A sua benção, padre...
A sua benção, padre...
A morte é desconcertante.
Mesmo quando somos do tipo que pouco nos importamos com a possibilidade de virmos a morrer daqui a alguns instantes, imaginar a morte de alguém a quem muito queremos bem, em si, é suficiente para nos causar dor. Imaginar que será afastado do olhar, do sorriso, dos gestos, da voz de uma pessoa que nos faz bem é uma possibilidade que pode chegar a ser aterradora, por mais corajosos que sejamos.
---
Ontem à noite, já pelas duas da manhã, enquanto me "preparava" para dormir, liguei a TV e passei a zapear pelos canais. Passando pela Canção Nova, notei que passava uma pregação do Padre Léo, e parei para observar o quanto a quimioterapia dos últimos meses o deixara abatido... Então notei que no canto da tela passava uma pequena inscrição, com datas de nascimento e morte. - o padre Léo?! - Quase engasguei e sentei-me melhor para ver se dizia algo, se ele havia mesmo morrido, já ficando aterrado com a possibilidade, quando uma legenda começou a correr o canto inferior da tela: "Cremos na ressurreição! A canção nova tem o pesar de anunciar a morte do padre Léo e convida para o velório que será durante toda a manhã, com missa de corpo presente às 13:00 hs."
Rios de lágrima corriam em meu interior, embora meus olhos (secos pela vida) não fossem capazes de derramar uma única gota.
Quem estranha o meu comportamento, certamente não conhece o padre Léo...
---
QUEM É O PADRE LÉO ?
Tarcísio Gonçalves Pereira – mais conhecido como padre Léo –, nasceu no dia 9 de outubro de 1961, em Delfim Moreira (MG), filho de Joaquim Mendes e Maria Nazaré. Veio de uma família simples e sempre quis ser padre. Entrou para a Renovação Carismática Católica (RCC) em 1973. Era músico, cantor, compositor, apresentador, pregador e escritor. Aos 12 de outubro de 1995, fundou a Comunidade Bethânia, que, hoje, conta com mais de 30 membros e 5 casas espalhadas pelo Brasil, cuja missão é restaurar jovens dependentes químicos, portadores de HIV e marginalizados em geral.
Essa missão começou quando padre Léo atendia jovens envolvidos com drogas e se sentiu chamado a ajudá-los de forma mais completa. Irreverente e profundo em suas pregações, atraía milhares de pessoas em todos os encontros que promovia, pois era grande conhecedor das Sagradas Escrituras.
Escreveu 7 livros pela Editora Canção Nova e 14 pela Loyola. O último, recentemente lançado no ‘Hosana Brasil 2006’, intitula-se “Buscai as Coisas do Alto”, escrito durante o tratamento, período em que se submetia a sessões de radioterapia e quimioterapia. Sempre com bom humor e entusiasmo pela vida, o sacerdote dehoniano começou o tratamento contra o câncer em abril de 2006 e, mesmo debilitado, esteve presente no ‘Hosana Brasil 2006’ em dezembro, visivelmente abatido pelo longo tratamento, fez uma surpreendente pregação.
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Padre Léo era daquelas pessoas com quem não se consegue antipatizar. Mesmo quem não concordasse com uma única palavra de suas pregações, não seria capaz de se deixar furtar um sorriso com seus gracejos ou de se empolgar com seu amor por aquilo em que acreditava.
Baixei a cabeça e, do meu cantinho, pedi, com o fervor de quem ora, para que ele "fosse para perto do Deus por quem viveu".
---
Pela manhã, pude ver alguns instantes das homenagens a ele. E vi quando o apresentador contava que, logo cedo, uma senhora veio até ele aos prantos perguntar "porque Deus deixa tanta gente miserável no mundo, e levou logo o Léo?", ao que os que se revezavam nos comentários tentavam "explicar.
