O tropeço do Chile
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O tropeço do Chile
19.10.2007
Protestos, greves, má distribuição de renda e inflação mostram que o modelo econômico do país não é tão perfeito quanto parece
Santiago Uma onda de protestos fez o Chile voltar a um período de turbulência política -- algo que parecia afastado da rotina do país por causa da redemocratização dos anos 90 e do atual período de pujança econômica. Numa das manifestações mais recentes, promovida no final de agosto pela Central Única de Trabalhadores, milhares de pessoas foram às ruas de Santiago e outras cidades para gritar palavras de ordem contra o modelo "neoliberal" do país. No auge da confusão, uma bomba caseira de cerca de 5 quilos explodiu em frente à emissora de TV Canal 13 no exato momento em que o ministro da Fazenda, Andrés Velasco, concedia uma entrevista num dos estúdios da emissora. Ninguém se feriu no atentado, mas, ao final do dia, o saldo foi de 600 presos e 48 policiais e um parlamentar feridos. Antes disso, em maio do ano passado, turbas de estudantes secundaristas já haviam provocado uma grande confusão na capital do país, reivindicando reformas no modelo de ensino e mais investimentos para a melhoria da qualidade do sistema. Na época, foi realizada também uma greve geral que contou com a adesão de 800 000 alunos.
Para boa parte dos chilenos, uma das grandes culpadas pela situação é a presidente Michelle Bachelet. Quando assumiu o governo do Chile, no começo do ano passado, ela representava mais do que a continuidade das políticas liberais bem-sucedidas que fizeram a economia local crescer a uma média de 6% na última década, tornando-se um exemplo admirado dentro e fora da América do Sul. Em seu discurso de campanha, a socialista Bachelet prometia melhorar também a distribuição dos frutos do desenvolvimento acelerado do país entre as camadas mais pobres da população. A economia chilena continua nos eixos e crescendo. Mas, passados 19 meses desde sua posse, a primeira mulher a ocupar o palácio La Moneda tem tido até agora um desempenho frustrante para a maior parte dos eleitores. Isso fica claro nas mais recentes pesquisas de opinião pública, que mostram uma taxa de aprovação de seu governo de apenas 35%, o menor índice registrado desde a posse de Bachelet (nas primeiras semanas do mandato, 52% dos chilenos aplaudiam seu desempenho).
Problemas no horizonte
Apesar do desenvolvimento registrado nos últimos anos, o Chile tem uma das maiores taxas de inflação entre as grandes economias da América do Sul e não conseguiu avançar na distribuição de renda, conforme mostram os quadros:
Taxa de inflação em 2007(1)
Uruguai - 8
Chile - 5
Argentina - 5
Colômbia - 4,5
Brasil - 3
Peru - 3
(1) Acumulado até agosto
Evolução do PIB (em %)
2001 - 3,5
2003 - 4
2005 - 5,7
2006 - 4
Índice de Gini (2)
2001 - 0,575
2003 - 0,575
2005 - 0,571
2006 - 0,571
(2) O índice de Gini é a medida mais usada para comparar desigualdades. Ele compreende uma escala de 0 a 1 — o número 0 corresponde à completa igualdade de renda e o 1 corresponde à completa desigualdade
Diferentemente do que os protestos e a avaliação ruim possam sugerir, os fundamentos econômicos do Chile continuam caminhando muito bem. A renda per capita passou de 4 500 dólares nos anos 90 para os atuais 11 300 dólares. Além dos recordes sucessivos no ingresso de investimentos estrangeiros (o volume de recursos quase triplicou entre 2002 e 2006, atingindo a casa dos 8 bilhões de dólares), o país prossegue num bom ritmo de crescimento, com uma previsão de evolução do PIB para 2007 de 5%. No campo das exportações, ocorreu um aumento de 220% no volume de transações nos últimos cinco anos, movimento puxado em boa parte pela alta de preços do minério de cobre, a maior riqueza natural do país. O Chile detém 35% das reservas mundiais do minério e é responsável por 36% da produção global.
