MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

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Adrianoped
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Adrianoped »

André escreveu:
Adrianoped escreveu:Eu sou a favor no movimento negro, e acho que essa idéia do dia do mestiço é apenas para contrariar, algo como dia do hétero para quem é contra os gays.

A desigualdade sócio-racial no país é alarmante, com os negros (partos e pretos) tendo um terço da renda dos brancos. Nas universidades eram apenas 2 a 5% de negros que tinham acesso as universidades públicas, demonstrando a discriminação na nossa sociedade.

Sou contra o mito da democracia racial, que considera que o nosso país é justo racialmente e que o problema é econômico. Vejo como um dos problemas econômicos, da pobreza, o descaso do país durante a nossa história com os negros. Assim, vou a favor de políticas de ação afirmativas, tanto para os negros como para os pobres.


1-Eu respeito a legitimidade do movimento negro, e de democraticamente defender suas causas. Mas gostaria muito de um movimento mestiço, para não se esquecer, que nem todos que são considerados pelos outros como negros se consideram. E não devem ser excluídos, alias ninguém deve ser excluído devido a raça. Esse não deve ser um critério.

Ser mestiço não é referente a cor, que é a causa do racismo no Brasil. Isso é mais baseado na idéia de que todos somos iguais, mas que na prática é diferente. O movimento negro busca mais valorizar as origens, e isso acho importante.

André escreveu:2- A desigualdade econômica é o grande problema. Assim como racismo, e preconceitos, mas para resolver ambos, políticas sociais, e educação, que valoriza o individuo, e não sua cor, ou sua religião, mas que respeita a identidade dele, e sua forma de pensar, são fundamentais.

A desigualdade econômica é o resultado. E com base nesse resultado a situação persiste continuamente. Vejo a desigualdade racial como uma das causas da pobreza e não o contrário.

André escreveu:3-Não acredito em democracia racial nenhuma, e existe racismo sim. Apenas discordo que esse seja o meio para resolver.

Como já disse anteriormente, não se pode punir pessoas pela cor de sua pele, nem beneficiar por isso. O único critério de equidade que eu entendo como justo, é o socioeconômico.

As cotas não punem ninguém. Não existem donos de vagas que depois as perdem. Apenas ocorre uma mudança nos critérios de admissão na universidade, sendo que a maioria branca é resultado das melhores condições econômicas.

André escreveu:O risco, enorme, de se incentivar, acabar com identidade mestiça, assim como, o de excluir todos os que não se identifiquem como negros, é algo já materializado em parte, por políticas universitárias. Mesmo que sejam pobres, e tenham estudado a vida toda em escola pública, apenas por não se identificar como negros, estão fora. É essa a injustiça com aqueles que não se identificam que eu não posso compactuar.

Pelo que me parece essa identidade mestiça é baseada no mito de uma democracia racial onde somos todos mestiços e o problema é apenas econômico. Mas é impressão apenas, não conheço.
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Adrianoped
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Adrianoped »

Apo escreveu:Você só lê o que quer ou lhe interessa. Isto também não facilita um debate.
Os números podem mostrar apenas um pedaço da realidade. O que as pessoas fazem com estes benefícios é o que me interessa.


Eu também tenho as minhas opiniões pessoais, mas não adianta eu ficar dando exemplos contrários aos seus. Para mim além da estatística pessoal de cada um que considero mais fácil se ser manipulada pelas idéias, é válido algo mais objetivo.

Apo escreveu:
Adrianoped escreveu:Essa idéia de mérito individual só pode ser considerada em partes. As condições para acesso a universidade pública são mais econômicos, os que podem pagar uma boa educação.

A maioria branca nas universidade é por terem mais dinheiro para financiar a educação e depois poder dizer que tem mérito pessoal.


Mentira que serve para facilitar os que não têm força de vontade.

Eu acho verdade e considero preconceito taxar outros de sem vontade. É mais uma maneira de se considerar melhor que os demais e ignorar as melhores oportunidades que teve.

Embora exista o mérito e o esforço pessoal mas no geral a disputa fica entre os mais privilegiados.

Apo escreveu:Meus colegas negros de escola pública têm mais direitos do que eu?

Não.

Apo escreveu:Por quê?

Devido a uma grande exclusão dos negros nas universidades por razões históricas que incluem o racismo e o descaso do estado.

Apo escreveu:Que preconceito é este?

Ao meu ver preconceito é achar que os brancos são maioria na universidade por mérito pessoal e desconsiderar a história e a realidade social.

Apo escreveu:Também estudei em escola pública. Isto faz de mim uma negra?

Eu costumo falar sobre questões gerais e não individuais. Sempre vão existir exemplos individuais que fogem a regra. Para mim usar exemplos significa uma manipulação estatística.
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André
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por André »

Adrianoped escreveu:
André escreveu:
Adrianoped escreveu:Eu sou a favor no movimento negro, e acho que essa idéia do dia do mestiço é apenas para contrariar, algo como dia do hétero para quem é contra os gays.

A desigualdade sócio-racial no país é alarmante, com os negros (partos e pretos) tendo um terço da renda dos brancos. Nas universidades eram apenas 2 a 5% de negros que tinham acesso as universidades públicas, demonstrando a discriminação na nossa sociedade.

Sou contra o mito da democracia racial, que considera que o nosso país é justo racialmente e que o problema é econômico. Vejo como um dos problemas econômicos, da pobreza, o descaso do país durante a nossa história com os negros. Assim, vou a favor de políticas de ação afirmativas, tanto para os negros como para os pobres.


1-Eu respeito a legitimidade do movimento negro, e de democraticamente defender suas causas. Mas gostaria muito de um movimento mestiço, para não se esquecer, que nem todos que são considerados pelos outros como negros se consideram. E não devem ser excluídos, alias ninguém deve ser excluído devido a raça. Esse não deve ser um critério.

1-Ser mestiço não é referente a cor, que é a causa do racismo no Brasil. Isso é mais baseado na idéia de que todos somos iguais, mas que na prática é diferente. O movimento negro busca mais valorizar as origens, e isso acho importante.

André escreveu:2- A desigualdade econômica é o grande problema. Assim como racismo, e preconceitos, mas para resolver ambos, políticas sociais, e educação, que valoriza o individuo, e não sua cor, ou sua religião, mas que respeita a identidade dele, e sua forma de pensar, são fundamentais.

2-A desigualdade econômica é o resultado. E com base nesse resultado a situação persiste continuamente. Vejo a desigualdade racial como uma das causas da pobreza e não o contrário.

André escreveu:3-Não acredito em democracia racial nenhuma, e existe racismo sim. Apenas discordo que esse seja o meio para resolver.

Como já disse anteriormente, não se pode punir pessoas pela cor de sua pele, nem beneficiar por isso. O único critério de equidade que eu entendo como justo, é o socioeconômico.

