Encontrar tempo para si mesmo
- Deise Garcia
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- Registrado em: 30 Out 2005, 13:35
- Gênero: Feminino
Encontrar tempo para si mesmo
A organização do tempo na sociedade começou quando passamos a observar o movimento do sol. Através dessa observação, a manhã, à tarde, à noite e a madrugada formaram um período que, em conjunto, chamamos dia. A partir daí, o tempo foi dividido em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, século.
O primeiro instrumento usado para pontuar essas divisões foi o relógio de sol que, tudo indica, foi criado por um súdito do rei Archaz, da Caldéia, no ano 2600 ªC. Mas, por medir o movimento estritamente do sol, sua inconveniência se tornava notável durante a noite. Séculos depois, Platão inventou a clepsidra, uma espécie de conta-gotas capaz de medir o tempo também durante a noite.
Nesse percurso, outros aparelhos foram criados com o intuito de ter o mínimo controle sobre o fenômeno do tempo. Entre eles está a ampulheta, que usava grãos de areia contidos num recipiente, os quais, por uma pequena abertura, passava um após outro. Foi somente em 1657 que o holandês Christian Huygens, utilizando um pêndulo como contrapeso, criou o marcador de tempo que hoje chamamos de relógio.
O matemático e filósofo René Descartes é o principal expoente do conceito mecânico do tempo, justamente por ter usado a metáfora do relógio para explicar o universo e a própria sociedade. Para Descartes, o homem, natureza e sociedade nada mais são do que um ordenado mecânico de partes independentes. Esse conceito tem influenciado o modo de organização, os valores e o sentido da sociedade moderna.
Charles Chaplin, no filme Tempos Modernos (1936), mostrou a sociedade industrial como resultado do modelo mecânico de organização, caracterizado pelo modo de produção com base na linha de montagem e a crescente especialização do trabalho. O filme é uma crítica a modernidade e ao capitalismo representado pelo sistema de industrialização e agregação da força humana de trabalho. Nesse sentido, Chaplin mostra que não foi só a sociedade que se industrializou, mas o homem se tornou um industrializado, regido pelo tempo mecânico da nova sociedade das máquinas. A sinopse do filme diz que Tempos Modernos é o primeiro filme de Chaplin que utiliza algum sistema de som. Entretanto, no filme apenas se pode ouvir ruídos e vozes emitidos por máquinas. Parece que essa mudança foi feita pelo próprio Chaplin para tornar o som um símbolo da tecnologia da desumanização.
Contudo, nos reais tempos modernos, os avanços da física mostram uma nova realidade, em que o tempo mecânico perde seu marca-passo, dando lugar a idéia de um espaço-tempo que é criado a cada instante, e não constitui uma propriedade independente e distante do observador, como acreditava o físico Isaac Newton e, depois, Descartes.
Na verdade, a interdependência entre espaço, tempo e observador já havia sido mostrada por Albert Einstein. Entretanto, o grande colapso do absolutismo teórico, com o qual estamos tão acostumados e que definiu a própria noção de tempo – numa tentativa de enquadra-lo – se deu com o início da física atômica, quando os cientistas se depararam com o esquisito comportamento das partículas. A partir daí, a explicação da realidade se apóia no encontro de ondas de possibilidades, resultando num padrão de probabilidade – que se mostra como a aparente normalidade do mundo diário.
Como os intervalos entre um evento e outro no mundo do dia-a-dia são espaçados, sucessivamente apreensíveis pela percepção humana, vemos tudo como linear e a realidade humana se torna o evento mais provável – aquilo que já faz parte dos nossos sentidos. Mas a física quântica traz uma nova forma de encarar o mundo, especialmente a idéia de que, assim como sentimos as coisas que estão a nossa volta, tudo o mais, e até o universo, também podem sentir a nossa presença, na mesma gravidade em que o sentimos.
Isso seria uma tremenda revolução na estrutura do sistema cognitivo moderno, no qual entenderíamos os mecanismos de percepção para o mundo natural. Ou seja, as coisas estariam vivas ao nosso redor e se comportariam com relação a nós do modo como nos colocamos diante delas. Então, a percepção que teríamos de qualquer interação (relação) seria uma imagem codificada, a qual congelamos e, por determinação cultural, classificamos em diferentes conceitos – vindo daí a nossa idéia do mundo. Agora, se quebrássemos esses conceitos, será que as coisas se mostrariam como realmente são? Isso traria uma nova forma de relação e, por conseqüência, uma nova forma de experimentar o tempo?
Mas, nesse caso, por que estaríamos mantendo a mesma realidade, repetindo-a indefinidamente? Será que existiriam opções que desconhecemos, ou o mundo já é dado e só nos resta aceita-lo? Temos algum controle sobre as nossas vidas, sobre as nossas escolhas? O que é mais real: a experiência em si ou a percepção de que temos dela?
