Procedure escreveu:Essa é uma questão que surge em sistemas que fazem com que toda a sociedade pague pela irresponsabilidade de uns em cuidarem de si próprios. Quer dizer, mesmo tendo conhecimento de que fumar em excesso faz mal, o cara fuma a vida inteira, é afetado pelos mais diversos problemas decorrentes do vício, e quem paga pelo seu tratamento é o resto da sociedade.
Não, não estou dizendo que o fumante fique mais tranqüilo com relação à possibilidade de câncer sabendo que há um sistema público que, em teoria, vai cuidar dele. Seja num país que possui um sistema que lhe dê assitência médica pelos problemas decorentes do fumo ou em outro cujo sistema não ofereça tal serviço, ninguém quer um câncer. O problema é que no primeiro dos sistemas o resto da sociedade é tributado para arcar com as irresponsabilidades de uns, o que é uma grande injustiça.
O sistema de sáude público deveria ser reduzido, um que não oferecesse assistência para males não-epidêmicos e de tratamento caro, que se limite ao básico da saúde pública. Qualquer mal hoje é elevado à condição de "questão de saúde pública", fazendo com que toda a sociedade arque com as despesas de problemas cujas origens estão no indivíduo.
OBS: a questão aqui não é se deve ou não existir um sistema de saúde público, isso já foi bastante discutido em outros tópicos, mas sim até que ponto tal sistema deve prover assistência.
O consumo de álcool também deveria ser proibido, já que os danos decorrentes dele, como as altíssimas taxas de acidentes de trânsito em que o motivo principal é a embriaguez dos motoristas, são economicamente muito mais desastrosos para o Estado - tanto em relação a perda de vidas quanto ao prejuízo de patrimônio, público ou particular - do que as eventuais despesas que uma parcela proporcionalmente menor de fumantes causa ao sistema público de saúde. Seguindo essa mesma proposição, viciados também não devem ter acesso aos hospitais públicos, assim como vítimas de atropelamentos, os quais muitas vezes ocorrem devido a irresponsabilidade da própria vítima. Também acho que aidéticos, mesmo portando um mal epidêmico, não deveriam ter direito a tratar-se em sistemas de saúde bancados pelo dinheiro do contribuinte, uma vez que, excluindo-se os hemofílicos, a grande maioria contraiu a doença devido a indolência com a própria vida sexual. Afinal, o cara sabe dos riscos de transar sem camisinha, e ainda assim o faz, e quem paga pelo seu tratamento é o resto da sociedade.