Intolerância

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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

Acauan escreveu:A dominação sempre foi efeito de uma liderança eficiente mais do que da força em si, afinal força é uma questão de número e número é uma questão de quantos se dispõe a seguir determinado líder.

De certa forma, não há como fugir deste fato em nenhuma época.


Talvez seja pelo fato da força estar muito mais na esperteza e malandragem do blá blá blá.

Se bem que o blá blá blá é apenas para dizer que não se foi violento, pois se a coisa não for resolvida no diálogo, vai ser resolvida na porrada mesmo.

Uma pessoa que possui um maior recurso ou vantagem, caso seja relizado um confronto mais direto, sempre levará vantagem no diálogo ou conversa. Haverá uma tendência em se inclinar diante das idéias dessa pessoa, mesmo que sejam pouco sensatas.
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade." (Bertrand Russel)

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Tally
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Re.: Intolerância

Mensagem por Tally »

Estou mais propensa a acreditar que o Acauan esteja certo.Mesmo tendo a pessoa maior vantagem,no diálogo ou na conversa. È uma questão de liderança eficiente.
Escolho meus inimigos a dedo,
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docdeoz
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por docdeoz »

Tally escreveu:Estou mais propensa a acreditar que o Acauan esteja certo.Mesmo tendo a pessoa maior vantagem,no diálogo ou na conversa. È uma questão de liderança eficiente.


Portanto, ganha, de novo, quem tem mais discurs0 (sofisma) ou poder econômico...

Não o argumento. Platão já reclamava disso há 2500 anos...
(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?t=13986
http://rv.cnt.br/viewtopic.php?t=14653

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Edson Jr
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por Edson Jr »

docdeoz escreveu:
Tally escreveu:Estou mais propensa a acreditar que o Acauan esteja certo.Mesmo tendo a pessoa maior vantagem,no diálogo ou na conversa. È uma questão de liderança eficiente.


Portanto, ganha, de novo, quem tem mais discurs0 (sofisma) ou poder econômico...

Não o argumento. Platão já reclamava disso há 2500 anos...


Perfeitamente! Talvez nem dê para ser diferente. Parece intrínseco do ser humano a tendência a seguir alguém muito mais pela firmeza com que se defende uma idéia do que pela consistência da idéia em si.

Ou seja, o valor de uma idéia não entra na equação, mas sim a forma ou a maneira com que alguém a expresse! O líder talvez seja apenas um bom ator ou representante do seu ideal. Ideal dele, para o benefício dele, que usa outras pessoas apenas como um meio ou veículo para a sua concretização.
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Tally
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Re.: Intolerância

Mensagem por Tally »

Sempre foi e sempre será assim, se você ainda não aprendeu a lidar com isso, sorry.Não é minha culpa.
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RicardoVitor
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por RicardoVitor »

André escreveu:
RicardoVitor escreveu:
Andre TJ escreveu:Eu tb não me sinto pessoalmente responsável em termos de culpa, porém sou solidário com relação a outros seres humanos, e quero o bem deles


André, quanto (%) você doa por mês, dos seus rendimentos, a outros seres humanos?


Eu acabei de entrar no mestrado não tenho ainda rendimentos. Minha família doa para instituições de caridade. Porém não considero isso o essencial. O essencial é que escrevi um livro, dedico o meu trabalho, seja como professor, seja como pesquisador, para contribuição, o que me move a trabalhar não é dinheiro, se fosse não teria escolhido nem ser professor, nem pesquisador, nem escritor. Ou seja, o meu trabalho, todo ele, é em si a expressão dessa solidariedade,


Isso não encheu a barriga de nenhum ser humano com fome. Por que você não doa, André? Não queira forçar os outros a doarem para a esmola oficial, se nem você mesmo doa por iniciativa própria. Se você fosse assim tão preocupado com os outros seres humanos, doaria não só dinheiro, como parte de seu tempo e trabalho para ajudar os outros. Você faz campanhas de arrecadação de alimentos? Sai para distribuir para os necessitados? Por que não, André? Custa admitir que na verdade você não está nem aí para os outros, e somente defende o que defende pois é "bonitinho" e "correto"?

