Apo escreveu:André escreveu:Apo escreveu:André escreveu:Qual a solução que vc daria?
Eu? Minhas idéias acerca da forma de governar não se adaptam a uma cultura e um povo ( e seus políticos) como os nossos. Eu não me arvoro a ter soluções para um país que diz suportar um certo grau de corrupção e acha isto normal. Não tenho pretensão de mudar isto e nem posso. Um povo que acha que pode fumar e adoecer à vontade porque paga imposto para o SUS ( e não sei de onde tiraram isto, não há descrição no imposto embutido no cigarro sobre percentual que seja dirigido ao SUS para cobrir eventuais doenças do fumante), não pode ser levado à sério. Um povo que picha os prédios públicos e privados e chama a isto de arte popular ( tem até tese de mestrado sobre a fonte usada nas pichações), que joga lixo na rua e acha normal, já que o lixeiro precisa do emprego e jogando lixo na rua, estamos dando emprego ao lixeiro, e sem o lixo na rua, o lixeiro não teria o que fazer...não posso levar um povo destes a sério.
Um povo que defende direitos de defesa para um criminoso hediondo réu confesso porque assim está na Constituição, e que a usa como justificativa, em vez de parar e pensar se a Constituição não estaria errada...não posso levar a sério e nem ter esperança ou desejar alguma mudança.
Acontece que os meus padrões não se coadunam com isto. Para que vou perder meu tempo querendo inventar jeitos de melhorar alguma coisa que para este povo está porque eles querem?
Isto é conversa de bêbado. Eu vivo a minha vida da maneira mais honesta possível, me tranco em casa porque a bandidagem tomou conta alicerçada pelo poder público, pago meu condomínio de mil reais, para dormir relativamente tranqüila ( e não admito que me apontem o dedo para me chamar de elite). Não ando de transporte coletivo, como o politicamente correto quer, ando de carro e táxi ( mesmo assim não estou segura), porque minha vida e a da minha família são a única coisa que tenho e pouco me importa se um povo imbecil destes acha ou não que eu posso ou não posso. Eles já mandam o suficiente na minha vida através das disparidades por eles cometidas e pelo seu voto burro.
Afinal...não se mexe em time que está ganhando para sair esfolado de campo.
DENTRO DESTE PANORAMA, que é real e não ilusório, qual a tua sugestão? Quero algo prático, com início, meio e fim.
Se me apresentar alguma coisa interessante, eu aceito e aprovo de bom grado. Não sou contra mudanças, muito pelo contrário. O que não suporto é discutir em cima de fantasia.
Resumindo vc acha que não há jeito mas está aberta para ouvir idéias, e/ou propostas.
Sim. Eu sempre estou curiosa quanto a coisas nas quais eu ainda não tenha pensado ou vivenciado. Mas confesso que depois de quase meio século de vida, tá difícil ver alguma novidade viável no horizonte.
André escreveu:Tenho já a bastante tempo deixando claro que a melhor alternativa contra corrupção, administração que melhor reflete os anseios populares, e que tem melhores chances de aumentar a educação política, é a alternativa que progressivamente amplia a participação do cidadão, seu poder, sobre o Estado. Sendo desnecessário me repetir.
1)Também não preciso me repetir que isto é algo tão vago e distante de qualquer resquício de realidade que não faz nem cosquinha no modus operandis nacional.
Que diabos de cidadão você acha que pode e como pode ter poder sobre o Estado, André? Através de que mecanismos? Um povo totalmente heterogêneo, onde o que eu penso e meus anseios nada ou muito pouco tem a ver com o que pensa o cara da zona sul da minha cidade...você faz idéia de como somos culturalmente diferentes no Nordeste, no Sudeste e aqui no Sul ( só para traçar um eixo básico)? Se eu acabei de dizer que o povo se queixa, mas aceita uma dose de corrupção e fata de educação...vamos parar aonde com um povo destes no poder? Que mecanismos de poder seriam estes? Seja claro. Você anda, anda a volta e não propõe algo com início, meio e fim, assim como não vejo identidade alguma entre o que você fala e a realidade do mundo lá fora. Fica difícil assim.
André escreveu:No setor sócio econômico, tb já deixei claro, que o fomento a produção, a construção de uma melhor infra-estrutura, sem que isso implique em desrespeito a responsabilidade ecológica e social, é basilar.
2)E daí? Quem vai administrar isto num sistema cheio de interesses? Que melhor infraestrutura? Esta que instala PCs em escola no interior de Pernambuco, onde nem luz elétrica existe? Fomento à produção seria o quê? Se nem as tão divulgadas safras recorde na agricultura ( veja só...um país agrícola!), resolvem a outra ponta da mesma questão: as safras são colhidas e vão parar no lixo, porque não temos como escoar e nem como estocar decentemente, os preços pagos ao produtor são ridículos, e o consumidor paga um absurdo por um molho de brócolis.
