O muro sexual
- RicardoVitor
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O muro sexual
O MURO SEXUAL
Berlim - Um dia antes da derrubada física da parte do muro que divide Berlim, fui até a Porta de Brandenburgo colher meus caquinhos. Se você vem do Leste pela Unter den Linden, mal se aproxima do muro logo começa a ouvir aquele matraquear incessante dos alemães e turistas ocidentais picando o concreto do outro lado, tentando arrancar um souvenir da barbárie. Aproximando-se da porta pelo lado ocidental, pela Strasse des 17 Juni - agora espontaneamente rebatizada por Nove de Novembro - o panorama é mais divertido. Centenas de pessoas dirigem-se ao muro de martelo e punção em punho, enquanto os orientais invadem a avenida com sacolas vazias, em busca de coisas mínimas que por décadas lhes foram proibidas.
Enfim, melhor seria conjugar este passeio no passado, afinal aquela parte do muro não mais existe e, com a derrocada do fascismo eslavo, o mercado de seus cacos está sendo substituído pelos símbolos de um regime também obsoleto, as insígnias, distintivos e medalhas com a estrela vermelha ou a foice e o martelo. (Atenção, velha e jovem guardas stalinistas: o que já foi motivo de prisão terá, daqui por diante, valor crescente. Nestes dias de cruzeiros curtos, titularidades perdidas podem ser compensadas com uma banquinha de relíquias no brique da Redenção). Mas não era disto que pretendia falar. E sim de sexo. Lá no Leste.
Lieb steht nicht auf dem Plan (O Amor não está escrito no Plano), livro redigido a quatro mãos pela jornalista russa Tatiana Suworowa, da agência Tass, e por seu colega Adrian Geiges, da RDA, recentemente lançado na Alemanha Ocidental, nos revela a miséria sexual de boa parte do mundo socialista, a tragédia de sociedades de um puritanismo de fazer inveja a João Paulo II, onde fora do casamento não há salvação.
"Toda experiência erótica enriquece a alma humana", escrevia Alexandra Kollontai, bolchevique itinerante dos anos 20, em seu livro A Revolução Sexual. O mesmo não pensava o ex-seminarista Joseph Vissarionovitch Djugatchivili, hoje mais conhecido como Stalin. E um universo materialista e ateu, de onde foi expulso o deus cristão, permaneceu décadas - e ainda permanece - sob o império de uma ideologia que odeia o corpo, tão grata ao aiatolá de Roma. Os depoimentos colhidos pelos autores nos fazem voltar às tardes cinzentas da Idade Média.
- A primeira vez que eu deitei com um homem - declara uma russa de 23 anos, empregada da Administração - eu não sabia como se faz um filho. Isto me trazia problemas quando lia livros estrangeiros. Quando li Fiesta, de Hemingway, eu não entendia o que estava acontecendo entre homens e mulheres.
- A masturbação é uma doença - diz uma engenheira de 25 anos - uma doença terrível que se desenvolve durante a infância. É preciso explicar às crianças os danos causados por essa atividade, é preciso levar as crianças a pensar em outras coisas.
- Isto está indo longe demais - protesta fora de si, o secretário do Partido de uma grande empresa moscovita -. Imagine o que esses pretensos autores estão fazendo. Esses tipos interrogam nossos empregados sobre a masturbação! Tais questões sapam a ideologia de nosso Estado e permitem à propaganda burguesa lavar os cérebros de nossos operários. Com o simples fato de mencionar noções como essa, pode-se destruir a moral comunista.
Se a masturbação é doença e tabu, homossexualismo é crime e maldição.
- É preciso liquidar os homossexuais, são todos seres inferiores - diz uma laboratorista de 21 anos.
- É um fenômeno inquietante, eles deviam ir presos - declara uma operária da indústria têxtil.
- A sociedade deve eliminá-los - opina um estudante de jornalismo, 27 anos.
- Devem ser torturados - propõe um chofer, 22 anos.
- Depois dos anos 30 - diz uma estudante de cinema, 20 anos - a alegria de viver não mais existe em nosso país, prega-se o ascetismo. São poucas as pessoas que podem falar livremente da sexualidade, sem preconceitos, sem corar nem sentir vergonha. O sexo tem uma função reprodutiva, e é só.