André escreveu:e pessoalmente, considero doar dinheiro, algo muito menor, do que desenvolver sua atividade em função disso.


Qual dos dois enche a barriga dos necessitados?

André escreveu:Claro que tem valor, e respeito, mas o indicativo maior, para mim, seria se envolver e dedicar tempo, e trabalho, para esse fim.


O que você já fez na prática para mudar a vida dos necessitados, André? Diga um exemplo real, factível.

André escreveu:Se vc mede por doações e por dinheiro, apenas, eu somente tenho a lamentar, pois é uma visão estreita. Por isso até confundem com caridade o trabalho de pessoas que já relatei no fórum, que seu trabalho, é em si, seu meio de contribuição para a sociedade. Quando um trabalho desses é muito mais do que caridade, alias é algo profundamente diferente, a única coisa que tem em comum, é a razão, o impulso solidário, que tem gente que não entende, até pq não compartilha.


Me mostre os resultados, André. Tem os nomes das pessoas que foram beneficiadas pelo seu "trabalho"?
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Edson Jr
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por Edson Jr »

Tally escreveu:Estou mais propensa a acreditar que o Acauan esteja certo.Mesmo tendo a pessoa maior vantagem,no diálogo ou na conversa. È uma questão de liderança eficiente.


Olá Tally!

Para ser um líder eficiente, Tally, a pessoa não precisa ter grandes idéias. Não há necessidade de se utilizar meios nobres para ser um bom líder. Normalmente, hoje em dia, a arma de quase toda a liderança é a mentira.

Talvez você já tenha ouvido falar na loja TACO, que vende roupas. Esta loja possui, inegavelmente, uma boa liderança, pois se não fosse assim, ela não lucraria tanto.

O vendedor de lá somente ganha por comissão. Não existe salário fixo. Cada vendedor recebe 3,5% sobre o total vendido num mês. O dono, líder maior, é bonzinho. Quer dar oportunidades para que as pessoas ganhem mais, oferecendo 4,5% sobre o preço de venda. Para isso, o vendedor precisa bater uma cota, que costuma ser dificílima para ser batida.

Como a diferença entre 3,5% e 4,5% é uma diferença grande, se for colocar no papel, e como as pessoas precisam desesperadamente do dinheiro, logo irão dar vida e o sangue para conseguir bater a cota, gerando um alto clima de rivalidade e competição entre os vendedores.

Agora, isso é uma liderança eficiente? Claro que é! Um vendedor se matando para vender, com unhas e garras afiadas contra seus companheiros de trabalho é ótimo para os lucros da empresa. O dono, líder-mor, assiste isso com grande satisfação. Muitas das vezes até se ilude supondo ser uma pessoa nobre e generosa. Enquanto os outros ficam lá se matando para ganhar um tanto mais, os lucros da empresa se tornam cada vez maiores. E esse é seu verdadeiro objetivo...

A medida de valor que o grande-líder tem com relação aos seus vendedores está diretamente relacionada ao potencial de lucro que se gera. As pessoas, que precisam de dinheiro, são obrigadas a se submeter a essa escravidão. Não existe outra escolha, salvo raras exceções.

Muitas da vezes, para tornar o fardo menos pesado, muitas acabam aderindo ao conjunto de idéias que seus líderes tanto disseminam. Assim, o trabalho pode se tornar mais suportável...

Afinal, não questionar a liderança, valorizá-la com se realmente gostasse dela, acaba se tornando uma vantagem para se ganhar mais, nem que seja às custas de boa dose de insatisfação e infelicidade...

E o líder agradece... :emoticon4:
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RicardoVitor
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Mensagem por RicardoVitor »

André escreveu:Antes, Ricardo, que vc diga que é hipocrisia, vou me antecipar e explicar. Seria hipocrisia se eu pedisse que as pessoas doassem para caridade, mas não peço, respeito e acho uma boa atitude de quem faz, mas considero um mero paliativo, algo que simplesmente não é solução.


Ué? E a caridade oficial? Quem você acha que banca a gastança da sua religião social-democrata? Qual a moral que você tem em querer forçar os outros a doarem ao Estado, enquanto você por si mesmo não doa nem um centavo por iniciativa própria?