Responsabilidade ecológica de quem? Culpam as empresas capitalistas por poluírem e não se preocuparem com nada senão o lucro, quando na verdade são muitas delas que têm programas sociais e comunitários mais realistas. O governo deixa destruir a Amazônia, permite queimadas, poluição de todo tipo e ainda mantém as fronteiras abertas a todo tipo de invasor ladrão e usurpador.
O povo quer estragar o que existe. Ainda bem que vivo num estado com mentalidade "verde" e " ar puro". Morar em SP, por exemplo, é um inferno na Terra.
André escreveu:No que tange programas sociais a inclusão de condicionais, a fim de assegurar que a ajuda não vai acomodar, mas ao contrario ser um instrumento de incentivo ao estudo e trabalho. Que simultaneamente sana as carências, e mobiliza para o aprimoramento.
3)Inclusão condicional é ótimo. Concordo. E como se faz inclusão condicional? E como se mede ou se convence o povo que o incentivo está surtindo sei lá que tamanho de efeito? Existem réguas para medir isto? "Sana as carências e mobiliza para o aprimoramento"...Puxaaaa!!!! Que coisa linda isto ein? Conte esta para o jagunço desdentado e para o filho do traficante. Nem precisa ir longe: fale para a minha empregada. Ela vai olhar e perguntar: " Que isto, moço? É nome de doença ou é de comer?"
André escreveu:Um plano mais detalhado cairia em algo próximo de um programa de governo, e não sou político nem tenho interesse em ser. Mas posso, quando tiver mais tempo, me dedicar a escrever artigos detalhando essas propostas gerais. Todas por sinal aplicáveis. (No momento tenho outras prioridades e isso me daria muito trabalho, tenho que me dedicar ao relançamento do livro, seleções...)
4)Um programa de governo? Pensei que o povo fosse fosse dar pitaco nisso...que governo? Quem é o governo? Você? Eu? E se pensarmos diferente? Quem aplica o programa? Quais as diretrizes DENTRO DA NOSSA REALIDADE?
André escreveu:As condicionais poderiam ser aplicadas, a critério prático, em programas como Bolsa Família, criando um limite máximo de ajuda por número de filhos, justamente para não favorecer a "fabrica de bebes" e tb exigindo do beneficiado não apenas a manutenção dos filhos na escola, mas eles próprios tendo que atender curso profissionalizante, ou outra forma de qualificação, para ter um emprego, ou melhorar de emprego. Aumentar os deveres e obrigações dos beneficiados, o que age em seu próprio bem, e tb negar esse beneficio a aqueles que querem apenas sugar, sem ter um contra parte.
5)Não brinca???? E quem vai segurar a sanha dos fazedores de filhos ( que têm filhos porque Deus mandou, porque está na Bíblis, porque está nos Direitos Humanos, porque "da minha vida eu que sei", porque a minha irmã tem 5 filhos e eu só tenho 4 e meu marido quer que eu tenha 6, porque assim ele é mais macho, porque filho é bom prá trabalhar prá gente no farol, porque o marido não quer usar camisinha, porque....)?
Qual o limite de filhos? Quem decide isto? Uma medida provisória, um decreto Lei ou um plebiscito popular? Quem sabe o orçamento da União ( não há planejamento de nada neste país, quanto mais orçamento para os próximos 10 anos).
Você vai forçar alguém a frequentar a escola ou curso profissionalizante? Como? Pensei que isto fosse livre da escolha de cada um...Quem disse que cursinho profissionalizante picareta ( que tem aos montes em tudo que é esquina) dá capacitação técnica para o que o mercado exige? Quem vai financiar os cursinhos? Eu? O mercado absorve esta oferta de "profissionais"?
Olha, André...esta conversa pode durar uns ...50 anos.
Mas há posts meus sem respostas convincentes ainda.
1)Vamos a alguns exemplos. Eu já dei mas vamos de novo. Um dos grandes problemas da política é sua personalização. Para melhor definir a posição dos políticos diante de uma questão relevante e que não existe consenso, essa deveria ser sujeita a um plebiscito. Porém coincidindo com a eleição. Sendo que a questão tem que ser escolhida com 2 anos de antecedência, para haver tempo hábil de divulgação das diferentes propostas, debate,os políticos se definirem e afins. Esse seria um mecanismo nacional de participação.
