Por que Deus não cura os amputados?

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Tally
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Re.: Por que Deus não cura os amputados?

Mensagem por Tally »

Temos imaginação. Creio que todos que por aqui passaram um dia tiveram religião. Puderam fazer uma escolha após conhecer um lado, de se voltar para outro.
Mas só podemos escolher após conhecer.
Senão, segundo penso,é impetuosidade, ou a um lado, ou a outro.
Escolho meus inimigos a dedo,
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clara campos
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Re: Re.: Por que Deus não cura os amputados?

Mensagem por clara campos »

Tally escreveu:Mas só podemos escolher após conhecer.

Não necessariamente.
Se assim fosse, apenas seria considerado "legítimo" professarmos uma religião depois de professarmos todas as outras.
Alguns ateus são efectivamente por uma escolha (mais ou menos voluntária, mais ou menos consciente), mas outros simplesmente são-no.
O Homem não é naturalmente religioso, naturalmente no sentido de ser algo genético, fisiológico ou instintivo.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Tally
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Re.: Por que Deus não cura os amputados?

Mensagem por Tally »

O homem é curioso e por sê-lo e não saber explicar determinadas coisas, inventou alguem responsável por elas.
Dê o nome que quiser a isso, mas a tendência é exatamente sempre delegar responsabilidades a outros, para não ter que arcar com elas.
Eu prefiro escolher.Só se pode ter certeza após conhecer os dois lados.Mas isso sou eu.
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Jack Torrance
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Re: Re.: Por que Deus não cura os amputados?

Mensagem por Jack Torrance »

Tally escreveu:Temos imaginação. Creio que todos que por aqui passaram um dia tiveram religião. Puderam fazer uma escolha após conhecer um lado, de se voltar para outro.
Mas só podemos escolher após conhecer.
Senão, segundo penso,é impetuosidade, ou a um lado, ou a outro.


E daí que alguém passou por alguma religião e se tornou ateu? O que isso significa?

E se o cara depois de passar por uma religião se torna ateu é porque ele concluiu que deus não existe.

É o seguinte, se eu sou ateu em nenhum momento eu precisei acreditar em deus para depois não acreditar. O que acontece é que o homem tem uma idéia do que seria deus, mas isso não quer dizer nada, pois ter uma idéia do que ele seja não faz com que a pessoa acredite que ele exista (apenas pense em como ele seria).

Da mesma forma eu não acredito que exista abacaxis voadores com atiradores de laser. Posso imaginar como são esses abacaxis, mas em nenhum momento acredito que eles existem. Entendeu?

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Tally
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Mensagem por Tally »

:emoticon2:
Editado pela última vez por Tally em 19 Dez 2007, 19:22, em um total de 1 vez.
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Tally
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Mensagem por Tally »

Jack Torrance escreveu:É o seguinte, se eu sou ateu em nenhum momento eu precisei acreditar em deus para depois não acreditar. O que acontece é que o homem tem uma idéia do que seria deus, mas isso não quer dizer nada, pois ter uma idéia do que ele seja não faz com que a pessoa acredite que ele exista (apenas pense em como ele seria).

Da mesma forma eu não acredito que exista abacaxis voadores com atiradores de laser. Posso imaginar como são esses abacaxis, mas em nenhum momento acredito que eles existem. Entendeu?


Entendi, claro, não sou estúpida.
Quantto ao modo pelo qual você faz suas escolhas é um problema seu.Apenas descrevi o modo pelo qual EU faço as minhas, ok?Entendeu?
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clara campos
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Re: Re.: Por que Deus não cura os amputados?

Mensagem por clara campos »

O problema Tally, foi que não falaste na primeira pessoa. Tu generalizaste, e assim transformaste a tua opinião no velho do pseudo-argumento "ateus não existem".
Descrentes e cépticos - e não apenas ateus - têm um certo pó a este argumento, do qual derivam outros tais como "no fundo ateu acredita em deus, mas está zangado com ele", e outras coisas que tais.


A maioria das pessoas não precisa realmente de conhecer algo para a negar ou recusar. Eu nunca mandei coca, e não preciso de mandar para saber que não quero.
Eu nunca acreditei em duendes, nem preciso de acreditar para não acreditar - confuso não?

Na verdade, a grande maioria das pessoas hoje em dia são criadas em meios mais ou menos religiosos, daí a maioria dos ateus já terem sido, de alguma forma, crentes.
Contudo essa realidade muda, hoje na Europa, em muito países os filhos já são criados em ambientes ateus ou agnósticos, ou pelo menos arreligiosos.

Eu por exemplo tive uma educação agnóstica e durante algum tempo considerei-me wicca, não por uma fé pura, ou sinceramente, mas porque durante algum tempo aquilo realmente fez sentido para mim (além de ser provavelmente a religião mais gira do mundo).
Já o meu irmão jamais foi religioso, e ele é mesmo ateu convicto, enquanto o meu pai, nunca tendo sido verdadeiramente religioso, transitou do ateísmo para o agnosticismo nos últimos 10 anos.

Conhecer é bom Tally, mas não confundas um estudo quase antropológico sobre fenómenos religiosos (e é daqui que vem o meu interesse particular por religião), como o conhecimento da fé ou a prática de determinada religião.
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Fernando Silva
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Re: Re.: Por que Deus não cura os amputados?

Mensagem por Fernando Silva »

clara campos escreveu:Se assim fosse, apenas seria considerado "legítimo" professarmos uma religião depois de professarmos todas as outras.

Exatamente. No mínimo, teríamos que examinar cuidadosamente cada uma das milhares de religiões vivas e mortas antes de nos decidirmos por uma.
E, ainda assim, talvez a religião verdadeira ainda estivesse por ser revelada. Ou tivesse morrido com alguma tribo desconhecida.