3-As cotas não punem ninguém. Não existem donos de vagas que depois as perdem. Apenas ocorre uma mudança nos critérios de admissão na universidade, sendo que a maioria branca é resultado das melhores condições econômicas.

André escreveu:O risco, enorme, de se incentivar, acabar com identidade mestiça, assim como, o de excluir todos os que não se identifiquem como negros, é algo já materializado em parte, por políticas universitárias. Mesmo que sejam pobres, e tenham estudado a vida toda em escola pública, apenas por não se identificar como negros, estão fora. É essa a injustiça com aqueles que não se identificam que eu não posso compactuar.

4-Pelo que me parece essa identidade mestiça é baseada no mito de uma democracia racial onde somos todos mestiços e o problema é apenas econômico. Mas é impressão apenas, não conheço.


1-Eu não me baseio na idéia que todos são iguais. Deixei isso claro. Um dos meus professores de África fala do choque quando os que buscam suas origens conhecem os reinos africanos e sua história. Como colaboraram, vários, para o tráfico de escravos, como se envolveram (E envolvem) em guerras, e escravizam, de forma diferente é verdade (pois o europeu introduziu na maioria dos casos escravidão como mercadoria).

As origens não são um mar de rosas. E no Brasil, houve miscigenação, isso não é um mito faz parte da nossa história. O mito construído, que seriamos um povo tolerante, e igualitário, esse sim é uma construção mítica, e que não procede.

2-Não nego que desigualdade racial, com ligações históricas, e de racismo institucional, e social, seja uma das causas da pobreza, de boa parte dos pobres. Não de todos, e esquecer dos que não estão nesse universo, tratando apenas como números é temerário. São pessoas, e se forem esquecidas e sem políticas que as ajudem, estaremos cometendo uma injustiça com elas, e usando um critério racial para definir quem é ajudado e quem não é.

3-Os não-negros pobres são punidos sim, não podem pagar universidades privadas, e não vão entrar nas públicas. Estão condenados pelo sistema a permanecer na pobreza. É mais do que uma punição, é uma condenação, com pouco espaço de escapatória.

4-Não é. Muitas pessoas têm de fato identidade mestiça, dizer que elas não devem ter, e/ou dizer que elas estão erradas em não se reconhecer como negras ou pardas, é querer, determinar por elas quem elas são. E já disse, se ela não se comportar como esperado, é condenada ao ostracismo acadêmico, a impossibilidade de cursar a Universidade, reduzidas suas chances de ascender a quase zero. Essas pessoas existem, e para mim se são maioria ou se são minoria é um caso menor, o que importa é que devemos respeitá-las, ajudá-las, independente de sua cor, independente de sua auto-declaração. Não somos todos iguais, nem os pobres são iguais entre si, mas a nossa solidariedade não deve medir com base na cor quem merece mais ajuda, e sim ver quem mais precisa, e a necessidade está ligada muito mais a condições econômicas.

Os fatores do racismo, devem ser combatidos fortemente, o racismo institucional, nas escolas, no mundo do trabalho, assim como demais preconceitos. Punindo criminosos, prevenindo descriminação. E não é necessário produzir uma nova injustiça, marginalizar ainda mais um grupo já excluído, para lutar por uma sociedade na qual as pessoas vêem o individuo pelo que ele é, que vai muito além de sua cor.

5-Sobre isso não vamos concordar. Apenas reforço que apesar de minha veemente discordância, como democrata, uma vez aprovado, e implementado, eu respeito as regras do jogo, e a vitória daqueles que conseguiram nos canais democráticos, obter maioria. Assim como respeito indivíduos das diferentes posições, e qualquer posição, advinda do sincero exame dos princípios, das evidencias, é respeitável. Sendo o ataque a pessoa, algo tão comum nesses debates, é algo tão deplorável. E ainda bem ausente no nosso debate.

E na democracia devemos aprender a discordar, a levar o dissenso, como algo que integra nossas relações, faz parte da disputa, e enriquece o diálogo.

P.S. A partir daqui nessa questão provavelmente iria me tornar repetitivo, por isso vou procurar, me ater a dizer que já compreendo as razões das outras posições, apenas acho mais fracas perante as minhas. Como imagino o mesmo ocorre nos outros.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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André
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por André »

Adrianoped escreveu:
André escreveu:
Adrianoped escreveu:Eu sou a favor no movimento negro, e acho que essa idéia do dia do mestiço é apenas para contrariar, algo como dia do hétero para quem é contra os gays.

A desigualdade sócio-racial no país é alarmante, com os negros (partos e pretos) tendo um terço da renda dos brancos. Nas universidades eram apenas 2 a 5% de negros que tinham acesso as universidades públicas, demonstrando a discriminação na nossa sociedade.

Sou contra o mito da democracia racial, que considera que o nosso país é justo racialmente e que o problema é econômico. Vejo como um dos problemas econômicos, da pobreza, o descaso do país durante a nossa história com os negros. Assim, vou a favor de políticas de ação afirmativas, tanto para os negros como para os pobres.


1-Eu respeito a legitimidade do movimento negro, e de democraticamente defender suas causas. Mas gostaria muito de um movimento mestiço, para não se esquecer, que nem todos que são considerados pelos outros como negros se consideram. E não devem ser excluídos, alias ninguém deve ser excluído devido a raça. Esse não deve ser um critério.

1-Ser mestiço não é referente a cor, que é a causa do racismo no Brasil. Isso é mais baseado na idéia de que todos somos iguais, mas que na prática é diferente. O movimento negro busca mais valorizar as origens, e isso acho importante.

André escreveu:2- A desigualdade econômica é o grande problema. Assim como racismo, e preconceitos, mas para resolver ambos, políticas sociais, e educação, que valoriza o individuo, e não sua cor, ou sua religião, mas que respeita a identidade dele, e sua forma de pensar, são fundamentais.

2-A desigualdade econômica é o resultado. E com base nesse resultado a situação persiste continuamente. Vejo a desigualdade racial como uma das causas da pobreza e não o contrário.

André escreveu:3-Não acredito em democracia racial nenhuma, e existe racismo sim. Apenas discordo que esse seja o meio para resolver.

Como já disse anteriormente, não se pode punir pessoas pela cor de sua pele, nem beneficiar por isso. O único critério de equidade que eu entendo como justo, é o socioeconômico.

3-As cotas não punem ninguém. Não existem donos de vagas que depois as perdem. Apenas ocorre uma mudança nos critérios de admissão na universidade, sendo que a maioria branca é resultado das melhores condições econômicas.

André escreveu:O risco, enorme, de se incentivar, acabar com identidade mestiça, assim como, o de excluir todos os que não se identifiquem como negros, é algo já materializado em parte, por políticas universitárias. Mesmo que sejam pobres, e tenham estudado a vida toda em escola pública, apenas por não se identificar como negros, estão fora. É essa a injustiça com aqueles que não se identificam que eu não posso compactuar.

