Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

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André
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por André »

Fabi escreveu:
André escreveu:Fabi vc acompanhou o debate que eu demonstrei que o sistema americano todo privado de saúde é 37 do mundo, leva mais de 2 milhões a falência por ano, não cobre 45 milhões de pessoas. Empresas de produção de carros nos EUA passaram a pedir mais saúde estatal pois seria mais barata para eles. Vc leu os estudos de Harvard, os dados publicados no Le Monde Diplomatic que o Alexandre achou?

Vc quer um sistema comprovadamente mais caro, pior, seja implantado em um país muito menos rico que os EUA. Se nos EUA já é essa merda, imagine aqui.

As universidades privadas absorver os professores das públicas. Ou seja, acabar com toda pesquisa que é feita nas públicas.

Educação e saúde para quem pode pagar, apenas, é assim que deveria caminhar para alguns. Ainda bem que esses extremismo do liberalismo ortodoxo, andam longe da Europa Ocidental, e das iniciativas pelo mundo que começam a ser desenvolvidas.

P.S Vc como Apo entendeu errado. Exceção é quem é competente e trabalhador, nisso concordo com vcs. Mas existem essas exceções, principalmente localizadas em algumas áreas, foi isso que disse.

Se não estava claro, agora ficou.

Com tanta greve em universidades públicas, até que não seria tão ruim acabarem as universidades públicas, o caso da saúde é um caso raro, aliás, deveria ter mais gente trabalhando na área da saúde... (quando eu digo gente..eu falo de médicos e enfermeiros) mas não tem, porque precisam contratar funcionários para trabalhar em ministérios, em secretarias e etc... essa é a realidade do brasil.... muita gente trabalhando em áreas que a população não precisa...e pouca gente trabalhando em áreas q a população mais precisa....


Sobre saúde concordamos. Nas universidades não. Tem muita pesquisa, e essa não para mesmo com greves. Se acabassem com universidades públicas teriam que financiar milhares de pessoas nas privadas, e as privadas aumentando o preço lá se vai nosso dinheiro para mão das elites donas das privadas. Fora o custo disso.

Fora que ciência, que não esteja comprometida com o mercado, é fundamental que seja feita. Privatizar iria fazer uma guinada ainda maior no utilitarismo, na ciência feita para consumo, para atender uma necessidade do mercado. Se essa é necessária, a ciência base, a ciência feita pelo avanço da compreensão é essencial tb. Pois essa acaba tendo usos inesperados, é aproveitada de diferentes formas, aprofunda estudos e compreensão de diversos objetos.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Apo
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Apo »

Fabi escreveu:
André escreveu:Fabi vc acompanhou o debate que eu demonstrei que o sistema americano todo privado de saúde é 37 do mundo, leva mais de 2 milhões a falência por ano, não cobre 45 milhões de pessoas. Empresas de produção de carros nos EUA passaram a pedir mais saúde estatal pois seria mais barata para eles. Vc leu os estudos de Harvard, os dados publicados no Le Monde Diplomatic que o Alexandre achou?

Vc quer um sistema comprovadamente mais caro, pior, seja implantado em um país muito menos rico que os EUA. Se nos EUA já é essa merda, imagine aqui.

As universidades privadas absorver os professores das públicas. Ou seja, acabar com toda pesquisa que é feita nas públicas.

Educação e saúde para quem pode pagar, apenas, é assim que deveria caminhar para alguns. Ainda bem que esses extremismo do liberalismo ortodoxo, andam longe da Europa Ocidental, e das iniciativas pelo mundo que começam a ser desenvolvidas.

P.S Vc como Apo entendeu errado. Exceção é quem é competente e trabalhador, nisso concordo com vcs. Mas existem essas exceções, principalmente localizadas em algumas áreas, foi isso que disse.

Se não estava claro, agora ficou.

Com tanta greve em universidades públicas, até que não seria tão ruim acabarem as universidades públicas, o caso da saúde é um caso raro, aliás, deveria ter mais gente trabalhando na área da saúde... (quando eu digo gente..eu falo de médicos e enfermeiros) mas não tem, porque precisam contratar funcionários para trabalhar em ministérios, em secretarias e etc... essa é a realidade do brasil.... muita gente trabalhando em áreas que a população não precisa...e pouca gente trabalhando em áreas q a população mais precisa....


Isto também é um problema adicional. Os que querem trabalhar não conseguem, ou falta estrutura, ou falta gente, ou sobra gente no ócio, ou sobra equipamento que ninguém sabe operar. É uma baderna generalizada.

E continuam contratando onde não precisa mais, ou emprestando pessoal para quebrar galho, deixando áreas a descoberto... e ainda tem a questão do que está defasado, como certas tecnologias que são propagandeadas de ponta pelo governo, quando na verdade, são sucata comprada a peso de ouro de lugares onde não servem mais para nada.
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André
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por André »

Apo escreveu:Sim, generalizar é falar no geral, normalmente um geral maioritário.