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Fernando Silva
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Re.: Por que Deus não cura os amputados?

Mensagem por Fernando Silva »

Postado em 21/10/2005

Ateus Existem

Por Acauan

De todas as manifestações de preconceito contra ateus oriundas de
religiosos, considero mais ofensiva a que diz que não existem ateus,
apenas pessoas revoltadas com Deus ou, no neologismo criado por eles
para a ocasião, misoteístas.

Ironicamente, esta recusa em admitir a existência de ateus demonstra
antes a fragilidade da Fé daqueles que veriam desabar seus castelos
de cartas mentais, construídos pela doutrinação intensiva, se
admitissem existir pessoas éticas, inteligentes e felizes que não
acreditam em Deus.

Conflitos de opinião fazem parte da essência humana.
Somos essencialmente indivíduos e como tal temos opiniões
individuais sobre tudo, sendo que algumas delas inevitavelmente
confrontarão a opinião da maioria, exceto nos casos dos pobres de
espírito, que definem as opiniões deles em conformidade com o que a
maioria pensa, independente de qual seja a conclusão deste pensar.

Há um preconceito esperado, inerente à natureza humana de temer o
diferente, que nos desperta cautela quanto àquele que diz ser falso
o que cremos verdadeiro.
Remete à nossa herança ancestral onde toda a segurança residia na
tribo e a sobrevivência ordenava ver todos os estranhos com
suspeita.

É certo que sempre que houver diferenças de opinião, estes
preconceitos mútuos surgirão entre as partes discordantes, com cada
qual apresentando seus argumentos sobre o porquê de suas posições
serem corretas e a dos antagonistas erradas.

Extremistas associarão a discordância ao mal, à perversão e à
corrupção dos valores, baseando seu julgamento em sua própria idéia
do que é bom, decente e honesto, partindo da premissa de que só
malvados, perversos e corrompidos duvidariam que sua própria visão
deva ser colocada em dúvida.

Mas há entre os religiosos um extremismo preconceituoso que supera
em muito a daqueles que estão convictos de que a própria natureza
última de toda a realidade referenda suas opiniões pessoais (mesmo
sem demonstrar isto de modo logicamente incontestável).
São aqueles que defendem que suas crenças são absolutas a ponto de
ser impossível alguém discordar delas, logo quem diz não concordar
tem de estar mentindo.

Como prova de que é impossível alguém descrer daquilo que crêem,
estes extremistas religiosos costumam exibir suas experiências de
vida, seus livros sagrados e suas próprias interpretações de o
quanto não há como discordar do fato de que estes elementos, por si
só e exclusivamente, provam que todos os demais devem, obrigatória e
necessariamente, crer naquilo que eles crêem, concluindo assim que
toda a opinião dissonante é produto de um fingimento hipócrita de
quem resiste em admitir a infalibilidade de seus argumentos.

Do outro lado, aqueles que não entendem o porquê de tanta certeza
perguntam apenas: Que argumentos?

Experiências pessoais, como o próprio nome diz, têm significado
apenas para a pessoa que as vivencia, livros sagrados há aos montes,
todos antagônicos entre si, e interpretações são apenas
interpretações.

Resta a dúvida surpreendente: É com base em argumentos tão frágeis -
suas próprias interpretações de seus próprios livros sagrados e de
suas próprias experiências de vida - que estes religiosos
extremistas afirmam ser impossível que exista quem não creia no que
eles crêem e julgam como mentirosos todos que declaram tal
descrença?

Que tipo de preconceito leva alguém a decretar, com tal arrogância,
o que de fato existe nos corações e mentes de pessoas que não
conhecem?

E como, ostentando tais preconceitos, sobem ao topo deles para do
alto de tão ilusória superioridade proclamar que é impossível
existir quem não acredite no que eles próprios acreditam?

Um Deus que referenda e outorga santidade a estes preconceitos, com
toda a certeza não existe.

E por isto, existem ateus.


ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra

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Jack Torrance
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Mensagem por Jack Torrance »

Tally escreveu:
Jack Torrance escreveu:É o seguinte, se eu sou ateu em nenhum momento eu precisei acreditar em deus para depois não acreditar. O que acontece é que o homem tem uma idéia do que seria deus, mas isso não quer dizer nada, pois ter uma idéia do que ele seja não faz com que a pessoa acredite que ele exista (apenas pense em como ele seria).

Da mesma forma eu não acredito que exista abacaxis voadores com atiradores de laser. Posso imaginar como são esses abacaxis, mas em nenhum momento acredito que eles existem. Entendeu?


Entendi, claro, não sou estúpida.
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Menos mal, pelo menos você entendeu. É que o que você escreveu é tão sem lógica, tão confuso que precisei escrever assim.

A Clara demonstrou bem a sem noçãozisse que você criou:

Se assim fosse, apenas seria considerado "legítimo" professarmos uma religião depois de professarmos todas as outras.

É a mesma coisa para os abacaxis que inventei.

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Tally
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Re.: Por que Deus não cura os amputados?

Mensagem por Tally »

Jack:Eu apenas falei que alguem que é ateu, já teve um dia uma seita, ou um tipo de deus(seja lá como o concebeu)Falei de MIM, falei do Brasil.Falei de MINHAS escolhas e você caiu matando. Tenha um pouco de calma, sim?

Clara, você é uma pessoa muito gentil,deveras educada, sinto se eu não sei me expressar a contento, Ainda bem que você me entendeu. Obrigada.
Escolho meus inimigos a dedo,
porque não dou a qualquer um a honra de me enfrentar..
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Trancado