No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
28.11, 10h00
por Martha Beck, Luciana Rodrigues, Cássia Almeida e Higino Barros, no Globo
O ingresso do Brasil no clube dos países de alto desenvolvimento humano está longe de significar condições ideais — ou até mesmo aceitáveis — de vida para boa parte da população brasileira, dizem especialistas. O assessor especial do Pnud e especialista em desenvolvimento humano, Flávio Comim, lembra que uma simples comparação com os vizinhos da América Latina que já tenham alto IDH mostra que o Brasil fica atrás em, pelo menos, cinco quesitos: pobreza, desigualdade, saneamento, mortalidade infantil e mortalidade materna.
— Se eu tivesse que dizer se o copo está meio cheio ou meio vazio no caso do Brasil, eu diria que ele está meio vazio — afirmou Comim, lembrando que o índice de pobreza no Brasil é de 9,7%, contra 6,8% no México e 3,7% no Chile
"Não devemos nos impressionar com resultado". A economista Lena Lavinas acrescenta que o IDH é um índice eficaz para avaliações internacionais. Porém, explica pouco da realidade brasileira, marcada por grande informalidade, empregos precários e elevado déficit habitacional.
— Achar que agora fazemos parte do pelotão de países dotados de bem-estar é um tamanho equívoco. Não devemos nos deixar impressionar com esse resultado — disse Lena.
Sonia Rocha, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), avalia que, nas três dimensões mensuradas pelo IDH — renda, saúde e educação — o maior desafio do Brasil está na educação. Na saúde, há deficiências de gestão e eficácia do sistema. Mas há considerável volume de gastos públicos nessa área, o nível tecnológico do Brasil é bom e há exemplos de sucesso na área, como as campanhas de vacinação.
— Na educação, o quadro é mais complexo. Há deficiências sérias no pessoal docente. As crianças chegam na escola na idade correta e muitas saem sem aprender nada — diz Sonia, acrescentando que o IDH mede apenas o acesso à educação, mas não a qualidade do ensino.
O ganho de renda é o que mais explica a melhora recente do IDH do país. A gaúcha Maria Salete Oliveira dos Santos, de 54 anos, se beneficiou em diferentes frentes com o maior poder de compra dos brasileiros. Responsável pelos serviços gerais de um imóvel que abriga pequenas empresas de prestação de serviços, há um ano e oito meses ela concilia o emprego com o trabalho de faxineira. Aproveitando a alta no consumo dos brasileiros, ganha ainda com a venda de panquecas, pão caseiro, conservas e doces.
Com o orçamento reforçado, Salete pôde comprar um berço e um armário para o neto Davi, que ainda vai nascer. A filha Karen, de 23 anos, desempregada, está grávida de nove meses e mora com Salete. Hoje ganhando cerca de R$ 700 por mês, Salete retomou ainda o hábito de passar férias em Camboriú, litoral de Santa Catarina.
Mas, a partir dos dados do Pnud, é possível detectar a dificuldade de o Brasil em transformar riqueza econômica em bem-estar social. Isso é medido pela distância entre IDH e Produto Interno Bruto (PIB). Segundo Comim, do Pnud, o Brasil apresenta grande defasagem nessa comparação.
Considerando a renda per capita da população, o Brasil ocupa hoje a 67ª posição no ranking mundial. Já no IDH, a colocação é a 70ª Em Cuba, essa diferença é de 43 posições, mas a favor do IDH.
E o Brasil tem outro desafio: a desigualdade. Claudio Dedecca, da Unicamp, lembra que as nações que ocupam os primeiros lugares nos quesitos de bemestar social não exibem as disparidades regionais que o Brasil enfrenta. Para ele, o país deve continuar melhorando a expectativa de vida ao nascer, por ser um indicador que apresenta resultados mais rapidamente.
28.11, 10h00
por Martha Beck, Luciana Rodrigues, Cássia Almeida e Higino Barros, no Globo
O ingresso do Brasil no clube dos países de alto desenvolvimento humano está longe de significar condições ideais — ou até mesmo aceitáveis — de vida para boa parte da população brasileira, dizem especialistas. O assessor especial do Pnud e especialista em desenvolvimento humano, Flávio Comim, lembra que uma simples comparação com os vizinhos da América Latina que já tenham alto IDH mostra que o Brasil fica atrás em, pelo menos, cinco quesitos: pobreza, desigualdade, saneamento, mortalidade infantil e mortalidade materna.
— Se eu tivesse que dizer se o copo está meio cheio ou meio vazio no caso do Brasil, eu diria que ele está meio vazio — afirmou Comim, lembrando que o índice de pobreza no Brasil é de 9,7%, contra 6,8% no México e 3,7% no Chile
"Não devemos nos impressionar com resultado". A economista Lena Lavinas acrescenta que o IDH é um índice eficaz para avaliações internacionais. Porém, explica pouco da realidade brasileira, marcada por grande informalidade, empregos precários e elevado déficit habitacional.
— Achar que agora fazemos parte do pelotão de países dotados de bem-estar é um tamanho equívoco. Não devemos nos deixar impressionar com esse resultado — disse Lena.
Sonia Rocha, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), avalia que, nas três dimensões mensuradas pelo IDH — renda, saúde e educação — o maior desafio do Brasil está na educação. Na saúde, há deficiências de gestão e eficácia do sistema. Mas há considerável volume de gastos públicos nessa área, o nível tecnológico do Brasil é bom e há exemplos de sucesso na área, como as campanhas de vacinação.
— Na educação, o quadro é mais complexo. Há deficiências sérias no pessoal docente. As crianças chegam na escola na idade correta e muitas saem sem aprender nada — diz Sonia, acrescentando que o IDH mede apenas o acesso à educação, mas não a qualidade do ensino.
O ganho de renda é o que mais explica a melhora recente do IDH do país. A gaúcha Maria Salete Oliveira dos Santos, de 54 anos, se beneficiou em diferentes frentes com o maior poder de compra dos brasileiros. Responsável pelos serviços gerais de um imóvel que abriga pequenas empresas de prestação de serviços, há um ano e oito meses ela concilia o emprego com o trabalho de faxineira. Aproveitando a alta no consumo dos brasileiros, ganha ainda com a venda de panquecas, pão caseiro, conservas e doces.
Com o orçamento reforçado, Salete pôde comprar um berço e um armário para o neto Davi, que ainda vai nascer. A filha Karen, de 23 anos, desempregada, está grávida de nove meses e mora com Salete. Hoje ganhando cerca de R$ 700 por mês, Salete retomou ainda o hábito de passar férias em Camboriú, litoral de Santa Catarina.
Mas, a partir dos dados do Pnud, é possível detectar a dificuldade de o Brasil em transformar riqueza econômica em bem-estar social. Isso é medido pela distância entre IDH e Produto Interno Bruto (PIB). Segundo Comim, do Pnud, o Brasil apresenta grande defasagem nessa comparação.
Considerando a renda per capita da população, o Brasil ocupa hoje a 67ª posição no ranking mundial. Já no IDH, a colocação é a 70ª Em Cuba, essa diferença é de 43 posições, mas a favor do IDH.
E o Brasil tem outro desafio: a desigualdade. Claudio Dedecca, da Unicamp, lembra que as nações que ocupam os primeiros lugares nos quesitos de bemestar social não exibem as disparidades regionais que o Brasil enfrenta. Para ele, o país deve continuar melhorando a expectativa de vida ao nascer, por ser um indicador que apresenta resultados mais rapidamente.
TULIO
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- Jeanioz
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Re: No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
Tulio escreveu:No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
Isso até as eleições, então vão encher com um monte de propaganda para parecer que o copo até quase cheio e que para enche-lo completamente falta só gestões.