A crítica que se faz no momento é que, com tanto dinheiro em caixa, a diminuição da pobreza e a melhoria da distribuição de renda deveriam estar avançando num ritmo mais acelerado. O índice de Gini, que mede a desigualdade social, permanece num patamar praticamente inalterado desde 2001. No Chile de hoje, os 10% mais ricos detêm 47% da renda, enquanto os 10% mais pobres ficam com 1,2%. Como demonstram as pesquisas recentes, a percepção entre a população é que Bachelet não tem conseguido avançar na resolução dessa questão. "O novo governo ainda não se mostrou capaz de atender ao alto nível de expectativa criado com sua vitória nas urnas", afirmou a EXAME Orlando Caputo, diretor do Centro de Estudos sobre Transnacionalização, Economia e Sociedade (Cetes), com sede em Santiago.
As greves, que tinham se tornado eventos raros na história recente do país, estão retornando com força. Em junho, por exemplo, boa parte dos 28 000 trabalhadores terceirizados da estatal Codelco decidiu cruzar os braços. A empresa é a principal produtora de cobre do mundo. Essa paralisação, que durou 36 dias, terminou apenas quando a direção da companhia fechou um acordo comprometendo-se a melhorar os salários e os benefícios dos grevistas. O movimento deixou de saldo para a Codelco um prejuízo estimado em 100 milhões de dólares. "Os operários vêem um país crescendo, as empresas indo bem, e se cansaram de esperar", diz Arturo Martínez, presidente da CUT chilena. A insatisfação atinge também outros setores do mercado de trabalho. Embora a taxa de desemprego na casa dos 8% não seja exatamente uma catástrofe, ela incomoda porque vem se mantendo nesse patamar desde 2000. Para piorar, o índice é praticamente o dobro na faixa de pessoas entre 20 e 24 anos.
A ATUAL TAXA DE INFLAÇÃO DO CHILE também não vem contribuindo muito para a popularidade da presidente Bachelet. Até agosto, o índice acumulado era de 5%, um dos mais altos entre as grandes economias da América do Sul (veja quadro). Nesse caso, porém, a culpa não pode ser colocada integralmente na conta do governo. O inverno rigoroso foi responsável pela quebra das safras de vários produtos que compõem a cesta básica e interferem nos índices de inflação. Em razão disso, o Banco Central elevou a previsão da taxa de carestia para 6,3% em 2007. Mas tudo indica que o problema é sazonal. "Passada a crise atual, a inflação deve recuar para a casa dos 3%", afirma Pablo Correa, analista do Santander Investment.
É muito provável que o Chile tenha sido o país latino-americano que abraçou com mais convicção a privatização de produtos e serviços públicos -- e esse foi um dos fatores que fizeram com que sua economia mostrasse vigor muito antes de outros países do continente. Mas, em meio ao que parece ser um estado de mau humor generalizado, surgem agora críticos atrasados desse modelo. A principal queixa é em relação à qualidade de certos serviços públicos privatizados. O exemplo mais forte é o Transantiago, sistema de transporte coletivo introduzido na capital em fevereiro e que logo se transformou numa enorme dor de cabeça para o governo de Bachelet. As linhas de ônibus foram assumidas por um consórcio de empresas que pioraram o que já era ruim, transformando num caos a vida dos mais de 5 milhões de habitantes da cidade. Foram colocados menos veículos do que o necessário para o atendimento, e os usuários tiveram de recorrer ao metrô, sobrecarregando o sistema. Alguns ajustes foram realizados desde a estréia do Transantiago, mas ele continua operando com defeitos.
No médio e no longo prazos, é a Previdência chilena que tem potencial de se transformar numa grande fonte de problemas. Ela sofreu uma reforma radical no início da década de 80, quando os diversos planos de pensão no país foram substituídos por um sistema em que os trabalhadores depositam mensalmente parte do salário em fundos privados de pensão. Segundo um estudo recente do Banco Mundial, por causa de problemas como o alto índice de informalidade no mercado de trabalho, cerca de 40% da população não tem feito contribuições regulares. Se esse padrão continuar, a previsão é que até 2030 apenas 45% dos trabalhadores afiliados recebam benefícios superiores à pensão mínima estatal. "Corremos o risco de ter gerações de aposentados empobrecidos", afirma Caputo, do Cetes.
