Uma questão de Atitude

[Apo]

Não sou a favor de constrangimentos morais desnecessários também, como aliás já vi acontecer nos EUA por puro moralismo. Fofoca gratuita porque o cara tem alguma doença, porque sofre de algum tipo de disfunção que não interfira no seu desempenho ou relacionamento com os demais, e mesmo algum antecedente leve que já tenha sido corrigido. Isto nada tem a ver com deslealdade. Em algumas situações ( aqui cabe o bom senso de cada um), onde descobrimos algum furo por engano, por desconhecimento, e a pessoa nunca deu motivos para ser julgada como negligente ou mau caráter, talvez caiba uma aproximação discreta para averiguar o que está ocorrendo, antes de comentar com superiores. Algumas informações podem ser sigilosamente guardadas por nós para serem usadas no momento mais acertado e assertivo, em vez de se arvorar a entregar um colega ou chefe na primeira desconfiança. Jogo de cintura é recomendado. Mas se o caso for de urgência, colega ou chefe, se eu tiver oportunidade e/ou coragem...entrego...mesmo que de forma anônima.

[Aranha]

Não sou a favor de constrangimentos morais desnecessários também, como aliás já vi acontecer nos EUA por puro moralismo. Fofoca gratuita porque o cara tem alguma doença, porque sofre de algum tipo de disfunção que não interfira no seu desempenho ou relacionamento com os demais, e mesmo algum antecedente leve que já tenha sido corrigido. Isto nada tem a ver com deslealdade. Em algumas situações ( aqui cabe o bom senso de cada um), onde descobrimos algum furo por engano, por desconhecimento, e a pessoa nunca deu motivos para ser julgada como negligente ou mau caráter, talvez caiba uma aproximação discreta para averiguar o que está ocorrendo, antes de comentar com superiores. Algumas informações podem ser sigilosamente guardadas por nós para serem usadas no momento mais acertado e assertivo, em vez de se arvorar a entregar um colega ou chefe na primeira desconfiança. Jogo de cintura é recomendado. Mas se o caso for de urgência, colega ou chefe, se eu tiver oportunidade e/ou coragem...entrego...mesmo que de forma anônima.

- Hehehe, você e o André se descrevem quase que exatamente o contrário do americano típico, com eles é tolerância zero.

- Sei de um caso de um Brasileiro que se mudou para Miami e no seu primeiro final-de-semana fez um tradicional churrasco no quintal, os vizinhos se incomodaram com a fumaça e não pensaram 2 vezes, chamaram os tiras....

Beijos,

[Fabi]

- Sei de um caso de um Brasileiro que se mudou para Miami e no seu primeiro final-de-semana fez um tradicional churrasco no quintal, os vizinhos se incomodaram com a fumaça e não pensaram 2 vezes, chamaram os tiras....

Beijos,

Eu faria isso, a gente não quer que ninguém venha ao nosso país fazer bagunça, porque eles tem que admitir isso no país deles?

[Fernando Silva]

O Sérgio Buarque de Hollanda escreveu sobre o "Brasileiro cordial".
O título é geralmente interpretado como "Brasileiro bonzinho", mas se refere ao nosso vício de proteger amigos e familiares mesmo que eles estejam cometendo crimes e a comunidade, como um todo, esteja sendo prejudicada.
"Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei".

[Aranha]

- Sei de um caso de um Brasileiro que se mudou para Miami e no seu primeiro final-de-semana fez um tradicional churrasco no quintal, os vizinhos se incomodaram com a fumaça e não pensaram 2 vezes, chamaram os tiras....

Beijos,

Eu faria isso, a gente não quer que ninguém venha ao nosso país fazer bagunça, porque eles tem que admitir isso no país deles?

- Que tal se apresentar ao seu vizinho e solicitar gentilmente a ele que pare de fazer fumaça?

Beijos,

[Johnny]

Americano se apresentar à um brasileiro? Haaaaaaaaaaaa Haaaaaaaaaaaaa Haaaaaaaaaaaa...
Um amigo meu da antiga Compac foi fazer um curso em Me-Ame. A pele dele é clara mas o cabelo é pixaim (quem inventou isso?). Foi dar uma volta com um colega e foi blitzado pelos COPs. Só não apanhou porque o gerente que vinha atrás era loirinho de olhos azuis e livrou a deles.

[spink]

o que há no brasil é o corporativismo, e isso vale tanto para o setor público como para o privado. vejam os casos dos crms; uma enorme quantidade de médicos cometem barbaridades (algumas resultando em óbito) e raramente são punidos.
quando muito com uma suspenção.

[Acauan]

- Recentemente fiz um treinamento de Gerenciamento de Projetos, durante uma das aulas o instrutor disse algo interessante que, imagino, daria um bom debate aqui no RV.