4-Pelo que me parece essa identidade mestiça é baseada no mito de uma democracia racial onde somos todos mestiços e o problema é apenas econômico. Mas é impressão apenas, não conheço.


1-Eu não me baseio na idéia que todos são iguais. Deixei isso claro. Um dos meus professores de África fala do choque quando os que buscam suas origens conhecem os reinos africanos e sua história. Como colaboraram, vários, para o tráfico de escravos, como se envolveram (E envolvem) em guerras, e escravizam, de forma diferente é verdade (pois o europeu introduziu na maioria dos casos escravidão como mercadoria).

As origens não são um mar de rosas. E no Brasil, houve miscigenação, isso não é um mito faz parte da nossa história. O mito construído, que seriamos um povo tolerante, e igualitário, esse sim é uma construção mítica, e que não procede.

2-Não nego que desigualdade racial, com ligações históricas, e de racismo institucional, e social, seja uma das causas da pobreza, de boa parte dos pobres. Não de todos, e esquecer dos que não estão nesse universo, tratando apenas como números é temerário. São pessoas, e se forem esquecidas e sem políticas que as ajudem, estaremos cometendo uma injustiça com elas, e usando um critério racial para definir quem é ajudado e quem não é.

3-Os não-negros pobres são punidos sim, não podem pagar universidades privadas, e não vão entrar nas públicas. Estão condenados pelo sistema a permanecer na pobreza. É mais do que uma punição, é uma condenação, com pouco espaço de escapatória.

4-Não é. Muitas pessoas têm de fato identidade mestiça, dizer que elas não devem ter, e/ou dizer que elas estão erradas em não se reconhecer como negras ou pardas, é querer, determinar por elas quem elas são. E já disse, se ela não se comportar como esperado, é condenada ao ostracismo acadêmico, a impossibilidade de cursar a Universidade, reduzidas suas chances de ascender a quase zero. Essas pessoas existem, e para mim se são maioria ou se são minoria é um caso menor, o que importa é que devemos respeitá-las, ajudá-las, independente de sua cor, independente de sua auto-declaração. Não somos todos iguais, nem os pobres são iguais entre si, mas a nossa solidariedade não deve medir com base na cor quem merece mais ajuda, e sim ver quem mais precisa, e a necessidade está ligada muito mais a condições econômicas.

Os fatores do racismo, devem ser combatidos fortemente, o racismo institucional, nas escolas, no mundo do trabalho, assim como demais preconceitos. Punindo criminosos, prevenindo descriminação. E não é necessário produzir uma nova injustiça, marginalizar ainda mais um grupo já excluído, para lutar por uma sociedade na qual as pessoas vêem o individuo pelo que ele é, que vai muito além de sua cor.

5-Sobre isso não vamos concordar. Apenas reforço que apesar de minha veemente discordância, como democrata, uma vez aprovado, e implementado, eu respeito as regras do jogo, e a vitória daqueles que conseguiram nos canais democráticos, obter maioria. Assim como respeito indivíduos das diferentes posições, e qualquer posição, advinda do sincero exame dos princípios, das evidencias, é respeitável. Sendo o ataque a pessoa, algo tão comum nesses debates, é algo tão deplorável. E ainda bem ausente no nosso debate.

E na democracia devemos aprender a discordar, a levar o dissenso, como algo que integra nossas relações, faz parte da disputa, e enriquece o diálogo.

P.S. A partir daqui nessa questão provavelmente iria me tornar repetitivo, por isso vou procurar, me ater a dizer que já compreendo as razões das outras posições, apenas acho mais fracas perante as minhas. Como imagino o mesmo ocorre nos outros.
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Lúcifer
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Lúcifer »

Adriano, eu entendo o seu ponto de vista e o respeito, mas não concordo.
Desde que o mundo é mundo, o homem usa de outro para se beneficiar de alguma maneira.
Todos os povos da antiquidade, um dia ou outro, teve escravos.

Agora, em relação às cotas, devo concordar com a Apo pelo seguinte: Eu acredito que o aluno melhor preparado tem todo o direito de entrar em uma faculdade, sim.
Isso de a pessoa ser pobre e não ter tido a chance de estudar em uma boa escola também é relativo.
Tem alunos que estudam em "bons" colégios e são péssimos alunos e colégios não tão "bons" assim que o aluno se sobressai. E por que? Por causa dos professores? Dos métodos de ensino? Não. É tudo por força de vontade do aluno. Se ele quiser se sobressair, vai estudar e muito dentro e fora da escola. Somente assim é que são forjados os grandes vencedores.
Agora, um aluno que tem preguiça de pegar um livro para ler, quer uma vaga na manha? Vai se lascar! Tem que ser reprovado mesmo.

Um exemplo de qualificação que se enquadra no que a Apo disse: Eu tenho uma amiga que é super inteligente e muito carisma. Na época, (ano passado) ela estava com 17 anos e foi acompanhar a amiga dela para uma entrevista. Sabe qual foi o resultado? A minha amiga, que só estava acompanhando, pegou a vaga. A amiga dela não. Mesmo a empresa não podendo empregar ela por ser menor de idade, deram um jeito e ela entrou até fazer 18 anos, quando foi efetivada. Mas até lá, ela demonstrou a sua capacidade e responsabilidade.

Adriano, quando alguém quer alguma coisa, deve-se lutar por ela e não ficar esperando cotas cair do céu. Eu, se fosse empressário, também só contrataria quem se enquadrasse melhor em minha empresa, fora a responsabilidade e vontade de crescer. Isso é uma coisa que vem de dentro e não por leis estúpidas que aumentam mais ainda o preconceito e o racismo como uma coisa só.
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Adrianoped
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Adrianoped »

Eu sou totalmente contra essa idéia de que existe a valorização real do mérito individual. Exemplos sobre como isso funciona é o que não faltam na nossa sociedade mas sou totalmente cético quanto a isso. Sei que existem pessoas que tem um perfil de comunicação e de relacionamento social valorizados pelo mercado, assim como tem pessoas com perfil empreendedor. Mas isso não quer dizer que é a regra e a minha impressão é que seja a excessão.

E sobre as cotas gerarem racismo e preconceito não considero isso como válido, pois o máximo que alguém deveria pensar das cotas é que foi uma decisão errada tomada pelo governo.

Considero que tenha as injustiças que ocorram, mas isso num percentual baixo, e que não prejudica o alcance dos objetivos de democratizar racialmente a universidade. Mas isso por eu pensar que muitos negros não tem acesso devido a desigualdade econômica apontada pelas pesquisas.