Diante dessa bomba-relógio, Bachelet criou um conselho no ano passado para realizar mudanças na Previdência. Elas incluem a ampliação do sistema complementar para socorrer as pessoas que não conseguem acumular saldo mínimo em seu fundo privado de previdência. No campo das políticas de redução das desigualdades sociais, o governo investe numa reforma do sistema educacional, que pode gerar aumento de 15% do orçamento federal dedicado a essa área. Facilitando o acesso a escolas e melhorando o nível geral de ensino, Bachelet e seus auxiliares acreditam que serão criadas as condições para iniciar a redução da distância existente hoje entre os mais pobres e a elite chilena. A presidente vem se empenhando pessoalmente para a aprovação dessas reformas, que devem ser apreciadas pelo Congresso em 2008. "Não fui eleita para buscar o aplauso fácil", diz Bachelet. Seu desafio será promover um novo salto econômico e social, um trabalho dificultado quando se parte de um patamar mais elevado de desenvolvimento e com uma pressão da massa de desvalidos cada vez mais impaciente com a repartição desses dividendos -- como é o caso atual do Chile.
FONTE: Exame
Abraços,
Protestos, greves, má distribuição de renda e inflação mostram que o modelo econômico do país não é tão perfeito quanto parece
Santiago Uma onda de protestos fez o Chile voltar a um período de turbulência política -- algo que parecia afastado da rotina do país por causa da redemocratização dos anos 90 e do atual período de pujança econômica. Numa das manifestações mais recentes, promovida no final de agosto pela Central Única de Trabalhadores, milhares de pessoas foram às ruas de Santiago e outras cidades para gritar palavras de ordem contra o modelo "neoliberal" do país. No auge da confusão, uma bomba caseira de cerca de 5 quilos explodiu em frente à emissora de TV Canal 13 no exato momento em que o ministro da Fazenda, Andrés Velasco, concedia uma entrevista num dos estúdios da emissora. Ninguém se feriu no atentado, mas, ao final do dia, o saldo foi de 600 presos e 48 policiais e um parlamentar feridos. Antes disso, em maio do ano passado, turbas de estudantes secundaristas já haviam provocado uma grande confusão na capital do país, reivindicando reformas no modelo de ensino e mais investimentos para a melhoria da qualidade do sistema. Na época, foi realizada também uma greve geral que contou com a adesão de 800 000 alunos.
Para boa parte dos chilenos, uma das grandes culpadas pela situação é a presidente Michelle Bachelet. Quando assumiu o governo do Chile, no começo do ano passado, ela representava mais do que a continuidade das políticas liberais bem-sucedidas que fizeram a economia local crescer a uma média de 6% na última década, tornando-se um exemplo admirado dentro e fora da América do Sul. Em seu discurso de campanha, a socialista Bachelet prometia melhorar também a distribuição dos frutos do desenvolvimento acelerado do país entre as camadas mais pobres da população. A economia chilena continua nos eixos e crescendo. Mas, passados 19 meses desde sua posse, a primeira mulher a ocupar o palácio La Moneda tem tido até agora um desempenho frustrante para a maior parte dos eleitores. Isso fica claro nas mais recentes pesquisas de opinião pública, que mostram uma taxa de aprovação de seu governo de apenas 35%, o menor índice registrado desde a posse de Bachelet (nas primeiras semanas do mandato, 52% dos chilenos aplaudiam seu desempenho).
Problemas no horizonte
Apesar do desenvolvimento registrado nos últimos anos, o Chile tem uma das maiores taxas de inflação entre as grandes economias da América do Sul e não conseguiu avançar na distribuição de renda, conforme mostram os quadros:
Taxa de inflação em 2007(1)
Uruguai - 8
Chile - 5
Argentina - 5
Colômbia - 4,5
Brasil - 3
Peru - 3
(1) Acumulado até agosto
Evolução do PIB (em %)
2001 - 3,5
2003 - 4
2005 - 5,7
2006 - 4
Índice de Gini (2)
2001 - 0,575
2003 - 0,575
2005 - 0,571
2006 - 0,571
(2) O índice de Gini é a medida mais usada para comparar desigualdades. Ele compreende uma escala de 0 a 1 — o número 0 corresponde à completa igualdade de renda e o 1 corresponde à completa desigualdade
Diferentemente do que os protestos e a avaliação ruim possam sugerir, os fundamentos econômicos do Chile continuam caminhando muito bem. A renda per capita passou de 4 500 dólares nos anos 90 para os atuais 11 300 dólares. Além dos recordes sucessivos no ingresso de investimentos estrangeiros (o volume de recursos quase triplicou entre 2002 e 2006, atingindo a casa dos 8 bilhões de dólares), o país prossegue num bom ritmo de crescimento, com uma previsão de evolução do PIB para 2007 de 5%. No campo das exportações, ocorreu um aumento de 220% no volume de transações nos últimos cinco anos, movimento puxado em boa parte pela alta de preços do minério de cobre, a maior riqueza natural do país. O Chile detém 35% das reservas mundiais do minério e é responsável por 36% da produção global.
