Existe uma Dissertação de Mestrado na Unicamp que atesta a autenticidade da Obra "Parnaso de Além Túmulo", e certifica a identidade e reconstituição de estilos literários.
A primeira edição trazia 60 poemas, assinados por nove poetas Brasileiros e quatro Portugueses. Brasileiros : Augusto dos Anjos, Auta de Souza, Bittencourt Sampaio, Casimiro de Abreu, Casimiro Cunha, Castro Alves, Cruz e Sousa, Pedro de Alcântara e Sousa Caldas. Portugueses : Antero de Quental, Guerra Junqueiro, João de Deus e Júlio Diniz.
Alexandre Caroli Rocha, dissertou sobre a 1ª Obra Mediúnica de Francisco Cândido Xavier, objetivando o
Título de Mestrado em Teoria e História Literária da IEL – UNICAMP. É um Trabalho minucioso acerca de um dos mais e famosos Livros do Médium Mineiro. Essa Dissertação está em pdf :
Estudo sobre a Poesia Transcendente de Parnaso de Além-Túmulo - em PDF
Segundo, Alexandre Rocha, Parnaso de Além Túmulo é, sem dúvida, uma Obra grandiosa e sujeita aos mais variados ângulos de análises. O Trabalho apresentado por Alexandre aponta algumas alterações, adaptações, substituições de Palavras, preferências por versos concisos, ajuste do número de sílabas para harmonizar o estrofe, e até mesmo a eliminação de alguns poemas nas edições subsequentes até chegar a 6ª edição, como “Número infinito” ; “A dor” ; “No crepúsculo da Civilização”, etc. A partir da 9ª Edição, parece que não houve grandes e significativas alterações. Porém, isso em nada invalida a essência do Livro sob análise.
O próprio candidato ao Mestrado, Alexandre, em sua conclusão, Intitulada como “O contexto literário de Parnaso”, assevera :
“Parnaso para equacionar o problema resultou numa refinadíssima reconstituição de estilos literários. Ademais, para que a empreitada se tornasse mais convincente, o responsável pela escrita dos poemas não tinha o perfil do erudito homem de letras, conhecedor das técnicas de versificação e com acesso aos meios intelectuais; em vez disso, em 1931 (ano em que foram escritos os poemas da 1 a edição de Parnaso) Chico Xavier era um jovem de 21 anos que trabalhava como caixeiro num armazém das 7h às 20h em Pedro Leopoldo, pequena cidade mineira onde sequer havia biblioteca pública e onde ele estudara até o quarto ano do primário.”
Mais adiante, Ele acrescenta :
“Das especificidades relativas a esse tipo de produção escrita, registre-se primeiro a velocidade com que os textos são grafados no papel. O mesmo Melo Teixeira disse que essa redação instantânea independe da natureza do texto, podendo tratar-se de prosa ou poesia, de filosofia ou moral etc. Ademais, diferentes textos podem ser escritos sem interrupção: uma carta seguida por um poema, por exemplo. "
Outro observador, o escritor argentino Humberto Mariotti, comentou que o médium escreveu um soneto em apenas um minuto ; Agripino Grieco, que acompanhou uma sessão mediúnica em 1939, declarou que Chico Xavier escrevia com uma “celeridade vertiginosa”,
“com uma agilidade que não teria o mais desenvolto dos rasistas de cartório."
O Livro de Chico suscitou muitas críticas e elogios. Alguns reconheciam os estilos poéticos dos autores, outros duvidavam, mas todos os críticos estavam espantados com que viam. Zeferino Brasil, do "Correio do Povo", de Porto Alegre, em sua crônica dominical disse :
"Desconheço os fenômenos, mas reconheço os estilos, isto espanta-me". Muitos outros intelectuais se manifestaram favoravelmente ao seu trabalho psicográfico.
O autor da Dissertação, assim como Escritores reconhecidos, dão seu parecer, inclusive um Médico opina sobre isso :
“Parnaso para equacionar o problema resultou numa refinadíssima reconstituição de estilos literários. Ademais, para que a empreitada se tornasse mais convincente, o responsável pela escrita dos poemas não tinha o perfil do erudito homem de letras, conhecedor das técnicas de versificação e com acesso aos meios intelectuais; em vez disso, em 1931 (ano em que foram escritos os poemas da 1 a edição de Parnaso) Chico Xavier era um jovem de 21 anos que trabalhava como caixeiro num armazém das 7h às 20h em Pedro Leopoldo, pequena cidade mineira onde sequer havia biblioteca pública e onde ele estudara até o quarto ano do primário.”
Outro observador, o escritor argentino Humberto Mariotti, comentou que o médium escreveu um soneto em apenas um minuto ; Agripino Grieco, que acompanhou uma sessão mediúnica em 1939, declarou que Chico Xavier escrevia com uma “celeridade vertiginosa”, “com uma agilidade que não teria o mais desenvolto dos rasistas de cartório."