Mas o exemplo do engenheiro não é ideal, visto que engenheiro ruim tá cheio por aí. O problema está em quem nem trabalha, vive de licença, vive tomando cafezinho e batendo papo pelos corredores, buscando filho no colégio às 3 da tarde, vive doente, tem 2 empregos, acumula funções sem fazer de fato coisa alguma nas duas, briga com o chefe e pede para ser transferido de "seção", some para "resolver uns problemas", arranja viagens com diárias a adicionais noturnos, usa o aparato estatal para fazer serviços paralelos, tira férias parceladas quando quer, não importa se tem mais ou menos trabalho ( alguém cobre e se não cobrir, tudo bem, atrasa ), quem vai ao banco ver o saldo 5 vezes por dia, quem faz o que o tal engenheiro fez, irresponsavelmente ( depois sai de cena e deixa a droga se resolver quando der) etc etc etc

Incompetentes existem em todas as áreas. Mas vagabundos e irresponsáveis são devidamente trocados por coisa melhor se não cumprem prazos, não entregam o serviço a contento, fazem corpo mole, vendem mais caro do que o mercado, são mal educados com o cliente, deixam a qualidade cair. Como cidadã consumidora, eu procuro o que melhor me apetece. Não gostei, tiau.
Ontem mesmo tirei de uma costureira (indicada por um loja) uma roupa que ela não ajustou no prazo combinado, e ainda voltei na loja que a indicou e devolvi a roupa. A compra foi feita no cartão. O estorno foi feito imediatamente na minha frente. Perderam todos eles. Eu entrei na loja do lado e comprei o que queria.

Como se faz sendo "cliente" do Estado? Chora na cama que é lugar quente? Não há relação ou vínculo pessoal entre as partes, então não se tem de quem reclamar. Servidor público revoltado atende mal e ainda posa de coitado. E eu? Quem resolve meu problema?


A parte final do seu texto tem muito a ver com minha defesa da supremacia da sociedade civil sobre o Estado. Defendo essa supremacia sobre o Mercado tb, para evitar super-exploração e distorções.

Mas vamos ao Estado. Como vc disse, como consumidora vc tem meios, diversos, de reivindicar seus direitos. Na relação com Estado, esse meramente representativo, o distanciamento de poder é grande, e existem pouquíssimos mecanismos de controle social, e de reivindicação eficiente, pelo menos no Brasil, e em outros países tb, mas não em todos, obviamente.

Servidor público que atende mal, seu exemplo. Deveria haver um espaço, simples, para denunciar isso. Um número razoável de denuncias, de pessoas variadas, seria o suficiente para avaliar que esse funcionário não está agindo de forma correta, nem eficiente. O que cabe aviso, punição, e em ultimo caso demissão. Quando perguntam sobre elementos de controle social do cidadão está ai, um simples, que poderia ser útil, para aumentar a qualidade de serviços públicos. Sendo que esse é apenas um exemplo, e uma demonstração do que é a defesa da ampliação da democracia.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Aranha
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Aranha »

Fabi escreveu:
Abmael escreveu:
Fernando Silva escreveu:O brasileiro não tem disposição ou coragem para tentar progredir e fica com raiva de quem tenta e chega lá.
Quem faz sucesso é um traidor da sua antiga turma ou suspeito de roubo.
A inveja do brasileiro não o leva a tentar se igualar ao vencedor, leva-o a desejar que ele fracasse.



- Exatamente! :emoticon10:

- Nós Funcionários Públicos sofremos isso o tempo inteiro, você nem imagina como tem gente querendo que a gente vá pro olho da rua.... :emoticon8:


Abraços,

Ninguém inveja funcionários públicos, a gente só quer que todos vocês vão pro olho da rua, porque são incompetentes e ainda gastam o dinheiro dos nossos impostos que poderia ser usado pra outras coisas mais importantes do que sustentar gente que nem vai trabalhar, e que atende o público com a lerdeza de uma lesma.





- Nunca vi tanta inveja escancarada deste jeito.....

Beijos,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

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Edson Jr
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Edson Jr »

Apo escreveu:Isto também é um problema adicional. Os que querem trabalhar não conseguem, ou falta estrutura, ou falta gente, ou sobra gente no ócio, ou sobra equipamento que ninguém sabe operar. É uma baderna generalizada.

E continuam contratando onde não precisa mais, ou emprestando pessoal para quebrar galho, deixando áreas a descoberto... e ainda tem a questão do que está defasado, como certas tecnologias que são propagandeadas de ponta pelo governo, quando na verdade, são sucata comprada a peso de ouro de lugares onde não servem mais para nada.


É verdade, infelizmente! :emoticon15:
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade." (Bertrand Russel)

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Edson Jr
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Edson Jr »

Apo escreveu:Sim, generalizar é falar no geral, normalmente um geral maioritário.

Mas o exemplo do engenheiro não é ideal, visto que engenheiro ruim tá cheio por aí. O problema está em quem nem trabalha, vive de licença, vive tomando cafezinho e batendo papo pelos corredores, buscando filho no colégio às 3 da tarde, vive doente, tem 2 empregos, acumula funções sem fazer de fato coisa alguma nas duas, briga com o chefe e pede para ser transferido de "seção", some para "resolver uns problemas", arranja viagens com diárias a adicionais noturnos, usa o aparato estatal para fazer serviços paralelos, tira férias parceladas quando quer, não importa se tem mais ou menos trabalho ( alguém cobre e se não cobrir, tudo bem, atrasa ), quem vai ao banco ver o saldo 5 vezes por dia, quem faz o que o tal engenheiro fez, irresponsavelmente ( depois sai de cena e deixa a droga se resolver quando der) etc etc etc

Incompetentes existem em todas as áreas. Mas vagabundos e irresponsáveis são devidamente trocados por coisa melhor se não cumprem prazos, não entregam o serviço a contento, fazem corpo mole, vendem mais caro do que o mercado, são mal educados com o cliente, deixam a qualidade cair. Como cidadã consumidora, eu procuro o que melhor me apetece. Não gostei, tiau.
Ontem mesmo tirei de uma costureira (indicada por um loja) uma roupa que ela não ajustou no prazo combinado, e ainda voltei na loja que a indicou e devolvi a roupa. A compra foi feita no cartão. O estorno foi feito imediatamente na minha frente. Perderam todos eles. Eu entrei na loja do lado e comprei o que queria.