Todas essas questões são muito complexas, mas já temos um começo, uma linha de partida. Por exemplo, sabemos que, ao sermos bombardeados por infinitas quantidades de informações, em média 400 bilhões de bits por segundo, apenas 2000 bits são assimilados e vão para o campo consciente. Isso quer dizer que vivemos num mundo onde vemos muito pouco. Em outras palavras, apesar da realidade estar sempre “batendo” a nossa parta, percebemos apenas minúsculos fragmentos dela. Nesse sentido, o filme que temos em nosso cérebro é aquele que temos habilidade para ver – vemos o que acreditamos ser possível.
Dessa forma, os padrões de associação de eventos que temos mantido durante nossa existência se transformam em um condicionamento que se revela de acordo com o ritmo que damos a vida. O interessante nessa abordagem é que a responsabilidade pelas coisas que nos acontecem está em nossas mãos, uma vez que avaliamos como nos comportamos e como nos colocamos diante das possibilidades – esqueceram que as coisas podem estar vivas para nós e que o mundo, em alguma proporção podem estar nos sentindo também.
Num artigo escrito em março de 2005 pelo Departamento de Imunobiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Laboratório de Genética Marinha, os biólogos Luiz Antonio Andrade e Edson Pereira da Silva ampliam a definição do conhecer para fora do âmbito humano.
Eles aceitam a idéia de que todos os organismos vivos possuem uma conduta adequada aos contextos em que vivem (estão adaptados) e, portanto, estão em ato contínuo de conhecer o mundo, justificando assim o aforismo “viver é conhecer”, anunciado pelos neurobiólogos chileno, Humberto Maturana e Francisco Varela.
Entretanto, apesar dos organismos vivos serem sistemas cognitivos e, portanto, capazes de sentir e conhecer, não podem produzir conhecimento, ou seja, não são capazes de fazer uma referência a história, utilizando recursos da linguagem e da consciência. Daí vem a nossa responsabilidade – mudar o nosso “acoplamento” como o meio de acordo com as necessidades e possibilidades. Isso nos leva a reflexão do aprender, que é mudar nossa forma de ser diante do mundo. Na verdade, isso está mais para os antigos ensinamentos orientais, mas já se encontra disponível também nas prateleiras científicas.
Talvez agora possamos nos apoiar em novos paradigmas para “corrigir” ou dar uma “saída” a relação entre o homem moderno e o tempo, e sua inserção na sociedade de acordo com as novas demandas. Impulsionados não mais pela reflexão materialista e mecânica, mas, primeiro, pela idéia de uma contínua rede de interações que se recria e se renova constantemente, segundo, pelo conjunto de possibilidades que se apresentam e, em terceiro, pela habilidade do campo consciente de alcançar alguma proporção dessas possibilidades. Chegamos ao ponto crucial da nossa reflexão: a urgência de uma reengenharia individual, social e institucional do tempo.
Nossas relações entraram num ponteiro mecânico, não apenas nos tornamos industrializados, mas também industrializamos nossos valores, empacotando-os de acordo com o ritmo moderno.
Nossos símbolos parecem estar ultrapassados, pois não respondem a atual demanda emocional. O capitalismo industrial sedimentou a atenção para fora, e a sensação é a de que tudo é necessário.
O comportamento de comprar se torna rítmico, e passamos a buscar fora aquilo de que precisamos.
Essa teia de consumo simboliza uma crise de valores, uma vez que tudo parece ser descartável e reposto. As coisas passam a ter vida curta, inclusive nós. Quanto mais novo, melhor, inclusive nós. Isso alimenta a indústria da moda, da estética, dos estilos, dos hábitos, da alimentação, da sociedade e da cultura como um todo. Trata-se de uma teia, uma coisa puxando a outra, e o resultado disso foi um tempo marcado para tudo que fazemos. Talvez aí estejam as causas dos distúrbios de ansiedade que tem crescido na sociedade moderna.
Por isso, coloca-se a necessidade de uma reinvenção do cotidiano, uma discussão de novos valores e do real sentido das coisas, para uma articulação entre o homem, o tempo e o seu meio ambiente diferente daquela que conhecemos hoje, vindo daí, não a contínua produção em série, como parece ser a forma pela qual gerenciamos a vida pessoal e inter-relacional, mas uma nova arte de viver, na qual o produto final seja a consciência de aprender sobre nós mesmos, sobre as coisas que nos acontecem e a maneira como nos colocamos diante delas.
Numa recente pesquisa do Data Folha, mais de um terço (35%) dos brasileiros afirmam que o tempo para o lazer é menos do que o suficiente, e metade (50%) diz ter tempo suficiente para o lazer. Um número expressivo de trabalhadores também está insatisfeito com o tempo passado com seus familiares: 46% dos empresários, 39% dos assalariados registrados e de autônomos regulares, 35% dos funcionários públicos e 31% dos assalariados sem registro consideram o tempo passado com a família menos do que o suficiente.