Um mecanismo distrital, seria a definição de distritos, e representantes por distrito,está aí uma idéia que tem nos EUA e eu gosto ( o problema lá é o rezoneamento dos distritos algo que deve ser proibidos dos políticos fazerem). Assim no distrito, vc teria o direito de ir lá e ver como o dinheiro está sendo gastado, quais projetos e afins. De tempos em tempos haveria uma reunião dos moradores da região, para externar seus anseios, e democraticamente decidir por prioridades. Seria uma forma de abrir o poder por região. Além disso a idéia é diminuir o número total de políticos, e ligar a administração da prefeitura as regiões. Obvio que para cidades grandes, cidades pequenas fariam divisoes ainda menores.
Haveria a possibilidade do Estado incluir em suas eleições uma questão, estilo a nacional, mas que coubesse ao Estado, para votação.
Esses são apenas alguns mecanismos, que conheço, que existem, e que entendo como exemplos para ampliar a democracia.
Além disso, abrir definitivamente as contas públicas, o balanço ser checado por jornais independentes, e formação de relatórios e autorias independentes para assegurar que o dinheiro está sendo bem gasto, e não está sendo roubado. A abertura da administração, e a transparência radical, são ambas medidas democratizantes.
2)Realmente é complicado. Descrevi mais exemplos no item 1. De formas e meios.
3) Sobre inclusão com condicionais isso pode ser explicado de forma relativamente simples. Eu uso uma linguagem digamos mais acadêmica pq estou falando com uma pessoa de nível.
Exemplo: O governo vai te dar dinheiro para comida, e ajudar vc ter casa. Mas vc tem que merecer, e para isso trabalhar, colocar os filhos na escola. O dinheiro não vai aumentar se vc tiver mais filhos. Se vc não fizer como manda o figurino vai perder essa ajuda, e ela vai para outro.
Minha empregada consegue entender isso na boa. Vc que é da área de publicidade sabe que a linguagem pode ser adequada e simplificada de forma a atingir diferentes públicos.
4) Agora vc fez perguntas retóricas meio sem sentido. Exemplo
E se pensarmos diferente?
É lógico que pensamos diferente. Por isso em um regime democrático a maioria governa. As pessoas simplesmente vêem as coisas de forma diferente, a única forma de andar é a maioria decidir. Óbvio que essa não pode atentar contra princípios fundamentais. São os políticos eleitos pelo povo, ou a própria população em diálogo ou através de mecanismos que decide essas diretrizes. Isso em um regime democrático.
Sobre propostas concretas, já dei exemplos que caminham para ampliação da democracia, absolutamente reais. Assim como medidas em programas sociais passiveis de serem realidades, e os programas alguns já existentes, as vezes mal implementados, ou com limites. Sendo que eles a meu ver são apenas uma parte do projeto de simultâneo desenvolvimento econômico, aliado a garantia de direitos sociais. Sendo que esses direitos sociais não são invenção minha. Eles antecedem e ajudam a formar as idéias por trás dos Direitos humanos, hoje bandeira mais conhecida.
5) É óbvio que não estou sugerindo qualquer proibição no que tange reprodução. Apenas que o Estado não deve alocar mais dinheiro por família pelo tamanho da família. Pois cria um incentivo para algo que foge ao planejamento familiar que é necessário.
O que estou dizendo é relativamente simples, bom comportamento deve ser incentivado, e utilizado para garantir benefícios. Acredito que exista pouca dúvida que estudar, e ter uma população com mais alto nível educacional é de grande importância. Logo a condicionar é isso, para obter o beneficio tem que manter os filhos na escola. Coisa que o Bolsa Família faz. Tem seus problemas na aplicação, e discordo em partes, mas essa idéia não é ruim. Em conjunto com isso, Universidades e empresas poderiam oferecer cursos para pessoas membros desses programas, falo dos adultos. O Estado poderia dar como incentivo as empresas uma diminuição dos impostos sobre elas se elas fizessem esses cursos e absorvessem essas pessoas ao trabalho. Ai mais uma dezena de idéias que podem ser adicionadas.
Sendo que por favor não sugira nada obrigatório. Todas essas idéias são para programas facultativos, que para receber o beneficio tem que concordar com os termos. Se não quiser basta não concordar.
Saúde é exceção, pois deve ser garantida sempre, esse deve ser o objetivo. Assim como acesso a educação. Mas nos outros direitos sociais em Estados com poucos recursos, o uso de condicionais, para assegurar que o investimento está indo nas mãos de quem não apenas precisa, mas vai fazer bom uso, me parece um bom primeiro passo. Nessa área.
Quanto a duração é longa sim. Repito vc pode discordar de tudo que eu disse, mas vago não é.