A crítica que se faz no momento é que, com tanto dinheiro em caixa, a diminuição da pobreza e a melhoria da distribuição de renda deveriam estar avançando num ritmo mais acelerado. O índice de Gini, que mede a desigualdade social, permanece num patamar praticamente inalterado desde 2001. No Chile de hoje, os 10% mais ricos detêm 47% da renda, enquanto os 10% mais pobres ficam com 1,2%. Como demonstram as pesquisas recentes, a percepção entre a população é que Bachelet não tem conseguido avançar na resolução dessa questão. "O novo governo ainda não se mostrou capaz de atender ao alto nível de expectativa criado com sua vitória nas urnas", afirmou a EXAME Orlando Caputo, diretor do Centro de Estudos sobre Transnacionalização, Economia e Sociedade (Cetes), com sede em Santiago.
As greves, que tinham se tornado eventos raros na história recente do país, estão retornando com força. Em junho, por exemplo, boa parte dos 28 000 trabalhadores terceirizados da estatal Codelco decidiu cruzar os braços. A empresa é a principal produtora de cobre do mundo. Essa paralisação, que durou 36 dias, terminou apenas quando a direção da companhia fechou um acordo comprometendo-se a melhorar os salários e os benefícios dos grevistas. O movimento deixou de saldo para a Codelco um prejuízo estimado em 100 milhões de dólares. "Os operários vêem um país crescendo, as empresas indo bem, e se cansaram de esperar", diz Arturo Martínez, presidente da CUT chilena. A insatisfação atinge também outros setores do mercado de trabalho. Embora a taxa de desemprego na casa dos 8% não seja exatamente uma catástrofe, ela incomoda porque vem se mantendo nesse patamar desde 2000. Para piorar, o índice é praticamente o dobro na faixa de pessoas entre 20 e 24 anos.
A ATUAL TAXA DE INFLAÇÃO DO CHILE também não vem contribuindo muito para a popularidade da presidente Bachelet. Até agosto, o índice acumulado era de 5%, um dos mais altos entre as grandes economias da América do Sul (veja quadro). Nesse caso, porém, a culpa não pode ser colocada integralmente na conta do governo. O inverno rigoroso foi responsável pela quebra das safras de vários produtos que compõem a cesta básica e interferem nos índices de inflação. Em razão disso, o Banco Central elevou a previsão da taxa de carestia para 6,3% em 2007. Mas tudo indica que o problema é sazonal. "Passada a crise atual, a inflação deve recuar para a casa dos 3%", afirma Pablo Correa, analista do Santander Investment.
É muito provável que o Chile tenha sido o país latino-americano que abraçou com mais convicção a privatização de produtos e serviços públicos -- e esse foi um dos fatores que fizeram com que sua economia mostrasse vigor muito antes de outros países do continente. Mas, em meio ao que parece ser um estado de mau humor generalizado, surgem agora críticos atrasados desse modelo. A principal queixa é em relação à qualidade de certos serviços públicos privatizados. O exemplo mais forte é o Transantiago, sistema de transporte coletivo introduzido na capital em fevereiro e que logo se transformou numa enorme dor de cabeça para o governo de Bachelet. As linhas de ônibus foram assumidas por um consórcio de empresas que pioraram o que já era ruim, transformando num caos a vida dos mais de 5 milhões de habitantes da cidade. Foram colocados menos veículos do que o necessário para o atendimento, e os usuários tiveram de recorrer ao metrô, sobrecarregando o sistema. Alguns ajustes foram realizados desde a estréia do Transantiago, mas ele continua operando com defeitos.
No médio e no longo prazos, é a Previdência chilena que tem potencial de se transformar numa grande fonte de problemas. Ela sofreu uma reforma radical no início da década de 80, quando os diversos planos de pensão no país foram substituídos por um sistema em que os trabalhadores depositam mensalmente parte do salário em fundos privados de pensão. Segundo um estudo recente do Banco Mundial, por causa de problemas como o alto índice de informalidade no mercado de trabalho, cerca de 40% da população não tem feito contribuições regulares. Se esse padrão continuar, a previsão é que até 2030 apenas 45% dos trabalhadores afiliados recebam benefícios superiores à pensão mínima estatal. "Corremos o risco de ter gerações de aposentados empobrecidos", afirma Caputo, do Cetes.