André escreveu:E não penso mal de quem não faz. Quando vier o dinheiro da bolsa posso destinar uma parte para uma instituição, mas sinceramente isso nem se compara ao fato de eu ter lecionado de graça por 4 meses em um colégio público, ter ajudado um amigo e lecionado em seu lugar quando ele não podia apos uma operação, nem muito menos se compara ao trabalho e a dificuldade de fazer e publicar um livro, que tem como uma de suas funções, divulgar idéias que entendo são essenciais para de fato realizar transformações significativas. O motor por trás de todo meu trabalho é uma preocupação social, movida pela solidariedade, uma motivação inclusive de cunho ético. Doei meu tempo, meu estudo, priorizando não ganhos pessoais, que vem mas são menores do que conseguiria em outras atividades, mas priorizando a contribuição.


Quais os resultados, André? Poderia dizer os nomes das pessoas que foram beneficiadas pela sua caridade?

André escreveu:O que alguns não entendem é que eu estaria disposto a pagar mais impostos, se esses forem revertidos em benefícios e programas com condicionais eficientes para levantar as pessoas da pobreza.


Mais impostos? 70% do rendimento de cada um? Ou 100%?

André escreveu:Votaria em um plebiscito desses, faria campanha. Entendo que a solução individual, privada, é pequena, e incapaz, tem que ser uma política pública, tem que abarcar todos, e tem que ser uma escolha democrática, não um ato messiânico.


Se nem os indivíduos (como você mesmo) sentem o desejo de contribuir com o próximo, por que o Estado deveria tomar o lugar destes?
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RicardoVitor
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Re.: Intolerância

Mensagem por RicardoVitor »

Esse pessoalzinho de esquerda aqui do forum, além de esquizofrênicos, são hipócritas. Adoram falar sobre "justiça social", "luta pelo fim das desigualdades sociais", "amor ao próximo", mas a grande maioria destes nunca sequer ajudou nem ao menos uma velhinha a atravessar a rua. Organizar campanhas de agasalhos? Nunca. Arrecadação de alimentos? Nem pensar. Agora, defender Marx e os regimes derivados deste, que somente causaram atraso e miséria por onde passaram, esses aí defendem com a boca cheia.
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Edson Jr
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por Edson Jr »

Tally escreveu:Sempre foi e sempre será assim, se você ainda não aprendeu a lidar com isso, sorry.Não é minha culpa.


Olá Tally!

Não sei se você se referiu ao docdeoz ou a mim. Se foi para mim, quero deixar bastante claro que, tudo isso que estou dizendo é tão-somente uma constatação minha que, é claro, pode muito bem possuir erros.

Não estou condenando nada disso, mas apenas querendo mostrar que, o que nos movimenta, são nossos desejos e paixões. Uma pessoa com um desejo mais firme e apaixonado (como o desejo de conquistar mais e mais) tenderia, assim, a dominar outras, quer seja através da manipulação discreta ou, até mesmo, através do uso da violência.

Não estou com raiva disso, pois se é assim mesmo, fazer o quê?

O que questiono é o argumento de Acauan de que existem idéias superiores às outras. E que os portugueses subjulgaram a cutura indígena pois defendiam um ideal superior.

Para mim, nada disso faz sentido algum. Esse domínio dos portugueses soa muito mais como uma necessidade humana em querer aumentar seu domínio e seu império, utilizando como arma, muita das vezes, a violência e rispidez com relação ao que lhe é diferente. E só! O resto foram números e maiores recursos que os portugueses tinham à sua disposição para conquistar e subjulgar os índios.

