Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

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André
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por André »

Adrianoped escreveu:
Ilovefoxes escreveu:E o que aconteceu com "não disse que estatísticas não podem ser relativizadas"?

Eu não disse isso. Me considero apto para ler uma reportagem, principalmente sobre o tema abordado aqui e saber se está usando adequadamente os dados ou está sendo contraditória. As diversas reportagens que vejo apontam sempre os mesmos dados. E vejo também as pesquisas, como a da FGV.

Ilovefoxes escreveu:
Adrianoped escreveu:mas as pessoas pobres são excessões é uma contradição teórica muito grande.
Ok, nem todo mundo, mas vamos sobre quantidades... você vive no Brasil, certo?

Eu só me baseio em quantidades. E a única forma de fazer isso é no mínimo tomar as pesquisas e os censos como referência. A partir daí sim dizer se estão errados os dados ou não e o porque estão errados. E no Brasil que coleta os dados é o IBGE.

Ilovefoxes escreveu:
Adrianoped escreveu:Os programas sociais beneficiam muitas pessoas pobres e não se pode partir do princípio que são pessoas desinteressadas no progresso pessoal.
Continua a ser dar tiro no escuro...

Na sua opinião. Se você não se baseia em dados apenas na sua percepção de mundo, isso não vale nada para mim. É apenas uma negação sem sustentação.

Ilovefoxes escreveu:
Adrianoped escreveu:Esse é um exemplo que para mim não é representativo da população pobre.
Não sei... aqui quando o governo tenta dar uma ajuda não assistencialista, como terras para que agricultores sem terra produzam, esses vendem tudinho para depois fazer mais protestos por não terem terras...

Então imagina um programa de renda pura. :emoticon1:

É o que considero erro. Apontar um exemplo para dizer que uma situação é significativa. Essa é a maior manipulação estatística que existe, tomar um fato como se tivesse a representação que se quer.

Além de que o MST é totalmente politizado, não tem relação com os beneficiários do bolsa família.

Ilovefoxes escreveu:
A pesquisa demonstra empiricamente
Empírica? Hmm... bolsa família não é lá alvo de grande elogios quanto as pesquisas realizadas... :emoticon5:
'Como mentir usando estatísticas'
Escrito por Henrique Júdice Magalhães
05-Set-2007


Você leu a reportagem? Ela não critica o bolsa família e sim a comparação indevida entre a previdência e o programa de transferência de renda.
Reportagem escreveu:A comparação distorcida entre benefícios previdenciários e da LOAS e o bolsa-família visa esvaziar a Seguridade Social


E ainda cita:
Reportagem escreveu:Já o bolsa-família não é um substituto dos rendimentos do trabalho, mas um complemento provisório e emergencial a sua insuficiência.


Ou seja ele não critica o bolsa família e sim defende a securidade social.

É bom entender um pouco mais que o texto.


Eu entendi a mesma coisa o texto está defendendo a previdência. Apenas crítica aqueles que querem diminuir sua importância, ou culpá-la pelos males.

Sendo que examinando programas como Bolsa Família, se a fiscalização melhorar, e administração deles, assim como ampliar condicionalidades para estimular estudo, trabalho, e qualificação do trabalho, entendo que eles devem ser expandidos. Claro com checagem de resultados, do custo - beneficio dos programas. A idéia deve ser levar a pessoa a não mais precisar do programa, não passar para os filhos essa necessidade. Isso leva tempo, exigências fornecidas pelas condicionalidades, e checagens.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Ilovefoxes
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Ilovefoxes »

Mas eu pûs o texto com objetivo de falar sobre manipulação de estatísticas
Ilovefoxes escreveu:elogios quanto as pesquisas realizadas
não do programa bolsa-família.
O que tem a ver se a notícia fala bem ou mão do programa? :emoticon5:
Na verdade, não é até melhor se quem aponta essa manipulação ainda está defendendo o programa?

Adrianoped escreveu:
Apo escreveu:Uma das maiores armas de toda propaganda é o uso da pesquisa e da estatística.

Fico admirada que num forum como este ainda há quem não saiba disto.

E eu faço a propaganda das minhas idéias com o uso das estatísticas. Quem não usa as estatísticas defende a idéia de outros que a usam. Não tem como escapar.
No seu caso, canonizou as estatísticas...
Adrianoped escreveu:Eu não disse isso. Me considero apto para ler uma reportagem, principalmente sobre o tema abordado aqui e saber se está usando adequadamente os dados ou está sendo contraditória. As diversas reportagens que vejo apontam sempre os mesmos dados. E vejo também as pesquisas, como a da FGV.
As reportagens sobre bolsa-família apontam sempre a mesma coisa?

Deixa eu ver, algumas apontam (principalmente petistas) que está tirando a população da miséria e mil e um elogios, mas outras apontam que a maior parte da renda é para comprar bebida e drogas...
Adrianoped escreveu:Eu só me baseio em quantidades. E a única forma de fazer isso é no mínimo tomar as pesquisas e os censos como referência. A partir daí sim dizer se estão errados os dados ou não e o porque estão errados. E no Brasil que coleta os dados é o IBGE.
Ah, tendencioso demais, preferiria algo mais confiável...
Adrianoped escreveu:Na sua opinião. Se você não se baseia em dados apenas na sua percepção de mundo, isso não vale nada para mim. É apenas uma negação sem sustentação.
Adrianoped, você quer que eu vá na comunidade Fora Lula do Orkut, e peça por "dados" contra o bolsa-família?
Ou você já sabe o resultado?
:emoticon5:
É o que considero erro. Apontar um exemplo para dizer que uma situação é significativa. Essa é a maior manipulação estatística que existe, tomar um fato como se tivesse a representação que se quer.

Além de que o MST é totalmente politizado, não tem relação com os beneficiários do bolsa família.
Agora eu não estava falando sobre bolsa-família, e sim sobre vagabundagem...

Como faço estatística sobre vagabundagem entre os pobres? Acho que a taxa de desemprego não serve...
Bom, se vier me falar sobre famílias que agora trabalham porque as estatísticas dizem, posso interpretar que qualquer um além dessa porcentagem então seja vagabundo?

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Adrianoped
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Adrianoped »

Ilovefoxes escreveu:Mas eu pûs o texto com objetivo de falar sobre manipulação de estatísticas

A reportagem não critica as estatísticas e sim uma certa comparação entre duas estatísticas diferentes que são o bolsa família e a previdência. E dá seus motivos para essa distorção. Muito bem abordado o tema, mas que de maneira alguma vai contra as estatísticas e sim as favoreces. O importante é saber interpretá-las.

Ilovefoxes escreveu:As reportagens sobre bolsa-família apontam sempre a mesma coisa?
Sim, de maneira geral o resultado é sempre positivo.

Ilovefoxes escreveu:Deixa eu ver, algumas apontam (principalmente petistas) que está tirando a população da miséria e mil e um elogios, mas outras apontam que a maior parte da renda é para comprar bebida e drogas...

Isso é distorção de quem não sabe ler ao ano e entende ao mês. O que você está dizendo é uma tremenda mentira baseada numa má interpretação da reportagem. São cerca de 50 reais ao ano em alguns casos.

Ilovefoxes escreveu:
Adrianoped escreveu:Na sua opinião. Se você não se baseia em dados apenas na sua percepção de mundo, isso não vale nada para mim. É apenas uma negação sem sustentação.
Adrianoped, você quer que eu vá na comunidade Fora Lula do Orkut, e peça por "dados" contra o bolsa-família?

Claro que gostaria. Seria melhor do que você ficar dizendo que é por que é.

Ilovefoxes escreveu:Ou você já sabe o resultado? :emoticon5:

Sei sim, é 80% de aproveitamento dos recursos sendo destinados as pessoas que precisam. Por mais exemplos que você possa dar eles estão dentro dos 20%.
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Ilovefoxes
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Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Ilovefoxes »

A reportagem não critica as estatísticas e sim uma certa comparação entre duas estatísticas diferentes que são o bolsa família e a previdência. E dá seus motivos para essa distorção. Muito bem abordado o tema, mas que de maneira alguma vai contra as estatísticas e sim as favoreces. O importante é saber interpretá-las.
Olha, eu vi um monte de trechos sobre números específicos que foram mal usados, etc...
Se eu li direito...
Esses números foram obtidos empregando-se um conceito de pobreza que exclui qualquer pessoa com renda mensal superior a R$ 154 (a linha de pobreza extrema é R$ 77). Como o salário mínimo em 2006 era de R$ 350, isto significa que quem o recebesse seria, por definição, um cidadão de classe média – ainda que se tratasse de uma mãe solteira que sustentasse a si e a seu filho trabalhando sem carteira assinada. O mesmo ocorreria com uma família de seis pessoas (pai, mãe e quatro filhos), na qual os pais e o filho mais velho recebessem um salário mínimo cada, ainda que os demais não tivessem renda. A conclusão de que os pobres não ganham salário mínimo foi obtida partindo-se da premissa de que quem ganha salário mínimo não é pobre. A imagem que melhor representa este tipo de manipulação é uma cobra mordendo o próprio rabo.
Aqui não diz que a estatística usou como princípio para definir quem é pobre um número que não equivale a realidade?


Isso é distorção de quem não sabe ler ao ano e entende ao mês. O que você está dizendo é uma tremenda mentira baseada numa má interpretação da reportagem. São cerca de 50 reais ao ano em alguns casos.
Eu disse que é quanto aquela reportagem ou generalizei? :emoticon5:
Claro que gostaria. Seria melhor do que você ficar dizendo que é por que é.
Você acredita ou não que estatística pode ser usada como propaganda, heim?

