Religião é Veneno. Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico.
Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
- Capitão Nascimento bate no Bonde do Foucault – Reinaldo Azevedo (eu mesmo, em terceira pessoa...) fala do cerco ideológico covarde e inútil de que o filme foi vítima. Seqüestrada pelo pensamento politicamente correto, a fita foi libertada pelo povo: “O que o pensamento politicamente correto não suporta no Capitão Nascimento, o anti-herói com muito caráter, não é a sua truculência, mas a sua clareza; não é o seu defeito, mas a sua qualidade. Ele não padece de psicose dialética, uma brotoeja teórica que nasce na esquerda e que faz o bem brotar do mal, e o mal, do bem. Nascimento cultua é o bom paradoxo. Segue a máxima de Lúcio Flávio, um marginal lendário no Brasil, de tempos quase românticos: 'bandido é bandido, polícia é polícia".
Exatamente, Reinaldo. Agora passe para o Reinaldo aquela parte onde o Cabeção fala do "mal necessário" a essa "guerra civil". Separar o "bem" do "mal" só vale quando convém à sua própria ideologia...
eu nao vi o filme ainda, mas pelo que eu entendi do texto do Reinaldo Azevedo, e exatamente o contrario do que voce disse.
O tal personagem separa o bom do mal, ou seja, segue a maxima do "bandido e bandido, policia e policia".
Por isso ele incomoda os politicamente corretos e os relativistas, e todos os adoradores de bandidos que temos no nosso cenario cultural.
Nesse ponto, nao acho que ele esteja desencontrando sua opiniao da minha, que essencialmente igual.
E nao vejo exatamente os metodos do BOPE como um "mal necessario". Eles sao necessarios para acabar com um mal.
O que eu disse e que nao sao politicamente bonitinhos do ponto de vista dos ativistas de direitos humanos, e realmente nao sao. Mas isso nunca foi um parametro de Mal para mim, pois o que orienta esses ativistas esta bem longe de ser o Bem.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Anna escreveu:Ser contra ou favor de algo por ideologia é facil. Eu mesma defendi muita coisa por ideolgia até que cansei, e aprendi que é preciso tomar posturas e atitudes no tempo do hoje e agora, elucubrar futuro é necessário, discutí-lo e teorizá-lo, bem como testar é mais que necessário, mas o hoje existe, os problemas existem no hoje, é preciso tomar decisões e atitudes, nem sempre são as melhores. Mas o difícil é propor estratégias reais e aplicáveis que resolvam problemas reais, factuais e graves!
Se um bandido ameaça a nossa vida, o problema a ser resolvido é esse bandido.
Entretanto, as pessoas transformam o "coitadinho" em "vítima da sociedade" e ficam planejando um futuro distante onde todos serão ricos e educados e não haverá bandidos.
O resultado é que acaba não se fazendo nada.
user f.k.a. Cabeção escreveu: O tal personagem separa o bom do mal, ou seja, segue a maxima do "bandido e bandido, policia e policia".
Não acho que o filme faça isso. mostra a corrupção na policia e os PMs recebendo o arrego pra deixar os traficantes em paz.
Coloca sim o BOPE em um outro patamar, o diferencia dos traficantes e da policia civil, mas o BOPE também não é mostrado como "bem" na estória, muito pelo contrario, mostra seu treinamento cruel como a entrada para um tipo de "culto" e os mostra como desumanos e torturadores.
Mostra ainda como o policial/universitário mais bonzinho perde sua humanidade e como o capitão usa a morte do amigo dele para isso.
Não sei de onde tiraram que o BOPE representa o "bem" na estória, nem como eles são vistos como os "heróis" do filme.
Acho que as pessoas estão muito acostumadas e esperar pelo dualismo entre o bem e o mal e enxergam um protagonista "bom" e um antagonista "mau" em um filme onde isso não existe.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
Apo escreveu:Espocar é coisa que não se fala no sul. Aprendi na Internet...
E isso se fala em que interior? Aqui na capital do Brasil, São Paulo, isso não se fala não.
Pois é...deve ser coisa de mineiro. Aqui nunca ouvi isto na vida, nem na capital nem no interior. Morei em SP duas vezes e nunca ouvi. Na TV menos ainda. Mas no orkut e no msn já me falaram muito. Será que é coisa meio nova? Aliás, Minas Gerais ( especialmente no interior) tem um dialeto que vou dizer, viu? Só eles se entendem.
Ei... não fale mau dos meus conterrâneos não. O mineires ainda é bem mais próximo do paulistes que o baianes, carioques, curitibes, e muitos outros. O dialeto mineiro é mais parecido com os sotaques paulistas do interior que esses outros.