A pesquisa revela um alto percentual de brasileiros com sintomas relacionados ao estresse, como irritar-se com facilidade (57%), sensação de exaustão física mesmo sem ter praticado qualquer esforço físico (53%), tristeza sem motivo aparente (47%), dificuldades para tomar decisão (46%) e para dormir (38%).
Com esses dados fica mais fácil traçar um raciocínio conciso, conciso, coerente e conclusivo sobre tudo o que foi falado aqui. Como vimos, o fenômeno tempo está inerentemente atrelado as disciplinas da física, biologia, psicologia, filosofia, sociologia e antropologia, portanto, fica muito difícil trazer uma discussão completa e profunda sobre o tempo, enumerando todas as variáveis que ele engloba.
Tentamos aqui discutir como compreendemos a relação do homem com o tempo e como ele organiza sua percepção a partir disso, não perdendo de vista, é claro, o enfoque social. Para isso, rodamos por muitas reflexões para sublinhar a crescente integração entre os diferentes campos científicos e mostrar que, por todos esses aspectos, deveríamos aprender a “desacelerar” o tempo interno, de modo a vermos com mais nitidez o que somos e o que estamos de fato buscando.
Gerenciar o tempo não como somos gerenciados numa fábrica ou numa empresa, mas coordenar a atenção para as pequenas coisas do dia-a-dia, pois nelas pode estar aquele aprendizado que dá sentido a vida. A partir de agora, fica claro que o tempo está relacionado a prioridade que damos as coisas (aquele espectro da realidade que tanto valorizamos e estamos acostumados a ver).
Sair desta zona é experimentar um novo ritmo na dança do conhecimento, que é justamente o ato de aprender ou o ato de experienciar diferentemente o tempo.
Atentar para isso tem sido o recado de muitos profissionais da área de saúde, pois o que nós somos e o que esboçamos como doença é justamente aquilo que temos cultivado durante a nossa vida, e que nada mais é do que a forma como temos passado o nosso tempo.
Que o novo marca-passo individual possa dar outro ritmo as relações sociais, uma vez que o próprio processo de interação se modifica nesse particular. Ou seja, podemos perceber o tempo de uma maneira diferente, porque nos colocamos diante dele na perspectiva daquilo que queremos realmente alcançar e, automaticamente, um novo ritmo começa a existir. Não é só uma questão cognitiva, mas um fenômeno que envolve valores, sociedade e saúde, dentro de uma demanda social, de um contexto cultural e sublinhado por um embasamento científico.
Por isso, talvez devêssemos balançar o pêndulo para as coisas mais simples da vida. O lento também é belo.
O primeiro instrumento usado para pontuar essas divisões foi o relógio de sol que, tudo indica, foi criado por um súdito do rei Archaz, da Caldéia, no ano 2600 ªC. Mas, por medir o movimento estritamente do sol, sua inconveniência se tornava notável durante a noite. Séculos depois, Platão inventou a clepsidra, uma espécie de conta-gotas capaz de medir o tempo também durante a noite.
Nesse percurso, outros aparelhos foram criados com o intuito de ter o mínimo controle sobre o fenômeno do tempo. Entre eles está a ampulheta, que usava grãos de areia contidos num recipiente, os quais, por uma pequena abertura, passava um após outro. Foi somente em 1657 que o holandês Christian Huygens, utilizando um pêndulo como contrapeso, criou o marcador de tempo que hoje chamamos de relógio.
O matemático e filósofo René Descartes é o principal expoente do conceito mecânico do tempo, justamente por ter usado a metáfora do relógio para explicar o universo e a própria sociedade. Para Descartes, o homem, natureza e sociedade nada mais são do que um ordenado mecânico de partes independentes. Esse conceito tem influenciado o modo de organização, os valores e o sentido da sociedade moderna.
Charles Chaplin, no filme Tempos Modernos (1936), mostrou a sociedade industrial como resultado do modelo mecânico de organização, caracterizado pelo modo de produção com base na linha de montagem e a crescente especialização do trabalho. O filme é uma crítica a modernidade e ao capitalismo representado pelo sistema de industrialização e agregação da força humana de trabalho. Nesse sentido, Chaplin mostra que não foi só a sociedade que se industrializou, mas o homem se tornou um industrializado, regido pelo tempo mecânico da nova sociedade das máquinas. A sinopse do filme diz que Tempos Modernos é o primeiro filme de Chaplin que utiliza algum sistema de som. Entretanto, no filme apenas se pode ouvir ruídos e vozes emitidos por máquinas. Parece que essa mudança foi feita pelo próprio Chaplin para tornar o som um símbolo da tecnologia da desumanização.
Contudo, nos reais tempos modernos, os avanços da física mostram uma nova realidade, em que o tempo mecânico perde seu marca-passo, dando lugar a idéia de um espaço-tempo que é criado a cada instante, e não constitui uma propriedade independente e distante do observador, como acreditava o físico Isaac Newton e, depois, Descartes.
