Separação do Brasil segundo a Superinteressante
Então, baseado no livro Fronteiras e Nações, a revista deu abordou o tema da dividindo-o da seguinte forma:
Amazônia Ocidental - Amazonas
Sob tutela da Onu - Capital: Manaus
O amazonas assumiria seu papel de reserva florestal da humanidade, e a tutela da ONU (e seu contingente de "capacetes azuis) seria imprescindível para proteger a mata de madeireiros ilegais, ecopiratas, grupos militares e paramilitares, além de criminosos comuns. A elite cabocla amazonense tomaria o poder e, aproveitando a preocupação global ecológica, se beneficiaria de alianças com o primeiro mundo.
República do Baixo Amazonas – Pará (parte) e Belém
Capital: São Luís
Apesar de estar na região amazônica, a porção norte do Par;a e do Maranhão se separaria do Amazonas, por ter uma característica muito própria: a floresta pluvial aliada à mineração forte. Apesar de ser menor que Belém, a cidade São Luís seria o maior pólo econômico da região, já que abriga o porto por onde escoa o minério que chega por trem de Carajás.
Estados Unidos do Cariri – Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba
Capital: Fortaleza
As praias na curva norte do litoral brasileiro se tornaria um rico pólo turístico, freqüentado sobretudo por visitantes europeus, que ocupariam os diversos resorts costeiros. Já o interior... A região sertaneja tenderia a ser relativamente despovoada e com atividade econômica pouco relevante.
República Socialista de Pernambuco - Pernambuco
Capital: Recife
Eis a Cuba brasileira, com território comprido, capital litorânea e tendência ao socialismo. Palco de revoltas como a Revolução Pernambucana (1817), ela poderia se isolar e virar uma república socialista. Temendo o surgimento de um dublê de Fidel Castro na América do Sul, a Otan ficaria de olho
República Quilombola da Bahia - Bahia
Capital: Salvador
Raízes históricas e semelhanças culturais e econômicas fariam desse pedaço da Bahia uma espécie de Nigéria americana. Foi dessa região da África que veio a maioria dos escravos – e graças à sua presença, os baianos incorporaram palavras do idioma ioruba (“acarajé”, por exemplo) e o candomblé, além da música e da dança. Assim como na Nigéria, a economia seria baseada em petróleo e cacau. Por conta disso tudo, o novo país se ligaria à OUA (Organização da Unidade Africana) e ficaria de costas para a América.
República do Cerrado – Rondônia, Mato Grosso e Goiás
Capital: Brasília
É o império do agronegócio. A região foi ocupada por migrantes dispostos a desbravar e cultivar terrenos gigantescos. Ali fica um bolsão que abriga um mar de soja, além de algodão e muito gado. Resultado: um novo país com economia forte e uma geografia parecida com a da Austrália (com pouca população e grande extensão territorial).
República dos Inconfidentes – Minas Gerais e Espírito Santo
Capital: Belo Horizonte
Um país formado por Minas Gerais e Espírito Santo configuraria um “acordo ganha-ganha”. Econômica e politicamente forte, Minas enfim teria sua saída para o mar. O Espírito Santo, por sua vez, vestiria a carapuça de praia dos mineiros – mas para isso, barganharia bastante e ganharia poder na negociação dos interesses regionais. Católica até a medula e dona de um importante patrimônio histórico, a República dos Inconfidentes se assemelharia bastante à Espanha.
Estados Unidos do Sudoeste – São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná
Capital: São Paulo
São Paulo e Mato Grosso do Sul se uniriam por terem uma forte ligação no agropecuária. Pólo industrial consolidado, esse país poderia ser comparado, em termos de importância para o continente, à África do Sul. Concentraria, ainda, o poderio bélico sul-americano – bastaria adaptar parte do parque industrial já instalado.
República Farroupilha – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná
Capital: Porto Alegre
O forte sentimento regionalista dos sulistas tornaria natural e indolor a separação de Rio Grande do Sul e Santa Catarina dos territórios do norte. A República Farroupilha seria um país de economia forte e população relativamente pequena. A indústria vinícola se aperfeiçoaria para garantir as exportações para exigente público do Rio e São Paulo.
República do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
Capital: Rio de Janeiro
Ex-capital do Brasil, o Rio tem um sentimento de autonomia em relação ao resto do país que o faria optar por ficar sozinho com seu petróleo – extraído da Bacia de Campos, a maior reserva do Brasil – e seu turismo. Estaria para a América do Sul como Cingapura está para a Ásia, pois contaria com um dos portos mais movimentados do mundo, com turistas de todas as partes e uma elite cosmopolita.
Da edição:
(Edição 227 - 06/2006)