Bom, esquece, até amanhã já teve respostas no Orkut...

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Adrianoped
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Adrianoped »

Ilovefoxes escreveu:
A reportagem não critica as estatísticas e sim uma certa comparação entre duas estatísticas diferentes que são o bolsa família e a previdência. E dá seus motivos para essa distorção. Muito bem abordado o tema, mas que de maneira alguma vai contra as estatísticas e sim as favoreces. O importante é saber interpretá-las.
Olha, eu vi um monte de trechos sobre números específicos que foram mal usados, etc...
Se eu li direito...

Foram mal usados na comparação que diz o bolsa família é mais eficiente que a previdência. Isso que a reportagem critica.

Ilovefoxes escreveu:
Esses números foram obtidos empregando-se um conceito de pobreza que exclui qualquer pessoa com renda mensal superior a R$ 154 (a linha de pobreza extrema é R$ 77). Como o salário mínimo em 2006 era de R$ 350, isto significa que quem o recebesse seria, por definição, um cidadão de classe média – ainda que se tratasse de uma mãe solteira que sustentasse a si e a seu filho trabalhando sem carteira assinada. O mesmo ocorreria com uma família de seis pessoas (pai, mãe e quatro filhos), na qual os pais e o filho mais velho recebessem um salário mínimo cada, ainda que os demais não tivessem renda. A conclusão de que os pobres não ganham salário mínimo foi obtida partindo-se da premissa de que quem ganha salário mínimo não é pobre. A imagem que melhor representa este tipo de manipulação é uma cobra mordendo o próprio rabo.
Aqui não diz que a estatística usou como princípio para definir quem é pobre um número que não equivale a realidade?

A estatística utiliza o conceito de renda per capita. Ele demonstra que podem haver casos em que apesar da renda per capita ser menor que um salário mínimo os provedores da família podem receber um salário mínimo.

Ele critica outro autor que diz que o problema previdenciário é atrelar a previdência ao salário mínimo. Ele demonstra que o piso da previdência ao salário mínimo mantém idosos e deficientes num patamar acima que o da linha da pobreza. E que o benefício previdenciário tem impacto na diminuição da pobreza, que esta seria maior sem ele (de 31% a 38%).

Na verdade ele critica um autor que faz mal uso das estatísticas, mas se vale delas para explicar a realidade devido a uma má interpretação. Então o erro não é dos dados mas da utilização desses.

Ilovefoxes escreveu:
Isso é distorção de quem não sabe ler ao ano e entende ao mês. O que você está dizendo é uma tremenda mentira baseada numa má interpretação da reportagem. São cerca de 50 reais ao ano em alguns casos.
Eu disse que é quanto aquela reportagem ou generalizei? :emoticon5:

Você disse que tem pesquisas que apontam que a maior parte da renda é gasta em bebidas e drogas, e isso é falso, não tem nenhuma pesquisa que aponte isso (desconheço).

Ilovefoxes escreveu:
Claro que gostaria. Seria melhor do que você ficar dizendo que é por que é.
Você acredita ou não que estatística pode ser usada como propaganda, heim?

Bom, esquece, até amanhã já teve respostas no Orkut...

Acredito que as estatísticas podem ser manipuladas e podem ser analisadas de forma séria. Principalmente do IBGE.

Quero só ver os dados dessa sua fonte "séria" (comunidade fora Lula). Não deve ser quase nada manipulada.
:emoticon12:

Mas traga aí que sei analisar dados e reportagens com estatísticas, não preciso desqualificar a fonte para fazer valer a lógica. Se forem dados significativos eu revejo o meu entendimento do assunto.
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RicardoVitor
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Mensagem por RicardoVitor »

Adrianoped escreveu:
RicardoVitor escreveu:
Huxley escreveu:Boa parte da pobreza é relacionada não com as drogas ou a vagabundagem, mas com a própria falta de liberdade.


Pois eu digo que boa parte da pobreza está diretamente relacionada com vagabundagem e/ou incapacidade dos indivíduos.

Puro preconceito social. Discriminação contra pobre. É a premissa dos argumentos contrários a programas sociais. Não tem fundamentação alguma.


Discriminação contra pobre?? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Aparece um pior que o outro por aqui.


Adrianoped escreveu:
Ricardo Vitor escreveu:
Huxley escreveu:A privação de capacidades individuais ocorre neste caso, porque o baixo nível de renda da maioria dos miseráveis dos países subdesenvolvidos tem como razão fundamental o analfabetismo (evasão escolar durante a infância por causa do trabalho) e más condições de saúde, além de fome e subnutrição. Sem a universalização do acesso a programas que minimizariam tais privações, não há sequer uma chance razoável de os miseráveis terem boa capacidade de auferir renda no mercado e se inserir de forma competitiva no capitalismo (como, por exemplo, ser capaz recusar ofertas de “empregos” como “ajudante de servente de pedreiro”)


Como era de esperar, o usual determinismo. Você poderia demonstrar quais os mecanismos que tornam impossível o acesso dessa população ao mercado de trabalho e à formação de poupança? O que impede tal cidadão de estudar, trabalhar, acumular riquezas e possibilitar aos seus filhos melhores condições de competividade?


Tem um estudo sobre mobilidade intergeracional de renda no Brasil, realizado pela ANPEC.

http://www.anpec.org.br/encontro2005/ar ... 05A146.pdf

O argumento é que as famílias não tem como investir em capital humano. Essa é a grande diferença entre as classes sociais. As famílias com melhores condições investem no seu capital humano.


"Capital humano"? O que seria isso?

E qual a relação entre capacidade de investimento com impossibilidade de ingresso ao mercado de trabalho e formação de poupança? Poderia responder diretamente a pergunta sem os usuais rodeios?

Você poderia demonstrar quais os mecanismos que tornam impossível o acesso dessa população ao mercado de trabalho e à formação de poupança? O que impede tal cidadão de estudar, trabalhar, acumular riquezas e possibilitar aos seus filhos melhores condições de competividade?
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Samael
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Samael »

Ilovefoxes escreveu:Cara, você tá de onda, né?
Você colocou que estatística é uma bíblia sagrada!!


Não. Eu só pedi para que você APRESENTASSE UM ARGUMENTO, coisa que não fez até agora em centenas de postagens. Estatísticas podem ser plenamente colocadas à prova e criticadas, desde que VOCÊ DEMONSTRE PORQUE disso e de que forma você chegou ao outro raciocínio que não o colocado a priori nas próprias estatísticas.

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RicardoVitor
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Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por RicardoVitor »

As bibliotecas públicas nas periferias vivem VAZIAS. Quando eu morava na extrema zona sul de São Paulo, a biblioteca do meu bairro era tão deserta que acabou abandonada pela prefeitura. Quem quer se desenvolver, independente de capacidade de investimento, procura estudar e se aprimorar para competir no mercado de trabalho. Se hoje estou bem financeiramente, com certeza não foi por algum "capital humano", e sim pelo meu esforço. As oportunidades sempre estiveram aí para todos, mas a maioria é tão preguiçosa e acomodada que qualquer investimento público direcionado para tal camada da população é um tamanho desperdício (vide as bibliotecas públicas, caras e praticamente vazias).

Não adianta: A única forma de um indivíduo se desenvolver para competir no mercado de trabalho é através de sua auto-determinação. Se alguns querem continuar acomodados, é tão autoritário quanto injusto tentarmos impedir.
Editado pela última vez por RicardoVitor em 14 Out 2007, 13:15, em um total de 3 vezes.
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Mensagem por Samael »

RicardoVitor escreveu:Pois eu digo que boa parte da pobreza está diretamente relacionada com vagabundagem e/ou incapacidade dos indivíduos.


Então, pela sua lógica, todo pobre é incapaz e/ou vagabundo, não? Ainda por essa sua lógica, a África, o continente mais miserável do mundo, é necessariamente o que mais abriga vagabundos e incapazes, não?

Partindo do pressuposto que sua lógica darwinista social boba é verdadeira, poderíamos lançar a pergunta: por que é que as populações européias se desenvolveram dessa forma e as africanas não? Será alguma disfunção genética?

Malditos negróides, não?

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RicardoVitor
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Mensagem por RicardoVitor »

Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:Pois eu digo que boa parte da pobreza está diretamente relacionada com vagabundagem e/ou incapacidade dos indivíduos.


Então, pela sua lógica, todo pobre é incapaz e/ou vagabundo, não?


Aquele que se mantém na pobreza, sim.

Samael escreveu:Ainda por essa sua lógica, a África, o continente mais miserável do mundo, é necessariamente o que mais abriga vagabundos e incapazes, não?


Bem, a sua desonestidade não me impressiona mais, depois de ler tantos de seus posts. No contexto em que citei a frase acima, estávamos falando do Brasil, um país que vive (de certa forma) sob um Estado democrático de Direito, onde são defendidos os direitos fundamentais e a autodeterminação do indivíduo. O exato contrário da maioria dos países africanos, onde estão estabelecidos regimes de terror liderados por correligionários seus (socialistas de todo tipo), que cada vez mais afundam a população no "paraíso igualitário" sonhado por Marx.

Samael escreveu:Partindo do pressuposto que sua lógica darwinista social boba é verdadeira, poderíamos lançar a pergunta: por que é que as populações européias se desenvolveram dessa forma e as africanas não? Será alguma disfunção genética?

Malditos negróides, não?


Antes de tudo, o seu ranço contra o social-darwinismo me diverte e me dá prazer. É tão bom ver como eu era bobinho também nesse ódio todo ao inevitável.