Isso de quem passa tem mérito e quem não passa é porque não tem vontade, é preguiçoso etc, não vejo como possível. Embora tenha esses fatores individuais, e que seram filtrados pelo vestibular pois este continua, para mim a desigualdade entre negros e brancos na universidade não vem desse fator.
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André
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por André »

Adrianoped escreveu:Eu sou totalmente contra essa idéia de que existe a valorização real do mérito individual. Exemplos sobre como isso funciona é o que não faltam na nossa sociedade mas sou totalmente cético quanto a isso. Sei que existem pessoas que tem um perfil de comunicação e de relacionamento social valorizados pelo mercado, assim como tem pessoas com perfil empreendedor. Mas isso não quer dizer que é a regra e a minha impressão é que seja a excessão.

E sobre as cotas gerarem racismo e preconceito não considero isso como válido, pois o máximo que alguém deveria pensar das cotas é que foi uma decisão errada tomada pelo governo.

Considero que tenha as injustiças que ocorram, mas isso num percentual baixo, e que não prejudica o alcance dos objetivos de democratizar racialmente a universidade. Mas isso por eu pensar que muitos negros não tem acesso devido a desigualdade econômica apontada pelas pesquisas.

Isso de quem passa tem mérito e quem não passa é porque não tem vontade, é preguiçoso etc, não vejo como possível. Embora tenha esses fatores individuais, e que seram filtrados pelo vestibular pois este continua, para mim a desigualdade entre negros e brancos na universidade não vem desse fator.


Para mim tb. O fator predominante é econômico. Mas tenho uma pergunta e numa boa gostaria que vc tentasse responder.

Vou explicar primeiro de quem eu estou falando. Existem não-negros pobres. Brancos, amarelos, e indígenas, estou usando o critério do IBGE e mesmo que algumas Universidades excluam o pardo eu to juntando, como a maioria das universidades faz, pardos e negros como afro descendentes, nem que parcialmente. Vamos chamar esses brancos, amarelos e indígenas de não-negros. São todos os não-negros pobres, existem até aqui em Salvador. Imagine no Sul do país os números deles devem ser maiores.

Pois bem, eles, com as cotas,em diversas universidades a situação é a seguinte. Não podem ir para as privadas, são pobres não tem como pagar. E nas públicas, metade (na maioria dos casos isso ou perto disso) das vagas eles não podem disputar por serem não-negros, e a outra metade disputada pelos melhores alunos das particulares a desigualdade é ainda mais acentuada. Fazendo da possibilidade deles ingressarem a universidade, qualquer uma, praticamente zero.

As perguntas. E os não-negros pobres? Podemos aceitar que o ciclo intergeracional de pobreza e miséria se perpetue neles? E não fornecer praticamente nenhuma chance a eles? Isso é aceitável?
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

Democratizar racialmente através da fraude legitimada. Vamos furar a fila! Viva!

Agora os brancos que estudam têm que ceder espaço aos negros que não estudam. Por que não abrimos espaço aos brancos que não estudam também? E aos gordos? E aos índios? E aos gays? Entar todo mundo e quem se mata estudando ( negro, branco, índio, gordo e gay) que seja socialdemocrata e ceda a vez.

:emoticon6:
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

Pobre Brasil...até quando? O atraso vem de carroça. E a parelha de bois está cansada.
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

Não existe mais a desculpa de não poder pagar faculdade particular. Voltou o crédito educativo. Um ex namorado meu era pobre, arrimo de família e muito, muito bom aluno. Estudou em escola pública de periferia. Trabalhava e estudada com gosto desde os 14 anos, sem pai em casa ( o pai era um tenente do exército maluco, que batia na mulher e nos filhos, bebia e vivia tentando suicídio. Morreu de cirrose e deixou a mulher com 6 filhos pequenos).

Fez toda a faculdade com crédito educativo. Depois foi pagando aos poucos. Isto no governo do Figueiredo.

Hoje é um profissional de sucesso. Tem no currículo gerências e diretorias de marketing de empresas como Philips e Azaléia. Nunca vi ele se queixando de nada.

Eu jamais teria ficado tanto tempo com ele se fosse diferente. Não odeio pobres. Odeio perdedores.
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André
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por André »

Apo escreveu:Não existe mais a desculpa de não poder pagar faculdade particular. Voltou o crédito educativo. Um ex namorado meu era pobre, arrimo de família e muito, muito bom aluno. Estudou em escola pública de periferia. Trabalhava e estudada com gosto desde os 14 anos, sem pai em casa ( o pai era um tenente do exército maluco, que batia na mulher e nos filhos, bebia e vivia tentando suicídio. Morreu de cirrose e deixou a mulher com 6 filhos pequenos).

Fez toda a faculdade com crédito educativo. Depois foi pagando aos poucos. Isto no governo do Figueiredo.

Hoje é um profissional de sucesso. Tem no currículo gerências e diretorias de marketing de empresas como Philips e Azaléia. Nunca vi ele se queixando de nada.

Eu jamais teria ficado tanto tempo com ele se fosse diferente. Não odeio pobres. Odeio perdedores.


Concordo com credito educativo, lógico, mas ele voltou apenas recentemente, e ainda não é uma realidade para todos.

Sendo que pensar que todos os pobres que não ascendem socialmente são perdedores é um mega equivoco. Não se pode tirar de uma exceção como seu ex, e fazer isso a regra. É equivalente pegar jogador de futebol de primeira linha, ou musico de sucesso, e dizer que o sucesso está ao alcance de todos. As pessoas são diferentes, lembra? Uns tem mais potencias que outros. Se nem a chance é garantida, muitas potencias se perdem, e ficamos sem saber o quão longe poderiam ter ido.

Cotas não é o ideal, e com critérios raciais é ainda pior, com critérios socioeconômicos iria ajudar os “melhores”(no que se refere a prova do vestibular) entre os pobres, a ascender. Acredito que uma política inclusiva interessante devido a brutal desigualdade de condições. Mas nem de longe suficiente, ou solução.
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

Engraçado que aqui só valem as estatístiscas que mostram melhorias advindas do governo Lula, e estatísticas que mostram como as minorias sofrem. Um paradoxo. Casos reais aos montes, tanto para um lado quanto para o outro não valem, é tudo exceção.

Acreditem no que quiserem.

Se a questão é potencial e as pessoas são diferentes - sim as pessoas são diferentes e o mundo é feito de oportunidades para todos, mas o mérito e a capacidade é o que decidem o desenvolvimento ou o fim de uma civilização- então não adianta vir com pé de cabra na porta alheia que não vai entrar todo mundo. Esta é a realidade. É com ela que devemos lidar: com as diferenças. Impossível todo mundo ser igualzinho e ter as mesmas coisinhas. Só falta quererem que a gente use uniforme e máscara.
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

Lúcifer escreveu:Adriano, eu entendo o seu ponto de vista e o respeito, mas não concordo.
Desde que o mundo é mundo, o homem usa de outro para se beneficiar de alguma maneira.
Todos os povos da antiquidade, um dia ou outro, teve escravos.