E eu nunca ouvi isso lá em minas também não... mas eu sou um uberabense meio fajuto e posso estar errado.
Que absurdo! Imagina se o sotaque mineires, tão bonitinho, parece com o sotaque pavoroso do interior de SP! Blasfêmia!
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.
Fui ontem ao cinema assisitir a este filme. A sala estava lotada.
Mesmo não gostando de cinema nacional, com frequencia assisto a filmes nacionais pois sou fanatico por cinema. Temos o Unibanco Artplex que sempre abre espaço para filmes de paises menos tradicionais no mundo do cinema e eu já tive a chance de ver alguns.
Sobre o filme, achei um dos melhores filmes nacionais de todos os tempos. O bandido é colocado no lugar de bandido. Policial sério é tratado como policial sério.
Só isso já vale o filme.
A cena da sala de aula, quando o policial levanta a mão para falar, mais a cena do protesto dos maconheiros no final do filme, refletem bem o pensamento hipócrita dos cariocas maconheiros e dos "social-idiotas-democratas-babacas-utopicos-e-maconheiros" também.
Se essa elite da policia realmente é tudo isso que mostraram no filme, resta apenas dar os parabens a estes bravos homens.
Anna escreveu: Não. Mineiros não usam espocar, sô. Espocar se fala em Manaus, capital do Amazonas, uma cidade enorme, histórica, e que fica bem no meio da floresta.
Hum... legal... sempre quis conhecer Manaus, mas nunca teve "dindim" pra ir tão longe. O mais distante do estado de SP que fiu, foi a Minas e RJ.
Anna escreveu: Que absurdo! Imagina se o sotaque mineires, tão bonitinho, parece com o sotaque pavoroso do interior de SP! Blasfêmia!
O sotaque mineiro também é "caipira", puxa o "r" (mas não tanto quanto em sampa) e tem muitas outras semelhanças no jeito de falar "caipira" em SP... só muda o "cantado" e acrescenta os diminutivos como coitadim, bucadim ou mesmo as formas contraídas como "cadim".
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
Eu já estou meio aporrinhado de ver tantas críticas ao filme. achei o filme divertido e tudo mais, cheios de sacadas memetizantes, como a da minha assinatura, mas o mais chato de tudo é ver cada um espremendo o fundo moral que lhe agrada(para criticar, ou exaltar) no filme. ora o filme é fascista, ora o Cap. nascimento é um herói, tudo dependendo mais ou menos do ponto de vista ideológico de cada um
acho que o erro de quem acusa o filme de fascismo é mais ou menos o mesmo cometido por aqueles que acham que um filme contando a história de bandidos, desde a ascensão ao apogeu, e o eventual declínio(acho que Cidade de Deus seria um bom exemplo, mas outros como cães de aluguel e pulp fiction meio se encaixam), estariam glorificando a ação dos bandidos. o filme mostra como 'o sistema' transforma o matias, um cara totalmente íntegro, num policial 'de verdade', mais ou menos se mostra em muitos filmes criminosos que não nasceram criminosos, mas vão se 'cedendo' diante de um e outro evento. Bem, eu já tirei a minha conclusão de onde está o 'problema', no filme.
Eu não acho o filme fascista, mas claro, dada as caóticas circunstâncias atuais é meio de se esperar que a ação dos policiais mostrada no filme leve a uma espécie de êxtase o público. Isso não quer dizer muita coisa, acho. Não é pela 'audiência' que se farão políticas públicas de segurança. creio que as leis e o estado estão acima disso. o que a polícia faz no dia-a-dia não deve mudar quando arrastam crianças ou quando policiais são flagrados fazendo uso de força além da necessária como vez ou outra aparece no fantástico. mas é claro que pra quem como eu não concorda com as ações dos policiais no filme, pode ser meio assustador ver as pessoas agirem assim.