Na verdade, a interdependência entre espaço, tempo e observador já havia sido mostrada por Albert Einstein. Entretanto, o grande colapso do absolutismo teórico, com o qual estamos tão acostumados e que definiu a própria noção de tempo – numa tentativa de enquadra-lo – se deu com o início da física atômica, quando os cientistas se depararam com o esquisito comportamento das partículas. A partir daí, a explicação da realidade se apóia no encontro de ondas de possibilidades, resultando num padrão de probabilidade – que se mostra como a aparente normalidade do mundo diário.
Como os intervalos entre um evento e outro no mundo do dia-a-dia são espaçados, sucessivamente apreensíveis pela percepção humana, vemos tudo como linear e a realidade humana se torna o evento mais provável – aquilo que já faz parte dos nossos sentidos. Mas a física quântica traz uma nova forma de encarar o mundo, especialmente a idéia de que, assim como sentimos as coisas que estão a nossa volta, tudo o mais, e até o universo, também podem sentir a nossa presença, na mesma gravidade em que o sentimos.
Isso seria uma tremenda revolução na estrutura do sistema cognitivo moderno, no qual entenderíamos os mecanismos de percepção para o mundo natural. Ou seja, as coisas estariam vivas ao nosso redor e se comportariam com relação a nós do modo como nos colocamos diante delas. Então, a percepção que teríamos de qualquer interação (relação) seria uma imagem codificada, a qual congelamos e, por determinação cultural, classificamos em diferentes conceitos – vindo daí a nossa idéia do mundo. Agora, se quebrássemos esses conceitos, será que as coisas se mostrariam como realmente são? Isso traria uma nova forma de relação e, por conseqüência, uma nova forma de experimentar o tempo?
Mas, nesse caso, por que estaríamos mantendo a mesma realidade, repetindo-a indefinidamente? Será que existiriam opções que desconhecemos, ou o mundo já é dado e só nos resta aceita-lo? Temos algum controle sobre as nossas vidas, sobre as nossas escolhas? O que é mais real: a experiência em si ou a percepção de que temos dela?
Todas essas questões são muito complexas, mas já temos um começo, uma linha de partida. Por exemplo, sabemos que, ao sermos bombardeados por infinitas quantidades de informações, em média 400 bilhões de bits por segundo, apenas 2000 bits são assimilados e vão para o campo consciente. Isso quer dizer que vivemos num mundo onde vemos muito pouco. Em outras palavras, apesar da realidade estar sempre “batendo” a nossa parta, percebemos apenas minúsculos fragmentos dela. Nesse sentido, o filme que temos em nosso cérebro é aquele que temos habilidade para ver – vemos o que acreditamos ser possível.
Dessa forma, os padrões de associação de eventos que temos mantido durante nossa existência se transformam em um condicionamento que se revela de acordo com o ritmo que damos a vida. O interessante nessa abordagem é que a responsabilidade pelas coisas que nos acontecem está em nossas mãos, uma vez que avaliamos como nos comportamos e como nos colocamos diante das possibilidades – esqueceram que as coisas podem estar vivas para nós e que o mundo, em alguma proporção podem estar nos sentindo também.
Num artigo escrito em março de 2005 pelo Departamento de Imunobiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Laboratório de Genética Marinha, os biólogos Luiz Antonio Andrade e Edson Pereira da Silva ampliam a definição do conhecer para fora do âmbito humano.
Eles aceitam a idéia de que todos os organismos vivos possuem uma conduta adequada aos contextos em que vivem (estão adaptados) e, portanto, estão em ato contínuo de conhecer o mundo, justificando assim o aforismo “viver é conhecer”, anunciado pelos neurobiólogos chileno, Humberto Maturana e Francisco Varela.
Entretanto, apesar dos organismos vivos serem sistemas cognitivos e, portanto, capazes de sentir e conhecer, não podem produzir conhecimento, ou seja, não são capazes de fazer uma referência a história, utilizando recursos da linguagem e da consciência. Daí vem a nossa responsabilidade – mudar o nosso “acoplamento” como o meio de acordo com as necessidades e possibilidades. Isso nos leva a reflexão do aprender, que é mudar nossa forma de ser diante do mundo. Na verdade, isso está mais para os antigos ensinamentos orientais, mas já se encontra disponível também nas prateleiras científicas.
Talvez agora possamos nos apoiar em novos paradigmas para “corrigir” ou dar uma “saída” a relação entre o homem moderno e o tempo, e sua inserção na sociedade de acordo com as novas demandas. Impulsionados não mais pela reflexão materialista e mecânica, mas, primeiro, pela idéia de uma contínua rede de interações que se recria e se renova constantemente, segundo, pelo conjunto de possibilidades que se apresentam e, em terceiro, pela habilidade do campo consciente de alcançar alguma proporção dessas possibilidades. Chegamos ao ponto crucial da nossa reflexão: a urgência de uma reengenharia individual, social e institucional do tempo.