Agora, em relação às cotas, devo concordar com a Apo pelo seguinte: Eu acredito que o aluno melhor preparado tem todo o direito de entrar em uma faculdade, sim.
Isso de a pessoa ser pobre e não ter tido a chance de estudar em uma boa escola também é relativo.
Tem alunos que estudam em "bons" colégios e são péssimos alunos e colégios não tão "bons" assim que o aluno se sobressai. E por que? Por causa dos professores? Dos métodos de ensino? Não. É tudo por força de vontade do aluno. Se ele quiser se sobressair, vai estudar e muito dentro e fora da escola. Somente assim é que são forjados os grandes vencedores.
Agora, um aluno que tem preguiça de pegar um livro para ler, quer uma vaga na manha? Vai se lascar! Tem que ser reprovado mesmo.

Um exemplo de qualificação que se enquadra no que a Apo disse: Eu tenho uma amiga que é super inteligente e muito carisma. Na época, (ano passado) ela estava com 17 anos e foi acompanhar a amiga dela para uma entrevista. Sabe qual foi o resultado? A minha amiga, que só estava acompanhando, pegou a vaga. A amiga dela não. Mesmo a empresa não podendo empregar ela por ser menor de idade, deram um jeito e ela entrou até fazer 18 anos, quando foi efetivada. Mas até lá, ela demonstrou a sua capacidade e responsabilidade.

Adriano, quando alguém quer alguma coisa, deve-se lutar por ela e não ficar esperando cotas cair do céu. Eu, se fosse empressário, também só contrataria quem se enquadrasse melhor em minha empresa, fora a responsabilidade e vontade de crescer. Isso é uma coisa que vem de dentro e não por leis estúpidas que aumentam mais ainda o preconceito e o racismo como uma coisa só.


A ideologia parece ser mais forte do que exemplos vívidos. Alguns se apegam a estatísticas e só. Uma pena.
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André
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por André »

Apo escreveu:Engraçado que aqui só valem as estatístiscas que mostram melhorias advindas do governo Lula, e estatísticas que mostram como as minorias sofrem. Um paradoxo. Casos reais aos montes, tanto para um lado quanto para o outro não valem, é tudo exceção.

Acreditem no que quiserem.

Se a questão é potencial e as pessoas são diferentes - sim as pessoas são diferentes e o mundo é feito de oportunidades para todos, mas o mérito e a capacidade é o que decidem o desenvolvimento ou o fim de uma civilização- então não adianta vir com pé de cabra na porta alheia que não vai entrar todo mundo. Esta é a realidade. É com ela que devemos lidar: com as diferenças. Impossível todo mundo ser igualzinho e ter as mesmas coisinhas. Só falta quererem que a gente use uniforme e máscara.


Não pode estar direcionado a mim. O que eu defendi, e já esclareci, é igualdade relativa não total. Que significa justamente fornecer a oportunidade, e garantir o básico. Sem isso, não da pra saber se a pessoa tinha mérito, capacidade. Grandes gênios, de contribuições inestimáveis, podem e tudo me leva a crer, foram perdidos em diversas gerações, pois não tiveram o básico para se desenvolver. Assim como competentes, medianos...

Para saber o qual longe a pessoa pode ir direitos sociais têm que ser garantidos. E quem defende isso não são comunistas, nem a esquerda autoritária e ortodoxa, e sim liberais que defendem democracia igualitária como Hannah Arendt , assim como socialistas democráticos como Hobsbawn.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

André escreveu:
Apo escreveu:Engraçado que aqui só valem as estatístiscas que mostram melhorias advindas do governo Lula, e estatísticas que mostram como as minorias sofrem. Um paradoxo. Casos reais aos montes, tanto para um lado quanto para o outro não valem, é tudo exceção.

Acreditem no que quiserem.

Se a questão é potencial e as pessoas são diferentes - sim as pessoas são diferentes e o mundo é feito de oportunidades para todos, mas o mérito e a capacidade é o que decidem o desenvolvimento ou o fim de uma civilização- então não adianta vir com pé de cabra na porta alheia que não vai entrar todo mundo. Esta é a realidade. É com ela que devemos lidar: com as diferenças. Impossível todo mundo ser igualzinho e ter as mesmas coisinhas. Só falta quererem que a gente use uniforme e máscara.


Não pode estar direcionado a mim. O que eu defendi, e já esclareci, é igualdade relativa não total. Que significa justamente fornecer a oportunidade, e garantir o básico. Sem isso, não da pra saber se a pessoa tinha mérito, capacidade. Grandes gênios, de contribuições inestimáveis, podem e tudo me leva a crer, foram perdidos em diversas gerações, pois não tiveram o básico para se desenvolver. Assim como competentes, medianos...

Para saber o qual longe a pessoa pode ir direitos sociais têm que ser garantidos. E quem defende isso não são comunistas, nem a esquerda autoritária e ortodoxa, e sim liberais que defendem democracia igualitária como Hannah Arendt , assim como socialistas democráticos como Hobsbawn.


Claro que não. Falo de uma forma geral, juntando uma e outra coisa. Se fosse direcionado a ti eu falaria diretamente.
Livre pensar ( e expressar ) é só pensar...

E quanto a defender direitos sociais iguais, eu defendo também. Direitos temos. Não são exatamente iguais para todos ( isto é utopia), mas temos que fazer a nossa parte. Uma delas é não aceitar barganha de político mentiroso e corrupto. Muito menos favorecimentos de que tipo for.
Se não me impedirem ( e o Estado impede muita coisa para muitos porque é imcompetente e ardiloso ) eu chegarei onde quero e ninguém me segura.

Por isto prefiro a iniciativa privada. Não andou na linha, ponho na justiça, troco de marca, faço propaganda negativa e faço valer meus direitos. Já com o Estado....
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

Alguns gostam de estatísticas e eu de fatos.

Vão 2:

- Comprei na sexta à noite um frigobar para a minha cobertura pois ia dar uma festinha no domingo.
Fui na loja e deixei claro com a vendedora que não ia comprar na internet( onde as condições eram melhores ) pois precisava de entrega imediata ( no sábado durante o dia ). Ela foi muito cortês e disse que sem sombra de dúvidas o frigobar seria entregue na minha casa. Mas eu precisaria ficar esperando, pois a entrega não tinha hora...a menos que eu pagasse 36 reais e escolhesse o turno.
Não topei. Preferi ficar em casa. O dia passou e enão consegui sair para fazer nada. Às 5 e meia da tarde, resolvi ligar para a loja e um colega dela me disse que no pedido estava entrega para segunda feira ( sei lá por quê). Chamei a moça e ela me encheu de desculpas esfarrapadas. Descasquei a moça com cortesia e disse a ela que mesmo ela tendo errado, eu exigia o frigobar na minha casa ainda no sábado ( eram já quase 6 horas e as entregas do caminhão encerravam às 6).
Ela tentou de todas as formas me dissuadir da idéia e eu disse que ela desse um jeito ou eu iria até a loja com a imprensa e moveria ainda um processo contra a loja ( uma grande rede nacional).
Foi uma briga de 2 horas. Mas fiz o gerente dela saber o que ela tinha feito, fiz ela sair da loja, conseguir 2 pessoas e um carro da empresa , ir até o depósito fora da cidade, achar a minha encomenda ( era o último frigobar no estoque ) e trazer na minha casa. E assim foi feito.