Enfim, fazer o que se a questão da violência pra alguns é, aproveitando enquanto se está vivo, ficar se regozijando com a morte de bandidos, seja na ficção ou em jornais locais à la alborguetti. é tranquilizante pra essas pessoas imaginar que há políciais como o Capitão Nascimento/Chuck norris chutando a bunda de bandidos, e com a mesma crueldade que eles. Algo similar ao tão odiado 'jeitinho brasileiro' dentro da polícia onde inquérito, presunção de inocência e um bocado de coisas não precisam ser respeitadas para alcançar a tão sonhada paz. Pra essas pessoas é um 'mal necessário' enfiar um cabo de vassoura no cu de um moleque apenas porque esse estava de posse de um tênis, à priori, além do seu poder aquisitivo. é a "inevitável realidade", no dos outros, sempre refrescante.
todo esse tesão por uma justiça punitiva-quase-divina nunca será o que orienta as nossas leis
o curioso é o duplipensar de alguns que assistiram ao filme, se opõem a tortura, mas "com aqueles lá" não acham tão errado assim. pff
bah, mas eu entrei aqui pra colar isso:
Patrulha de Elite Arnaldo Branco
Abraham Lincoln, que disse ser possível enganar todo mundo parte do tempo, ou alguns o tempo todo, mas impossível enganar todo mundo o tempo todo, não conheceu o Arnaldo Jabor. Ele pelo menos consegue se enganar o tempo todo.
O parágrafo acima é avulso, nem comecei e já digressiono. A coluna de hoje é sobre as primeiras críticas negativas a Tropa de Elite, todas baseadas na comemoração tipo "zerei o counter strike" do público que assistiu a pré-estréia. Eu mesmo acho que gritar "caveira!" depois de ver o filme é uma forma de sublimar um "gostoso!" para o Wagner Moura (admita, classe média, essa postura de donzela em perigo diante do crime é muito gay) mas defendo até a morte, ou pelo menos até o desfalecimento, o direito de cada um reagir como quiser.
Ruídos na captação da mensagem já custaram a vida de mais de um metaleiro retardado que achou que sua banda favorita gastou 20 horas de estúdio só para mandar recadinhos sinistros para as vozes dentro de sua cabeça, mas esse é o preço da liberdade de expressão e da evolução da espécie. A reação contra o filme é típica do politicamente correto e o politicamente correto é basicamente contra o livre arbítrio.
O autor que conta com a inteligência do público só deve fazê-lo em caráter excepcional. Dizem que quando o artista precisa se explicar para seu público um dos dois é débil mental, mas conhecendo a capacidade de interpretação e abstração do espectador médio, é melhor o diretor do filme se garantir. E aposto que o José Padilha é esperto o suficiente para realmente acreditar que o Bope é mesmo incorruptível ou que aquele ator com os cornos do Felipe Dylon passa credibilidade enquanto maconheiro.
Ninguém perde dinheiro por subestimar a habilidade cognitiva da platéia - aliás, pelo contrário, geralmente é um bom investimento - mas a crítica parece ter a mesma dificuldade em distinguir realidade de ficção. E também acho que sempre se superestimou a capacidade da arte em influenciar o meio; antes acontece o contrário. Vê se na Suíça existe esse subgênero de thriller de ação no gueto.
O destino do artista na Terra é mesmo ser mal-interpretado, mas como o dinheiro de um espectador sem noção vale tanto quanto o de um razoavelmente esclarecido, fica como prêmio de consolação. Como dizem os instrutores da Amway: boas vendas, Tropa de Elite.
Tulio escreveu:Quero ver bandido no Brasil levar uns tecos pra variar, nem que seja em filme. Quando o DVD estiver disponível por aqui vou conferir.
Poxa... o DVD já está disponível ha muito tempo... eu mesmo o conferi antes do filme estrear no cinema, isso é inclusive outra coisa que fez a fama do filme.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
eu nao vi o filme ainda, mas pelo que eu entendi do texto do Reinaldo Azevedo, e exatamente o contrario do que voce disse.
O tal personagem separa o bom do mal, ou seja, segue a maxima do "bandido e bandido, policia e policia".
Por isso ele incomoda os politicamente corretos e os relativistas, e todos os adoradores de bandidos que temos no nosso cenario cultural.
Nesse ponto, nao acho que ele esteja desencontrando sua opiniao da minha, que essencialmente igual.
E nao vejo exatamente os metodos do BOPE como um "mal necessario". Eles sao necessarios para acabar com um mal.
O que eu disse e que nao sao politicamente bonitinhos do ponto de vista dos ativistas de direitos humanos, e realmente nao sao. Mas isso nunca foi um parametro de Mal para mim, pois o que orienta esses ativistas esta bem longe de ser o Bem.
Se você é um adorador do "Império do Direito", não deveria apoiar todo e qualquer método que fizesse valer esse mesmo "Império", pois muitos desses métodos contradizem o próprio objetivo.
E você pode demonstrar que o que orienta esses ativistas não seja o "bem"?