E nunca foi mais fácil responder tal questão sobre o fato das populações africanas não terem se desenvolvido. A esquerda, bobinha, culpa o neoliberalismo, o imperialismo, a Coca Cola, mas não percebe que o principal culpado pelo atraso e o caos social estabelecido nesses paises é o próprio socialismo que, junto com as guerras intermináveis, sempre ceifaram qualquer possibilidade do continente se desenvolver.

E o racismo da frase final eu deixo para você, pois historicamente combina com a sua ideologia.
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Mensagem por Samael »

RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:Pois eu digo que boa parte da pobreza está diretamente relacionada com vagabundagem e/ou incapacidade dos indivíduos.


Então, pela sua lógica, todo pobre é incapaz e/ou vagabundo, não?


Aquele que se mantém na pobreza, sim.

Samael escreveu:Ainda por essa sua lógica, a África, o continente mais miserável do mundo, é necessariamente o que mais abriga vagabundos e incapazes, não?


Bem, a sua desonestidade não me impressiona mais, depois de ler tantos de seus posts. No contexto em que citei a frase acima, estávamos falando do Brasil, um país que vive (de certa forma) sob um Estado democrático de Direito, onde são defendidos os direitos fundamentais e a autodeterminação do indivíduo. O exato contrário da maioria dos países africanos, onde estão estabelecidos regimes de terror liderados por correligionários seus (socialistas de todo tipo), que cada vez mais afundam a população no "paraíso igualitário" sonhado por Marx.

Samael escreveu:Partindo do pressuposto que sua lógica darwinista social boba é verdadeira, poderíamos lançar a pergunta: por que é que as populações européias se desenvolveram dessa forma e as africanas não? Será alguma disfunção genética?

Malditos negróides, não?


Antes de tudo, o seu ranço contra o social-darwinismo me diverte e me dá prazer. É tão bom ver como eu era bobinho também nesse ódio todo ao inevitável.

E nunca foi mais fácil responder tal questão sobre o fato das populações africanas não terem se desenvolvido. A esquerda, bobinha, culpa o neoliberalismo, o imperialismo, a Coca Cola, mas não percebe que o principal culpado pelo atraso e o caos social estabelecido nesses paises é o próprio socialismo que, junto com as guerras intermináveis, sempre ceifaram qualquer possibilidade do continente se desenvolver.

E o racismo da frase final eu deixo para você, pois historicamente combina com a sua ideologia.


Liquid Snake, deixa de ser enrolão e me responde de uma vez: se a vagabundagem é o maior fomentador de pobreza, como você explica que a pobreza seja algo extremamente concentrado num continente apenas e, ainda por cima, num continente "negro".

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Mensagem por RicardoVitor »

Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:Pois eu digo que boa parte da pobreza está diretamente relacionada com vagabundagem e/ou incapacidade dos indivíduos.


Então, pela sua lógica, todo pobre é incapaz e/ou vagabundo, não?


Aquele que se mantém na pobreza, sim.

Samael escreveu:Ainda por essa sua lógica, a África, o continente mais miserável do mundo, é necessariamente o que mais abriga vagabundos e incapazes, não?


Bem, a sua desonestidade não me impressiona mais, depois de ler tantos de seus posts. No contexto em que citei a frase acima, estávamos falando do Brasil, um país que vive (de certa forma) sob um Estado democrático de Direito, onde são defendidos os direitos fundamentais e a autodeterminação do indivíduo. O exato contrário da maioria dos países africanos, onde estão estabelecidos regimes de terror liderados por correligionários seus (socialistas de todo tipo), que cada vez mais afundam a população no "paraíso igualitário" sonhado por Marx.

Samael escreveu:Partindo do pressuposto que sua lógica darwinista social boba é verdadeira, poderíamos lançar a pergunta: por que é que as populações européias se desenvolveram dessa forma e as africanas não? Será alguma disfunção genética?

Malditos negróides, não?


Antes de tudo, o seu ranço contra o social-darwinismo me diverte e me dá prazer. É tão bom ver como eu era bobinho também nesse ódio todo ao inevitável.

E nunca foi mais fácil responder tal questão sobre o fato das populações africanas não terem se desenvolvido. A esquerda, bobinha, culpa o neoliberalismo, o imperialismo, a Coca Cola, mas não percebe que o principal culpado pelo atraso e o caos social estabelecido nesses paises é o próprio socialismo que, junto com as guerras intermináveis, sempre ceifaram qualquer possibilidade do continente se desenvolver.

E o racismo da frase final eu deixo para você, pois historicamente combina com a sua ideologia.


Liquid Snake


Não sou Liquid Snake nenhum.

Samael escreveu:deixa de ser enrolão e me responde de uma vez: se a vagabundagem é o maior fomentador de pobreza, como você explica que a pobreza seja algo extremamente concentrado num continente apenas e, ainda por cima, num continente "negro".


A pobreza não está e nunca esteve concentrada na África, isso é uma mentira típica da esquerda. Existem, por exemplo, lugares no sudeste asiático tão miseráveis quanto o mais miserável país africano.

E a sua sanha esquerdopata racista de querer relacionar os negros com pobreza e subdesenvolvimento me enoja tanto quanto a de querer relacionar pobres com criminosos.
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Adrianoped
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Mensagem por Adrianoped »

RicardoVitor escreveu:
Adrianoped escreveu:
RicardoVitor escreveu:
Huxley escreveu:Boa parte da pobreza é relacionada não com as drogas ou a vagabundagem, mas com a própria falta de liberdade.


Pois eu digo que boa parte da pobreza está diretamente relacionada com vagabundagem e/ou incapacidade dos indivíduos.

Puro preconceito social. Discriminação contra pobre. É a premissa dos argumentos contrários a programas sociais. Não tem fundamentação alguma.


Discriminação contra pobre?? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Aparece um pior que o outro por aqui.

Não há motivos para considerar que pobres não queiram se desenvolver. O que lhes falta são condições materiais para tanto.

RicardoVitor escreveu:
Adrianoped escreveu:
Ricardo Vitor escreveu:
Huxley escreveu:A privação de capacidades individuais ocorre neste caso, porque o baixo nível de renda da maioria dos miseráveis dos países subdesenvolvidos tem como razão fundamental o analfabetismo (evasão escolar durante a infância por causa do trabalho) e más condições de saúde, além de fome e subnutrição. Sem a universalização do acesso a programas que minimizariam tais privações, não há sequer uma chance razoável de os miseráveis terem boa capacidade de auferir renda no mercado e se inserir de forma competitiva no capitalismo (como, por exemplo, ser capaz recusar ofertas de “empregos” como “ajudante de servente de pedreiro”)


Como era de esperar, o usual determinismo. Você poderia demonstrar quais os mecanismos que tornam impossível o acesso dessa população ao mercado de trabalho e à formação de poupança? O que impede tal cidadão de estudar, trabalhar, acumular riquezas e possibilitar aos seus filhos melhores condições de competividade?


Tem um estudo sobre mobilidade intergeracional de renda no Brasil, realizado pela ANPEC.

http://www.anpec.org.br/encontro2005/ar ... 05A146.pdf

O argumento é que as famílias não tem como investir em capital humano. Essa é a grande diferença entre as classes sociais. As famílias com melhores condições investem no seu capital humano.


"Capital humano"? O que seria isso?

É o estudo, o ensino. É o desenvolvimento intelectual do indivíduo. Uma escola particular de ensino no ensino médio e fundamental oferece melhor qualidade de ensino.

RicardoVitor escreveu:E qual a relação entre capacidade de investimento com impossibilidade de ingresso ao mercado de trabalho e formação de poupança? Poderia responder diretamente a pergunta sem os usuais rodeios?

Para ilustrar é como comparar um indivíduo paupérrimo que não tem possibilidades de acesso ao mercado de trabalho. Com muito esforço pessoal esse pode ter um condição melhor do que a média da sua classe social. E isso ocorre com seus filhos, já que este tem as mesmas condições de seus pais.

Já uma pessoa rica tem acesso as melhores condições de ensino, as melhores escolas e sem a necessidade de trabalhar. Esse indivíduo vai ter uma grande ascenção econômica, assim como seus país, ou na verdade vai manter esse padrão.

A renda da família no investimento educacional de seus filhos é um fator preponderante na manutenção desse ciclo. É por isso que é chamada de teoria do ciclo intergeracional da pobreza, já que as famílias pobres não tem condições de superar essa situação.

O interessante é esse estudo feito pela Anpec com evidências empíricas dessa teoria no Brasil.


RicardoVitor escreveu:Você poderia demonstrar quais os mecanismos que tornam impossível o acesso dessa população ao mercado de trabalho e à formação de poupança?

As pessoas na pobreza não tem condições de poupar e investem a maior parte de sua renda em bens de primeira necessidade (alimentos, roupa, remédios). Assim não podem nem poupar nem investir em educação.

E isso as teorias da renda demonstram, uma grande correlação entre poupança e renda, assim como entre educação e renda.

RicardoVitor escreveu:O que impede tal cidadão de estudar, trabalhar, acumular riquezas e possibilitar aos seus filhos melhores condições de competividade?

As diversas condições de pobreza. A renda é apenas uma delas, mas tem diversos outros itens que são medidos agora pelo IDH.
E por mais que o cidadão pobre progrida os ricos progridem na mesma intensidade, e por isso a manutenção da desigualdade socioeconômica nos últimos 30 anos.

Houve uma redução apenas com a estabilidade econômica e com os programas de transferência de renda, que foram detalhadamente analisados pela FGV no relatório intitulado O Segundo Real.
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RicardoVitor escreveu:A pobreza não está e nunca esteve concentrada na África, isso é uma mentira típica da esquerda. Existem, por exemplo, lugares no sudeste asiático tão miseráveis quanto o mais miserável país africano.