Muda de ambiente....


Noite em Congonhas, domingo. Dia de F1. Muitas pessoas do Brasil todo precisando retornar a seus lares.
Na pista do aeroporto ( o fatídico ) vários aviões esperando a sua vez de partir.
Dentro de um deles, um gerente de uma agência do HSBC voltando para Porto Alegre ( quem me narrou o episódio).
Avião acelerado e taxiando...o piloto suspende a aceleração e avisa os passageiros que a decolagem será atrasada em meia hora. Motivo: uma vistoria militar na pista.

As pessoas a bordo assutaram-se. O que estaria aocntecendo?

Uma equipe do Exército entra em cena e vistoria a pista de decolagem.

Pára todo o aeroporto.
Na cabeceira da pista, surge uma aeronave. Passou na frente de todos. Isto depois de ter a pista farejada especialmente para ela.

Quem era ? Lula em sua espaçonave. O dileto tem tratamento especial. Ele só decola se a pista estiver em condições 100% seguras. O resto dos cidadãos que se exploda.
E claro, ele dá o exemplo e fura a fila. Reclamar prá quem? Deixa o homem trabalhar!

:emoticon6: :emoticon6: :emoticon6:
Editado pela última vez por Apo em 23 Out 2007, 01:48, em um total de 3 vezes.
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André
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

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Apo escreveu:
André escreveu:
Apo escreveu:Engraçado que aqui só valem as estatístiscas que mostram melhorias advindas do governo Lula, e estatísticas que mostram como as minorias sofrem. Um paradoxo. Casos reais aos montes, tanto para um lado quanto para o outro não valem, é tudo exceção.

Acreditem no que quiserem.

Se a questão é potencial e as pessoas são diferentes - sim as pessoas são diferentes e o mundo é feito de oportunidades para todos, mas o mérito e a capacidade é o que decidem o desenvolvimento ou o fim de uma civilização- então não adianta vir com pé de cabra na porta alheia que não vai entrar todo mundo. Esta é a realidade. É com ela que devemos lidar: com as diferenças. Impossível todo mundo ser igualzinho e ter as mesmas coisinhas. Só falta quererem que a gente use uniforme e máscara.


Não pode estar direcionado a mim. O que eu defendi, e já esclareci, é igualdade relativa não total. Que significa justamente fornecer a oportunidade, e garantir o básico. Sem isso, não da pra saber se a pessoa tinha mérito, capacidade. Grandes gênios, de contribuições inestimáveis, podem e tudo me leva a crer, foram perdidos em diversas gerações, pois não tiveram o básico para se desenvolver. Assim como competentes, medianos...

Para saber o qual longe a pessoa pode ir direitos sociais têm que ser garantidos. E quem defende isso não são comunistas, nem a esquerda autoritária e ortodoxa, e sim liberais que defendem democracia igualitária como Hannah Arendt , assim como socialistas democráticos como Hobsbawn.


Claro que não. Falo de uma forma geral, juntando uma e outra coisa. Se fosse direcionado a ti eu falaria diretamente.
Livre pensar ( e expressar ) é só pensar...

E quanto a defender direitos sociais iguais, eu defendo também. Direitos temos. Não são exatamente iguais para todos ( isto é utopia), mas temos que fazer a nossa parte. Uma delas é não aceitar barganha de político mentiroso e corrupto. Muito menos favorecimentos de que tipo for.
Se não me impedirem ( e o Estado impede muita coisa para muitos porque é imcompetente e ardiloso ) eu chegarei onde quero e ninguém me segura.

Por isto prefiro a iniciativa privada. Não andou na linha, ponho na justiça, troco de marca, faço propaganda negativa e faço valer meus direitos. Já com o Estado....


Entendi e ok.

Sobre os direitos sociais a garantia seria igual, ou perto disso, por exemplo, em termos de qualidade de educação (Que tem que subir muito). O que a pessoa faz com a educação depende dela. Explico, se educação, serviços de saúde, for ampliada e garantida, todos podem usufruir igualmente a pública. Mas lógico que não estou falando de garantir renda igual, nem riqueza, isso cada um conquista a sua maneira. No máximo medidas de distribuição de renda mínima, essa sim comum, mas aos pobres, não para eles se acomodarem, mas para ajudar a eles não precisarem em breve. Programas com caráter temporal, tendo como objetivo que as pessoas beneficiadas possam depois pagar a ajuda que receberam. Como o credito universitário, aplicado em diferentes sentidos.

Uma pessoa que ascende socialmente, acaba pagando em impostos, e pela sua produção, o investimento que o Estado fez nela. Desde que tal investimento seja bem feito, e ela aproveite. Para isso funcionar eu confio muito na diminuição dos intermediários, na democratização dos espaços e do exercício do poder, de forma descentralizada e aberta. Se for centralizada, e estiver na figura do político, ele, qualquer partido que for, vai usar em beneficio próprio, como moeda de troca, vai se apropriar do público e usar em beneficio próprio, e privilegiando a quem ele interessa.

O público deveria ser tão bom que eu não deveria precisar pagar plano de saúde, ou minha família ter pago escola privada, deveria ser uma escolha. Que acaba não acontecendo devido a qualidade.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

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http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

André escreveu:
Apo escreveu:
André escreveu:
Apo escreveu:Engraçado que aqui só valem as estatístiscas que mostram melhorias advindas do governo Lula, e estatísticas que mostram como as minorias sofrem. Um paradoxo. Casos reais aos montes, tanto para um lado quanto para o outro não valem, é tudo exceção.

Acreditem no que quiserem.

Se a questão é potencial e as pessoas são diferentes - sim as pessoas são diferentes e o mundo é feito de oportunidades para todos, mas o mérito e a capacidade é o que decidem o desenvolvimento ou o fim de uma civilização- então não adianta vir com pé de cabra na porta alheia que não vai entrar todo mundo. Esta é a realidade. É com ela que devemos lidar: com as diferenças. Impossível todo mundo ser igualzinho e ter as mesmas coisinhas. Só falta quererem que a gente use uniforme e máscara.


Não pode estar direcionado a mim. O que eu defendi, e já esclareci, é igualdade relativa não total. Que significa justamente fornecer a oportunidade, e garantir o básico. Sem isso, não da pra saber se a pessoa tinha mérito, capacidade. Grandes gênios, de contribuições inestimáveis, podem e tudo me leva a crer, foram perdidos em diversas gerações, pois não tiveram o básico para se desenvolver. Assim como competentes, medianos...