Segundo os autores, uma grande parte das mulheres interrogadas, raramente - ou nunca - têm orgasmo. As chances de conhecer a satisfação sexual constituem privilégio masculino. Mais de um terço das mulheres admite jamais ter chegado lá, nem se masturbando, nem por ocasião de relações sexuais. A maior parte dos homens acha que o vai-e-vem do pênis na vagina é mais que suficiente para proporcionar prazer à mulher. Raros são os que sabem alguma coisa sobre o papel decisivo do clitóris. Quais muçulmanos, ainda não descobriram o que é bem bom. Que mais não seja, para a reprodução, o clitóris não faz falta alguma.
Exceção feita da Polônia e Hungria, onde a duplicidade da cultura católica deixa certa margem ao prazer, os autores constatam nos demais países do Leste um total analfabetismo do corpo, puritanismo, vigilância incessante, intolerância aos pecados mais veniais e uma legislação anti-homossexual medieval.
Aproveitando o lançamento deste livro que desponta como um dos primeiros bestsellers da era pós-comunista, a revista parisiense L’Evenement du Jeudi enviou seus repórteres às repúblicas socialistas vizinhas para auscultar a saúde sexual dos camaradas do leste. Na Alemanha Oriental, talvez por influência da irmã vizinha, o nível de tolerância às opções sexuais de cada um é bastante satisfatório. Um homossexual arrisca de ouvir na rua perguntas como 'eles esqueceram de pôr no forno em 45?", é verdade, mas já se fala em um partido gay para as próximas eleições.
Claro que a RDA ainda sequer cogita das sexshops da Alemanha Ocidental. Com a derrubada do Muro, as lojas de Beate Hushe, antes entregues às moscas, voltaram a locupletar-se de clientes, famílias inteiras do lado oriental, rindo entre perplexas e nervosas, ante a colorida oferta de gadgets, filmes e revistas pornográficas. Na Tchecoeslováquia, a revolução sexual ocorreu há vinte anos, o adultério sempre foi praticado como esporte e hoje, tanto tchecos como eslovacos estão mais imbuídos do amor a Vaclav Havel do que a outros amores.
Na Polônia católica, sexo continua sendo tabu e os aiatolás polacos conseguiram até mesmo proibir que se fale em contracepção. Na Iugoslávia, que sempre repudiou o stalinismo, liberdade sexual não é novidade. O tétrico da coisa sobrou para a Romênia de Ceaucescu.
- Em dez anos - declara o romancista Florin Iaru - só foi possível publicar um único livro sobre sexualidade e mesmo assim... Quando se chegava ao capítulo dos desvios sexuais, fim para toda e qualquer explicação científica! Dizia-se que era efeito dos costumes podres do Ocidente.
Mihaï Bacanu, redator-chefe do Romana Libera, após ter saído da prisão, conta como fazia para escapar ao arbítrio dos Ceaucescu:
- Para driblar a censura, em vez de dizer "igreja" empregava-se palavras como prédio ou casa. Quanto a sexo, no entanto, não havia palavras possíveis, nenhuma referência, nada senão o não-dito.
Mas o melhor mesmo nos conta Ioanna Craciunescu, atriz de cinema:
- Certa vez, eu interpretava uma francesa que havia combatido no maquis durante a guerra. Ela casava com um romeno e o seguia até Bucareste. À noite, ela jogava as roupas de baixo ao pé da cama. Claro que a cena desapareceu durante a montagem. Mas o pior ocorreu durante a filmagem de Ion, um filme baseado no romance de Liviu Rebreanu. Uma jovem camponesa se deixa seduzir por um homem ambicioso. Esta cena, eu a repeti seis vezes. Meu jeito de gritar enquanto ele me fazia amor parecia por demais sugestivo. No final, eu só emitia um pequeno suspiro, como se alguém tivesse me beliscado.
Em sua tentativa de castrar os romenos, os Ceaucescu obrigaram os criadores a exóticos malabarismos. Florin Iaru, por exemplo, quando tinha de escrever "sexo", escrevia "caneta esferográfica". Em vez de "orgasmo", grafava "marasmo". A censura nada entendia e deixava passar.
O muro de Berlim caiu. Falta ainda derrubar outros. Sem uma perestroika no Vaticano, não vai ser fácil.
(Porto Alegre, RS, 14.04.90)
- Enviado por Janer @ 12:12 AM
http://cristaldo.blogspot.com/
Berlim - Um dia antes da derrubada física da parte do muro que divide Berlim, fui até a Porta de Brandenburgo colher meus caquinhos. Se você vem do Leste pela Unter den Linden, mal se aproxima do muro logo começa a ouvir aquele matraquear incessante dos alemães e turistas ocidentais picando o concreto do outro lado, tentando arrancar um souvenir da barbárie. Aproximando-se da porta pelo lado ocidental, pela Strasse des 17 Juni - agora espontaneamente rebatizada por Nove de Novembro - o panorama é mais divertido. Centenas de pessoas dirigem-se ao muro de martelo e punção em punho, enquanto os orientais invadem a avenida com sacolas vazias, em busca de coisas mínimas que por décadas lhes foram proibidas.