E a sua sanha esquerdopata racista de querer relacionar os negros com pobreza e subdesenvolvimento me enoja tanto quanto a de querer relacionar pobres com criminosos.


Calma, nazistinha. Você é enrolão demais! Tá enrolando para ir ao ponto que eu estou colocando há três posts.

Liquid Snake, me diga logo por que é que a pobreza se concentra tanto em cantões isolados e é praticamente inexistente em outros cantões, como é o caso da Europa Ocidental?

Se a pobreza vem da incapacidade e da vagabundagem, por que é que ela se concentra por continentes e países e não se espalha "mundialmente", como seria de se, estatisticamente, esperar?

O que você me diria também do Nordeste? Será que os caboclos são naturalmente vagabundos ou preguiçosos, segundo a sua maneira de pensar?

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Aranha
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Mensagem por Aranha »

Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:A pobreza não está e nunca esteve concentrada na África, isso é uma mentira típica da esquerda. Existem, por exemplo, lugares no sudeste asiático tão miseráveis quanto o mais miserável país africano.

E a sua sanha esquerdopata racista de querer relacionar os negros com pobreza e subdesenvolvimento me enoja tanto quanto a de querer relacionar pobres com criminosos.


Calma, nazistinha. Você é enrolão demais! Tá enrolando para ir ao ponto que eu estou colocando há três posts.

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Samael
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Mensagem por Samael »

Abmael escreveu:
Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:A pobreza não está e nunca esteve concentrada na África, isso é uma mentira típica da esquerda. Existem, por exemplo, lugares no sudeste asiático tão miseráveis quanto o mais miserável país africano.

E a sua sanha esquerdopata racista de querer relacionar os negros com pobreza e subdesenvolvimento me enoja tanto quanto a de querer relacionar pobres com criminosos.


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Como era de se esperar...

As duas questões que coloquei foram sumariamente ignoradas.

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emmmcri
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Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por emmmcri »

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"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE

Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
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Aranha
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Mensagem por Aranha »

Samael escreveu:
Abmael escreveu:
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RicardoVitor escreveu:A pobreza não está e nunca esteve concentrada na África, isso é uma mentira típica da esquerda. Existem, por exemplo, lugares no sudeste asiático tão miseráveis quanto o mais miserável país africano.

E a sua sanha esquerdopata racista de querer relacionar os negros com pobreza e subdesenvolvimento me enoja tanto quanto a de querer relacionar pobres com criminosos.


Calma, nazistinha. Você é enrolão demais! Tá enrolando para ir ao ponto que eu estou colocando há três posts.

Liquid Snake, me diga logo por que é que a pobreza se concentra tanto em cantões isolados e é praticamente inexistente em outros cantões, como é o caso da Europa Ocidental?

Se a pobreza vem da incapacidade e da vagabundagem, por que é que ela se concentra por continentes e países e não se espalha "mundialmente", como seria de se, estatisticamente, esperar?

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- Típico!!! - Esses caras nem cogitam a hipótese de escrever: "é...., eu estava errado". :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Abraços,
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Sorrelfa
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Mensagem por Sorrelfa »

Abmael escreveu:
Samael escreveu:
Abmael escreveu:
Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:A pobreza não está e nunca esteve concentrada na África, isso é uma mentira típica da esquerda. Existem, por exemplo, lugares no sudeste asiático tão miseráveis quanto o mais miserável país africano.

E a sua sanha esquerdopata racista de querer relacionar os negros com pobreza e subdesenvolvimento me enoja tanto quanto a de querer relacionar pobres com criminosos.


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- Típico!!! - Esses caras nem cogitam a hipótese de escrever: "é...., eu estava errado". :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Abraços,


Mas é claro ! ninguém gosta de se expor ao ridículo, ainda mais diante de oponentes vistos como "esquerdinhas de má fé"...

Talvez quando o tópico sumir da pagina principal do fórum ele volte...


:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !

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Huxley
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Mensagem por Huxley »

Eu disse:

“Se a ‘essência da filosofia liberal é a crença na dignidade do indivíduo, em sua liberdade de usar ao máximo suas capacidades e oportunidades de acordo com suas próprias escolhas’, como já disse um certo filósofo liberal, então quem acha que um analfabeto subnutrido e mórbido que vive no Sertão tem capacidade razoável de auferir renda?”

RicardoVitor escreveu:Ué? E porque necessariamente teria que ter?


Vendo uma pergunta assim, eu posso garantir que você nunca visitou um pequeno município paupérrimo do Sertão para saber do que eu falo. Porque eu já visitei. Você não.A situação dos habitantes pobres de lá é muito pior do que a de um favelado que mora em São Paulo.

Os favelados de São Paulo ao menos tem uma chance não-desprezível de trabalhar em empregos de boa qualidade, nos setores mais modernos da economia. Já um pequeno município pobre do Sertão, o que existe é uma verdadeira “seca” de capitais. Você vê a sede da prefeitura, uma escola de ensino básico, a delegacia, um posto de saúde e uma quantidade de padarias e/ou mercearias que dá para contar nos dedos. Como a oferta de empregos não é capaz de absorver toda a mão-de-obra, a solução para muitos é a migração. E a maioria dos outros que trabalharam no setor informal, terá que se conformar com a relativa estagnação dos salários reais, já que uma “firma” informal média deste “tipo” de município tem tanta possibilidade de crescer e ganhar escala quanto a Juliana Paes me telefonar daqui a cinco minutos. Não se cresce sem mercado consumidor.

Ah, agora imagine um país de uma outra realidade alternativa que seja perfeitamente idêntico ao Brasil, mas que acabaram de empossar representantes com a mesma mentalidade de um Ricardo Vitor e todos os outros que restavam abandonaram seus cargos. Chamemos esse país de “Ricardovitorlândia” e o cidadão típico que habita este município paupérrimo idêntico ao que já visitei se chame “Severino”, com sua cidade se chamando “São Ricardo Vitor”. Digamos que o Severino estudou durante a adolescência e acabou de chegar à vida adulta, mas percebe que não consegue emprego nesse município.Assim, vai procurar um trabalho numa capital do nordeste. Ok, ele vai num pau-de-arara ou pegando carona com alguém caridoso. Beleza, se ele se instalar lá, onde ele vai morar?Em local nenhum, afinal, na Ricardovitorlândia o negócio é “cada um por si”. Não tem nem um banco de segunda linha para realizar operações de crédito de financiamento de casebres diretamente com aqueles potenciais contribuintes para a favelização nas grandes cidades. Beleza, então o indigente da Ricardovitorlândia desiste da idéia do êxodo e tenta ganhar dinheiro com a produção de pequeno porte. Eis que surge o problema. A taxa de juros na Ricardovitorlândia para consumidores está na casa dos três dígitos, tal como no Brasil. A renda da terra é escorchante, não há isenção fiscal para aqueles que querem investir em microempreendimentos, terra, criação de animais, etc.

Obviamente, fica claro que os governantes da Ricardovitorlândia acreditam que muitos pobres podem ascender socialmente puxando os próprios cabelos. Claro que todo esse relato é bem humanista. Porque se esse relato fosse mais realista teríamos que falar do infantício que ocorreria de mães que não poderiam nem comprar um saco de leite devido ao cancelamento do Bolsa Família. E que o “Severino” nem tentaria entrar em qualquer negócio de produção de pequeno porte, mesmo que conseguisse trabalhar um pouco em um dos estabelescimentos de lá, dado que o salário que ele já chegou a ganhar mal dava para ele comer, quem dirá poupar.

Eu disse:
“Boa parte da pobreza é relacionada não com as drogas ou a vagabundagem, mas com a própria falta de liberdade.”

RicardoVitor escreveu:Pois eu digo que boa parte da pobreza está diretamente relacionada com vagabundagem e/ou incapacidade dos indivíduos.


A frase “a maioria é tão preguiçosa e acomodada que qualquer investimento público direcionado para tal camada da população é um tamanho desperdício” é uma asserção de juízo valorativo sem respaldo nas evidências. Vou discutir isso mais adiante.


Eu disse:
“Sem a universalização do acesso a programas que minimizariam tais privações, não há sequer uma chance razoável de os miseráveis terem boa capacidade de auferir renda no mercado e se inserir de forma competitiva no capitalismo (como, por exemplo, ser capaz recusar ofertas de ‘empregos’ como ‘ajudante de servente de pedreiro’)”

RicardoVitor escreveu:Como era de esperar, o usual determinismo. Você poderia demonstrar quais os mecanismos que tornam impossível o acesso dessa população ao mercado de trabalho e à formação de poupança? O que impede tal cidadão de estudar, trabalhar, acumular riquezas e possibilitar aos seus filhos melhores condições de competividade?


PQP! Você leu direito o que escrevi? Quem aqui falou em IMPEDIMENTO de estudar, trabalhar e dá melhores condições aos filhos?

Eu falei simplesmente falei que, em muitos países, o abismo existente entre ricos e pobres já começa a ser construído já nas condições iniciais, e bem cedo, na infância dos mesmos. Boa parte do destino de um indivíduo depende do que lhe é fornecido em matéria de educação, saúde e nutrição durante esse período da vida, período em que ele é JURIDICAMENTE INCAPAZ e não tem como tomar decisões responsáveis. Claro que os pais pode ter alguma culpa sobre o mau estado dos seus filhos durante esse período, mas a CULPA DOS PAIS NÃO SE TRANSMITE AOS FILHOS POR HERANÇA!