Incrivelmente, coluna muito boa não foi a do bobão do Azevedo, que disse ainda meia dúzia de besteiras sobre kant antes de defender o torturador do tal Capitão Nascimento, um machista retrógrado e valentão que quer fazer sua "justiça" por base da ira, mas sim, a do, pasmem, Diogo Mainardi, que colocou o filme como ele deveria ser enquadrado: um retrato de um sistema policial corrompido e podre, onde bandidos lutam entre si, e o BOPE deve ser ainda mais temido do que a bandidagem ordinária, pois este possui um monopólio da força teoricamente LEGAL e, ainda por cima, um treinamento especial que lhe confere capacidade de enfrentar e massacrar quem quer que seja.
Samael escreveu:Não vi nenhuma grande apologia ao BOPE no filme.
No filme, não se vê um inocente sendo torturado ou morto pelo BOPE. Será que ele só tortura e mata culpados? Aliás, a tortura é mostrada como o único meio eficaz, aliás infalível, de se obter informações numa investigação criminal. Não aparecem também casos em que a tortura revela informações falsas ou o torturado morre antes de falar. Qualquer um que questione a tortura só pode ser idiota, criminoso, ou, de preferência, ambos. Os universitários que discutem a violência são vistos com extremo preconceito, como "maconheiros imbecis", quando não são traficantes também. Aliás, de todas as representações de universitários no cinema brasileiro, não me lembro de ter visto um grupo mais idiota e estereotipado que o de Tropa de Elite.
Eu concordo plenamente contigo, Bruno. O ponto é que eu acho que o filme atira para todos os lados, e não apenas em favor do BOPE, como no momento em que demonstra os policiais como insanos corrompidos por uma matança desenfreada de uma "guerra civil", ou mesmo a forma como os mesmos são treinados. Mesmo que a tortura tenha sido feita em cima de gente "culpada", não faz diferença. Tortura é tortura. E isso aqui não é nem mesmo uma Guerra.
"Faca na caveira e nada na carteira". É exatamente isso. Já tive amigos agredidos e ofendidos pelo BOPE, e um até mesmo roubado. Eles são uma gangue "legal" pior do que qualquer grupinho de traficantes. E são fechados entre eles, quase como um clã.
A divergência entre nós é só sobre a ótica do filme. Penso que ele assume como corretas as alegações de que há uma "guerra" na cidade, de que é "ingenuidade" querer que a polícia cumpra a lei e que o BOPE é um grupo de "heróis destemidos", imunes à corrupção que assola a polícia. E nem digam que isso se deve ao fato de o filme ser narrado na primeira pessoa pelo capitão do BOPE, pois o próprio texto de encerramento do filme assume o discurso.
Quanto à "instituição" em si, como suas congêneres nas grandes cidades, é um bando como os outros que lutam pelo controle do submundo. Só que esse é pago com dinheiro público.
Bom, eu revi o filme ontem no cinema, mais completo, com cenas adicionais, e minha opinião foi ainda mais reforçada, Bruno.
A impressão que tenho é que a direção simplesmente usa um livro de clara apologia à idéia que você colocou, embora colocando pontos de divergência aqui e ali, na intenção clara de causar polêmica.
Num momento, no final do filme, o Capitão Nascimento está atrás do Baiano, o assassino do Neto. Ele toma todas as medidas covardes possíveis, invadindo casas, humilhando moradores (a cena do Capitão pedindo permissão para revistar o quarto do aviãozinho é cinicamente impagável), e, no pé do morro, quando se dirige ao Capitão Renan, este diz: "isso já passou dos limites, os moradores estão todos arrochados e você sabe que eu não concordo com tortura". Então o batalhão do Capitão Renan se retira da operação.
Além de aviões espancados e humilhados e cúmplices torturados até a morte (esposas e namoradas de traficantes), o filme não faz os bandidos parecerem autômatos insanos e intrinsecamente maus, como a tosqueira do cinema oitentista americano sempre quis passar: "eu não sei como começa a história do Baiano, ele pode ter ido parar nesse mundo condicionado por uma infância difícil...mas o que me deixa puto é playboyzinho com grana virar traficante!" Outra parte é o próprio Baiano, que não permite que seus homens atirem em Neto enquanto o menino esteja por perto ("tem criança na parada!"), a cena do Baiano com a esposa e o filho também é excelente.
Ainda temos aquela frase sensacional no início do filme sobre "as instituições formarem os indivíduos". Frase essa que é endossada, na vida real, tanto por bons liberais quanto por bons socialistas.
Eu realmente acho o filme muito bom tanto enquanto crítica quanto enquanto cinema.