Enfim, melhor seria conjugar este passeio no passado, afinal aquela parte do muro não mais existe e, com a derrocada do fascismo eslavo, o mercado de seus cacos está sendo substituído pelos símbolos de um regime também obsoleto, as insígnias, distintivos e medalhas com a estrela vermelha ou a foice e o martelo. (Atenção, velha e jovem guardas stalinistas: o que já foi motivo de prisão terá, daqui por diante, valor crescente. Nestes dias de cruzeiros curtos, titularidades perdidas podem ser compensadas com uma banquinha de relíquias no brique da Redenção). Mas não era disto que pretendia falar. E sim de sexo. Lá no Leste.
Lieb steht nicht auf dem Plan (O Amor não está escrito no Plano), livro redigido a quatro mãos pela jornalista russa Tatiana Suworowa, da agência Tass, e por seu colega Adrian Geiges, da RDA, recentemente lançado na Alemanha Ocidental, nos revela a miséria sexual de boa parte do mundo socialista, a tragédia de sociedades de um puritanismo de fazer inveja a João Paulo II, onde fora do casamento não há salvação.
"Toda experiência erótica enriquece a alma humana", escrevia Alexandra Kollontai, bolchevique itinerante dos anos 20, em seu livro A Revolução Sexual. O mesmo não pensava o ex-seminarista Joseph Vissarionovitch Djugatchivili, hoje mais conhecido como Stalin. E um universo materialista e ateu, de onde foi expulso o deus cristão, permaneceu décadas - e ainda permanece - sob o império de uma ideologia que odeia o corpo, tão grata ao aiatolá de Roma. Os depoimentos colhidos pelos autores nos fazem voltar às tardes cinzentas da Idade Média.
- A primeira vez que eu deitei com um homem - declara uma russa de 23 anos, empregada da Administração - eu não sabia como se faz um filho. Isto me trazia problemas quando lia livros estrangeiros. Quando li Fiesta, de Hemingway, eu não entendia o que estava acontecendo entre homens e mulheres.
- A masturbação é uma doença - diz uma engenheira de 25 anos - uma doença terrível que se desenvolve durante a infância. É preciso explicar às crianças os danos causados por essa atividade, é preciso levar as crianças a pensar em outras coisas.
- Isto está indo longe demais - protesta fora de si, o secretário do Partido de uma grande empresa moscovita -. Imagine o que esses pretensos autores estão fazendo. Esses tipos interrogam nossos empregados sobre a masturbação! Tais questões sapam a ideologia de nosso Estado e permitem à propaganda burguesa lavar os cérebros de nossos operários. Com o simples fato de mencionar noções como essa, pode-se destruir a moral comunista.
Se a masturbação é doença e tabu, homossexualismo é crime e maldição.
- É preciso liquidar os homossexuais, são todos seres inferiores - diz uma laboratorista de 21 anos.
- É um fenômeno inquietante, eles deviam ir presos - declara uma operária da indústria têxtil.
- A sociedade deve eliminá-los - opina um estudante de jornalismo, 27 anos.
- Devem ser torturados - propõe um chofer, 22 anos.
- Depois dos anos 30 - diz uma estudante de cinema, 20 anos - a alegria de viver não mais existe em nosso país, prega-se o ascetismo. São poucas as pessoas que podem falar livremente da sexualidade, sem preconceitos, sem corar nem sentir vergonha. O sexo tem uma função reprodutiva, e é só.
Segundo os autores, uma grande parte das mulheres interrogadas, raramente - ou nunca - têm orgasmo. As chances de conhecer a satisfação sexual constituem privilégio masculino. Mais de um terço das mulheres admite jamais ter chegado lá, nem se masturbando, nem por ocasião de relações sexuais. A maior parte dos homens acha que o vai-e-vem do pênis na vagina é mais que suficiente para proporcionar prazer à mulher. Raros são os que sabem alguma coisa sobre o papel decisivo do clitóris. Quais muçulmanos, ainda não descobriram o que é bem bom. Que mais não seja, para a reprodução, o clitóris não faz falta alguma.
Exceção feita da Polônia e Hungria, onde a duplicidade da cultura católica deixa certa margem ao prazer, os autores constatam nos demais países do Leste um total analfabetismo do corpo, puritanismo, vigilância incessante, intolerância aos pecados mais veniais e uma legislação anti-homossexual medieval.