Diante dessa bomba-relógio, Bachelet criou um conselho no ano passado para realizar mudanças na Previdência. Elas incluem a ampliação do sistema complementar para socorrer as pessoas que não conseguem acumular saldo mínimo em seu fundo privado de previdência. No campo das políticas de redução das desigualdades sociais, o governo investe numa reforma do sistema educacional, que pode gerar aumento de 15% do orçamento federal dedicado a essa área. Facilitando o acesso a escolas e melhorando o nível geral de ensino, Bachelet e seus auxiliares acreditam que serão criadas as condições para iniciar a redução da distância existente hoje entre os mais pobres e a elite chilena. A presidente vem se empenhando pessoalmente para a aprovação dessas reformas, que devem ser apreciadas pelo Congresso em 2008. "Não fui eleita para buscar o aplauso fácil", diz Bachelet. Seu desafio será promover um novo salto econômico e social, um trabalho dificultado quando se parte de um patamar mais elevado de desenvolvimento e com uma pressão da massa de desvalidos cada vez mais impaciente com a repartição desses dividendos -- como é o caso atual do Chile.
FONTE: Exame
Abraços,
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- RicardoVitor
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Re.: O tropeço do Chile
Ótimo, os tais modelos perfeitos sempre resultaram em totalitarismos mesmo...
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- Apo
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Re.: O tropeço do Chile
Nunca fui a Santiago. Mas só ouço elogios à cidade e às relações comerciais entre empresas que operam no cone sul. Ouço dizer que tecnologicamente estão muito à nossa frente.
Realmente, modelos muito perfeitos só são imagináveis em estados totalitários.
Realmente, modelos muito perfeitos só são imagináveis em estados totalitários.

- King In Crimson
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Re: Re.: O tropeço do Chile
RicardoVitor escreveu:Ótimo, os tais modelos perfeitos sempre resultaram em totalitarismos mesmo...
- Putaquepariu !!!! - Não entendi !!!!

- Tá querendo dizer que os superperfeitos EUA vão acabar em autoritarismo?!?!?!? - Que bebida você FUMOU Liquid !?!?!?!

Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
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Re: Re.: O tropeço do Chile
Apo escreveu:Uma pena. Eu confiava no modelo chileno dos últimos anos.
Tem coisas boas e tem problemas. Na verdade a matéria reforça isso.
Com o crescimento, e geração de riqueza, deveria também, e isso que parece estar faltando, haver mais programas sociais. Ou pelo menos um, que fosse abrangente e efetivo. Além desse que parece mais negligenciado, os outros problemas são tocados, fundamentalmente o da Previdência. A Previdência privada tem vantagens, reduziu os gastos públicos em grande medida, porém se não for acompanhada de políticas compensatórias para as classes mais baixas, e aqueles que não conseguem acumular no fundo suficiente para velhice, vão se formar um conjunto grande de idosos pobres. Logo quando eles precisam de maior cuidado. Pelo menos o sistema de saúde que é misto, vem se expandindo no público e se modernizando. Ela, Michelle Bachelet , tornou o sistema de saúde gratuito para maiores de 60 anos, o que já foi um avanço.
Acho que a avaliação da Michelle Bachelet precipitada, muita expectativa para pouco tempo de gestão. Ela já fez coisas como a já citada mudança na saúde, de grande coerência. Falta ainda a modernização do sistema de saúde, que está em curso, mas convenhamos ela não é a única engrenagem. E falta, ai sim eu vejo falta mais grave, programas que sanem as carências, distribuam mais renda, e possibilitem melhores condições e oportunidades, diminuindo a desigualdade econômica. Riqueza para isso existe, falta se montar programas, alocar recursos...
Há de fato uma instabilidade política, confusão dentro e fora do gabinete, e isso prejudica. Nem tudo são flores.
Mas se conseguir combinar geração de riqueza (que já há), com a expansão dos serviços públicos de saúde com qualidade, e diminuição da desigualdade, talvez até indique caminhos. Pq o problema da Previdência, toda pública e gastos enormes, e toda privada, com problemas sérios para os mais pobres , é uma questão relativamente em aberto.