Nossas relações entraram num ponteiro mecânico, não apenas nos tornamos industrializados, mas também industrializamos nossos valores, empacotando-os de acordo com o ritmo moderno.
Nossos símbolos parecem estar ultrapassados, pois não respondem a atual demanda emocional. O capitalismo industrial sedimentou a atenção para fora, e a sensação é a de que tudo é necessário.
O comportamento de comprar se torna rítmico, e passamos a buscar fora aquilo de que precisamos.
Essa teia de consumo simboliza uma crise de valores, uma vez que tudo parece ser descartável e reposto. As coisas passam a ter vida curta, inclusive nós. Quanto mais novo, melhor, inclusive nós. Isso alimenta a indústria da moda, da estética, dos estilos, dos hábitos, da alimentação, da sociedade e da cultura como um todo. Trata-se de uma teia, uma coisa puxando a outra, e o resultado disso foi um tempo marcado para tudo que fazemos. Talvez aí estejam as causas dos distúrbios de ansiedade que tem crescido na sociedade moderna.
Por isso, coloca-se a necessidade de uma reinvenção do cotidiano, uma discussão de novos valores e do real sentido das coisas, para uma articulação entre o homem, o tempo e o seu meio ambiente diferente daquela que conhecemos hoje, vindo daí, não a contínua produção em série, como parece ser a forma pela qual gerenciamos a vida pessoal e inter-relacional, mas uma nova arte de viver, na qual o produto final seja a consciência de aprender sobre nós mesmos, sobre as coisas que nos acontecem e a maneira como nos colocamos diante delas.
Numa recente pesquisa do Data Folha, mais de um terço (35%) dos brasileiros afirmam que o tempo para o lazer é menos do que o suficiente, e metade (50%) diz ter tempo suficiente para o lazer. Um número expressivo de trabalhadores também está insatisfeito com o tempo passado com seus familiares: 46% dos empresários, 39% dos assalariados registrados e de autônomos regulares, 35% dos funcionários públicos e 31% dos assalariados sem registro consideram o tempo passado com a família menos do que o suficiente.
A pesquisa revela um alto percentual de brasileiros com sintomas relacionados ao estresse, como irritar-se com facilidade (57%), sensação de exaustão física mesmo sem ter praticado qualquer esforço físico (53%), tristeza sem motivo aparente (47%), dificuldades para tomar decisão (46%) e para dormir (38%).
Com esses dados fica mais fácil traçar um raciocínio conciso, conciso, coerente e conclusivo sobre tudo o que foi falado aqui. Como vimos, o fenômeno tempo está inerentemente atrelado as disciplinas da física, biologia, psicologia, filosofia, sociologia e antropologia, portanto, fica muito difícil trazer uma discussão completa e profunda sobre o tempo, enumerando todas as variáveis que ele engloba.
Tentamos aqui discutir como compreendemos a relação do homem com o tempo e como ele organiza sua percepção a partir disso, não perdendo de vista, é claro, o enfoque social. Para isso, rodamos por muitas reflexões para sublinhar a crescente integração entre os diferentes campos científicos e mostrar que, por todos esses aspectos, deveríamos aprender a “desacelerar” o tempo interno, de modo a vermos com mais nitidez o que somos e o que estamos de fato buscando.
Gerenciar o tempo não como somos gerenciados numa fábrica ou numa empresa, mas coordenar a atenção para as pequenas coisas do dia-a-dia, pois nelas pode estar aquele aprendizado que dá sentido a vida. A partir de agora, fica claro que o tempo está relacionado a prioridade que damos as coisas (aquele espectro da realidade que tanto valorizamos e estamos acostumados a ver).
Sair desta zona é experimentar um novo ritmo na dança do conhecimento, que é justamente o ato de aprender ou o ato de experienciar diferentemente o tempo.
Atentar para isso tem sido o recado de muitos profissionais da área de saúde, pois o que nós somos e o que esboçamos como doença é justamente aquilo que temos cultivado durante a nossa vida, e que nada mais é do que a forma como temos passado o nosso tempo.
Que o novo marca-passo individual possa dar outro ritmo as relações sociais, uma vez que o próprio processo de interação se modifica nesse particular. Ou seja, podemos perceber o tempo de uma maneira diferente, porque nos colocamos diante dele na perspectiva daquilo que queremos realmente alcançar e, automaticamente, um novo ritmo começa a existir. Não é só uma questão cognitiva, mas um fenômeno que envolve valores, sociedade e saúde, dentro de uma demanda social, de um contexto cultural e sublinhado por um embasamento científico.
Por isso, talvez devêssemos balançar o pêndulo para as coisas mais simples da vida. O lento também é belo.
Re.: Encontrar tempo para si mesmo