Wagner Moura reclamou de mim. Foi um tal de fascista para cá, fascista para lá. Tudo porque fiz um comentário despretensioso sobre suas poses nos cartazes promocionais de Tropa de Elite. Ele está certo em reclamar. Ninguém pode julgar o trabalho de um ator baseado em meia dúzia de fotografias. E era só isso que eu conhecia de Wagner Moura: meia dúzia de fotografias estampadas nos jornais.
Na última segunda-feira, com grande esforço, consegui me arrastar até o cinema para assistir a Tropa de Elite. Como um carro-patrulha da PM carioca, o filme demora um bocado para carburar, mas acaba engrenando depois de uma hora. Wagner Moura faz seu papel direitinho. Contrariamente ao que aparenta nas fotografias, ele é contido, sereno, economizando nas narinas arfantes e nos arqueios de sobrancelhas. Talvez fosse o caso até mesmo de me desculpar.
Um dia depois de assistir a Tropa de Elite, acompanhei as imagens bem mais assustadoras de Jean Charles de Menezes em Londres, momentos antes de ser assassinado pela polícia local com sete tiros à queima-roupa, como se o metrô de Stockwell fosse uma boca-de-fumo no Morro do Turano, no Rio de Janeiro. Jean Charles passou pela roleta, caminhou por um corredor cheio de gente e desceu pela escada rolante, sempre seguido de perto por dois policiais identificados como Ken e Ivor. Em seu depoimento no tribunal, Ivor declarou que o comportamento de Jean Charles lhe pareceu suspeito. O que ele teria a dizer a respeito do comportamento do deputado tucano Paulo Renato Souza, que foi flagrado pela Folha de S.Paulo submetendo um artigo sobre o sistema bancário ao presidente do Bradesco?
A platéia que assistiu à pré-estréia de Tropa de Elite torceu para o protagonista e, pelo que li, aplaudiu as torturas praticadas pelos meganhas do Bope. O fato gerou uma gritaria danada. Como se os espectadores não soubessem distinguir a tortura praticada nas telas da tortura praticada na realidade. É desse jeito que o bom-mocismo instaura sua censura: tratando os espectadores como imbecis, incapazes de interpretar corretamente as idéias e as obras de imaginação.
Bem pior do que aplaudir as torturas praticadas por Wagner Moura em Tropa de Elite é aplaudir as torturas praticadas em nome de Renan Calheiros no Senado. É o que está acontecendo comigo. Eu sei que é errado, mas aplaudo toda vez que, em sua desavergonhada defesa de Renan Calheiros, Ideli Salvatti aparece na TV como se estivesse com um saco plástico enfiado na cabeça, sem ar, com a jugular inflada. E aplaudo toda vez que Aloizio Mercadante esperneia como se estivesse sendo ameaçado com um cabo de vassoura.
Wagner Moura disse que o maior mérito de Tropa de Elite é ter suscitado um debate. O maior – quem sabe o único – mérito do filme é justamente o contrário: ele acaba com o debate. O país é retratado como aquilo que de fato é: uma guerra de bandido contra bandido.
Tulio escreveu:Quero ver bandido no Brasil levar uns tecos pra variar, nem que seja em filme. Quando o DVD estiver disponível por aqui vou conferir.
Poxa... o DVD já está disponível ha muito tempo... eu mesmo o conferi antes do filme estrear no cinema, isso é inclusive outra coisa que fez a fama do filme.
"Wagner Moura disse que o maior mérito de Tropa de Elite é ter suscitado um debate. O maior – quem sabe o único – mérito do filme é justamente o contrário: ele acaba com o debate. O país é retratado como aquilo que de fato é: uma guerra de bandido contra bandido."
Corretissímo! Acrescento que com muitos inocentes morrendo no meio desta guerra, lamentávelmente...
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não. VOLTAIRE Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ? A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos . No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
Se me derem um DVD original, peno pela janela. Isso não passa de ficção. Nunca vi colega meu dizendo que em balile funck dançam com AR-15 balançando no ar. Granadas, morteiros até vai...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."
Ateu Tímido escreveu: No filme, não se vê um inocente sendo torturado ou morto pelo BOPE. Será que ele só tortura e mata culpados? Aliás, a tortura é mostrada como o único meio eficaz, aliás infalível, de se obter informações numa investigação criminal. Não aparecem também casos em que a tortura revela informações falsas ou o torturado morre antes de falar. Qualquer um que questione a tortura só pode ser idiota, criminoso, ou, de preferência, ambos. Os universitários que discutem a violência são vistos com extremo preconceito, como "maconheiros imbecis", quando não são traficantes também. Aliás, de todas as representações de universitários no cinema brasileiro, não me lembro de ter visto um grupo mais idiota e estereotipado que o de Tropa de Elite.