Como se faz sendo "cliente" do Estado? Chora na cama que é lugar quente? Não há relação ou vínculo pessoal entre as partes, então não se tem de quem reclamar. Servidor público revoltado atende mal e ainda posa de coitado. E eu? Quem resolve meu problema?


Apo,

O problema, neste caso, estaria na supervisão. Não nos funcionários públicos.

Se a supervisão de uma instituição privada qualquer der bobeira, os funcionários também irão, de uma forma geral, se acomodar.

Ou seja, o problema parece ser fundamentalmente gerencial.
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade." (Bertrand Russel)

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Res Cogitans
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Re: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Res Cogitans »

Fernando Silva escreveu:"O Globo" 24/10/07

Você tem inveja?
ROBERTO DaMATTA

A coisa é tão forte que falamos em “ter” — em vez de “sentir” — inveja. Outros seres humanos e povos sentem inveja (um sentimento entre outros), mas nós somos por ela possuídos.


Eu tenho pena..
Eu tenho raiva...
Eu tenho ódio...
Eu tenho respeito...

Que coisa mais nonsense é de invocar uma correlação entre a utilização do "ter" ao invés de "sentir" com a intensidade do sentimento.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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Samael
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Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Samael »

Bem vindo à área dos achismos, Leonardo.

A coisa não pode NUNCA ser nem mesmo uma peculiaridade do português falado no Brasil, é apenas "uma prova da inveja". :emoticon1:

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Adrianoped
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Adrianoped »

André escreveu:
Fabi escreveu:
André escreveu:Fabi vc acompanhou o debate que eu demonstrei que o sistema americano todo privado de saúde é 37 do mundo, leva mais de 2 milhões a falência por ano, não cobre 45 milhões de pessoas. Empresas de produção de carros nos EUA passaram a pedir mais saúde estatal pois seria mais barata para eles. Vc leu os estudos de Harvard, os dados publicados no Le Monde Diplomatic que o Alexandre achou?

Vc quer um sistema comprovadamente mais caro, pior, seja implantado em um país muito menos rico que os EUA. Se nos EUA já é essa merda, imagine aqui.

As universidades privadas absorver os professores das públicas. Ou seja, acabar com toda pesquisa que é feita nas públicas.

Educação e saúde para quem pode pagar, apenas, é assim que deveria caminhar para alguns. Ainda bem que esses extremismo do liberalismo ortodoxo, andam longe da Europa Ocidental, e das iniciativas pelo mundo que começam a ser desenvolvidas.

P.S Vc como Apo entendeu errado. Exceção é quem é competente e trabalhador, nisso concordo com vcs. Mas existem essas exceções, principalmente localizadas em algumas áreas, foi isso que disse.

Se não estava claro, agora ficou.

Com tanta greve em universidades públicas, até que não seria tão ruim acabarem as universidades públicas, o caso da saúde é um caso raro, aliás, deveria ter mais gente trabalhando na área da saúde... (quando eu digo gente..eu falo de médicos e enfermeiros) mas não tem, porque precisam contratar funcionários para trabalhar em ministérios, em secretarias e etc... essa é a realidade do brasil.... muita gente trabalhando em áreas que a população não precisa...e pouca gente trabalhando em áreas q a população mais precisa....


Sobre saúde concordamos. Nas universidades não. Tem muita pesquisa, e essa não para mesmo com greves. Se acabassem com universidades públicas teriam que financiar milhares de pessoas nas privadas, e as privadas aumentando o preço lá se vai nosso dinheiro para mão das elites donas das privadas. Fora o custo disso.

Fora que ciência, que não esteja comprometida com o mercado, é fundamental que seja feita. Privatizar iria fazer uma guinada ainda maior no utilitarismo, na ciência feita para consumo, para atender uma necessidade do mercado. Se essa é necessária, a ciência base, a ciência feita pelo avanço da compreensão é essencial tb. Pois essa acaba tendo usos inesperados, é aproveitada de diferentes formas, aprofunda estudos e compreensão de diversos objetos.


Tem muitos países com bons resultados na proposta de cobrar dos alunos que podem pagar pela universidade pública. A China, a Coréia do Sul e a Índia.

E no Brasil o custo de vagas universidade pública é bem superior ao das universidades privadas. Quem tem um funcionamento em outros países.

A maioria dos estudantes das escolas pública tem condições de pagar pelo ensino e a maioria já pagava antes. Assim o estado atua de forma paternalista com essas classe mais favorecidas, ao invés de aplicar mais dinheiro na educação básica.
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Adrianoped
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Adrianoped »

Edson Jr escreveu:
Apo escreveu:Sim, generalizar é falar no geral, normalmente um geral maioritário.

Mas o exemplo do engenheiro não é ideal, visto que engenheiro ruim tá cheio por aí. O problema está em quem nem trabalha, vive de licença, vive tomando cafezinho e batendo papo pelos corredores, buscando filho no colégio às 3 da tarde, vive doente, tem 2 empregos, acumula funções sem fazer de fato coisa alguma nas duas, briga com o chefe e pede para ser transferido de "seção", some para "resolver uns problemas", arranja viagens com diárias a adicionais noturnos, usa o aparato estatal para fazer serviços paralelos, tira férias parceladas quando quer, não importa se tem mais ou menos trabalho ( alguém cobre e se não cobrir, tudo bem, atrasa ), quem vai ao banco ver o saldo 5 vezes por dia, quem faz o que o tal engenheiro fez, irresponsavelmente ( depois sai de cena e deixa a droga se resolver quando der) etc etc etc

Incompetentes existem em todas as áreas. Mas vagabundos e irresponsáveis são devidamente trocados por coisa melhor se não cumprem prazos, não entregam o serviço a contento, fazem corpo mole, vendem mais caro do que o mercado, são mal educados com o cliente, deixam a qualidade cair. Como cidadã consumidora, eu procuro o que melhor me apetece. Não gostei, tiau.
Ontem mesmo tirei de uma costureira (indicada por um loja) uma roupa que ela não ajustou no prazo combinado, e ainda voltei na loja que a indicou e devolvi a roupa. A compra foi feita no cartão. O estorno foi feito imediatamente na minha frente. Perderam todos eles. Eu entrei na loja do lado e comprei o que queria.