Ora, porque a criança indigente não tem bom desempenho escolar? Em primeiro lugar, deve-se ter em mente um princípio básico: ninguém aprende o que não entende. As crianças brasileiras pobres têm enorme dificuldade no aprendizado de leitura, não por causa da complexidade do alfabeto de 23 letras e seus fonemas, mas simplesmente porque não sabe o que falar. Porque no ambiente em que foram educadas, não desenvolveram o mínimo de capacidade de comunicação oral. Falta-lhes vocabulários e o mínimo de percepção de sintaxe. Em segundo lugar, a desnutrição e morbidez destrói grande parte o seu potencial de aprendizado. Em terceiro lugar, a situação econômica dos pais fazem os mesmos a ter a atitude deplorável de obrigar seus filhos a trabalhar precocemente, já que antes do Bolsa Família 37% das crianças trabalhavam, apesar desse número ter caído para 23,5% recentemente (1).E por último, temos também o obstáculo do nosso ensino básico de péssima qualidade.Veja, esses são as complicações que afetam apenas a vida infantil. Eu já citei as outras que afetam a capacidade de obtenção de renda durante vida do adulto, fome involuntária, saúde debilitada, secas, inundações, discriminações, velhice, etc. Aí vem você falar de “quem os IMPEDE de poupar, trabalhar e estudar ?” Veja só a diferença:

CHANCE de ter boa capacidade de auferir renda no mercado devido a oportunidades adequadas- CHANCE abaixo do razoável de auferir renda no mercado devido a oportunidades inadequadas= grande diferença na liberdade de usar ao máximo suas capacidades de acordo com suas próprias escolhas. ONDE ESTÁ O DETERMINISMO AQUI? É tudo uma questão PROBABILÍSTICA e não determinística. Pobres e ricos são desiguais por natureza sim, mas retirar os entraves das oportunidades inadequadas e gerar mais opções de escolhas para os pobres significa dá ênfase no abatimento das FONTES das desigualdades e não nos SINTOMAS das desigualdades. Claro, as palavras “ciclo intergeracional” e “armadilha” parecem determinismo, mas não são. É só refletir sobre as dificuldades que citei aqui e que são efetivamente encontradas desde cedo na vida das pessoas. Muitos dos adultos de hoje que tem más condições de criar seus filhos são as crianças de ontem que não receberam a oportunidade adequada ou o processo que gera liberdade. Os pais dessa criança, por sua vez, também foram crianças que já começaram em desvantagens iniciais.

Tudo isso que falo não é “tese esquerdista”. É confirmado por trabalhos como o de Filmer e Prichett (2), ambos ligados a um documento publicado pelo Banco Mundial. O efeito da riqueza da família no ganho educacional estudado através da demografia e levantamento de dados de saúde dão suporte a idéia do ciclo intergeracional da pobreza. Já você tudo o que tem a oferecer é argumento baseado em “senso comum da teologia spenceriana”.


Eu disse:
“ mas problemas relacionados a outras privações de aptidões, como as relacionados à idade (velhice, por exemplo, principalmente quando certas pessoas são incapazes de acumular um certo montante de contribuição previdenciária ao longo de sua vida por ter trabalhado no setor informal a maior parte da vida)”

RicardoVitor escreveu:
As quais ocorrem de acordo com as decisões tomadas pelo indivíduo durante a vida.


Mas se em quase todos os países subdesenvolvidos o número de empresas informais é alarmante, como é que grande número de indivíduos não irão trabalhar boa parte de sua vida no setor informal? O resultado é que muitos deles não irão acumular o mínimo para acumular uma aposentadoria decente. Na reforma da previdência chilena, a repartição foi essencialmente substituída pela capitalização, mas o Estado chileno garante um piso mínimo para aqueles que não conseguiram acumular um certo montante de contribuição previdenciária ao longo de sua vida laboral. Uma coisa que inclusive é recomendada aqui no Brasil pelo (autêntico) liberal Roberto Campos, caso privatizássemos a nossa Previdência (3).

Como em muitos países subdesenvolvidos, a magnitude de oferta informal de emprego superou a formal durante décadas e a contribuição previdenciária foi cobrada compulsoriamente da folha de salários, então você chama de liberdade, a “liberdade” que certos trabalhadores poderão “ter” entre escolher passar fome esperando a oferta de trabalho formal e passar fome na velhice.


Eu disse:
“sexo (discriminação sexual, por exemplo, que ocorre mais em países muçulmanos)”

RicardoVitor escreveu:E que estão praticamente extintas em sociedades liberais democráticas.


Ignoratio elenchi. Minha ênfase aqui era discutir justamente os países que não são “liberais-democráticos” onde pertencer a determinado sexo afeta a capacidade de auferir renda entre os (ou melhor, “as”) integrantes para a mesma produtividade. Tem países que o número de homens por mulheres reflete justamente essa discriminação. Claro que a discriminação do sexo é relativamente baixa para mulheres e outras minorias em países desenvolvidos. Mas existem outros grupos discriminados também. Isso fez surgir até um ramo da ciência chamado “Economia da discriminação”, onde o pioneiro mais conhecido é Gary Becker, da Universidade de Chicago. Existem toneladas e mais toneladas de trabalhos científicos publicados em periódicos peer-review demonstrando através de testes econométricos que existem diferenças residuais de salários reais devido a variáveis como idade, sexo, raça, etc. Para ver uma resenha teórica sobre esses inúmeros modelos de discriminação, ver esse artigo de Paulo Loureiro (4). Pertencer a certas minorias discriminadas afetam a capacidade de auferir renda. Só não vê quem não quer. E isso é independente de se defender ou não ativismos governamentais para se resolver esta questão.


Eu disse:
“posição social (como assistência à maternidade)”.

RicardoVitor escreveu:
Cujos pais deveriam arcar com todas as despesas, e não outros que em nada estão relacionados com tal concepção.



Só que esta saída dificilmente convence uma sociedade liberal que rejeita a idéia que a culpa dos pais se transmita para os filhos por herança. Vou lhe dá uma colher de chá. Digamos que a mãe não consiga fazer pré-natal e outras coisas por pura incompetência de conseguir emprego. O filho dela deve pagar na mesma moeda? Sobre esse assunto, a melhor resposta vem de Milton Friedman:

“A liberdade é um objetivo válido somente para indivíduos responsáveis. Não acreditamos em liberdade para crianças e insanos (...) O paternalismo é inevitável para aqueles que consideramos irresponsáveis. (...)

Acreditamos, em geral, que os pais estão mais categorizados para proteger seus filhos e para tratar para que se desenvolvam como indivíduos responsáveis, para os quais a liberdade é adequada. Mas não acreditamos na liberdade que os pais para fazer o que quiserem com outras pessoas. As crianças são indivíduos responsáveis em potencial, e quem acredita em liberdade, acredita em proteger seus direitos últimos.”(5) (p.37-38)

Eu disse:
“localização (área sujeita a inundação, à seca ou a violência)”

RicardoVitor escreveu:De fato.


Evasiva.

RicardoVitor escreveu:
Besteirol esquerdolóide. Não há nada nos itens citados que gere algum ciclo de pobreza ou "armadilha".


Se com “besteirol esquerdolóide” você quis dizer “odeio os fatos claros que contrariam a minha ideologia spenceriana”, aceito seu resmungo da primeira frase. Quanto à segunda, você até agora só esperneou, deu evasivas e apelou a distorções de citações minhas. E nada provou até agora.

Eu disse:

“Mais e mais argumentos absurdos são repetidos e inventados neste tópico (aquele que diz que 0,4% do PIB é "inchaço de máquina", eu já desconsidero:”

RicardoVitor escreveu:Que tal 40% da produção de cada indivíduo?


Eu estava me referindo ao custo total do programa Bolsa Família (0,4% do PIB, pelo que consta no Wikipédia), não do tamanho da carga tributária total. E para sua informação, com a recente revisão da metodologia do PIB, o valor atual é de 34% (6), não de 40%. Mas o Brasil não tem carga tributária desse tamanho por causa do Bolsa Família.

RicardoVitor escreveu:Gostaria que você citasse a obra e o trecho em que Friedman teoriza algo nos exatos moldes do renda mínima petralha.


A obra se chama “Capitalismo e Liberdade”.O trecho é este:

“Primeiro, se o objetivo é mitigar a pobreza, deveríamos ter um programa para ajudar o pobre. (...)
O procedimento mais recomendável em bases puramente mecânicas seria o imposto de renda negativo. Temos atualmente uma isenção de 600 dólares por pessoa em termos de imposto de renda federal (mais um mínimo de 10% de dedução uniforme). Se um indivíduo receber renda de dólares em excesso, após o cálculo da isenção e da dedução, pagará certo imposto. De acordo com nossa proposta, se a renda for menos 100 dólares, isto é, 100 dólares abaixo da isenção mais a dedução, terá que pagar um imposto negativo, isto é, receber subsídio. Se a taxa do subsídio for, digamos, 50%, receberá 50 dólares.” (5)(p.174-175).

Ao que parece, o Bolsa Família está ainda mais a direita da proposta de Friedman (na pior das hipóteses, está no mesmo patamar). Os formuladores do Bolsa Família tiveram o cuidado para que o valor do benefício fosse suficientemente baixo para não desestimular a procura dos pobres por trabalho, ou seja, o benefício máximo é menos de 1/3 do salário mínimo. Na proposta de Friedman que ele deu, o mesmo utiliza um valor que é 50% do tamanho do limite de isenção de imposto de renda os EUA em 1962 (que foi quando ele escreveu esta obra). 300 dólares pode ser pouco nos dias atuais, mas vê quanto representava em termos de dólares nos valores corrigidos pela inflação. Calcule quanto isso representava em termos da razão entre o benefício proposto e o menor salário da época para um trabalhador pobre que tinha uma jornada de trabalho em tempo integral. E depois venha me dizer se a razão é muito maior que a do Bolsa Família. Duvido que você faça isso.