Excelentes observações.
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não. VOLTAIRE Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ? A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos . No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
Samael escreveu:Incrivelmente, coluna muito boa não foi a do bobão do Azevedo, que disse ainda meia dúzia de besteiras sobre kant antes de defender o torturador do tal Capitão Nascimento, um machista retrógrado e valentão que quer fazer sua "justiça" por base da ira, mas sim, a do, pasmem, Diogo Mainardi, que colocou o filme como ele deveria ser enquadrado: um retrato de um sistema policial corrompido e podre, onde bandidos lutam entre si, e o BOPE deve ser ainda mais temido do que a bandidagem ordinária, pois este possui um monopólio da força teoricamente LEGAL e, ainda por cima, um treinamento especial que lhe confere capacidade de enfrentar e massacrar quem quer que seja.
Excelente Sama !
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não. VOLTAIRE Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ? A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos . No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
O ENCOSTO escreveu:Fui ontem ao cinema assisitir a este filme. A sala estava lotada. Mesmo não gostando de cinema nacional, com frequencia assisto a filmes nacionais pois sou fanatico por cinema.
Sobre o filme, achei um dos melhores filmes nacionais de todos os tempos. O bandido é colocado no lugar de bandido. Policial sério é tratado como policial sério.Só isso já vale o filme.
A cena da sala de aula, quando o policial levanta a mão para falar, mais a cena do protesto dos maconheiros no final do filme, refletem bem o pensamento hipócrita dos cariocas maconheiros e dos "social-idiotas-democratas-babacas-utopicos-e-maconheiros" também.
Se essa elite da policia realmente é tudo isso que mostraram no filme, resta apenas dar os parabens a estes bravos homens.
E parabens ao diretor do filme.
Ts ts ts
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não. VOLTAIRE Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ? A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos . No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
Um filme brasileiro que está fazendo grande sucesso em relação ao público é “Tropa de Elite”, uma história a respeito da violência do Rio de Janeiro, contada por um policial do Batalhão de Operações Especiais da Policia Militar, o BOPE. A intelectualidade de esquerda, chorosa pelos bandidos, detestou o filme. Achou-o “fascista”. Vejam a palhaçada: os filhotes de Stálin e Fidel Castro acham o BOPE fascista. É piada? Raro é o cinema brasileiro chamar a atenção do público. Porém, qual o segredo da popularidade de Tropa de Elite? É simples: os bandidos são vistos como bandidos, os universitários maconheiros que pedem paz nas ruas são cúmplices da violência e a lógica dos Direitos Humanos de apologia do bandido vítima da sociedade é ridicularizada. E o mais interessante: a visão de um policial honesto, embora truculento, do BOPE, consegue ser a mais autêntica expressão da realidade, se comparada à legião de sociólogos, filósofos e acadêmicos que produzem toneladas de papel inútil para falar do que não entendem e nunca conviveram.
O filme não dá uma opinião formada sobre o assunto, não cria estereótipos sobre a polícia. Apenas mostra os fatos e os coloca uma dinâmica em que os personagens decentes se encontram encurralados no caos, na violência e na corrupção. A figura do capitão Nascimento é o que apresenta a própria contradição da polícia, ou seja, a de um homem honesto numa situação de guerra de todos contra todos. Por mais odiosa que seja a tortura, o abuso de poder ou mesmo a violência ilegal contra bandidos, a polícia, naquele caso, segue a lógica do crime que combate: os bandidos também são violentos, arbitrários, tirânicos, frios e torturadores. Por mais errada que nos pareça a ação do capitão, a população aprova seus atos arbitrários, precisamente porque os bandidos também são assim, porque as leis e as instituições brasileiras estão falidas e não alcançam a finalidade de punir o crime. E quando se vê uma sociedade desamparada, o único jeito que cabe a ela é usar do exercício arbitrário das próprias razões, da autotutela. É a vingança privada contra a impotência. Na verdade, o próprio policial é desamparado: o capitão Nascimento é um cidadão à beira de um ataque de nervos. Daí a entender o porquê da população do Rio de Janeiro ter gostado do filme: os bandidos são satirizados, mostrados como eles são. A polícia não refresca com eles; mata-os, espanca-os, tortura-os, tal como os próprios bandidos fazem contra a população civil honesta. É a lei do talião na ausência de leis formais.