Aproveitando o lançamento deste livro que desponta como um dos primeiros bestsellers da era pós-comunista, a revista parisiense L’Evenement du Jeudi enviou seus repórteres às repúblicas socialistas vizinhas para auscultar a saúde sexual dos camaradas do leste. Na Alemanha Oriental, talvez por influência da irmã vizinha, o nível de tolerância às opções sexuais de cada um é bastante satisfatório. Um homossexual arrisca de ouvir na rua perguntas como 'eles esqueceram de pôr no forno em 45?", é verdade, mas já se fala em um partido gay para as próximas eleições.
Claro que a RDA ainda sequer cogita das sexshops da Alemanha Ocidental. Com a derrubada do Muro, as lojas de Beate Hushe, antes entregues às moscas, voltaram a locupletar-se de clientes, famílias inteiras do lado oriental, rindo entre perplexas e nervosas, ante a colorida oferta de gadgets, filmes e revistas pornográficas. Na Tchecoeslováquia, a revolução sexual ocorreu há vinte anos, o adultério sempre foi praticado como esporte e hoje, tanto tchecos como eslovacos estão mais imbuídos do amor a Vaclav Havel do que a outros amores.
Na Polônia católica, sexo continua sendo tabu e os aiatolás polacos conseguiram até mesmo proibir que se fale em contracepção. Na Iugoslávia, que sempre repudiou o stalinismo, liberdade sexual não é novidade. O tétrico da coisa sobrou para a Romênia de Ceaucescu.
- Em dez anos - declara o romancista Florin Iaru - só foi possível publicar um único livro sobre sexualidade e mesmo assim... Quando se chegava ao capítulo dos desvios sexuais, fim para toda e qualquer explicação científica! Dizia-se que era efeito dos costumes podres do Ocidente.
Mihaï Bacanu, redator-chefe do Romana Libera, após ter saído da prisão, conta como fazia para escapar ao arbítrio dos Ceaucescu:
- Para driblar a censura, em vez de dizer "igreja" empregava-se palavras como prédio ou casa. Quanto a sexo, no entanto, não havia palavras possíveis, nenhuma referência, nada senão o não-dito.
Mas o melhor mesmo nos conta Ioanna Craciunescu, atriz de cinema:
- Certa vez, eu interpretava uma francesa que havia combatido no maquis durante a guerra. Ela casava com um romeno e o seguia até Bucareste. À noite, ela jogava as roupas de baixo ao pé da cama. Claro que a cena desapareceu durante a montagem. Mas o pior ocorreu durante a filmagem de Ion, um filme baseado no romance de Liviu Rebreanu. Uma jovem camponesa se deixa seduzir por um homem ambicioso. Esta cena, eu a repeti seis vezes. Meu jeito de gritar enquanto ele me fazia amor parecia por demais sugestivo. No final, eu só emitia um pequeno suspiro, como se alguém tivesse me beliscado.
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- zumbi filosófico
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Re.: O muro sexual
A questão não é "conservadorismo", mas de um povo que foi resguardado da exploração comercial capitalista do sexo, em especial da mulher.
Para o capitalismo, que coloca o capital antes do ser humano (etimologicamente antônimo de socialismo), tudo pode ser vendido, levando a todo tipo de degradação moral. Mulheres são colocadas em vitrines para serem compradas. Se procurar, poderá encontrar até quem esteja oferecendo crianças, até elas tem seu preço no capitalismo, como era de se esperar, se o capital vem antes do ser humano, a dignidade pode ser reduzida a uma questão de peças de metal ou papel com números impressos.
Isso não elimina o conservadorismo, pois o capitalismo é acima de tudo hipócrita: as esposas reservadas para procriação e cuidados com os filhos de um lado, e as concubinas do outro, para todo tipo de perversão concebível por mentes para as quais o ser humano não é uma prioridade, para os quais "valores" se referem apenas a cifras.
É uma tradição ancetral da humanidade, a profissão mais antiga, como dizem.
Assim a moral verdadeira, assim como a justiça social (e parte dela), é uma coisa revolucionária, não conservadora, e intrínseca ao socialismo/comunismo. A sugestão do contrário é apenas mais uma falácia imoral do capitalismo.