E só uma correção a um deslize meu. A defesa de um programa de “mínimo vital” já era defendido desde tempos remotos, e bem antes de Friedman. No século 18, Adam Smith já argumentava a favor da necessidade da “Lei dos Pobres” (rede de seguridade social para os desvalidos na revolução industrial), e criticava as restrições impostas por leis às movimentações e outras liberdades dos pobres assim sustentados. O que contrastava com a crítica severa que Malthus fazia a tal “Lei” em geral. (7) (p.152-154).

Eu disse:
“Asserção: ‘Bolsa Família é do PT. Você é petista?’

É engraçado que a criação da idéia de programa de renda mínima foi de Milton Friedman. Ele deve ser petista, né?

RicardoVitor escreveu:
É tão fácil (e patético) ir no google, digitar "roberto campos renda mínima" , encontrar esse site e vir colar aqui como alguma prova: "Olha só, Roberto Campos também gosta do Renda Mínima, Roberto Campos é petralha? E agora, neoliberais?"

Não seria necessário 2 minutos para perceber que a essência do pensamento de Roberto Campos descrito acima NADA tem a ver com o renda mínima petralha e com o assistencialismo barato da esquerdalha. E bastaria uma simples leitura para saber que a "safety net" de Hayek o "negative income tax" de Friedman em NADA têm a ver com o desperdício assistencialista social-democrata (que Friedman alerta como deturpação na mesma obra) do Renda Mínima petralha. Resumindo, é questão de leitura.


Falácia do “boneco de palha”. Se você tivesse um mínimo de decência, teria notado o contexto em que fiz a citação. Eu coloquei aquela asserção porque alguém perguntou se o Adrianoped era petista tão somente por ele está defendendo o Bolsa Família.Uma pergunta falaciosa, já que não é preciso ser petista para ser favorável ao Bolsa Família. Assumindo a hipótese que você leu este diálogo, isso só põe a nu o seu nível de alfabetização funcional.

E como já mostrei e expliquei, a essência “renda mínima friedmaniano” em nada se diferencia significativamente do Bolsa Família, porque tratam da mesma coisa: programa de transferência direta de renda. Portanto, como pessoa adulta e consciente ACEITE esse fato. Tudo o que você fez foi chorar e espernear feito uma criança mimada, apelando a falsas citações minhas como dizer que eu me referi ao “renda mínima friedmaniano” ou “safety net hayekiano” como “programa social-democrata”.

E para quem está informado sobre o funcionamento do setor público e sobre o liberalismo, sabe que não há nenhuma intenção nos liberais em desmerecer os serviços sociais prestados pelo Estado. A idéia é que os programas mais eficientes costumeiramente são aqueles em que os benefícios e serviços produzidos podem ser produzidos a custos baixos, e os beneficiários são facilmente cadastráveis, além de não ter interesse em consumir os serviços prestados acima daquilo que lhe é estritamente necessário. Em outras palavras, aqueles que fazem o serviço da maneira mais desburocratizada possível.Tome-se, por exemplo, os programas de vacinação, que é bem-sucedido, desde que haja uma ampla campanha de esclarecimento. Neste aspecto Hayek, por ter sido sociólogo (diferentemente de Friedman, que foi um especialista admirável em economia monetária, mas um mediano em Teoria do Desenvolvimento), sabe muito bem que dinheiro não é tudo na privação de algumas aptidões resultantes da pobreza.

Sobre esse assunto, Friedrich August von Hayek já disse que:

“A manutenção de concorrência também não é incompatível com um amplo sistema de serviços sociais- desde que a organização de tais serviços não seja feita de modo a tornar ineficaz a concorrência em largos setores da vida econômica.” (8) (p.36).

Por fim, você me chama de social-democrata. Não sou petista, nem simpatizante da “Social-democracia” e nunca me lembro de ter dito isso alguma vez. Sociais-democratas defendem a universalização da Seguridade Social e a existência de estatais como forma de manter a função social do Estado. No que se refere à última coisa, eu desprezo completamente. Quanto à primeira, acho uma questão irrelevante. A proposta que defendo é que haja uma rede de segurança para quem precisa. Neste sentido, duas perguntas devem ser feitas quando se planeja um serviço social para certo grupo de pessoas (a) Essas pessoas necessitam muito desses serviços? (b) A provisão privada desses serviços é custosa para aqueles que mais necessitam? Se a resposta for “sim” a ambas as perguntas, acho que a provisão pública custo-eficaz de serviços de saúde, educação e infra-estrutura se faz necessária. Neste sentido, concordo com o Roberto Campos que o ensino superior não deveria ser gratuito para as famílias de alta renda, enquanto alunos pobres com suficiência acadêmica deveriam receber vales-educação; que o BNH (banco de financiamento de moradia própria) deveria ter ser mantido e restrito a pessoas de classe baixa (duas propostas que o Campos deixa no artigo que supostamente “googlei” recentemente). E assim por diante.

Eu disse:
“Uma pesquisa realizada pela UFMG concluiu que ‘a taxa de ocupação dos adultos na extrema pobreza incluídos no programa é 3,1 pontos porcentuais maior do que a dos não beneficiários na mesma situação de renda’ (Roberta Caldo, Veja. “Cartas”. Edição 2024.5 de setembro de 2007). Também pudera, o teto de benefício do “Bolsa Família”, 112 reais, é muito inferior a um salário mínimo.”

RicardoVitor escreveu:
Qual a metodologia da pesquisa? Poderia apresentar a documentação? Ou os autores, pelo menos?


http://www.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/p ... amilia.php

Eu não sei porque tanto interesse sobre “metodologia” para uma pesquisa quase que meramente demográfica e clara. Mas está aí para quem quiser ver.

Eu disse:
“Pais indigentes já têm média igual ou superior a três filhos. Aumentar o número de filhos para a maioria significa AUMENTAR a miséria, e não diminuí-la. Mesmo o benefício máximo não desestimula o trabalho, como mostra a pesquisa da UFMG.

RicardoVitor escreveu:E os que ainda não tem filhos, ganham mais um estímulo a terem pelo menos três. Enquanto a tendência entre não-miseráveis é entre 1 e 2.


Você sequer percebe o que a ânsia em querer está certo independentemente do respaldo nos fatos lhe traz. Você entrou em contradição na citação acima. Você não foi capaz de refutar a improbabilidade de os pais ter incentivo a gerar mais de três filhos, dado o limite do benefício incentivar no máximo três filhos. Como mudou a linha de raciocínio? Disse que eles têm incentivos para ter o número de filhos que o programa “estabelece” como limite. Mas depois cita uma relação de associação entre não-miserabilidade e menor número de filhos. Ora, se o que você diz é verdade, não deveria ser o oposto? Se a presença de Bolsa Famílias resultou em mais não-miseráveis como já mostrou um estudo da FGV (9), então se está no caminho certo para reduzir a fecundidade da população.

Entre os motivos levou ao Nobel de Gary Becker em 1992, foi estudar os incentivos individuais na questão familiar (10). A questão levantada por ele é que o custo de oportunidade do tempo para o rico vale mais que para o pobre. Mas, claro, as coisas podem se reverter. Se a mãe pobre começa a trabalhar e/ou receber um salário maior, logo abdicar disso para ter muitos filhos pode ser uma decisão ruim, e ela acaba optando por qualidade, em vez de quantidade.Relação de dependência inversa: mais renda, menos filhos.Na linha de pesquisa dele, viu-se a necessidade de aumentar a renda. Aumentando o incentivo a se investir em pessoas, os pais irão naturalmente reduzir a quantidade de filhos.

Pois bem, na primeira asserção neo-malthusiana você fala que deveríamos reduzir acabar com o Bolsa Família para reduzir o incentivo a geração de filhos. Se a taxa de fecundidade fosse uma variável dependente da miséria, a África seria o continente com menor taxa de filhos por mulher do mundo. Milhares de outros exemplos contrários são vistos no mundo. Você quer que o não é visto na prática seja usado como panacéia da diminuição da fecundidade. A ciência moderna se desenvolveu com base nos princípios da indução de Francis Bacon. Você parece ter inventado o princípio da contra-indução: uma experiência que dá errado várias vezes deve ser repetida até que dê certo.

RicardoVitor escreveu:
Os pais devem lutar para dar condições a seus filhos se desenvolverem, é a condição humana, meu caro. Não há lanche grátis, desenvolvimento não brota em árvores. Ninguém deve pagar pela incapacidade e vagabundice alheias. Se os pais não se importam em trabalhar e acumular riquezas para dar melhores condições a seus filhos, o governo em nada deve intervir.


Mais uma vez repetindo as asserções teológicas sem respaldo nas evidências. A evolução dos níveis de pobreza carregam uma relação estreita com a evolução dos níveis de vagabundice e incompetência durante a História? É só mostrar uma evidência intersubjetivamente comprovável disso, ou seja, apelando ao método científico. Você não consegue, e como conseqüência, xinga, esperneia, apela à falsa citação, entra em contradição, não prova porque a falsidade dos meus argumentos contrários a sua asserção e não sai do lugar. O argumento do ciclo intergeracional da pobreza não foi refutado até agora.