É o que acho... :emoticon1:
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Tally
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Mensagem por Tally »

Edson:
Infelizmente o que eu disse é verdade. A sociedade é assim.
Quem quer viver dentro dela, não se tornar uma pessoa dissociada das outras, ou um eremita tem que saber e obedecer às regras.E elas são claras.
Joga-se conforme o jogo manda.Excetuando poucas vezes em que se pode falar o que pensa,dentro do recôndito familiar,
joga-se conforme as regras e ao se tornar um líder,não se pode esquecer que líderes também tem regras e leis a obedecer.
Assim se vive.
Não me refiro ao que é dito no Fórun, porque aqui é exceção, mas lá fora, ah lá fora a brincadeira é outra, o mundo é real.
Bjs e Boas Festas.
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André
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Mensagem por André »

RicardoVitor escreveu:
André escreveu:Antes, Ricardo, que vc diga que é hipocrisia, vou me antecipar e explicar. Seria hipocrisia se eu pedisse que as pessoas doassem para caridade, mas não peço, respeito e acho uma boa atitude de quem faz, mas considero um mero paliativo, algo que simplesmente não é solução.


1)Ué? E a caridade oficial? Quem você acha que banca a gastança da sua religião social-democrata? Qual a moral que você tem em querer forçar os outros a doarem ao Estado, enquanto você por si mesmo não doa nem um centavo por iniciativa própria?

André escreveu:E não penso mal de quem não faz. Quando vier o dinheiro da bolsa posso destinar uma parte para uma instituição, mas sinceramente isso nem se compara ao fato de eu ter lecionado de graça por 4 meses em um colégio público, ter ajudado um amigo e lecionado em seu lugar quando ele não podia apos uma operação, nem muito menos se compara ao trabalho e a dificuldade de fazer e publicar um livro, que tem como uma de suas funções, divulgar idéias que entendo são essenciais para de fato realizar transformações significativas. O motor por trás de todo meu trabalho é uma preocupação social, movida pela solidariedade, uma motivação inclusive de cunho ético. Doei meu tempo, meu estudo, priorizando não ganhos pessoais, que vem mas são menores do que conseguiria em outras atividades, mas priorizando a contribuição.


2)Quais os resultados, André? Poderia dizer os nomes das pessoas que foram beneficiadas pela sua caridade?

André escreveu:O que alguns não entendem é que eu estaria disposto a pagar mais impostos, se esses forem revertidos em benefícios e programas com condicionais eficientes para levantar as pessoas da pobreza.


3)Mais impostos? 70% do rendimento de cada um? Ou 100%?

André escreveu:Votaria em um plebiscito desses, faria campanha. Entendo que a solução individual, privada, é pequena, e incapaz, tem que ser uma política pública, tem que abarcar todos, e tem que ser uma escolha democrática, não um ato messiânico.


4)Se nem os indivíduos (como você mesmo) sentem o desejo de contribuir com o próximo, por que o Estado deveria tomar o lugar destes?



1)Eu não peço a ninguém que doe nada para caridade. Hipocrisia seria pedir. Sou absolutamente coerente.

2)Eu ensinei 4 meses em um colégio público, de graça, quer que eu busque os nomes dos alunos e cite eles em um fórum sem a permissão deles? Quer que eu contate todas as pessoas que ajudei e faça uma lista, tenho mais o que fazer e não preciso me provar para vc.

3) Não, mas proporcional aos rendimentos, os nossos ricos sonegam bastante, e existem poucos impostos sobre patrimônio, pelo menos era assim não sei se mudou. Estou disposto a pagar mais impostos, pois para mim a solução está em políticas públicas, não em contribuições privadas.

4) Meu caro, todo meu trabalho, é voltado para contribuição para com o outro. Isso para mim, é muito maior do que dar dinheiro, e muito mais eficiente e importante. Dar dinheiro é um mero paliativo, que alivia a consciência de quem tem sentimento de culpa pelos recursos que tem, e não quer, dedicar tempo, algo que de fato seria mais importante, para trabalhar nisso. E eu não tenho qualquer sentimento de culpa pela minha condição, gostaria que todos tivessem as oportunidades que eu tive, e vou fazer o que puder, da forma que eu entendo melhor, não da forma que vc entende, a fim de contribuir para esse fim. Vc não tem o direito de determinar por mim a forma de contribuir com o outro, e considero o que faço muito mais importante, e com muito mais potencial de resultados, do que fornecer dinheiro. Sendo que nem muito dinheiro meu tenho, acabei a faculdade e entrei no mestrado, que rendimentos teria para doar????

Mesmo que tivesse preferia pagar na forma de impostos do que dar a instituições privadas. Alias instituições que vivem pedindo seu dinheiro são um saco.