"O Livro de Chico suscitou muitas críticas e elogios. Alguns reconheciam os estilos poéticos dos autores, outros duvidavam, mas todos os críticos estavam espantados com que viam. Zeferino Brasil, do "Correio do Povo", de Porto Alegre, em sua crônica dominical disse : "Desconheço os fenômenos, mas reconheço os estilos, isto espanta-me". Muitos outros intelectuais se manifestaram favoravelmente ao seu trabalho psicográfico."
Além dele, temos Carlos Bernardo Loureiro, o qual seleciona exemplos de vários tipos de figuras e tropos, estudados pela retórica tradicional (conceito de arte literária fundado sobre recursos retóricos). O autor tem o objetivo de destacar o nível literário dos poemas da antologia.
O escritor R. Magalhães Júnior, por exemplo, escreveu um artigo para o jornal "A noite", em 24/05/1944, no qual comenta brevemente o tema do pastiche e depois elogia duas quadras do poema “Quadras de um poeta morto”, atribuído em Parnaso a António Nobre, consideradas perfeitas em termos de adequação ao autor de "Só".
Até mesmo Monteiro Lobato diz que há exemplos que se referem à tese do pastiche, porém a considerando de pouco crédito, muitas vezes a descartando. Nesta perspectiva, disse Lobato: “Se o homem [Chico Xavier] realmente produziu por conta própria tudo o que vem do ‘Parnaso’ então ele pode estar em qualquer Academia, ocupando quantas cadeiras quiser...”
O crítico Agrippino Grieco,
sobre a psicografia de Chico Xavier, disse que seria difícil levar tão longe a técnica do pastiche. Grieco se referia a um poema atribuído a Augusto dos Anjos (“Aos estudiosos”) e à carta a ele dirigida, atribuída a seu amigo Humberto de Campos, psicografados por Chico Xavier, ao lado de quem Grieco se encontrava durante uma sessão mediúnica em Belo Horizonte, em 1939. O crítico não arriscou uma explicação para a escrita do médium mineiro, mas constatou que a linguagem da carta, inconfundivelmente, era de Humberto de Campos, e a do poema bem expressava o pensamento e a forma de Augusto dos Anjos.
O escritor Garcia Júnior e o psiquiatra Melo Teixeira escreveram contra a tese do pastiche. Em artigo publicado no Correio da Noite, em 18/07/1944, Garcia Júnior toma como referência o caso de Pedro Rabelo, que se propôs a pastichar o estilo de Machado de Assis, mas escreveu apenas seis páginas, para descartar a possibilidade de Chico Xavier ser um pastichador, ele que já escrevera à época cerca de vinte livros que retomavam estilos literários de muitos escritores consagrados. Depois de recordar Camões e Shakespeare e mencionar as conversas de Victor Hugo com seus filhos mortos, registradas nos cadernos do escritor francês, Garcia Júnior conclui :
"Como quer que seja, o que se não pode pôr em dúvida é que, se o Chico Xavier tivesse realmente capacidade para produzir as duas dezenas de obras que já saíram de suas mãos de médium, bem que ele não precisaria ser o moço humilde que começou a vida como caixeiro de armazém e que só há pouco é um modesto funcionário da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais... Bastaria que o Chico Xavier viesse aqui para o Rio, mudasse o seu indumento de pobre, para uns bons ternos de cavalheiro abastado, e entrasse a freqüentar as rodas intelectuais. Com talento para produzir o que já lhe passou pelo lápis, psicograficamente, ele hoje poderia ufanar-se de ser um dos maiores escritores do Brasil..."
Até mesmo um Médico Psiquiatra opinou sobre o caso : Melo Teixeira, que por sua vez, dizia-se privilegiado para opinar sobre o tema porque conhecia pessoalmente o médium e lera sua obra.
As tentativas de explicar a obra de Chico Xavier como pastiche literário ou como algum tipo de fraude, segundo o psiquiatra, seriam insustentáveis e por demais elementares, sendo defendidas apenas por observadores distantes e superficiais, que desconhecem os livros do médium e o modo como os textos são escritos.
Para refutar ainda mais a tese do pastiche, Teixeira propõe a suposição de que Chico Xavier fosse capaz de imitar o estilo de tantos escritores. Isso não seria suficiente, porque a hipótese desconsidera as manifestações de cultura, de erudição, nos inúmeros assuntos exigidos pelos contextos :
"Como explicar, dentro da imitação do estilo, as citações certas e adequadas de datas e fatos históricos; de acontecimentos e personalidades; os apropósitos elucidativos do tema; as referências, comparações e conceitos científicos, críticos, filosóficos, literários, que somente um lastro de conhecimentos variados, sedimentados e sistematizados no tempo permitem e só dominados por leituras e estudos pregressos, devidamente meditados? Tudo isso é passível de imitação, de improvisação ?? "