Para entender por mais um ângulo porque sua idéia não tem fundamento, basta uma analogia simples. Ninguém acredita que os empresários de Coréia do Sul e Taiwan tiveram um súbito aumento extraordinário de talento para crescer economicamente a partir da década de 60.Todos devem concordar que houve melhores condições para os empreendedores desses países para acumular capital físico. E o efeito colateral disso foi à diminuição espantosa da pobreza. Não só isso, mas também a diminuição das desigualdades ao longo das quatro décadas posteriores... Que fato explica essa “desvagabundização” repentina? Será que os pobres coreanos e taiwaneses tiveram um súbito aumento de talento de geração de renda comparada aos ricos? Ou o que ocorreu foi simplesmente o fato que o Estado forneceu aos pobres melhores condições de acumulação de capital humano durante o período de milagre econômico nestes países? Vou explicar isso em mais detalhes adiante.

RicardoVitor escreveu:Além disso, para um governo implementar de sopetão um sistema de ensino básico público e de qualidade de abrangência nacional em um país subdesenvolvido, onde os ignorantes são a maioria, demandaria tantos recursos quanto a minoria educada pode sustentar, isso é questão de lógica.


Mais uma asserção teológica sem respaldo nas evidências. É um mito acreditar que países mais pobres têm capacidades bem menores de incrementar investimento em capital humano que países ricos. Veja uma certa obra de Amartya Sen (economista indiano e prêmio Nobel em 1998 pelas suas contribuições para a teoria da decisão social, e do welfare state), “Desenvolvimento como Liberdade”, ele faz uma observação intrigante. Países como a Coréia do Sul e Taiwan garantiram a assistência básica à saúde, educação elementar e reforma agrária antes de terem saído da condição de periferia do capitalismo.A Coréia do Sul subiu sua carga tributária de 19% do PIB em 1980 para 25% em 1998 (11) (p.210).Se ela cresceu 8% em média no período, seu orçamento poderia ter tido um aumento médio de 10% no gasto social em políticas estruturais sem nenhum impacto na fatia que ela ocupa no orçamento.Mas parece que não foi isso que ocorreu.Muitos desses “tigres” do Leste Asiático reorientaram seus gastos para essas áreas.

Por outro lado, o subinvestimento em políticas sociais não é devido a falta de recursos.Dados de 1994 (12) (p.38) mostravam que o estado indiano da Kerala tinha uma expectativa de vida sete anos superior à brasileira, apesar do nosso PNB per capita do último ser oito vezes maior.Discrepâncias semelhantes são vistas em dados comparativos entre Sri Lanka e Brasil. A ineficiência na alocação de recursos que ocorre em muitos países não é desculpa para se deixar de investir em capital humano.O ideal é que a mensuração das políticas públicas por critérios de oferta adicionada no nosso país, seja substituída pelo critério da mensuração de seus impactos sociais e econômicos.Para isso teria que se feito avaliações periódicas sobre os programas em curso.

Qual a explicação dele para isso? Como esses outros países que citei conseguiram custear esses investimentos sociais? A resposta para isso é que serviços de saúde e educação são trabalho-intensivos, isto é, o gasto com mão-de-obra representa uma proporção muito alta do custo total.E como os salários são baixos, os custos também são baixos.Uma economia pobre tem menos dinheiro para despender em saúde e educação, mas precisa gastar muito menos dinheiro para fornecer esses mesmos serviços em comparação aos países ricos.

Muitas críticas surgem porque o Brasil já tem um bom nível de gasto em capital humano e os resultados são parcos. O que esses críticos não sabem é que o nosso gasto público não chega nas pessoas que mais necessitam. Um trabalho de Ricardo Paes de Barros mostra que os mais pobres só recebem ¼ do total de recursos de políticas sociais (2). Na prática, se levarmos em conta que eles deveriam receber mais de 90% do total, temos um Welfare State quatro vezes mais enxuto para os pobres que o que as pessoas supõe. Um desafio para qualquer governo que tente enxugar a máquina pública é a “captura de benefícios pela classe média”, a mobilização política daqueles que conseguem usufruir os recursos que deveriam ser destinados menos mobilizados politicamente. Vide o caso das universidades públicas grátis.

O Brasil não tem carga tributária de 34% do PIB tão somente porque investe em políticas sociais. Se há alguns anos atrás uma certa Constituição tivesse privatizado a nossa previdência, teríamos um gasto previdenciário pequeno. Dados da década de 90 mostram que o Chile dispendia apenas 1,4 % do PIB (13) (p.197) para manter seu sistema misto de capitalização-repartição. Hoje o Brasil gasta 11,6% do PIB na sua previdência (14), uma diferença de 10% em relação ao Chile. E se o Brasil tivesse continuado o programa de desestatizações nos anos 2000? E se o Estado tivesse feito uma reforma administrativa que uniformizasse os processos dos serviços públicos (algo que já sugeri aqui: https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=13 ... light=lula )? Certamente teríamos uma carga tributária menor do que 25% do PIB, o atual valor do da Coréia do Sul (15) e do Brasil do milagre econômico da década de 70. Ou seja, teríamos máquina pública mais enxuta que o tigre asiático mais famoso.

Por fim, respondendo sua asserção que basta lógica para concordar com você. A situação é inversa. Para entender a importância do investimento em educação básica não precisa ser nenhum expert sobre as teorias econômicas modernas. Basta ter inteligência e um pouco de intuição. Já no século 18, Adam Smith reclamava dos parcos dispêndios estatais em educação básica:

“Com um gasto irrisório o governo pode facilitar, pode incentivar e pode impor a quase todo o povo a necessidade de adquirir as partes mais essenciais da educação” (7) (vol.1, livro 2, p.27).

Claro, o governo intervém porque muitas vezes a relação custo-eficácia da provisão privada não é tão boa quanto a pública ou não é tão boa para acabar com os custos de oportunidades de não-investimento entre os que menos detém capital humano. Isso eu discuto neste tópico: https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=13058&start=160

RicardoVitor escreveu:"Capital humano"? O que seria isso?
Se hoje estou bem financeiramente, com certeza não foi por algum "capital humano", e sim pelo meu esforço.


Hohohohoho...A pergunta do quote foi ÓTIMA. Quase toda pessoa miserável que ascendeu socialmente através do trabalho teve ajuda do principal tipo capital humano: conhecimento. Capital humano se refere não só aos gastos do governo, mas também aos gastos de empresas e trabalhadores.

Caso você não saiba, capital humano é um termo utilizado para designar o gasto em serviços que aperfeiçoam as habilidades do trabalhador, algo que tem impacto direto na produtividade média do trabalho e nos salários reais.

Quando o governo investe em fatores que afetam as habilidades da força-de-trabalho, os pobres acumulam capital humano e contribuem para o crescimento. O governo garantir uma relação custo-eficaz para os pobres em provisão pública em educação e saúde não é custo, é INVESTIMENTO. Isso é hoje considerado um dos pilares da Teoria Neoclássica do Crescimento, formulado e desenvolvida por economistas da ultra-ortodoxa Escola de Chicago (os “novos-clássicos”, Robert Lucas e Paul Romer). Para a nova teoria do crescimento, produto por habitante é considerado é uma função tanto do montante de capital físico por trabalhador, quanto do montante de capital humano por trabalhador.Isso é uma coisa encontrada e explicada em quase todos os manuais de Macroeconomia.Muitos desses são facilmente encontrados em livrarias (16), (17).Se quiser ler nas bancas algo atual sobre a importância do capital humano sobre o crescimento, compre a revista Exame “especial 40 anos” desse mês e veja o artigo de Gary Becker, um “Chicago Boy” e Nobel de 1992 que construiu contribuições que lhe renderam o prêmio, incorporando outros elementos além da educação neste conceito.

Analisemos cada caso.Vejamos o caso da educação. Para trazer melhorias na qualidade dos empregos, um caminho curto para fazer isso é via inovações tecnológicas.Entretanto, ter máquinas mais complexas e tarefas mais engenhosas requer uma mão-de-obra que tenha produtividade e escolaridade mais alta. Isso não se refere apenas a ter diploma universitário.Só a capacidade de ler e escrever permite que trabalhadores utilizem equipamentos mais complexos e isso explica porque os retornos em educação básica são tão grandes (maior até que o investimento em ensino superior, segundo alguns estudos). A oferta desse bem público permite aos menos favorecidos e a certas empresas se beneficiar de um crescimento econômico originado nos segmentos mais modernos da economia.

Um famoso trabalho acadêmico de Carlos Langoni mostra como o retorno em educação no nosso país é alto. Estimativas de Langoni (2) na década de 70 mostraram que, no Brasil, enquanto as taxas de retorno do investimento em capital físico oscilavam entre 4%, indústria têxtil, e 22%, indústria de mineração, as taxas de retorno do investimento em capital humano variavam entre 32%, ensino primário, e 12%, ensino superior. Estimativas recentes de Menezes-Filho mostram que este retorno continua alto (2).

Além disso, para um país onde os ignorantes não-burros são a maioria, o incremento do investimento em educação deve ser MAIOR e não menor. Isso porque a evidência empírica internacional indica que a escolaridade tem influência não apenas no salário de mercado do trabalhador, como também na renda nacional.Evidências internacionais de economistas que já foram ligados ao Banco Mundial, começando por Krueger & Lindahl (2) indicaram que a influência social da escolaridade equivale à influência privada sobre o salário (2). Dados de Psacaharopoulos (2) apontam para 9% o quanto cada ano de escolaridade aumenta o salário de mercado do trabalhador.No Brasil, Menezes-Filho detecta que essa influência chega a 12% (2).Assim, caso a participação dos salários represente 2/3 da renda nacional, cada ano de escolaridade aumenta a renda do país em 6%.Esse número seria ainda maior no caso do Brasil. Não há nada de místico nestes números.