Ha-Ha-Ha!
Ninguém dá atenção aos tópicos da Deise!
- Aurelio Moraes
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A organização do tempo na sociedade

começou quando passamos a observar o movimento do sol.

O primeiro instrumento usado para pontuar essas divisões foi o relógio de sol que

foi criado por um súdito do rei Archaz

da Caldéia

a ampulheta

Foi somente em 1657

holandês Christian Huygens

O matemático e filósofo René Descartes

Charles Chaplin

no filme Tempos Modernos

mas coordenar a atenção para as pequenas coisas do dia-a-dia, pois nelas pode estar aquele aprendizado que dá sentido a vida.

A partir de agora, fica claro que o tempo está relacionado a prioridade que damos as coisas (aquele espectro da realidade que tanto valorizamos e estamos acostumados a ver).

Sair desta zona é experimentar um novo ritmo na dança do conhecimento, que é justamente o ato de aprender ou o ato de experienciar diferentemente o tempo.

Atentar para isso tem sido o recado de muitos profissionais da área de saúde




que nada mais é do que a forma como temos passado o nosso tempo.




dar outro ritmo as relações sociais

podemos perceber o tempo de uma maneira diferente

talvez devêssemos balançar o pêndulo

para as coisas mais simples da vida.


O lento também é belo.

- Deise Garcia
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Re: Re.: Encontrar tempo para si mesmo
rapha... escreveu::emoticon12:
Ha-Ha-Ha!
Ninguém dá atenção aos tópicos da Deise!
Você já deu!


E olha que nem vou falar do Ramon!


- Lúcifer
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Re.: Encontrar tempo para si mesmo
Eu não li todo o texto mas a parte de Chaplim foi interessante.
Beijos, Deise G
atinha.
Beijos, Deise G



- Lúcifer
- Mensagens: 8607
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Re.: Encontrar tempo para si mesmo
Eu não li todo o texto mas a parte de Chaplim foi interessante.
Beijos, Deise Gatinha.

Beijos, Deise Gatinha.