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A mim, foi especialmente doloroso vê-lo estendido no caixão, sobretudo em minha condição atual...
Então, comecei a assistir à sua última pregação e não pude deixar de emocionar-me, ao vê-lo magrinho, cabelos brancos, abatido, como se ao invés de 45 anos, tivesse 90. E aquele homem de coração puro, a quem fora dado apenas três meses de vida, foi capaz de lutar e viver, intensamente, por quase 10 meses. Contou que, ao passar pela sua "noite escura" perdera tudo, até a dignidade, pois tinha de ficar de fraldão e depender dos outros, mas não perdera a fé...
E ele começou a cantar uma canção, que me fez lembrar a minha juventude, preparando-me para a Primeira Comunhão de coração puro. Uma música composta por um companheiro dehoniano, que diz mais ou menos assim:
Alô meu Deus,
fazia tanto tempo
que eu não mais te procurava.
Alô meu Deus,
senti saudades tuas
e acabei voltando aqui.
Andei por mil caminhos
e, como as andorinhas,
eu vim fazer meu ninho
em tua casa e repousar.
Embora eu me afastasse
e andasse desligado,
meu coração cansado,
resolveu voltar.
Eu não me acostumei,
nas terras onde andei.
Eu não me acostumei,
nas terras onde andei...
Alô meu Deus,
fazia tanto tempo
que eu não mais te procurava.
Alô meu Deus,
senti saudades tuas
e acabei voltando aqui.
Gastei a minha herança,
comprando só matéria,
restou-me a esperança
de outra vez te encontrar.
Voltei arrependido,
meu coração ferido
e volto convencido,
que este é o meu lugar.
Mesmo quando somos do tipo que pouco nos importamos com a possibilidade de virmos a morrer daqui a alguns instantes, imaginar a morte de alguém a quem muito queremos bem, em si, é suficiente para nos causar dor. Imaginar que será afastado do olhar, do sorriso, dos gestos, da voz de uma pessoa que nos faz bem é uma possibilidade que pode chegar a ser aterradora, por mais corajosos que sejamos.
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Ontem à noite, já pelas duas da manhã, enquanto me "preparava" para dormir, liguei a TV e passei a zapear pelos canais. Passando pela Canção Nova, notei que passava uma pregação do Padre Léo, e parei para observar o quanto a quimioterapia dos últimos meses o deixara abatido... Então notei que no canto da tela passava uma pequena inscrição, com datas de nascimento e morte. - o padre Léo?! - Quase engasguei e sentei-me melhor para ver se dizia algo, se ele havia mesmo morrido, já ficando aterrado com a possibilidade, quando uma legenda começou a correr o canto inferior da tela: "Cremos na ressurreição! A canção nova tem o pesar de anunciar a morte do padre Léo e convida para o velório que será durante toda a manhã, com missa de corpo presente às 13:00 hs."
Rios de lágrima corriam em meu interior, embora meus olhos (secos pela vida) não fossem capazes de derramar uma única gota.
Quem estranha o meu comportamento, certamente não conhece o padre Léo...
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QUEM É O PADRE LÉO ?
Tarcísio Gonçalves Pereira – mais conhecido como padre Léo –, nasceu no dia 9 de outubro de 1961, em Delfim Moreira (MG), filho de Joaquim Mendes e Maria Nazaré. Veio de uma família simples e sempre quis ser padre. Entrou para a Renovação Carismática Católica (RCC) em 1973. Era músico, cantor, compositor, apresentador, pregador e escritor. Aos 12 de outubro de 1995, fundou a Comunidade Bethânia, que, hoje, conta com mais de 30 membros e 5 casas espalhadas pelo Brasil, cuja missão é restaurar jovens dependentes químicos, portadores de HIV e marginalizados em geral.