Como se faz sendo "cliente" do Estado? Chora na cama que é lugar quente? Não há relação ou vínculo pessoal entre as partes, então não se tem de quem reclamar. Servidor público revoltado atende mal e ainda posa de coitado. E eu? Quem resolve meu problema?


Apo,

O problema, neste caso, estaria na supervisão. Não nos funcionários públicos.

Se a supervisão de uma instituição privada qualquer der bobeira, os funcionários também irão, de uma forma geral, se acomodar.

Ou seja, o problema parece ser fundamentalmente gerencial.


Sem dúvida, também penso assim. O gerenciamento estatal é bem mais complexo e tem muita coisa atrasada, muita burocracia ineficiente.
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Res Cogitans »

Samael escreveu:Bem vindo à área dos achismos, Leonardo.

A coisa não pode NUNCA ser nem mesmo uma peculiaridade do português falado no Brasil, é apenas "uma prova da inveja". :emoticon1:


É...TENHO medo do nível argumentativo dos "nossos" intelectuais.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Edson Jr »

Adrianoped escreveu:
Edson Jr escreveu:
Apo escreveu:Sim, generalizar é falar no geral, normalmente um geral maioritário.

Mas o exemplo do engenheiro não é ideal, visto que engenheiro ruim tá cheio por aí. O problema está em quem nem trabalha, vive de licença, vive tomando cafezinho e batendo papo pelos corredores, buscando filho no colégio às 3 da tarde, vive doente, tem 2 empregos, acumula funções sem fazer de fato coisa alguma nas duas, briga com o chefe e pede para ser transferido de "seção", some para "resolver uns problemas", arranja viagens com diárias a adicionais noturnos, usa o aparato estatal para fazer serviços paralelos, tira férias parceladas quando quer, não importa se tem mais ou menos trabalho ( alguém cobre e se não cobrir, tudo bem, atrasa ), quem vai ao banco ver o saldo 5 vezes por dia, quem faz o que o tal engenheiro fez, irresponsavelmente ( depois sai de cena e deixa a droga se resolver quando der) etc etc etc

Incompetentes existem em todas as áreas. Mas vagabundos e irresponsáveis são devidamente trocados por coisa melhor se não cumprem prazos, não entregam o serviço a contento, fazem corpo mole, vendem mais caro do que o mercado, são mal educados com o cliente, deixam a qualidade cair. Como cidadã consumidora, eu procuro o que melhor me apetece. Não gostei, tiau.
Ontem mesmo tirei de uma costureira (indicada por um loja) uma roupa que ela não ajustou no prazo combinado, e ainda voltei na loja que a indicou e devolvi a roupa. A compra foi feita no cartão. O estorno foi feito imediatamente na minha frente. Perderam todos eles. Eu entrei na loja do lado e comprei o que queria.

Como se faz sendo "cliente" do Estado? Chora na cama que é lugar quente? Não há relação ou vínculo pessoal entre as partes, então não se tem de quem reclamar. Servidor público revoltado atende mal e ainda posa de coitado. E eu? Quem resolve meu problema?


Apo,

O problema, neste caso, estaria na supervisão. Não nos funcionários públicos.

Se a supervisão de uma instituição privada qualquer der bobeira, os funcionários também irão, de uma forma geral, se acomodar.

Ou seja, o problema parece ser fundamentalmente gerencial.


Sem dúvida, também penso assim. O gerenciamento estatal é bem mais complexo e tem muita coisa atrasada, muita burocracia ineficiente.


Estamos de acordo! :emoticon4:
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RicardoVitor
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por RicardoVitor »

Edson Jr escreveu:
Apo escreveu:Sim, generalizar é falar no geral, normalmente um geral maioritário.

Mas o exemplo do engenheiro não é ideal, visto que engenheiro ruim tá cheio por aí. O problema está em quem nem trabalha, vive de licença, vive tomando cafezinho e batendo papo pelos corredores, buscando filho no colégio às 3 da tarde, vive doente, tem 2 empregos, acumula funções sem fazer de fato coisa alguma nas duas, briga com o chefe e pede para ser transferido de "seção", some para "resolver uns problemas", arranja viagens com diárias a adicionais noturnos, usa o aparato estatal para fazer serviços paralelos, tira férias parceladas quando quer, não importa se tem mais ou menos trabalho ( alguém cobre e se não cobrir, tudo bem, atrasa ), quem vai ao banco ver o saldo 5 vezes por dia, quem faz o que o tal engenheiro fez, irresponsavelmente ( depois sai de cena e deixa a droga se resolver quando der) etc etc etc

Incompetentes existem em todas as áreas. Mas vagabundos e irresponsáveis são devidamente trocados por coisa melhor se não cumprem prazos, não entregam o serviço a contento, fazem corpo mole, vendem mais caro do que o mercado, são mal educados com o cliente, deixam a qualidade cair. Como cidadã consumidora, eu procuro o que melhor me apetece. Não gostei, tiau.
Ontem mesmo tirei de uma costureira (indicada por um loja) uma roupa que ela não ajustou no prazo combinado, e ainda voltei na loja que a indicou e devolvi a roupa. A compra foi feita no cartão. O estorno foi feito imediatamente na minha frente. Perderam todos eles. Eu entrei na loja do lado e comprei o que queria.