- videomaker
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- Registrado em: 25 Out 2005, 23:34
Re: Encontrar tempo para si mesmo
Deise Garcia escreveu:A organização do tempo na sociedade começou quando passamos a observar o movimento do sol. Através dessa observação, a manhã, à tarde, à noite e a madrugada formaram um período que, em conjunto, chamamos dia. A partir daí, o tempo foi dividido em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, século.
O primeiro instrumento usado para pontuar essas divisões foi o relógio de sol que, tudo indica, foi criado por um súdito do rei Archaz, da Caldéia, no ano 2600 ªC. Mas, por medir o movimento estritamente do sol, sua inconveniência se tornava notável durante a noite. Séculos depois, Platão inventou a clepsidra, uma espécie de conta-gotas capaz de medir o tempo também durante a noite.
Nesse percurso, outros aparelhos foram criados com o intuito de ter o mínimo controle sobre o fenômeno do tempo. Entre eles está a ampulheta, que usava grãos de areia contidos num recipiente, os quais, por uma pequena abertura, passava um após outro. Foi somente em 1657 que o holandês Christian Huygens, utilizando um pêndulo como contrapeso, criou o marcador de tempo que hoje chamamos de relógio.
O matemático e filósofo René Descartes é o principal expoente do conceito mecânico do tempo, justamente por ter usado a metáfora do relógio para explicar o universo e a própria sociedade. Para Descartes, o homem, natureza e sociedade nada mais são do que um ordenado mecânico de partes independentes. Esse conceito tem influenciado o modo de organização, os valores e o sentido da sociedade moderna.
Charles Chaplin, no filme Tempos Modernos (1936), mostrou a sociedade industrial como resultado do modelo mecânico de organização, caracterizado pelo modo de produção com base na linha de montagem e a crescente especialização do trabalho. O filme é uma crítica a modernidade e ao capitalismo representado pelo sistema de industrialização e agregação da força humana de trabalho. Nesse sentido, Chaplin mostra que não foi só a sociedade que se industrializou, mas o homem se tornou um industrializado, regido pelo tempo mecânico da nova sociedade das máquinas. A sinopse do filme diz que Tempos Modernos é o primeiro filme de Chaplin que utiliza algum sistema de som. Entretanto, no filme apenas se pode ouvir ruídos e vozes emitidos por máquinas. Parece que essa mudança foi feita pelo próprio Chaplin para tornar o som um símbolo da tecnologia da desumanização.
Contudo, nos reais tempos modernos, os avanços da física mostram uma nova realidade, em que o tempo mecânico perde seu marca-passo, dando lugar a idéia de um espaço-tempo que é criado a cada instante, e não constitui uma propriedade independente e distante do observador, como acreditava o físico Isaac Newton e, depois, Descartes.
Na verdade, a interdependência entre espaço, tempo e observador já havia sido mostrada por Albert Einstein. Entretanto, o grande colapso do absolutismo teórico, com o qual estamos tão acostumados e que definiu a própria noção de tempo – numa tentativa de enquadra-lo – se deu com o início da física atômica, quando os cientistas se depararam com o esquisito comportamento das partículas. A partir daí, a explicação da realidade se apóia no encontro de ondas de possibilidades, resultando num padrão de probabilidade – que se mostra como a aparente normalidade do mundo diário.
Como os intervalos entre um evento e outro no mundo do dia-a-dia são espaçados, sucessivamente apreensíveis pela percepção humana, vemos tudo como linear e a realidade humana se torna o evento mais provável – aquilo que já faz parte dos nossos sentidos. Mas a física quântica traz uma nova forma de encarar o mundo, especialmente a idéia de que, assim como sentimos as coisas que estão a nossa volta, tudo o mais, e até o universo, também podem sentir a nossa presença, na mesma gravidade em que o sentimos.
Isso seria uma tremenda revolução na estrutura do sistema cognitivo moderno, no qual entenderíamos os mecanismos de percepção para o mundo natural. Ou seja, as coisas estariam vivas ao nosso redor e se comportariam com relação a nós do modo como nos colocamos diante delas. Então, a percepção que teríamos de qualquer interação (relação) seria uma imagem codificada, a qual congelamos e, por determinação cultural, classificamos em diferentes conceitos – vindo daí a nossa idéia do mundo. Agora, se quebrássemos esses conceitos, será que as coisas se mostrariam como realmente são? Isso traria uma nova forma de relação e, por conseqüência, uma nova forma de experimentar o tempo?
Mas, nesse caso, por que estaríamos mantendo a mesma realidade, repetindo-a indefinidamente? Será que existiriam opções que desconhecemos, ou o mundo já é dado e só nos resta aceita-lo? Temos algum controle sobre as nossas vidas, sobre as nossas escolhas? O que é mais real: a experiência em si ou a percepção de que temos dela?
Todas essas questões são muito complexas, mas já temos um começo, uma linha de partida. Por exemplo, sabemos que, ao sermos bombardeados por infinitas quantidades de informações, em média 400 bilhões de bits por segundo, apenas 2000 bits são assimilados e vão para o campo consciente. Isso quer dizer que vivemos num mundo onde vemos muito pouco. Em outras palavras, apesar da realidade estar sempre “batendo” a nossa parta, percebemos apenas minúsculos fragmentos dela. Nesse sentido, o filme que temos em nosso cérebro é aquele que temos habilidade para ver – vemos o que acreditamos ser possível.
Dessa forma, os padrões de associação de eventos que temos mantido durante nossa existência se transformam em um condicionamento que se revela de acordo com o ritmo que damos a vida. O interessante nessa abordagem é que a responsabilidade pelas coisas que nos acontecem está em nossas mãos, uma vez que avaliamos como nos comportamos e como nos colocamos diante das possibilidades – esqueceram que as coisas podem estar vivas para nós e que o mundo, em alguma proporção podem estar nos sentindo também.
Num artigo escrito em março de 2005 pelo Departamento de Imunobiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Laboratório de Genética Marinha, os biólogos Luiz Antonio Andrade e Edson Pereira da Silva ampliam a definição do conhecer para fora do âmbito humano.
Eles aceitam a idéia de que todos os organismos vivos possuem uma conduta adequada aos contextos em que vivem (estão adaptados) e, portanto, estão em ato contínuo de conhecer o mundo, justificando assim o aforismo “viver é conhecer”, anunciado pelos neurobiólogos chileno, Humberto Maturana e Francisco Varela.