Há um outro aspecto do filme que é a sátira dos movimentos sociais e ong´s que divinizam o bandido. A aula de Michel Foucault, em que uma classe universitária delinqüente e maconheira encontra razões para criminalizar a ação correta da policia de combater o crime, é uma paródia da cumplicidade que tal setor possui para com a bandidagem. Que as universidades sejam umas fábricas de delinqüência, isso está provado historicamente. As ideologias mais assassinas do século XX surgiram desses redutos. A criminalidade romantizada não é diferente. Se o Rio de Janeiro e muitas outras cidades brasileiras estão dominadas pela bandidagem, em parte, é devido aos movimentos sociais e organizações de Direitos humanos que transformaram no criminoso em uma vítima da sociedade. Essa é a lógica que predomina nos meios acadêmicos: o policial é um opressor de classe, um lacaio de um sistema perverso e o bandido é um justiceiro social, um indivíduo que clama contra as mazelas da desigualdade e a indiferença das elites. Na prática, contudo, a pior indiferença das elites acadêmicas é crer piamente que o pobre e honesto homem da favela seja um admirador de bandidos. É uma alienação total da realidade, uma negação completa do cotidiano, racionalizada numa espécie de ódio às pessoas de bem. Há de concluir que o próprio acadêmico defensor dessas idéias também é um marginal, um delinqüente. Ora é um drogado, ora é alguém que se sente rejeitado pelo próprio grupo social ao qual pertence.
Uma cena do filme mostra o quão ridículo e caricato são os movimentos sociais e similares, como as organizações de Direitos Humanos. Maria, uma militante de uma ong da favela e namorada do policial honesto, Matias, fala mal da polícia, porque esta não refresca contra os marginais da classe média. A própria mulher fica furiosa quando descobre que seu namorado é policial e do BOPE. Ela mesma participa da criminalidade, porque é usuária de drogas. No entanto, o traficante da favela, Baiano, divinizado pelos voluntários da Ong, seqüestra um casal amigo da moça e, desesperada, ela vai pedir ajuda ao namorado. A cena é cômica: antes, o traficante Baiano tinha “consciência social”, era o justiceiro da sociedade; agora que o próprio algoz se revoltou contra seus “opressores”, a moça se vê numa encruzilhada. Pede ajuda ao “sistema opressor perverso” na figura do policial Matias. Já era tarde demais. O casal amigo da jovem é barbaramente executado.
Outra cena elucida este alto grau de alienação de uma parte da sociedade dita “letrada”. Depois da morte do casal de ativistas, os alunos da universidade fazem uma passeata pedindo a “paz”. O paradoxo desta ação é bem clara: os mesmos que pedem paz financiam a violência, usando drogas. E o honesto e severo policia Matias, sinônimo do preto no branco, do certo e errado, algo que carece a seus amigos universitários, espanca um dos manifestantes, que é traficante de drogas. Surra-o, pois foi o mesmo quem denunciou o seu amigo policial ao traficante que matou o casal de ativistas. E chama todo mundo de “maconheiros filhos da puta”, “burgueses safados”. Alguns conservadores radicais viriam nisso uma espécie de condenação da classe média. Todavia, a maior parte da classe média honesta se identificou com o policial indignado. Classe média honesta não gosta de bandido, mesmo que ele seja, por assim dizer, “burguês”. E o personagem Matias está longe de crer na ideologia da luta de classes, já que as únicas classes que ele conhece, e que são antagônicas, é o do homem honesto e do bandido.
Muitos ainda repetem a cantilena de que são as desigualdades sociais e a miséria quem causam a violência. Os próprios atores, pressionados pela esquerda, entre os quais, o protagonista da história que interpretou o capitão Nascimento, repetiram esse mantra politicamente correto. Tamanho policiamento ideológico, por assim dizer, boicotou o filme para concorrer a vários prêmios. Pouparei o ator Wagner Moura das críticas, porque ele estava impecável no filme. Falarei dessa ladainha comum dos críticos. Se há alguém que mais sofre a desigualdade social e de direitos neste país é o cidadão honesto. É o cidadão honesto que está sendo extorquido nas ruas, violentado, assassinado. É este cidadão que não tem ongs, Direitos Humanos, subsídios estatais e segurança pública. E quando alguém honesto se manifesta nas ruas em protestos contra a violência, a esquerda quer calar a boca desse povo. Quer que eles sofram e morram quietos, porque eles reproduzem a ideologia do sistema, dentro do imaginário da luta de classes. Não foi isso que ocorreu com o casal de namorados Liana Friendenbach e Felipe Caffé? Não foi isso que ocorreu com o garoto João Hélio, de apenas 06 anos de idade? Não é isso que ocorre com tantos outros inocentes covardemente assassinos por bandidos? E o que fizeram os Direitos Humanos e os movimentos de esquerda? Quiseram silenciar suas famílias, através da chantagem emocional e da intimidação. Marilene Felinto, dublê de escritora e jornalista da caricata revista Caros Amigos, dizia que a vitima da sociedade era o estuprador e matador de Liana Friedenbach. Tudo porque o pecado da menina era ser judia, rica e bonita. A polícia não está longe de ser a vitima, quando ela é honesta. Não há nenhum apoio ao policial decente que é morto e deixa viúvas e filhos. Lembremos, policiais são agentes do “sistema opressor”. Libertários mesmo, na consciência da esquerda, são os estupradores, ladrões e matadores.