Mas vc está se mostrando incapaz de perceber, está sendo um capitalista estreito, que mede as coisas apenas por dinheiro, pois a maior solidariedade que já vi, e não estou falando de coisas que eu fiz, mas de outros, tem sido o trabalho diário anos a fio, sem ganhar muito dinheiro, voltado para aprimorar o serviço público. São poucos, e por isso, seu efeito é localizado, mas não deixa de ser uma solidariedade, e um esforço, imensamente maior, que qualquer contribuição de dinheiro sendo essa uma fração do que se ganha.

Quem contribui mais alguém que fornece a uma instituição um percentual do que ganha, ou alguém que abre mão de ganhar para que todo seu trabalho seja sua contribuição. Fico com a segunda, embora essa, provavelmente, não faça o menor sentido para vc, pois mede o valor de tudo pelo dinheiro.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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André
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por André »

RicardoVitor escreveu:Esse pessoalzinho de esquerda aqui do forum, além de esquizofrênicos, são hipócritas. Adoram falar sobre "justiça social", "luta pelo fim das desigualdades sociais", "amor ao próximo", mas a grande maioria destes nunca sequer ajudou nem ao menos uma velhinha a atravessar a rua. Organizar campanhas de agasalhos? Nunca. Arrecadação de alimentos? Nem pensar. Agora, defender Marx e os regimes derivados deste, que somente causaram atraso e miséria por onde passaram, esses aí defendem com a boca cheia.


1-Eu já refutei a hipocrisia. Seria hipócrita se eu pedisse para doar para caridades, e instituições privadas, eu não peço, logo não sou hipócrita. O que quero para os outros é o mesmo que quero para mim, programas públicos eficientes na garantia dos direitos sociais, o que os outros pagariam, seria proporcional ao que eu pagaria, nenhuma hipocrisia.

2-Não sou marxista, não defendo nenhum regime ditatorial. Porém é bom deixar claro que quando Marx falava de ditadura do proletariado ele se referia a algo próximo da Comuna de Paris. Ademais ao contrario para mim os regimes tem que ser é mais democráticos, e verdadeiramente livres.

3-Vc não sabe o que as pessoas fizeram ou deixaram de fazer, e demonstrou que não dá nenhum valor a pessoas que fazem sua contribuição solidaria através de seu trabalho.

Vou dar um exemplo. Quem contribui mais, médico e Professor Y ele dedicou sua vida a capacitação de gestores de saúde, (conheço essa pessoa) fez pesquisas, e escreveu sua pagina na história da saúde pública. Advogado C dedicou sua vida a luta pelos direitos humanos e direitos dos trabalhadores, contribuindo ao longo de mais de 30 anos, como professor Y, para uma causa coletiva. Ambos aceitaram receber menos, e poderiam ter ficado ricos em diferentes trabalhos.

Já radiologista W e cirurgião plástico V ganharam muito dinheiro, não fizeram nenhuma contribuição em pesquisa, ensino, de relevancia. São excelentes técnicos em suas áreas. Não desenvolveram qualquer projeto para ter impacto social, devido inclusive a suas áreas de atuação. Porém, devido a riqueza acumulada contribuem mensalmente uma boa quantia para instituições de caridade.

Agora o que eu penso. Respeito todos, bons profissionais, pessoas honestas, e que se importam com os outros, cada um a sua maneira. Pessoalmente valorizo mais o médico e professor Y e o advogado C.

OBS: São pessoas que conheço, e sem autorização, não considero correto dizer seus nomes, por isso usei as letras. Já inclusive cometi o erro de nomear, mas errar serve para isso tb para aprender.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

Tally escreveu:Edson:
Infelizmente o que eu disse é verdade. A sociedade é assim.
Quem quer viver dentro dela, não se tornar uma pessoa dissociada das outras, ou um eremita tem que saber e obedecer às regras.E elas são claras.
Joga-se conforme o jogo manda.Excetuando poucas vezes em que se pode falar o que pensa,dentro do recôndito familiar,
joga-se conforme as regras e ao se tornar um líder,não se pode esquecer que líderes também tem regras e leis a obedecer.
Assim se vive.
Não me refiro ao que é dito no Fórun, porque aqui é exceção, mas lá fora, ah lá fora a brincadeira é outra, o mundo é real.
Bjs e Boas Festas.