Como se faz sendo "cliente" do Estado? Chora na cama que é lugar quente? Não há relação ou vínculo pessoal entre as partes, então não se tem de quem reclamar. Servidor público revoltado atende mal e ainda posa de coitado. E eu? Quem resolve meu problema?


Apo,

O problema, neste caso, estaria na supervisão. Não nos funcionários públicos.

Se a supervisão de uma instituição privada qualquer der bobeira, os funcionários também irão, de uma forma geral, se acomodar.

Ou seja, o problema parece ser fundamentalmente gerencial.


O pensamento não é incorreto, porém raso. O problema vai muito além disso. Não há no setor público um objetivo além da abstração do "bem-comum". Não há acionistas, não há sócios, não há quem esteja ganhando ou perdendo dentro de uma instituição pública. Por isso, não há mais ninguém ali interessado no sucesso de tal instituição, além dos seus usuários. E estes não possuem mecanismos que permitam cobrar de seus funcionários uma excelência no serviço prestado. O que um pobretão que paga 40% do seu salário ao governo pode fazer contra um funcionário do SUS que porcamente o atende? O que pode fazer contra um hospital público que não investe praticamente NADA em infra-estrutura, e permite que pacientes morram na fila de atendimento? NADA. Digo-lhe novamente: N-A-D-A. Além, claro, de ser o próximo a morrer por infecção hospitalar ou não-atendimento mesmo.
Logical, responsible, practical.
Clinical, intellectual, cynical.
Liberal, fanatical, criminal.
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André
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por André »

Adrianoped escreveu:
André escreveu:
Fabi escreveu:
André escreveu:Fabi vc acompanhou o debate que eu demonstrei que o sistema americano todo privado de saúde é 37 do mundo, leva mais de 2 milhões a falência por ano, não cobre 45 milhões de pessoas. Empresas de produção de carros nos EUA passaram a pedir mais saúde estatal pois seria mais barata para eles. Vc leu os estudos de Harvard, os dados publicados no Le Monde Diplomatic que o Alexandre achou?

Vc quer um sistema comprovadamente mais caro, pior, seja implantado em um país muito menos rico que os EUA. Se nos EUA já é essa merda, imagine aqui.

As universidades privadas absorver os professores das públicas. Ou seja, acabar com toda pesquisa que é feita nas públicas.

Educação e saúde para quem pode pagar, apenas, é assim que deveria caminhar para alguns. Ainda bem que esses extremismo do liberalismo ortodoxo, andam longe da Europa Ocidental, e das iniciativas pelo mundo que começam a ser desenvolvidas.

P.S Vc como Apo entendeu errado. Exceção é quem é competente e trabalhador, nisso concordo com vcs. Mas existem essas exceções, principalmente localizadas em algumas áreas, foi isso que disse.

Se não estava claro, agora ficou.

Com tanta greve em universidades públicas, até que não seria tão ruim acabarem as universidades públicas, o caso da saúde é um caso raro, aliás, deveria ter mais gente trabalhando na área da saúde... (quando eu digo gente..eu falo de médicos e enfermeiros) mas não tem, porque precisam contratar funcionários para trabalhar em ministérios, em secretarias e etc... essa é a realidade do brasil.... muita gente trabalhando em áreas que a população não precisa...e pouca gente trabalhando em áreas q a população mais precisa....


Sobre saúde concordamos. Nas universidades não. Tem muita pesquisa, e essa não para mesmo com greves. Se acabassem com universidades públicas teriam que financiar milhares de pessoas nas privadas, e as privadas aumentando o preço lá se vai nosso dinheiro para mão das elites donas das privadas. Fora o custo disso.

Fora que ciência, que não esteja comprometida com o mercado, é fundamental que seja feita. Privatizar iria fazer uma guinada ainda maior no utilitarismo, na ciência feita para consumo, para atender uma necessidade do mercado. Se essa é necessária, a ciência base, a ciência feita pelo avanço da compreensão é essencial tb. Pois essa acaba tendo usos inesperados, é aproveitada de diferentes formas, aprofunda estudos e compreensão de diversos objetos.


Tem muitos países com bons resultados na proposta de cobrar dos alunos que podem pagar pela universidade pública. A China, a Coréia do Sul e a Índia.

E no Brasil o custo de vagas universidade pública é bem superior ao das universidades privadas. Quem tem um funcionamento em outros países.

A maioria dos estudantes das escolas pública tem condições de pagar pelo ensino e a maioria já pagava antes. Assim o estado atua de forma paternalista com essas classe mais favorecidas, ao invés de aplicar mais dinheiro na educação básica.


Poderia pagar quem pode, mas quem não pode não pagaria. E esse pagar não seria equivalente a mensalidade das privadas, que em alguns casos ultrapassa 1 mil reais.

Isso eu concordo, para ajudar no financiamento das Universidades.
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Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Re: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

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Res Cogitans escreveu:
Fernando Silva escreveu:"O Globo" 24/10/07

Você tem inveja?
ROBERTO DaMATTA

A coisa é tão forte que falamos em “ter” — em vez de “sentir” — inveja. Outros seres humanos e povos sentem inveja (um sentimento entre outros), mas nós somos por ela possuídos.


Eu tenho pena..
Eu tenho raiva...
Eu tenho ódio...
Eu tenho respeito...

Que coisa mais nonsense é de invocar uma correlação entre a utilização do "ter" ao invés de "sentir" com a intensidade do sentimento.