Quem conhece o pensamento do pobre honesto, sabe que ele aprova essa forma de violência contra bandidos; que ele odeia os criminosos e deseja, ainda que de forma silenciosa, que a polícia tome providencias e pacifique os subúrbios e favelas, através da força. É um lugar-comum da empregada doméstica ao balconista de uma loja, do operário a um faxineiro, e das demais classes pobres, a seguinte sentença, quase unânime: ladrões, bandidos, estupradores e assassinos devem morrer. As opiniões de muitas dessas pessoas do povo fariam o próprio Cesare Beccaria se revirar do túmulo. As propostas são as mais sanguinárias possíveis: execuções em praça pública, decapitações, espancamentos, linchamentos, fogueiras, enfim. A grande maioria do público bradou quando o capitão Nascimento mandou o policial Matias explodir a cabeça de Baiano com uma escopeta. Era para estragar o velório, desfigurando o rosto do marginal. O interessante é que este sentimento do homem honesto existe em todas as classes sociais. Até eu fiquei feliz com a morte do vagabundo do Baiano.
Alguém me perguntará se sou a favor da tortura e dos métodos policiais arbitrários. A resposta é não. Eu mesmo não consigo gostar da polícia brasileira, apesar de defender suas ações, quando elas são certas. Já presenciei coisas tão absurdas da parte dela, que guardo um profundo ceticismo dessa instituição. Tampouco aprovo os métodos de violência ilegal. Na verdade, eu gosto da ordem e da legalidade. Por mais que me cause indiferença ou mesmo agrade a morte de um bandido, a tortura e a violência ilimitadas da polícia possuem um vicio fatal: o abuso de poder que não se deve permitir ao Estado e nem a seus agentes. Se um policial se acha no direito de torturar e matar bandidos, ele pode fazer isso com qualquer pessoa. O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. É tudo uma questão de autoridade e de usar a farda. É claro que seria ingênuo e estúpido afirmar que o policial não deve usar da violência: não só deve como pode, dentro da lei.
As limitações legais que existem no poder da polícia e mesmo de punição do Estado servem para defender o cidadão comum do arbítrio. Jamais pensamos que o mesmo poder de violência que é usado contra bandidos, pode ser usado contra nós, cidadãos comuns indefesos. Daí minhas reservas quanto a essa mentalidade vingativa e apaixonada de muitos, a respeito de execuções sumárias e torturas contra bandidos. Até porque esses métodos, além de irracionais, são ineficazes, pois criam novas mazelas ao invés de combatê-las.
Tampouco isso me aproxima dos movimentos de Direitos Humanos. O que essa turma dos Direitos Humanos ignora é que não é somente a polícia que viola direitos: os bandidos nas ruas são muito piores. Como a maioria está imbuída na idéia romântica, estúpida e mesquinha de que o criminoso é vítima da sociedade, esqueceu-se dos direitos das vítimas e mesmo de policiais mortos no cumprimento do dever. O caso de um bandido torturado, por mais que mereça garantias jurídicas, é um mal menor, perto de uma mulher violada ou um policial decente assassinado. Porque enquanto os dois últimos são pessoas inocentes, o primeiro assume os riscos pela violência que provoca. Uma distinção óbvia que os pretensos defensores da dignidade humana não sabem avaliar.
Defender os direitos da sociedade não é defender o bandido: é saber puni-lo dentro da lei. É saber exigir leis e penas rigorosas para eles, quando violam os direitos humanos da população. O problema é que os movimentos sociais são que nem a personagem Maria, a ativista maconheira do filme: a polícia é uma força perversa de repressão social. No entanto, quando precisam dela, só faltam implorar por sua segurança. E aí pedem paz nas ruas, com muita droga e merda na cabeça! Os segredos da popularidade do filme? Preciso falar mais?
Nada te turbe, nada te espante todo se pasa, Dios no se muda, la paciencia a lo ...