Para saber o qual longe a pessoa pode ir direitos sociais têm que ser garantidos. E quem defende isso não são comunistas, nem a esquerda autoritária e ortodoxa, e sim liberais que defendem democracia igualitária como Hannah Arendt , assim como socialistas democráticos como Hobsbawn.


Claro que não. Falo de uma forma geral, juntando uma e outra coisa. Se fosse direcionado a ti eu falaria diretamente.
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E quanto a defender direitos sociais iguais, eu defendo também. Direitos temos. Não são exatamente iguais para todos ( isto é utopia), mas temos que fazer a nossa parte. Uma delas é não aceitar barganha de político mentiroso e corrupto. Muito menos favorecimentos de que tipo for.
Se não me impedirem ( e o Estado impede muita coisa para muitos porque é imcompetente e ardiloso ) eu chegarei onde quero e ninguém me segura.

Por isto prefiro a iniciativa privada. Não andou na linha, ponho na justiça, troco de marca, faço propaganda negativa e faço valer meus direitos. Já com o Estado....


Entendi e ok.

Sobre os direitos sociais a garantia seria igual, ou perto disso, por exemplo, em termos de qualidade de educação (Que tem que subir muito). O que a pessoa faz com a educação depende dela. Explico, se educação, serviços de saúde, for ampliada e garantida, todos podem usufruir igualmente a pública. Mas lógico que não estou falando de garantir renda igual, nem riqueza, isso cada um conquista a sua maneira. No máximo medidas de distribuição de renda mínima, essa sim comum, mas aos pobres, não para eles se acomodarem, mas para ajudar a eles não precisarem em breve. Programas com caráter temporal, tendo como objetivo que as pessoas beneficiadas possam depois pagar a ajuda que receberam. Como o credito universitário, aplicado em diferentes sentidos.

Uma pessoa que ascende socialmente, acaba pagando em impostos, e pela sua produção, o investimento que o Estado fez nela. Desde que tal investimento seja bem feito, e ela aproveite. Para isso funcionar eu confio muito na diminuição dos intermediários, na democratização dos espaços e do exercício do poder, de forma descentralizada e aberta. Se for centralizada, e estiver na figura do político, ele, qualquer partido que for, vai usar em beneficio próprio, como moeda de troca, vai se apropriar do público e usar em beneficio próprio, e privilegiando a quem ele interessa.

O público deveria ser tão bom que eu não deveria precisar pagar plano de saúde, ou minha família ter pago escola privada, deveria ser uma escolha. Que acaba não acontecendo devido a qualidade.



Sim, sim e sim. Mas é uma pena...os pobres não querem isto. Eles querem os filhos porque Deus manda, querem dar o dízimo porque o pastor manda, querem furar a fila e jogar lixo pela janela. Porque já que sofrem tanto, algum prazer têm que ter.

Mais fatos:

Inauguração de praça num novo bairro de classe média alta em Porto Alegre. Bairro este que é um enorme terreno adquirido pela iniciativa privada para incorporação de lotes a serem explorados imobiliarimamente ( prédios bons com infra completa em condomínios fechados ). Cercando os prédios ( cerca de 30 prédios talvez...), uma extensa área verde, toda urbanizada, com praças, parques, flores, árvores centenárias mantidas, jardins com espécimes exóticas, telefones públicos, bancos, quadras poliesportivas, lagos e tudo mais. A prefeitura tá fora desta.

Semana da inauguração. Parques lotados. Públicos.Mantidos pela iniciativa privada. Todo mundo pode circular.

Numa das quadras , uma turminha de crianças está prestes a terminar uma partida de futebol, enquanto outra aguarda com pais e mães conversando e dizendo aos filhos que na placa ao lado da quadra está escrito: aguarde a sua vez. E eles , ansiosos, aguardaram por 50 minutos os outros terminarem o jogo.

Faltando 2 minutos para o término, os meninos aquecendo, chega uma turma das redondezas ( um condomínio de classe D ali perto ). Encostam no portãozinho de entrada e olham com cara de ameaça para os meninos que estão aguardando a vez.
Os outros terminam o jogo e vão saindo.
Os que aguardam começam a se mexer para adentrar a quadra.
Os invasores empurram como animais alguns meninos e invadem a quadra.
Os pais e os meninos, chocados, reclamam e tentam negociar, explicando que todos podem jogar, mas precisam esperar a vez, mostram a placa de aviso e explicam que os outros esperaram blablabla.

Os invasores mal-educados não querem saber. Gritam e dizem que não vão esperar droga nenhuma, vão jogar e pronto!
As mães e pais, com medo (!!!!!), precisam convencer seus filhos que a educação não vale quase nada aqui nesta selva. Os valores aqui são outros. E eles precisam ceder o lugar para os coitados dos pobrezinhos.

A praça é pública, mantida pela iniciativa privada. Mas quem pode usar é quem? Quem tem força. Quem tem força? Os ricos?
Sei...
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

Gostaram do Lula furando a fila em Congonhas? Belo exemplo...
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Apo »

André,

Mais fatos:

A escola pública em que estudei durante os últimos 6 anos escolares e que era novinha quando fui para lá está destruída pelos alunos. Pichada, portas quebradas e classes riscadas. Os banheiros estão como numa guerra. Quem riscou e pichou? Os ricos? Não. Os próprios alunos. Isto tudo em menos de 30 anos.

Veja agora as escolas particulares centenárias aqui. Veja se estão pichadas. Se alguém destrói ( e sempre têm os mal educados ), paga a conta. O patrimônio é deles. Não apenas enquanto estão lá. Talvez seja onde onde os filhos e netos estudarão no futuro.
Esta mentalidade não existe nas escolas públicas. Por quê? Alguém é cobrado e pega pelo estrago que faz? E por que faz?
O mesmo vale para os shoppings. Os de classe alta têm banheiros conservados ( banheiro é lugar onde a educação ou a falta dela aparecem). Os mais populares não há centímetro sem um palavrão nas portas dos reservados. Por que estragam?
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por André »

Apo escreveu:André,

Mais fatos:

A escola pública em que estudei durante os últimos 6 anos escolares e que era novinha quando fui para lá está destruída pelos alunos. Pichada, portas quebradas e classes riscadas. Os banheiros estão como numa guerra. Quem riscou e pichou? Os ricos? Não. Os próprios alunos. Isto tudo em menos de 30 anos.

Veja agora as escolas particulares centenárias aqui. Veja se estão pichadas. Se alguém destrói ( e sempre têm os mal educados ), paga a conta. O patrimônio é deles. Não apenas enquanto estão lá. Talvez seja onde onde os filhos e netos estudarão no futuro.
Esta mentalidade não existe nas escolas públicas. Por quê? Alguém é cobrado e pega pelo estrago que faz? E por que faz?
O mesmo vale para os shoppings. Os de classe alta têm banheiros conservados ( banheiro é lugar onde a educação ou a falta dela aparecem). Os mais populares não há centímetro sem um palavrão nas portas dos reservados. Por que estragam?