Entretanto, apesar dos organismos vivos serem sistemas cognitivos e, portanto, capazes de sentir e conhecer, não podem produzir conhecimento, ou seja, não são capazes de fazer uma referência a história, utilizando recursos da linguagem e da consciência. Daí vem a nossa responsabilidade – mudar o nosso “acoplamento” como o meio de acordo com as necessidades e possibilidades. Isso nos leva a reflexão do aprender, que é mudar nossa forma de ser diante do mundo. Na verdade, isso está mais para os antigos ensinamentos orientais, mas já se encontra disponível também nas prateleiras científicas.
Talvez agora possamos nos apoiar em novos paradigmas para “corrigir” ou dar uma “saída” a relação entre o homem moderno e o tempo, e sua inserção na sociedade de acordo com as novas demandas. Impulsionados não mais pela reflexão materialista e mecânica, mas, primeiro, pela idéia de uma contínua rede de interações que se recria e se renova constantemente, segundo, pelo conjunto de possibilidades que se apresentam e, em terceiro, pela habilidade do campo consciente de alcançar alguma proporção dessas possibilidades. Chegamos ao ponto crucial da nossa reflexão: a urgência de uma reengenharia individual, social e institucional do tempo.
Nossas relações entraram num ponteiro mecânico, não apenas nos tornamos industrializados, mas também industrializamos nossos valores, empacotando-os de acordo com o ritmo moderno.
Nossos símbolos parecem estar ultrapassados, pois não respondem a atual demanda emocional. O capitalismo industrial sedimentou a atenção para fora, e a sensação é a de que tudo é necessário.
O comportamento de comprar se torna rítmico, e passamos a buscar fora aquilo de que precisamos.
Essa teia de consumo simboliza uma crise de valores, uma vez que tudo parece ser descartável e reposto. As coisas passam a ter vida curta, inclusive nós. Quanto mais novo, melhor, inclusive nós. Isso alimenta a indústria da moda, da estética, dos estilos, dos hábitos, da alimentação, da sociedade e da cultura como um todo. Trata-se de uma teia, uma coisa puxando a outra, e o resultado disso foi um tempo marcado para tudo que fazemos. Talvez aí estejam as causas dos distúrbios de ansiedade que tem crescido na sociedade moderna.
Por isso, coloca-se a necessidade de uma reinvenção do cotidiano, uma discussão de novos valores e do real sentido das coisas, para uma articulação entre o homem, o tempo e o seu meio ambiente diferente daquela que conhecemos hoje, vindo daí, não a contínua produção em série, como parece ser a forma pela qual gerenciamos a vida pessoal e inter-relacional, mas uma nova arte de viver, na qual o produto final seja a consciência de aprender sobre nós mesmos, sobre as coisas que nos acontecem e a maneira como nos colocamos diante delas.
Numa recente pesquisa do Data Folha, mais de um terço (35%) dos brasileiros afirmam que o tempo para o lazer é menos do que o suficiente, e metade (50%) diz ter tempo suficiente para o lazer. Um número expressivo de trabalhadores também está insatisfeito com o tempo passado com seus familiares: 46% dos empresários, 39% dos assalariados registrados e de autônomos regulares, 35% dos funcionários públicos e 31% dos assalariados sem registro consideram o tempo passado com a família menos do que o suficiente.
A pesquisa revela um alto percentual de brasileiros com sintomas relacionados ao estresse, como irritar-se com facilidade (57%), sensação de exaustão física mesmo sem ter praticado qualquer esforço físico (53%), tristeza sem motivo aparente (47%), dificuldades para tomar decisão (46%) e para dormir (38%).
Com esses dados fica mais fácil traçar um raciocínio conciso, conciso, coerente e conclusivo sobre tudo o que foi falado aqui. Como vimos, o fenômeno tempo está inerentemente atrelado as disciplinas da física, biologia, psicologia, filosofia, sociologia e antropologia, portanto, fica muito difícil trazer uma discussão completa e profunda sobre o tempo, enumerando todas as variáveis que ele engloba.
Tentamos aqui discutir como compreendemos a relação do homem com o tempo e como ele organiza sua percepção a partir disso, não perdendo de vista, é claro, o enfoque social. Para isso, rodamos por muitas reflexões para sublinhar a crescente integração entre os diferentes campos científicos e mostrar que, por todos esses aspectos, deveríamos aprender a “desacelerar” o tempo interno, de modo a vermos com mais nitidez o que somos e o que estamos de fato buscando.
Gerenciar o tempo não como somos gerenciados numa fábrica ou numa empresa, mas coordenar a atenção para as pequenas coisas do dia-a-dia, pois nelas pode estar aquele aprendizado que dá sentido a vida. A partir de agora, fica claro que o tempo está relacionado a prioridade que damos as coisas (aquele espectro da realidade que tanto valorizamos e estamos acostumados a ver).
Sair desta zona é experimentar um novo ritmo na dança do conhecimento, que é justamente o ato de aprender ou o ato de experienciar diferentemente o tempo.
Atentar para isso tem sido o recado de muitos profissionais da área de saúde, pois o que nós somos e o que esboçamos como doença é justamente aquilo que temos cultivado durante a nossa vida, e que nada mais é do que a forma como temos passado o nosso tempo.
Que o novo marca-passo individual possa dar outro ritmo as relações sociais, uma vez que o próprio processo de interação se modifica nesse particular. Ou seja, podemos perceber o tempo de uma maneira diferente, porque nos colocamos diante dele na perspectiva daquilo que queremos realmente alcançar e, automaticamente, um novo ritmo começa a existir. Não é só uma questão cognitiva, mas um fenômeno que envolve valores, sociedade e saúde, dentro de uma demanda social, de um contexto cultural e sublinhado por um embasamento científico.
Por isso, talvez devêssemos balançar o pêndulo para as coisas mais simples da vida. O lento também é belo.
Muito bom Deise !
Perolas aos porcos , vc sempre praticando a caridade.
um cheiro.
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)
- Aurelio Moraes
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Re.: Encontrar tempo para si mesmo
Pérolas aos porcos:
Dar aos espíritas do RV estes livros:
O vm e a Deise são dois incapacitados intelectuais, que não conseguiriam ler e compreender os livros assim.
São dois néscios desprovidos de inteligência. Gente assim nunca conseguiria ler livros como os acima e debater suas idéias.
Dar aos espíritas do RV estes livros:





O vm e a Deise são dois incapacitados intelectuais, que não conseguiriam ler e compreender os livros assim.
São dois néscios desprovidos de inteligência. Gente assim nunca conseguiria ler livros como os acima e debater suas idéias.