Para o capitalismo, que coloca o capital antes do ser humano (etimologicamente antônimo de socialismo), tudo pode ser vendido, levando a todo tipo de degradação moral. Mulheres são colocadas em vitrines para serem compradas. Se procurar, poderá encontrar até quem esteja oferecendo crianças, até elas tem seu preço no capitalismo, como era de se esperar, se o capital vem antes do ser humano, a dignidade pode ser reduzida a uma questão de peças de metal ou papel com números impressos.
Isso não elimina o conservadorismo, pois o capitalismo é acima de tudo hipócrita: as esposas reservadas para procriação e cuidados com os filhos de um lado, e as concubinas do outro, para todo tipo de perversão concebível por mentes para as quais o ser humano não é uma prioridade, para os quais "valores" se referem apenas a cifras.
É uma tradição ancetral da humanidade, a profissão mais antiga, como dizem.
Assim a moral verdadeira, assim como a justiça social (e parte dela), é uma coisa revolucionária, não conservadora, e intrínseca ao socialismo/comunismo. A sugestão do contrário é apenas mais uma falácia imoral do capitalismo.
Editado pela última vez por zumbi filosófico em 10 Nov 2007, 19:24, em um total de 1 vez.

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Re: Re.: O muro sexual
Miles Teg escreveu:A questão não é "conservadorismo", mas de um povo que foi resguardado da exploração comercial capitalista do sexo, em especial da mulher.
Para o capitalismo, que coloca o capital antes do ser humano (etimologicamente antônimo de socialismo), tudo pode ser vendido, levando a todo tipo de degradação moral. Mulheres são colocadas em vitrines para serem compradas. Se procurar, poderá encontrar até quem esteja oferecendo crianças, até elas tem seu preço no capitalismo, como era de se esperar, se o capital vem antes do ser humano, a dignidade pode ser reduzida a uma questão de peças de metal ou papel com números impressos.
Isso não elimina o conservadorismo, pois o capitalismo é acima de tudo hipócrita: as esposas reservadas para procriação e cuidados com os filhos de um lado, e as concubinas do outro.
É uma tradição ancetral da humanidade, a profissão mais antiga, como dizem.
Assim a moral verdadeira, assim como a justiça social (e parte dela), é uma coisa revolucionária, não conservadora, e intrínseca ao socialismo/comunismo. A sugestão do contrário é apenas mais uma falácia imoral do capitalismo.



"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
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Re.: O muro sexual
Daniel, você está escrevendo EXATAMENTE igual à Marilena Chauí. Meus parabéns. 

- RicardoVitor
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Re: Re.: O muro sexual
Miles Teg escreveu:A questão não é "conservadorismo", mas de um povo que foi resguardado da exploração comercial capitalista do sexo, em especial da mulher.
Para o capitalismo, que coloca o capital antes do ser humano (etimologicamente antônimo de socialismo), tudo pode ser vendido, levando a todo tipo de degradação moral. Mulheres são colocadas em vitrines para serem compradas. Se procurar, poderá encontrar até quem esteja oferecendo crianças, até elas tem seu preço no capitalismo, como era de se esperar, se o capital vem antes do ser humano, a dignidade pode ser reduzida a uma questão de peças de metal ou papel com números impressos.
Isso não elimina o conservadorismo, pois o capitalismo é acima de tudo hipócrita: as esposas reservadas para procriação e cuidados com os filhos de um lado, e as concubinas do outro, para todo tipo de perversão concebível por mentes para as quais o ser humano não é uma prioridade, para os quais "valores" se referem apenas a cifras.
É uma tradição ancetral da humanidade, a profissão mais antiga, como dizem.
Assim a moral verdadeira, assim como a justiça social (e parte dela), é uma coisa revolucionária, não conservadora, e intrínseca ao socialismo/comunismo. A sugestão do contrário é apenas mais uma falácia imoral do capitalismo.





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- Apáte
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Re: Re.: O muro sexual
Samael escreveu:Daniel, você está escrevendo EXATAMENTE igual à Marilena Chauí. Meus parabéns.
Tá explicado minha sensação de Déjà vu.

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Re: Re.: O muro sexual
DIG escreveu::emoticon5:
É tudo culpa dos malditos ateus materialistas!!!!!!!!
Aceitem Allah como Único Deus e Maomé como Único Profeta ou queimem no mármore do inferno!!!!!!!!!
"Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola."
Napoleão Bonaparte
"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
Napoleão Bonaparte
Napoleão Bonaparte
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Re.: O muro sexual
Texto é um lixo. Uma salgalhada ideológica.
Nota: O prazer sexual no islão, NÃO É PECADO.
Nota: O prazer sexual no islão, NÃO É PECADO.

- zumbi filosófico
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