Talvez abrir a possibilidade de escolha que uma parte dos salários fosse para o fundo de forma automática, e gerar uma Previdência pública que atende os fora desse sistema. Quem ganha bem no sistema privado conseguiria rendimentos maiores, claro, mas pelo menos os que ganham menos, e excluídos, teriam uma “safety net”, uma rede que evita que sofram carências extremas, e os ajuda. Até pq isso ajudaria a sociedade, o custo social de ter toda uma geração empobrecida, para além do significado humano, que não é necessário comentar, tem custos para o Estado. Iria aumentar, por exemplo, os custos na saúde.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196
O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
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- Apo
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Re.: O tropeço do Chile
Ah não sei. Pelo que eu sei a previdência social lá, as condições de ensino e o acesso da população à tecnolgia está anos a nossa frente.

Re: Re.: O tropeço do Chile
Apo escreveu:Ah não sei. Pelo que eu sei a previdência social lá, as condições de ensino e o acesso da população à tecnolgia está anos a nossa frente.
A Previdência tem lado bom, e lado preocupante. Assim como a nossa, só que por motivos diferentes. A deles me parece mais fácil de resolver.
Agora o problema da desigualdade não são apenas as condições de ensino. Nem a oferta de tecnologia.
Mas o acesso a serviços, e a melhoria da distribuição de renda e riqueza. E em desigualdade ,o Chile, levando em conta seu crescimento, ta maus das pernas.
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- Ateu Tímido
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Re: Re.: O tropeço do Chile
Abmael escreveu:RicardoVitor escreveu:Ótimo, os tais modelos perfeitos sempre resultaram em totalitarismos mesmo...
- Putaquepariu !!!! - Não entendi !!!!![]()
- Tá querendo dizer que os superperfeitos EUA vão acabar em autoritarismo?!?!?!? - Que bebida você FUMOU Liquid !?!?!?!
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Abraços,
Para certo tipo de gente, só a perpetuação da miséria da maioria pode garantir a prosperidade de alguns...

- Apo
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Re: Re.: O tropeço do Chile
Ateu Tímido escreveu:Abmael escreveu:RicardoVitor escreveu:Ótimo, os tais modelos perfeitos sempre resultaram em totalitarismos mesmo...
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Abraços,
Para certo tipo de gente, só a perpetuação da miséria da maioria pode garantir a prosperidade de alguns...
Só se for numa relação de dependência comercial entre países. Dentro de um mesmo país este tipo de raciocínio não tem a menor lógica.

Re: Re.: O tropeço do Chile
Ateu Tímido escreveu:Abmael escreveu:RicardoVitor escreveu:Ótimo, os tais modelos perfeitos sempre resultaram em totalitarismos mesmo...
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- Tá querendo dizer que os superperfeitos EUA vão acabar em autoritarismo?!?!?!? - Que bebida você FUMOU Liquid !?!?!?!
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Abraços,
Para certo tipo de gente, só a perpetuação da miséria da maioria pode garantir a prosperidade de alguns...
Isso é justamente o que o governo de bosta do seu lula está fazendo com o bolça-miséria, perpetuando a miséria a cambio de manter o curral eleitoral do PT.
TULIO
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- Adrianoped
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Re: Re.: O tropeço do Chile
Ateu Tímido escreveu:Abmael escreveu:RicardoVitor escreveu:Ótimo, os tais modelos perfeitos sempre resultaram em totalitarismos mesmo...
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- Tá querendo dizer que os superperfeitos EUA vão acabar em autoritarismo?!?!?!? - Que bebida você FUMOU Liquid !?!?!?!
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Abraços,
Para certo tipo de gente, só a perpetuação da miséria da maioria pode garantir a prosperidade de alguns...
Claro, pois um grande crescimento econômico vai fazer o mercado absorver os miseráveis.
O Chile é um belo exemplo dessa eficiência

Ainda bem que os programas sociais estão sendo implementados também.
Re: Re.: O tropeço do Chile
Adrianoped escreveu:Ateu Tímido escreveu:Abmael escreveu:RicardoVitor escreveu:Ótimo, os tais modelos perfeitos sempre resultaram em totalitarismos mesmo...
- Putaquepariu !!!! - Não entendi !!!!![]()
- Tá querendo dizer que os superperfeitos EUA vão acabar em autoritarismo?!?!?!? - Que bebida você FUMOU Liquid !?!?!?!
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Abraços,
Para certo tipo de gente, só a perpetuação da miséria da maioria pode garantir a prosperidade de alguns...
Claro, pois um grande crescimento econômico vai fazer o mercado absorver os miseráveis.