Essa missão começou quando padre Léo atendia jovens envolvidos com drogas e se sentiu chamado a ajudá-los de forma mais completa. Irreverente e profundo em suas pregações, atraía milhares de pessoas em todos os encontros que promovia, pois era grande conhecedor das Sagradas Escrituras.
Escreveu 7 livros pela Editora Canção Nova e 14 pela Loyola. O último, recentemente lançado no ‘Hosana Brasil 2006’, intitula-se “Buscai as Coisas do Alto”, escrito durante o tratamento, período em que se submetia a sessões de radioterapia e quimioterapia. Sempre com bom humor e entusiasmo pela vida, o sacerdote dehoniano começou o tratamento contra o câncer em abril de 2006 e, mesmo debilitado, esteve presente no ‘Hosana Brasil 2006’ em dezembro, visivelmente abatido pelo longo tratamento, fez uma surpreendente pregação.
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Padre Léo era daquelas pessoas com quem não se consegue antipatizar. Mesmo quem não concordasse com uma única palavra de suas pregações, não seria capaz de se deixar furtar um sorriso com seus gracejos ou de se empolgar com seu amor por aquilo em que acreditava.
Baixei a cabeça e, do meu cantinho, pedi, com o fervor de quem ora, para que ele "fosse para perto do Deus por quem viveu".
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Pela manhã, pude ver alguns instantes das homenagens a ele. E vi quando o apresentador contava que, logo cedo, uma senhora veio até ele aos prantos perguntar "porque Deus deixa tanta gente miserável no mundo, e levou logo o Léo?", ao que os que se revezavam nos comentários tentavam "explicar.
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A mim, foi especialmente doloroso vê-lo estendido no caixão, sobretudo em minha condição atual...
Então, comecei a assistir à sua última pregação e não pude deixar de emocionar-me, ao vê-lo magrinho, cabelos brancos, abatido, como se ao invés de 45 anos, tivesse 90. E aquele homem de coração puro, a quem fora dado apenas três meses de vida, foi capaz de lutar e viver, intensamente, por quase 10 meses. Contou que, ao passar pela sua "noite escura" perdera tudo, até a dignidade, pois tinha de ficar de fraldão e depender dos outros, mas não perdera a fé...
E ele começou a cantar uma canção, que me fez lembrar a minha juventude, preparando-me para a Primeira Comunhão de coração puro. Uma música composta por um companheiro dehoniano, que diz mais ou menos assim:
Alô meu Deus,
fazia tanto tempo
que eu não mais te procurava.
Alô meu Deus,
senti saudades tuas
e acabei voltando aqui.
Andei por mil caminhos
e, como as andorinhas,
eu vim fazer meu ninho
em tua casa e repousar.
Embora eu me afastasse
e andasse desligado,
meu coração cansado,
resolveu voltar.
Eu não me acostumei,
nas terras onde andei.
Eu não me acostumei,
nas terras onde andei...
Alô meu Deus,
fazia tanto tempo
que eu não mais te procurava.
Alô meu Deus,
senti saudades tuas
e acabei voltando aqui.
Gastei a minha herança,
comprando só matéria,
restou-me a esperança
de outra vez te encontrar.
Voltei arrependido,
meu coração ferido
e volto convencido,
que este é o meu lugar.
"Noite escura agora é manhã..."
Re.: A sua benção, padre...
A morte é desconcertante.