Deveriam ser cobrados, pelos pais, por instituições democráticas (Fora a questão das responsabilidades que precisam ser aplicadas). Enfim, que tem muita merda, eu sei que tem, não podemos compactuar com ela.

Sendo que eu não tenho uma visão maniqueísta, pobre bom, rico mal, nem o inverso, nem nada do gênero. A minhas questão é o fato de por muito tempo se ignorar os direitos sociais, por exemplo. Assim como outros temas que cabem reformas. Conscientizar da importância, e buscar maioria para realizar as reformas, é o meio democrático para procurar alterar esse ciclo.

Eu vejo uma certa melhora em áreas, mas outras áreas houve piora. Na educação o acesso melhorou, em termos de quantidade, mas a qualidade caiu. As duas coisas são importantes, universalizar e buscar excelência.
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Adrianoped
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Adrianoped »

André escreveu:
Adrianoped escreveu:Eu sou totalmente contra essa idéia de que existe a valorização real do mérito individual. Exemplos sobre como isso funciona é o que não faltam na nossa sociedade mas sou totalmente cético quanto a isso. Sei que existem pessoas que tem um perfil de comunicação e de relacionamento social valorizados pelo mercado, assim como tem pessoas com perfil empreendedor. Mas isso não quer dizer que é a regra e a minha impressão é que seja a excessão.

E sobre as cotas gerarem racismo e preconceito não considero isso como válido, pois o máximo que alguém deveria pensar das cotas é que foi uma decisão errada tomada pelo governo.

Considero que tenha as injustiças que ocorram, mas isso num percentual baixo, e que não prejudica o alcance dos objetivos de democratizar racialmente a universidade. Mas isso por eu pensar que muitos negros não tem acesso devido a desigualdade econômica apontada pelas pesquisas.

Isso de quem passa tem mérito e quem não passa é porque não tem vontade, é preguiçoso etc, não vejo como possível. Embora tenha esses fatores individuais, e que seram filtrados pelo vestibular pois este continua, para mim a desigualdade entre negros e brancos na universidade não vem desse fator.


Para mim tb. O fator predominante é econômico. Mas tenho uma pergunta e numa boa gostaria que vc tentasse responder.

Vou explicar primeiro de quem eu estou falando. Existem não-negros pobres. Brancos, amarelos, e indígenas, estou usando o critério do IBGE e mesmo que algumas Universidades excluam o pardo eu to juntando, como a maioria das universidades faz, pardos e negros como afro descendentes, nem que parcialmente. Vamos chamar esses brancos, amarelos e indígenas de não-negros. São todos os não-negros pobres, existem até aqui em Salvador. Imagine no Sul do país os números deles devem ser maiores.

Pois bem, eles, com as cotas,em diversas universidades a situação é a seguinte. Não podem ir para as privadas, são pobres não tem como pagar. E nas públicas, metade (na maioria dos casos isso ou perto disso) das vagas eles não podem disputar por serem não-negros, e a outra metade disputada pelos melhores alunos das particulares a desigualdade é ainda mais acentuada. Fazendo da possibilidade deles ingressarem a universidade, qualquer uma, praticamente zero.

As perguntas. E os não-negros pobres? Podemos aceitar que o ciclo intergeracional de pobreza e miséria se perpetue neles? E não fornecer praticamente nenhuma chance a eles? Isso é aceitável?

André, acho confuso querer que as cotas raciais resolvam um problema para o qual elas não se propõe. Se um dos grandes probremas sociais no país é a desigualdade sócio-racial, e existem propostas para isso, não vejo motivos para nega-las com base em outros poblemas. Não é necessário escolher entre uma e outra solução, e existem muitas propostas e programas de ação afirmativa para os pobres. O PROUNI, os créditos educativos, os cursinhos.

O objetivo das cotas é democratizar racialmente a universidade, evitar o atual quadro de exclusão em que os negros se encontram. Os não negros é que ocupam a universidade e justamente por terem melhores condições econômicas. Não existem negros nas mesmas proporções na universidade que na sociedade.

O problema é que fica essa desigualdade racial e muitos justificam isso pelo mérito individual, e não é isso que explica a diferença de brancos estarem na universidade em peso e os negros praticamente excluídos.
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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Adrianoped »

Apo escreveu:Democratizar racialmente através da fraude legitimada. Vamos furar a fila! Viva!

Agora os brancos que estudam têm que ceder espaço aos negros que não estudam. Por que não abrimos espaço aos brancos que não estudam também? E aos gordos? E aos índios? E aos gays? Entar todo mundo e quem se mata estudando ( negro, branco, índio, gordo e gay) que seja socialdemocrata e ceda a vez.

:emoticon6:


Se você quer acreditar que o vestibular só atende ao mérito tudo bem. Para mim o faz de conta é esse, achar que a sociedade é maravilhosa.

Uma das crenças mais arraigadas é essa do mérito. Não a crença de que o mérito seja um bom critério, mas a de pensar que isso existe na sociedade e que esta está distribuída de acordo com esse critério.

Mas cada um enxerga o que quer, e histórias pessoais e "exemplos" de vida sobre isso não vão faltar para justificar esse mundo maravilhoso do mérito pessoal.
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Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Sorrelfa »

O objetivo das cotas é democratizar racialmente a universidade


Mesmo que isso custe a isonomia no que tange aos direitos iguais entre os cidadão ?
Não sei como uma medida dessas pode ser democratica quando coloca os cidadãos que se declaram negros acima do resto da sociedade.
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !

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Re: Re.: MESTIÇOFOBIA Negros defendem fim do Dia do Mestiço

Mensagem por Adrianoped »

Jolly_Roger escreveu:
O objetivo das cotas é democratizar racialmente a universidade


Mesmo que isso custe a isonomia no que tange aos direitos iguais entre os cidadão ?
Não sei como uma medida dessas pode ser democratica quando coloca os cidadãos que se declaram negros acima do resto da sociedade.

As ações afirmativas são baseadas na teoria da justiça que está mudando a concepção de estado. Não basta apenas o direito formal, o que está escrito na constituição. Isso não tem resultados com isso se busca a igualdade material.

Já não se diz que existe uma igualdade, alguma isonomia, principalmente na universidade. Existe exatamente o contrário, uma situação de exclusão racial baseada em condições socioeconômicas.

Dessa maneira os negros são reconhecidos como prejudicados nas universidades por condições alheias e não por mérito individual.

O que me parece, é que o atual estado de direito, que atua com ações afirmativas, na qual incluem os programas sociais, está caminhando no sentido de oferecer igualdade de oportunidades, pois já sabe que a igualdade apenas no papel não surte muito efeito.
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