E criar a partir disso, e de outros elementos, uma mega "explicação" de comportamento social com reflexos em toda sociedade. É por isso que eu praticamente não postei nada sobre o texto que inicia o tópico.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Apo
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Apo »

RicardoVitor escreveu:
Edson Jr escreveu:
Apo escreveu:Sim, generalizar é falar no geral, normalmente um geral maioritário.

Mas o exemplo do engenheiro não é ideal, visto que engenheiro ruim tá cheio por aí. O problema está em quem nem trabalha, vive de licença, vive tomando cafezinho e batendo papo pelos corredores, buscando filho no colégio às 3 da tarde, vive doente, tem 2 empregos, acumula funções sem fazer de fato coisa alguma nas duas, briga com o chefe e pede para ser transferido de "seção", some para "resolver uns problemas", arranja viagens com diárias a adicionais noturnos, usa o aparato estatal para fazer serviços paralelos, tira férias parceladas quando quer, não importa se tem mais ou menos trabalho ( alguém cobre e se não cobrir, tudo bem, atrasa ), quem vai ao banco ver o saldo 5 vezes por dia, quem faz o que o tal engenheiro fez, irresponsavelmente ( depois sai de cena e deixa a droga se resolver quando der) etc etc etc

Incompetentes existem em todas as áreas. Mas vagabundos e irresponsáveis são devidamente trocados por coisa melhor se não cumprem prazos, não entregam o serviço a contento, fazem corpo mole, vendem mais caro do que o mercado, são mal educados com o cliente, deixam a qualidade cair. Como cidadã consumidora, eu procuro o que melhor me apetece. Não gostei, tiau.
Ontem mesmo tirei de uma costureira (indicada por um loja) uma roupa que ela não ajustou no prazo combinado, e ainda voltei na loja que a indicou e devolvi a roupa. A compra foi feita no cartão. O estorno foi feito imediatamente na minha frente. Perderam todos eles. Eu entrei na loja do lado e comprei o que queria.

Como se faz sendo "cliente" do Estado? Chora na cama que é lugar quente? Não há relação ou vínculo pessoal entre as partes, então não se tem de quem reclamar. Servidor público revoltado atende mal e ainda posa de coitado. E eu? Quem resolve meu problema?


Apo,

O problema, neste caso, estaria na supervisão. Não nos funcionários públicos.

Se a supervisão de uma instituição privada qualquer der bobeira, os funcionários também irão, de uma forma geral, se acomodar.

Ou seja, o problema parece ser fundamentalmente gerencial.


O pensamento não é incorreto, porém raso. O problema vai muito além disso. Não há no setor público um objetivo além da abstração do "bem-comum". Não há acionistas, não há sócios, não há quem esteja ganhando ou perdendo dentro de uma instituição pública. Por isso, não há mais ninguém ali interessado no sucesso de tal instituição, além dos seus usuários. E estes não possuem mecanismos que permitam cobrar de seus funcionários uma excelência no serviço prestado. O que um pobretão que paga 40% do seu salário ao governo pode fazer contra um funcionário do SUS que porcamente o atende? O que pode fazer contra um hospital público que não investe praticamente NADA em infra-estrutura, e permite que pacientes morram na fila de atendimento? NADA. Digo-lhe novamente: N-A-D-A. Além, claro, de ser o próximo a morrer por infecção hospitalar ou não-atendimento mesmo.


Perfeito.

É que falta naquele raciocínio a finalização ( prática ).
Eles vão até onde a teoria "funcionaria" ( veja que tempo de verbo eu uso ), mas não passam dali para a realidade, que como sabemos, mostra sempre a ineficiência da parte mais forte: o Estado.
Editado pela última vez por Apo em 27 Out 2007, 14:03, em um total de 1 vez.
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André
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por André »

RicardoVitor escreveu:
Edson Jr escreveu:
Apo escreveu:Sim, generalizar é falar no geral, normalmente um geral maioritário.

Mas o exemplo do engenheiro não é ideal, visto que engenheiro ruim tá cheio por aí. O problema está em quem nem trabalha, vive de licença, vive tomando cafezinho e batendo papo pelos corredores, buscando filho no colégio às 3 da tarde, vive doente, tem 2 empregos, acumula funções sem fazer de fato coisa alguma nas duas, briga com o chefe e pede para ser transferido de "seção", some para "resolver uns problemas", arranja viagens com diárias a adicionais noturnos, usa o aparato estatal para fazer serviços paralelos, tira férias parceladas quando quer, não importa se tem mais ou menos trabalho ( alguém cobre e se não cobrir, tudo bem, atrasa ), quem vai ao banco ver o saldo 5 vezes por dia, quem faz o que o tal engenheiro fez, irresponsavelmente ( depois sai de cena e deixa a droga se resolver quando der) etc etc etc

Incompetentes existem em todas as áreas. Mas vagabundos e irresponsáveis são devidamente trocados por coisa melhor se não cumprem prazos, não entregam o serviço a contento, fazem corpo mole, vendem mais caro do que o mercado, são mal educados com o cliente, deixam a qualidade cair. Como cidadã consumidora, eu procuro o que melhor me apetece. Não gostei, tiau.
Ontem mesmo tirei de uma costureira (indicada por um loja) uma roupa que ela não ajustou no prazo combinado, e ainda voltei na loja que a indicou e devolvi a roupa. A compra foi feita no cartão. O estorno foi feito imediatamente na minha frente. Perderam todos eles. Eu entrei na loja do lado e comprei o que queria.

Como se faz sendo "cliente" do Estado? Chora na cama que é lugar quente? Não há relação ou vínculo pessoal entre as partes, então não se tem de quem reclamar. Servidor público revoltado atende mal e ainda posa de coitado. E eu? Quem resolve meu problema?


