
Do Blog do Azenha
De outubro de 1944 a janeiro de 1945, a Hungria foi governada pelo Arrow Cross Party, a versão local do Partido Nazista alemão. O partido enfatizava o nacionalismo e o catolicismo e mirava em três adversários: o comunismo, o capitalismo e os judeus. Os meses do partido no poder ficaram marcados pela deportação de 80 mil prisioneiros judeus.

Em agosto passado foi formada oficialmente, na Hungria, a Guarda Húngara, uma organização que diz ter recrutado 5 mil voluntários para "salvar o país". A Guarda é ligada ao partido Jobbik, de extrema-direita. Um dos fundadores dela disse ao "New York Times" que não se trata de uma milícia, mas de um grupo organizado para defender as tradições culturais da Hungria, segundo ele primeiro ameaçadas pelo comunismo e, mais recentemente, pela globalização.
Porém, a comunidade judaica diz que o símbolo adotado pela guarda, com faixas brancas e vermelhas, faz lembrar uma das bandeiras do "Arrow Cross Party". Grupos de extrema-direita aparecem com força renovada na Europa e nos Estados Unidos, fazendo uso do racismo, da xenofobia e do nacionalismo para conquistar voluntários e votos. Um analista húngaro disse que o alvo principal da Guarda não são os judeus, mas os 600 mil ciganos que vivem na Hungria. Além dos judeus, Hitler matou ciganos, comunistas e homossexuais nos campos de concentração.

O primeiro-ministro socialista, Ferenc Gyurcsany, comparou o surgimento da guarda à aparição dos "brownshirts" de Adolf Hitler, nos anos 30, na Alemanha. O repórter do "New York Times" que foi a uma cerimônia da Guarda disse que em uma banca símbolos do grupo eram vendidos ao lado do livro "Mein Kampf", de Hitler.
Entrevistado por um repórter da Reuters um simpatizante do grupo disse: "Na Hungria, todo mundo que quer ordem é racista... eles (os ciganos) vivem com podridão e sujeira e se alguém tenta se livrar do problema é logo acusado de racista."
A extrema-direita brasileira, carente de um partido, tem se manifestado através de porta-vozes na mídia - em torno de um programa que inclui tocar terror nas favelas, desprezo pelos nordestinos e "espantalhos" regionais como Hugo Chávez e Evo Morales.
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