante nesse processo.

Ou então eu não entendi o cara...
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Apo
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Apo »

" Algumas coisas é melhor nem saber" - Uma psiquiatra americana famosa, não lembro o nome.

Concordo 100% com ela.

Esta do cérebro não ser "tão fixo" é nova prá mim. Cérebro é cérebro. Começa depois da concepção ( inteiro ou pela metade, ou nem se cria, mesmo o corpo do ser humano se desenvolvendo ) e depois é cremado ou é comido pelos vermes.
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Najma
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Najma »

É que consciência e mente são resultantes do funcionamento da máquina e não o contrário. :emoticon1:
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Highlander
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Re: Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Highlander »

Gilghamesh escreveu:Se eu for esperar as pedras rolarem...

Dá-lhe Rolling Stones! :emoticon12:
Gil, me refiro às pedras que já rolaram para que os relatos sejam, hoje, indícios. :emoticon4:

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Highlander
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Re: Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Highlander »

Najma escreveu:É que consciência e mente são resultantes do funcionamento da máquina e não o contrário. :emoticon1:
Então você deve ter adorado o que eu disse em outro tópico.
Algo assim:

Celebremos, pois somos os seres mais sortudos do universo!!!!!!! Com 300 milhões de bilhões de trilhões de quadrilhões de quinquilhões de seres vivos, nosso aglomerado de células foi dar combustível justo a VOCÊ: não uma bactéria, não, não uma cobra, não uma anta, não uma cadela, não uma baleia (haha, calma, não estou te xingando), mas sim... UMA HUMANA!!!!!!!! E esta deu a luz, por qualquer razão, a VOCÊ!!! Desse aglomerado de células!!!!

É pra estourar champagne todos os dias. :emoticon19:

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NadaSei
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Re: Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por NadaSei »

Najma escreveu:É que consciência e mente são resultantes do funcionamento da máquina e não o contrário. :emoticon1:

Digamos que isso seja verdade, não muda o fato de que a "maquina" cria mente e consciência, de forma que essas tenham uma independência e controle.
Algo que é produto interno do funcionamento delas e não apenas reflexo das leis externas.
Os "cálculos" que essa mente faz, não são apenas resultado do exterior, mas uma mistura de agentes internos e externos.

PS. Mesmo que o corpo seja fruto da consciência, isso não resolve o problema... a consciência tem que ser feita de algo.
Nós apenas trocaríamos o que é interno e o que é externo de lugar. (se é que dá pra usar termos como interno e externo).
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Gilghamesh
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Re: Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Gilghamesh »

Highlander escreveu:
Gilghamesh escreveu:Se eu for esperar as pedras rolarem...

Dá-lhe Rolling Stones! :emoticon12:
Gil, me refiro às pedras que já rolaram para que os relatos sejam, hoje, indícios. :emoticon4:



Well, tais "indícios" por enquanto são só isso, esperemos prá ver, mas, no meu caso, como já dobrei o cabo da boa esperança, me resta viver ao máximo o que me resta, da melhor forma possível, então, prá que esperar respostas? :emoticon16:
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Re: Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Apo »

Gilghamesh escreveu:
Highlander escreveu:
Gilghamesh escreveu:Se eu for esperar as pedras rolarem...

Dá-lhe Rolling Stones! :emoticon12:
Gil, me refiro às pedras que já rolaram para que os relatos sejam, hoje, indícios. :emoticon4:



Well, tais "indícios" por enquanto são só isso, esperemos prá ver, mas, no meu caso, como já dobrei o cabo da boa esperança, me resta viver ao máximo o que me resta, da melhor forma possível, então, prá que esperar respostas? :emoticon16:


Acabou com o meu feriado. :emoticon9: :emoticon16:
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Re: Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Najma »

NadaSei escreveu:
Najma escreveu:É que consciência e mente são resultantes do funcionamento da máquina e não o contrário. :emoticon1:

Digamos que isso seja verdade, não muda o fato de que a "maquina" cria mente e consciência, de forma que essas tenham uma independência e controle.
Algo que é produto interno do funcionamento delas e não apenas reflexo das leis externas.
Os "cálculos" que essa mente faz, não são apenas resultado do exterior, mas uma mistura de agentes internos e externos.

PS. Mesmo que o corpo seja fruto da consciência, isso não resolve o problema... a consciência tem que ser feita de algo.
Nós apenas trocaríamos o que é interno e o que é externo de lugar. (se é que dá pra usar termos como interno e externo).


:emoticon1:

A consciência pode ser resultante da interação da máquina com o meio, da mesma forma que a mente, sendo então alguma coisa que permite ao ser individuado perceber o meio em que vive e interagir com ele a fim de sobreviver. E tudo isso começa quando átomos interagem com outros átomos na formação de moléculas.

Está bem que não podemos dizer que átomos são seres vivos mas é a partir das interações atômicas que a vida se forma e, a partir dela, a consciência da existência de um lá fora e um aqui dentro emerge como consciência do eu. Uma vez finda a capacidade do conjunto interagir com o que o rodeia, a interatividade retoma seus níveis mais básicos de interação molecular... é quando ao pó retornamos... :emoticon1:
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Najma
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Najma »

Por que esse silêncio en-sur-de-ce-dor caiu neste tópico? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
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Ilovefoxes
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Ilovefoxes »

Vale a pena lembrar que iniciamos nossa vida após a fertilização como uma célula
Ou não.
Existindo Deus ou não, certamente a situação vai muito além do que ele disse. Até porque é fenômeno altamente constatado a PROJEÇÃO da mente, existindo relatos inequívocos de pessoas, de todas as naturezas e crenças, relatando ***exatamente*** como viram seus corpos e seus médicos durante uma cirurgia em que estavam sedados. Ateus, inclusive.
Somente relatos, infelizmente...
a consciência tem que ser feita de algo.
Ou não.

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Lúcifer
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Re.: Afinal de contas, quem é você?

Mensagem por Lúcifer »

Como diria o grande filósofo e marinheiro nas horas vagas, Popeye:
"Eu sou o que sou e é isso o que sou!!" :emoticon16: :emoticon16:
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