Apo,

O problema, neste caso, estaria na supervisão. Não nos funcionários públicos.

Se a supervisão de uma instituição privada qualquer der bobeira, os funcionários também irão, de uma forma geral, se acomodar.

Ou seja, o problema parece ser fundamentalmente gerencial.


O pensamento não é incorreto, porém raso. O problema vai muito além disso. Não há no setor público um objetivo além da abstração do "bem-comum". Não há acionistas, não há sócios, não há quem esteja ganhando ou perdendo dentro de uma instituição pública. Por isso, não há mais ninguém ali interessado no sucesso de tal instituição, além dos seus usuários. E estes não possuem mecanismos que permitam cobrar de seus funcionários uma excelência no serviço prestado. O que um pobretão que paga 40% do seu salário ao governo pode fazer contra um funcionário do SUS que porcamente o atende? O que pode fazer contra um hospital público que não investe praticamente NADA em infra-estrutura, e permite que pacientes morram na fila de atendimento? NADA. Digo-lhe novamente: N-A-D-A. Além, claro, de ser o próximo a morrer por infecção hospitalar ou não-atendimento mesmo.


Quando falo de controle social é justamente para implantar mecanismos que geram uma cobrança sobre os serviços públicos, e dão ao cidadão poder sobre eles. O exemplo do mal atendimento eu já dei, com base no exemplo que a Apo me deu.

Isso faria com que os funcionários públicos tivessem interesse em fazer melhor seu trabalho. Boas avaliações significaria bônus no salário, más avaliações, perda do bônus, e até perda de percentual, muitas reclamações, e mesmo depois de avisado, se mantendo, demissão.

O pessoal as vezes não entende o que é Democracia Ampliada. Entre outras coisas é isso, é submeter o Estado ao controle da sociedade civil. É submeter o Mercado tb, para evitar seus excessos.
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Apo
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Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Apo »

Que mecanismos, André? Criados e auditados por quem? Pelo Estado?
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André
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por André »

Apo escreveu:Que mecanismos, André? Criados e auditados por quem? Pelo Estado?


Eu dei exemplos já. Vc falou do funcionário público que atende mal. Vc teria um órgão, estilo PROCON, só que para os serviços públicos, que vc reclamaria pelo mal atendimento. Serviços não funcionais. Tal órgão teria incumbência de administrar isso.

Os funcionários seriam premiados, ou penalizados, com base na avaliação do seu trabalho. Podendo chegar a ser demitidos, logicamente. A avaliação seria não apenas dos funcionarios, mas tb das instituições.
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Fabi
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Fabi »

André escreveu:
Apo escreveu:Que mecanismos, André? Criados e auditados por quem? Pelo Estado?


Eu dei exemplos já. Vc falou do funcionário público que atende mal. Vc teria um órgão, estilo PROCON, só que para os serviços públicos, que vc reclamaria pelo mal atendimento. Serviços não funcionais. Tal órgão teria incumbência de administrar isso.

Os funcionários seriam premiados, ou penalizados, com base na avaliação do seu trabalho. Podendo chegar a ser demitidos, logicamente. A avaliação seria não apenas dos funcionarios, mas tb das instituições.

Mas já existe orgãos assim, só que não funciona, agora proibiram denuncias anonimas contra funcionários públicos... é o Brasil... essas coisas não funcionam por aqui
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SickBoy
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por SickBoy »

Fabi escreveu:
André escreveu:
Apo escreveu:Que mecanismos, André? Criados e auditados por quem? Pelo Estado?


Eu dei exemplos já. Vc falou do funcionário público que atende mal. Vc teria um órgão, estilo PROCON, só que para os serviços públicos, que vc reclamaria pelo mal atendimento. Serviços não funcionais. Tal órgão teria incumbência de administrar isso.

Os funcionários seriam premiados, ou penalizados, com base na avaliação do seu trabalho. Podendo chegar a ser demitidos, logicamente. A avaliação seria não apenas dos funcionarios, mas tb das instituições.

Mas já existe orgãos assim, só que não funciona, agora proibiram denuncias anonimas contra funcionários públicos... é o Brasil... essas coisas não funcionam por aqui


tem alguma informação sobre isso? a proibição de denúncias anônimas

ps: já achei


Denúncias Anônimas

Existiu, até recentemente, uma certa incerteza jurídica quanto à possibilidade legal de aceitação, pela Administração Pública, de DENÚNCIAS ANÔNIMAS, quanto a irregularidades cometidas por servidores públicos, porquanto a Constituição Federal, no art. 5º, IV, dispôs que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”, e o Estatuto dos Funcionários Públicos (Lei federal nº 8.112/90), no art. 144, dispõe que “As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade”.



Com isso, havia quem entendesse que uma DENÚNCIA ANÔNIMA, ainda que indicasse fatos irregulares graves, não podia dar causa à abertura de investigações.



Mais modernamente, contudo, passou a ser defendido o entendimento jurídico de que, se a DENÚNCIA ANÔNIMA indicava fatos passíveis de serem apurados mediante regular investigação, a circunstância de terem sido denunciados anonimamente não devia impedir que fosse instaurada a investigação. Nessa linha de pensamento, os Tribunais e, especialmente, o Superior Tribunal de Justiça, por meio da sua 6a. Turma, começaram a se inclinar pelo acolhimento desse moderno entendimento, o qual, como não desqualificava a DENÚNCIA ANÔNIMA, também não impedia as apurações conseqüentes à notícia de irregularidade denunciada desse modo.