Ontem à noite

Passando pela Canção Nova

Padre Léo

missa de corpo presente

QUEM É O PADRE LÉO ?

sempre quis ser padre

Entrou para a Renovação Carismática Católica (RCC)

jovens envolvidos com drogas

"fosse para perto do Deus por quem viveu".

homenagens a ele

lembrar a minha juventude

Re.: A sua benção, padre...

Sabia que viria uma foto-bostagem. Mas, fala sério, eu esperava uma do Niels.
"Noite escura agora é manhã..."
Re: Re.: A sua benção, padre...
Usuário deletado escreveu:Lamento muito Alter, o padre Léo parece ter sido um grande homem. Tenho admiração por alguns religiosos, um que admiro muito é o Monsenhor Fleury, homem que criou meu avô após a morte de minha bisavó. Nunca o conheci mas pelo que li e ouvi dele era um grande homem. Benevolente, sereno, culto, gostava de ajudar as pessoas mais humildes.
Outro católico que eu admirava era o Papa João Paulo II, ao meu ver ele foi um grande homem (apesar de ter reinado em um trono sujo pelas infâmias do passado da ICAR).
**********************************************
Preciso falar com vc sobre o meu antepassado Monsenhor Fleury .. (fora do fórum)
Eu sempre fico triste quando morre um ser que fez algo de bom.
È tão raro isso!
Quando alguém pode olhar para trás na vida e saber que fez algo de bom, que as pessoas sentirão falta dele(a), esse ser é algúem que merece o meu respeito, mesmo que eu não o conheça.
È tão raro isso!
Quando alguém pode olhar para trás na vida e saber que fez algo de bom, que as pessoas sentirão falta dele(a), esse ser é algúem que merece o meu respeito, mesmo que eu não o conheça.
Escolho meus inimigos a dedo,
porque não dou a qualquer um a honra de me enfrentar..
Aos que me invejam, desejo vida longa,
para que assistam DE PÉ como se vence na vida...
porque não dou a qualquer um a honra de me enfrentar..
Aos que me invejam, desejo vida longa,
para que assistam DE PÉ como se vence na vida...
"Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma;
todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme.
Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor,
como se tivesse perdido um promontório, ou perdido o solar de um
teu amigo, ou o teu próprio. A morte de qualquer homem diminui
a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso,
nunca mandes indagar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti."
John Donne
todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme.
Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor,
como se tivesse perdido um promontório, ou perdido o solar de um
teu amigo, ou o teu próprio. A morte de qualquer homem diminui
a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso,
nunca mandes indagar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti."
John Donne
Escolho meus inimigos a dedo,
porque não dou a qualquer um a honra de me enfrentar..
Aos que me invejam, desejo vida longa,
para que assistam DE PÉ como se vence na vida...
porque não dou a qualquer um a honra de me enfrentar..
Aos que me invejam, desejo vida longa,
para que assistam DE PÉ como se vence na vida...
- Jeanioz
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Re.: A sua benção, padre...
O texto do primeiro post foi escrito quando o Alter-ego dizia ser ateu?
"Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola."
Napoleão Bonaparte
"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
Napoleão Bonaparte
Napoleão Bonaparte
"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
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- Mucuna
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Re: Re.: A sua benção, padre...
Lun@ escreveu:Usuário deletado escreveu:Lamento muito Alter, o padre Léo parece ter sido um grande homem. Tenho admiração por alguns religiosos, um que admiro muito é o Monsenhor Fleury, homem que criou meu avô após a morte de minha bisavó. Nunca o conheci mas pelo que li e ouvi dele era um grande homem. Benevolente, sereno, culto, gostava de ajudar as pessoas mais humildes.
Outro católico que eu admirava era o Papa João Paulo II, ao meu ver ele foi um grande homem (apesar de ter reinado em um trono sujo pelas infâmias do passado da ICAR).
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Preciso falar com vc sobre o meu antepassado Monsenhor Fleury .. (fora do fórum)
Pq fora do forum?

It's fun to stay at the...

YMCA!

YMCA!
.


Cada um com a droga de sua preferência.

Aquí, Alter-ego veste-se de freira, pensando que, assim, teria mais oportunidade de beijar a mão do padre.

Alter-ego, depois de confessar ao padre que se travestiu de freira, para ter a oportunidade de lhe beijar a mão, pediu para tirar um fotinha de lembrança.
Daquele dia em diante, passei a dar beijo de lingua em tudo quanto é mão de padre.

Cada um com a droga de sua preferência.


Editado pela última vez por zencem em 20 Dez 2007, 19:40, em um total de 1 vez.
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:
- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".
500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:
- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".
Deu no que deu !!! ...
- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".
500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:
- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".
Deu no que deu !!! ...

Re.: A sua benção, padre...
Falando sério... Tenho pra mim que esse padre estava como AIDS, já que esse tipo de cancêr que ele teve é quase uma exclusividade de crianças e recorrente em portadores do vírus da AIDS...


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