O Chile é um belo exemplo dessa eficiência![]()
Ainda bem que os programas sociais estão sendo implementados também.
Perfeito. Acrescento que os programas sociais devem ser ampliados, estão um pouco tímidos, tb uma novidade em uma tradição estranha a eles.
Além disso, tem que se dar mais tempo a administração. A minha torcida claro que desenvolvimento combinado com diminuição da desigualdade, seja um sucesso. Para que fortaleça esse modelo, para ser aprimorado, tanto lá, quanto cá, e em outros lugares.
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Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
- O ENCOSTO
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Se a Central Unica dos Trabalhadores do Chile resolveu protestar, é porque o modelo neoliberal adotado por lá não deu certo.
O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
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- Aranha
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O ENCOSTO escreveu:Se a Central Unica dos Trabalhadores do Chile resolveu protestar, é porque o modelo neoliberal adotado por lá não deu certo.
- Então a CUT daqui não está protestando porque está tudo às mil maravilhas no Brasil, Oba !!!!!!
Abraços,
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Ben Parker
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- O ENCOSTO
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Re: Re.: O tropeço do Chile
André escreveu:Adrianoped escreveu:Ateu Tímido escreveu:Abmael escreveu:RicardoVitor escreveu:Ótimo, os tais modelos perfeitos sempre resultaram em totalitarismos mesmo...
- Putaquepariu !!!! - Não entendi !!!!![]()
- Tá querendo dizer que os superperfeitos EUA vão acabar em autoritarismo?!?!?!? - Que bebida você FUMOU Liquid !?!?!?!
![]()
Abraços,
Para certo tipo de gente, só a perpetuação da miséria da maioria pode garantir a prosperidade de alguns...
Claro, pois um grande crescimento econômico vai fazer o mercado absorver os miseráveis.
O Chile é um belo exemplo dessa eficiência![]()
Ainda bem que os programas sociais estão sendo implementados também.
Perfeito. Acrescento que os programas sociais devem ser ampliados, estão um pouco tímidos, tb uma novidade em uma tradição estranha a eles.
Além disso, tem que se dar mais tempo a administração. A minha torcida claro que desenvolvimento combinado com diminuição da desigualdade, seja um sucesso. Para que fortaleça esse modelo, para ser aprimorado, tanto lá, quanto cá, e em outros lugares.
Mais perfeito ainda.
Um exemplo bem claro disso é a Coreia do Sul. Ou vocês acham que o Lula inventou o Fomizeria?
NÃO. O Lula copiou este programa diretamente da Coreia do Sul.
A formula é bem simples: Dando uma mesada todos os meses para os pobres, milhares de empregos são gerados na industria.
Isso ocorre devido a democratização dos meios sociais.
O ENCOSTO
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http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Abmael escreveu:O ENCOSTO escreveu:Se a Central Unica dos Trabalhadores do Chile resolveu protestar, é porque o modelo neoliberal adotado por lá não deu certo.
- Então a CUT daqui não está protestando porque está tudo às mil maravilhas no Brasil, Oba !!!!!!
Abraços,
Exatamente.
O ENCOSTO
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Abmael escreveu:O ENCOSTO escreveu:Se a Central Unica dos Trabalhadores do Chile resolveu protestar, é porque o modelo neoliberal adotado por lá não deu certo.
- Então a CUT daqui não está protestando porque está tudo às mil maravilhas no Brasil, Oba !!!!!!
Abraços,
Exatamente 2.

Quanta bobagem! Pelo menos a gente se diverte!

- Sorrelfa
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Re.: O tropeço do Chile
O problema é que no Chile as reformas neoliberais não seguiram a receita correta, se fosse feito da maneira correta estaria tudo as mil maravilhas...
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !
- Ateu Tímido
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Re: Re.: O tropeço do Chile
Jolly_Roger escreveu:O problema é que no Chile as reformas neoliberais não seguiram a receita correta, se fosse feito da maneira correta estaria tudo as mil maravilhas...
Isso funciona mais ou menos como as cirurgias espirituais: Se não dá certo, a culpa é da falta de fé do otár..., digo paciente.
- Adrianoped
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Re.: O tropeço do Chile
Vai ver o que acontece no Chile faz parte da conspiração envolvendo as esquerdas e o Banco Mundial. Esse governo está fazendo manipulação das estatísticas para justificar os programas sociais e garantir votos mais a frente.
Esses comunistas não tem jeito mesmo.
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