Em 23/09/04, o Supremo Tribunal Federal, por seu Plenário, decidiu, também, que o fato de uma irregularidade ter sido denunciada de forma ANÔNIMA NÃO impede que se instaure o procedimento para averiguação da irregularidade denunciada. Ou seja: a DENÚNCIA ANÔNIMA, por si só, não pode levar à punição de quem quer que seja, na Administração Pública, mas o fato de uma irregularidade ter sido denunciada de forma ANÔNIMA também NÃO IMPEDE que sejam feitas as investigações e apurações necessárias a verificar se a denúncia é procedente.



Em face dessa auspiciosa tendência dos Tribunais ─ que veio a facilitar a colaboração dos cidadãos, para com a ação de repressão de irregularidades ─, no âmbito da Corregedoria-Geral do Distrito Federal logo foi aprovada decisão nesse sentido, pela Comissão de Coordenação de Correição, Auditoria e Ouvidoria (CCCAO), vindo afinal a ser formalizada pela Portaria nº 48, de 19.10.2004, da Corregedora-Geral do Distrito Federal.



Com isso, resultou extremamente FACILITADO o oferecimento de DENÚNCIAS, sobre quaisquer irregularidades, nos órgãos do Governo do Distrito Federal, assim como ficou altamente ESTIMULADA a participação do cidadão, a fim de que pudesse colaborar, como FISCAL DO GOVERNO, com as ações da Corregedoria-Geral do Distrito Federal, para que NENHUMA IRREGULARIDADE ficasse sem apuração.

Eis que, muito recentemente, em 31.01.2006, o procedimento da Corregedoria-Geral do Distrito Federal ─ de acatar denúncias anônimas, para deflagrar procedimentos apuratórios ─, veio a ser plenamente respaldado pelo Decreto Federal nº 5.687, daquela data, advindo para promulgar a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 31.10.2003 e assinada pelo Brasil em 9.12.2003. É que o item 2 do Artigo 13 de tal Convenção das Nações Unidas estabeleceu que cada Estado Parte facilitará o acesso aos órgãos pertinentes de luta contra a corrupção, “para a denúncia, inclusive anônima, de quaisquer incidentes que possam ser considerados constitutivos de um delito”.

O Distrito Federal ─ que já era pioneiro, em ensejar a seus cidadãos o acesso seguro à luta contra a corrupção, em benefício dos interesses maiores da sociedade brasiliense ─, regozija-se, agora, em ver proclamada, também no plano federal e pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em proveito de todo o povo brasileiro, a conveniência social da adoção de tal procedimento.



Anadyr de Mendonça Rodrigues

Brasília, 22/06/2006


http://www.corregedoria.df.gov.br/005/0 ... CHAVE=9801

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André
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Re: Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por André »

Fabi escreveu:
André escreveu:
Apo escreveu:Que mecanismos, André? Criados e auditados por quem? Pelo Estado?


Eu dei exemplos já. Vc falou do funcionário público que atende mal. Vc teria um órgão, estilo PROCON, só que para os serviços públicos, que vc reclamaria pelo mal atendimento. Serviços não funcionais. Tal órgão teria incumbência de administrar isso.

Os funcionários seriam premiados, ou penalizados, com base na avaliação do seu trabalho. Podendo chegar a ser demitidos, logicamente. A avaliação seria não apenas dos funcionarios, mas tb das instituições.

Mas já existe orgãos assim, só que não funciona, agora proibiram denuncias anonimas contra funcionários públicos... é o Brasil... essas coisas não funcionam por aqui


Estou de acordo com o que o Sickboy postou e está vigente. Ou seja, apurar mesmo denuncias anônimas, e se comprovada a irregularidade punir.

Existem sim, mas são restritos, e a comunicação com a sociedade, para disponibilizar esse poder ao cidadão tb ainda está de forma insuficiente. E o que impede esse funcionamento é o poder concentrado nos políticos, a representatividade da delegação de responsabilidades, se mais responsabilidade fosse transferida para sociedade civil o funcionamento iria melhorar. O acesso a esses mecanismos, e sua funcionalidade, tem que ser uma prioridade, para poder melhorar a qualidade dos serviços públicos.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Deise Garcia
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Mensagem por Deise Garcia »

Apo escreveu:Brasileiro é invejoso E perdulário. O que faz dele um perdedor chorão.

Ótima fórmula para criar um fracassado.

Maldita moral cristã.


Ué, não entendi! Eu já não estou concordando muito com o texto e agora entra conceitos como moral cristã! Você poderia dar mais esclarecimentos sobre a moral não cristã?

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Adrianoped
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Re.: Brasileiro não SENTE inveja, TEM inveja

Mensagem por Adrianoped »

O que fica é duas linhas de pensamento em relação ao estado. Todos entendem seus erros, mas para alguns tem que eliminar o estado, reduzir. Para outros tem que melhorar o estado, aperfeiçoar.
Filosofia ateísta - Blog com textos sobre ateísmo e filósofos ateus

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Deise Garcia escreveu:
Apo escreveu:Brasileiro é invejoso E perdulário. O que faz dele um perdedor chorão.

Ótima fórmula para criar um fracassado.

Maldita moral cristã.


Ué, não entendi! Eu já não estou concordando muito com o texto e agora entra conceitos como moral cristã! Você poderia dar mais esclarecimentos sobre a moral não cristã?

Eu não diria cristã, diria católica. Católico aprende que os ricos não entrarão no reino dos céus, que é só para os pobres e humildes, que quem acumula tesouros na terra perde o céu etc.

Na Idade Média, os judeus eram odiados porque emprestavam a juros e tinham lucro nas vendas e juros e lucros eram mal vistos pelos católicos.

Os protestantes tendem a achar que prosperidade material é sinal das bençãos de Deus.

Como somos um país de mentalidade católica, talvez se explique nossa raiva de quem tem sucesso.

Trancado