No caso da saúde, o capital humano chega até explicar alguns fatos. Por exemplo, trabalhadores mais bem pagos ingerem dieta mais nutritiva. Conseqüentemente, são mais saudáveis e mais produtivos. Muitos empregadores preferem pagar salários maiores e ter maior produtividade, do que pagar salários menores e ter trabalhadores menos produtivos, vide, por exemplo, o caso de inúmeras firmas brasileira que pagam os planos de saúde de seus empregados. O economista americano Gregory Mankiw (18) (p.598-599) cita que já ocorreu em algumas cidades da África de os empregadores manterem o nível salarial acima do nível de equilíbrio mesmo em situação de excesso de mão-de-obra por temerem que os menores salários afetassem a saúde e a produtividade dos que estão empregados. Essa situação é mais comum nos países subdesenvolvidos, cujos salários são insuficientes para fornecer uma dieta nutritiva aos trabalhadores. Nos desenvolvidos, não. Mas nos EUA, algumas populações de bairros pobres (alguns com expectativa de vida da Guatemala) sofrem com o alto valor da mensalidade dos seguros de saúde privada, o que já fez até empresários do setor automobilístico reclamarem e reinvidicarem um sistema de saúde público mais abrangente. Ver o artigo de Olivier Appiax que o forista Alexandre já pôs: https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=13058&start=160

Você poderia imaginar outros gastos que potencialmente podem afetar a produtividade do trabalho. Infra-estrutura de desfavelização, segurança pública de qualidade, etc. Porque investir em capital humano ajuda a crescer? Gary Becker respondeu na reportagem que citei: “Porque pessoas são o centro das economias modernas; então, ao menos que estejam motivadas e sejam produtivas, não se vai a lugar algum”, disse um dos discípulos preferidos de titio Friedman e que classifica capital humano como: “educação, treinamento e motivação das pessoas”.

CONCLUSÕES:

Muitos absurdos foram colocados neste post que respondi. Todo tipo de recurso falacioso foi utilizado: ilógica; asserção de juízo valorativo sem respaldo nas evidências; argumento “straw man”; contradição; distorção de citação, ignoratio elenchi (conclusão irrelevante) e demonstração de insuficiência de conhecimento básico Macroeconomia, Economia do Setor Público e doutrina política liberal.

Um dos mais absurdos foi a do “espantalho do Google”.Esse bateu o recorde de densidade de falácias e ilógica por linha de frase, nem “o pensador” conseguiria tamanha proeza.

Como se não bastasse o espantalho do Google, a incapacidade de interpretar o texto que pus, de desconhecer as idéias do autor que cita, do desconhecimento sobre a doutrina liberal, ainda crê que eu o chamaria de “neoliberal”.

Em primeiro lugar, “neoliberal” deve se referir aos derivados fiéis do liberalismo clássico (eu mesmo, às vezes chamo essa corrente apenas de “doutrina liberal”). Mas o liberalismo é uma doutrina complexa que compreende matizes à direita, ao centro e à esquerda do espectro político. Claro, existiram os “não-liberais clássicos”. John Stuart-Mill, o principal guru do Social-Liberalismo e representante da Escola Clássica Inglesa (a mesma de Smith e Ricardo), sem dúvida é o mais famoso deles. Noberto Bobbio é outro, e como mostram suas idéias, é de esquerda.

Meu referencial de liberalismo é o de Amartya Sen, autor de “Desenvolvimento como Liberdade”. No conceito seniano, a “liberdade substantiva” é um fim e o principal meio do desenvolvimento.Existem cinco tipos de liberdades instrumentais para alcançá-la: (a); liberdades políticas; (b) facilidades econômicas; (c) oportunidades sociais; (d); garantias de transparência (liberdade de lidar uns com os outros sob garantias de dessegredo e clareza); (e) segurança protetora (liberdade para escapar da fome involuntária, subnutrição e morbidez evitável). Além disso, deve haver um reconhecimento que há um conflito entre duas metas liberais: (a) buscar uma menor desigualdade das liberdades; (b) buscar a maior liberdade possível, independentemente das desigualdades.Na concepção seniana, é necessário valorizar tanto os efeitos agregativos, quanto distributivos da liberdade. A maioria dos países ricos faz isso, ainda que utilize diferentes intensidades de perseguição para cada meta. E Sen reconhece e incorpora muitos conceitos de liberais de várias correntes, mesmo os de Smith ou Hayek.

Por outro lado, só pode ser brincadeira o Sr. Ricardo Vitor ter imaginado que eu o chamaria de neoliberal. Errado. Uma coisa que caracteriza todos os liberais de todas as correntes é a crença que embora todos nasçam com diferenças em talento, é possível reduzir a discrepância através de menor inequidade de oportunidades e de processos que geram liberdade. Adam Smith já teve essa intuição sobre as desigualdades sociais, dando ênfase às oportunidades de aprendizado:

“A disparidade de talentos naturais em homens diferentes é, na realidade, bem menor do que damos conta; e o talento muito diverso que parece distinguir os homens de diferentes profissões, quando atingem a maturidade, com grande freqüência não é tanto a causa, mas o efeito da divisão do trabalho. A diferença entre os caracteres mais dessemelhantes, entre um filósofo e um carregador comum, por exemplo, parece emergir não tanto da natureza quanto hábito, costume e educação. Quando vêm ao mundo, e durante os primeiros seis ou oito anos de sua vida, eles terão sido, talvez, muito parecidos e nem seus pais e nem seus colegas de brincadeiras conseguiriam perceber alguma diferença notável”. (7)(p. 28-29)

Outros liberais têm a mesma visão, sobretudo Friedman (5) (p.159-160) e Hayek (19) (p.105).

Outra coisa que diferencia qualquer liberal ilustre de um Ricardo Vitor é que o primeiro tem uma ética humanista e o segundo, não. O segundo não vê problema em eliminar no nosso país programas cuja conseqüência prática seria o aumento da mortalidade infantil e o aumento da miséria entre idosos.

Neste sentido, seus “amiguinhos” não são Adam Smith ou Friedrich Von Hayek. E sim, Adolf Hitler, Benedito Mussolini, Josef Stalin, Ernesto Che Guevara, Fidel Castro e outros ditadores. Na ditadura do Nazismo, tínhamos o totalitarismo de Hitler. Na ditadura de Stalin, tínhamos o totalitarismo dos comunistas. Já na teologia do libertarianismo spenceriano-ricardovitoriano, temos o totalitarismo de mercado.

Enfim, os fatos mostram que minimizar a inequidade é necessário e ajuda o desenvolvimento. O resto é papo de palpiteiros amadores em economia e sociologia ou então de ex-pobretões que sentem necessidade patológica de se masturbar ideologicamente com doutrinas spencerianas.

Referências:

(1) CARDOSO, Eliana. “Fábulas Econômicas”. São Paulo: Prentice Hall, 2006
(2) SCHEINKMAN ET AL (2002).Agenda Perdida: http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/Agenda%20Perdida.pdf (trabalho de Paes de Barro na íntegra; os outros, trabalhos citados en passant, que estão na bibliografia do Agenda Perdida).
(3) Roberto Campos na Veja de 5/8/98: http://veja.abril.com.br/050898/p_023.html
(4) LOUREIRO, P.R.A.(2003). “Uma resenha teórica e empírica sobre economia da discriminação”. Revista de Economia Brasileira. Link: http://epge.fgv.br/portal/arquivo/1403.pdf
(5) FRIEDMAN, Milton. “Capitalismo e liberdade”. Editora Abril Cultural, 1984.
(6) http://www.estadao.com.br/economia/not_eco38513,0.htm
(7) SMITH, Adam.(eds.Campbell & Skinner). “Wealth of Nations”. Oxford: Clarendon Press, 1976. In: SEN, Amartya. “Desenvolvimento como liberdade”. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2000.
(8) HAYEK, Friedrich August Von. “O caminho da servidão”.Porto Alegre: Editora Globo, 1977.
(9)http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2007/09/19/ult1913u76163.jhtm
(10) http://en.wikipedia.org/wiki/Gary_Becker#Families
(11) BATISTA, Paulo Nogueira. “A economia como ela é”. São Paulo: Editora Boitempo, 1999.
(12) SEN, Amartya. “Desenvolvimento como liberdade”. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2000.
(13) GIAMBIAGI, Fábio; ALÉM, Ana Claúdia. “Finanças públicas: teoria e prática no Brasil” . São Paulo: Editora Campus, 1999.
(14) GIAMBIAGI, Fábio. Reforma da previdência: o encontro marcado. São Paulo: Editora Campus, 2001.
(15) NAME RIBEIRO, Roberto. “II Seminário de Política Tributária”. Disponível em <http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/estudotributarios/Eventos/SeminarioII/P02CargaTributaira.pdf > jun/ 2005
(16) BLANCHARD, Olivier. “Macroeconomia: teoria e política econômica”. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2001.
(17) SACHS, Jeffrey; LARRAIN, Felipe. “Macroeconomia: edição atualizada e revisada”.São Paulo: MAKRON Books, 2000.
(18) MANKIW, N. Gregory. “Introdução à economia”. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2001.
(19) HAYEK, Friedrich August Von. “Direito, Legislação e Liberdade”. São Paulo: Editora Visão.
Editado pela última vez por Huxley em 22 Out 2007, 23:08, em um total de 8 vezes.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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Mensagem por Aranha »

- Muita vela para pouco defunto, de qualquer forma admiro sua paciência Huxley.

Abraços,
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