Então, depois das eleições e durante os dois próximos anos, o copo vai se esvaziar para alimentar esquemas de corrupção.

"Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola."
Napoleão Bonaparte
"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
Napoleão Bonaparte
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- zumbi filosófico
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Re.: No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
No Brasil, e em diversos lugares do mundo capitalista, não temos apenas um, mas dois copos, incomunicáveis. Um deles está praticamente transbordando, e o outro está praticamente seco, só com algumas gotas.
Tudo que se precisa, que se deve fazer, é despejar de um para o outro, até que ambos tenham quantidades proporcionais.
Sozinhos, eles simplesmente não se enchem, ou alguém já viu um copo se encher pela "mão invisível" da hidrodinâmica? Não podemos esperar que um deles então se encha, como se encheu o outro. O conteúdo é limitado e só pode ser transferido.
Pior, o copo mais cheio ainda tem perversas bombas com canudinhos para esvaziar ainda mais o outro, ou no mínimo impedir que seja cheio, talvez com um pires sobre o copo mais vazio, impedindo que água da torneira das riquezas caia igualmente sobre ambos.
Tudo que se precisa, que se deve fazer, é despejar de um para o outro, até que ambos tenham quantidades proporcionais.
Sozinhos, eles simplesmente não se enchem, ou alguém já viu um copo se encher pela "mão invisível" da hidrodinâmica? Não podemos esperar que um deles então se encha, como se encheu o outro. O conteúdo é limitado e só pode ser transferido.
Pior, o copo mais cheio ainda tem perversas bombas com canudinhos para esvaziar ainda mais o outro, ou no mínimo impedir que seja cheio, talvez com um pires sobre o copo mais vazio, impedindo que água da torneira das riquezas caia igualmente sobre ambos.

- Jeanioz
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Re: Re.: No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
Miles Teg escreveu:No Brasil, e em diversos lugares do mundo capitalista, não temos apenas um, mas dois copos, incomunicáveis. Um deles está praticamente transbordando, e o outro está praticamente seco, só com algumas gotas.
Tudo que se precisa, que se deve fazer, é despejar de um para o outro, até que ambos tenham quantidades proporcionais.
Sozinhos, eles simplesmente não se enchem, ou alguém já viu um copo se encher pela "mão invisível" da hidrodinâmica? Não podemos esperar que um deles então se encha, como se encheu o outro. O conteúdo é limitado e só pode ser transferido.
Pior, o copo mais cheio ainda tem perversas bombas com canudinhos para esvaziar ainda mais o outro, ou no mínimo impedir que seja cheio, talvez com um pires sobre o copo mais vazio, impedindo que água da torneira das riquezas caia igualmente sobre ambos.
E o pior, irmão camarada é que nesses casos a água desafia é mesmo o poder da gravidade, tamanha a influência da praga capitalista:

(

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Re.: No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
Bom mesmo quando nem aparecia na lista, certo?
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- Jeanioz
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Re: Re.: No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
Johnny escreveu:Bom mesmo quando nem aparecia na lista, certo?
A imprensa não tinha o que criticar...

O copo só foi enchido pela boa administração petista, pois nos tucanos isso nem existia!!!
Ai que bom se o Lula pudesse continuar com o seu trabalho...

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Re.: No caso do Brasil, copo ‘está meio vazio’
Não quis dizer isso Jean (se é que foi uma critica), mas é um fato. Me lembra minha avó que dizia que não pode dar a mão que quer logo o braço. O mais engraçado é que os imediatistas do PSDB hoje pregam o que o PT pregava.
Mas, politica é isso, um bando de bandidos travestidos e protegidos pela lei. Sempre será assim, desde a biblia até a constituição dos estados unidos.
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