- Ele disse que já havia trabalhado várias vezes em equipes de projeto constituídas de americanos e percebeu algo notável no comportamento deles, o instrutor disse que quando um americano flagra um colega em atitude desonesta ou antiética ou inconforme no trabalho ele imediatamente denuncia o colega ao chefe, e que tal atitude nos EUA não é considerada trairagem, alcaguetagem, dedurismo ou qualquer tipo de sacanagem, tanto denunciador quanto denunciado aceitam o fato como normal.

- Perceberam a diferença para nós daqui? – Por um lado é interessante um grupo que se auto-fiscaliza, por outro lado, como obter cumplicidade num grupo onde ninguém pode confiar em ninguém, lembre-se que quando se abre as portas para a alcaguetagem, ela pode servir para qualquer coisa, te perseguir, chantagear, caluniar, afinal o alcagüete mau-caráter trabalharia sob proteção social, assim como o companheiro mau-caráter no Brasil também trabalha sob proteção social para roubar, corromper e aliciar.

- Minha opinião é que a atitude de cumplicidade brasileira é menos nociva às relações de trabalho, tornando o ambiente de trabalho menos hostil, no entanto, temos outras mazelas morais que fazem tal atitude trabalhar contra a gente.

- Mas quero ler a opinião dos demais, dependendo até mudo a minha.

É preciso ver a coisa de um modo completo.

Lá, como cá e em qualquer lugar, ninguém gosta de delatores.

Não é exatamente correto dizer que o padrão americano é "imediatamente denunciar ao chefe" os flagrantes de atitude desonesta ou anti-ética, pois isto também seria anti-ético.

O procedimento tido por correto, mas nem sempre seguido, é óbvio, é PRIMEIRO falar com o colega flagrado e dar-lhe uma chance de se explicar, uma vez que pode ter havido algum mal entendido e só depois denunciar ao chefe, avisando previamente o denunciado de sua intenção de fazê-lo.

Alcaguetes anônimos, que delatam visando interesses pessoais e depois continuam se fingindo de amigos do denunciado, são ainda mais execrados por lá do que por aqui, uma vez que existe por lá a tolerância e o reconhecimento pela atitude honesta e franca, que nem sempre se dá por estas bandas de cá.

[spink]

fico imaginando como seria na finlândia ou na nova zelândia.

[André]

- Recentemente fiz um treinamento de Gerenciamento de Projetos, durante uma das aulas o instrutor disse algo interessante que, imagino, daria um bom debate aqui no RV.

- Ele disse que já havia trabalhado várias vezes em equipes de projeto constituídas de americanos e percebeu algo notável no comportamento deles, o instrutor disse que quando um americano flagra um colega em atitude desonesta ou antiética ou inconforme no trabalho ele imediatamente denuncia o colega ao chefe, e que tal atitude nos EUA não é considerada trairagem, alcaguetagem, dedurismo ou qualquer tipo de sacanagem, tanto denunciador quanto denunciado aceitam o fato como normal.

- Perceberam a diferença para nós daqui? – Por um lado é interessante um grupo que se auto-fiscaliza, por outro lado, como obter cumplicidade num grupo onde ninguém pode confiar em ninguém, lembre-se que quando se abre as portas para a alcaguetagem, ela pode servir para qualquer coisa, te perseguir, chantagear, caluniar, afinal o alcagüete mau-caráter trabalharia sob proteção social, assim como o companheiro mau-caráter no Brasil também trabalha sob proteção social para roubar, corromper e aliciar.

- Minha opinião é que a atitude de cumplicidade brasileira é menos nociva às relações de trabalho, tornando o ambiente de trabalho menos hostil, no entanto, temos outras mazelas morais que fazem tal atitude trabalhar contra a gente.

- Mas quero ler a opinião dos demais, dependendo até mudo a minha.

É preciso ver a coisa de um modo completo.

Lá, como cá e em qualquer lugar, ninguém gosta de delatores.

Não é exatamente correto dizer que o padrão americano é "imediatamente denunciar ao chefe" os flagrantes de atitude desonesta ou anti-ética, pois isto também seria anti-ético.

O procedimento tido por correto, mas nem sempre seguido, é óbvio, é PRIMEIRO falar com o colega flagrado e dar-lhe uma chance de se explicar, uma vez que pode ter havido algum mal entendido e só depois denunciar ao chefe, avisando previamente o denunciado de sua intenção de fazê-lo.

Alcaguetes anônimos, que delatam visando interesses pessoais e depois continuam se fingindo de amigos do denunciado, são ainda mais execrados por lá do que por aqui, uma vez que existe por lá a tolerância e o reconhecimento pela atitude honesta e franca, que nem sempre se dá por estas bandas de cá.

Nisso concordo integralmente. A exceção da chance de explicar, que concordo deve ser dada em quase todos os casos, é se a trapaça te envolve, por exemplo, o cara pega um trabalho seu e apresenta como dele, falando que vai apenas usar como referencia e copia na cara dura. Em casos assim se for clara a desonestidade e extrema, a chance de explicar pode ser negada e se ir direto as autoridades superiores.