Tally;

Não discordo em nadinha de você! O mundo é o que é mesmo! Precisamos, para sobreviver, nos adaptar. Também não é por isso que vou considerá-lo as mil maravilhas, né!? :emoticon4:

Beijos e um ótimo fim de ano para você também! :emoticon1:
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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

André escreveu:Dar dinheiro é um mero paliativo, que alivia a consciência de quem tem sentimento de culpa pelos recursos que tem, e não quer, dedicar tempo, algo que de fato seria mais importante, para trabalhar nisso.


Isso quando se sente culpado. Na maioria da vezes, creio eu, haverá uma racionalização forte o bastante para neutralizar uma possível sensação de culpa. :emoticon5:
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Acauan
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Mensagem por Acauan »

clara campos escreveu:Acauan
Antes de mais deixa-me dizer-te que fiquei quase sem ´fôlego ao ler este teu post, pois à muito que não via uma reflexão tão lúcida sobre um tema que é provavelmente um dos meus predilectos.
Não quer isto dizer que concorde na essência contigo, como muito aprazará a mostrar.


Obrigado, Clara.

clara campos escreveu:
Acauan escreveu:Você resumiu um erro de interpretação que está na raiz de todo problema.
Não temos que valorizar a diferença, pois a diferença não tem valor em si.
Temos que valorizar a diferença naquilo que tem de valor, o que é outra coisa.


Perfeito.
É realmente uma interpretação comum mas absurda.
Só porque é diferente, não significa que seja bom.
A diferença não é realmente um critério de valor.
Contudo - e isto é mais uma reflexão do que propriamente uma opinião - a diferença proporciona momentos e situações de confronto que podem conduzir a uma melhoria.
Assim, a diferença é sim boa enquanto força anti-inércia, enquanto potenciadora de crescimento, evolução. Ou seja, é uma contrariadora da estagnação que possa advir da igualdade.


Clara, desculpe se parecer muito didático, mas talvez isto detalhe as coisas de modo interessante para outros que lêem este tópico.

Identificamos diferenças quando comparamos os atributos de dois ou mais entes.
Na realidade, como na gramática, as diferenças podem ser de gênero, número ou grau.
Quando os entes comparados têm os mesmos atributos, mas estes se manifestam em cada um em quantidades ou intensidades diferentes, temos uma diferença de número ou grau.
Quando os entes comparados têm diferentes atributos, temos uma diferença de gênero.

Os benefícios potenciais que você observou na diferença - força anti-inércia, enquanto potenciadora de crescimento, evolução, são perfeitamente aplicáveis para as diferenças de número e grau, ou seja, podemos comparar determinados atributos nossos com estes mesmos atributos em outras pessoas, como inteligência ou força, constatarmos que algumas pessoas se mostram mais inteligentes ou fortes do que nós e nos dedicarmos para, através do estudo sistemático ou de programas de exercícios físicos regulares, desenvolvermos estes atributos para que se aproximem mais do grau que se manifestam naqueles cuja semelhança tomamos como meta.

Mas note que neste caso nosso objetivo é nos tornarmos mais próximos do que inicialmente tomamos como diferente, ou seja, reduzir a diferença.

Ora, se esta diferença fosse boa, por que desejaríamos reduzi-la ou mesmo eliminá-la?

O efeito benéfico não está na diferença em si, mas na percepção dos benefícios da redução desta diferença, ou seja, a diferença motiva a auto-crítica que nos motiva a reduzi-la, tanto quanto a dor ou a febre motivam um tratamento médico cujo objetivo é eliminar a dor e a febre.

Já as diferenças de gênero não podem promover nosso aprimoramento, pois não podemos desenvolver atributos que não possuímos.
Um homem pode admirar a capacidade biológica procriadora das mulheres, capacidade que os machos não possuem, mas nada que faça a partir da constatação desta diferença lhe permitirá eliminá-la ou sequer reduzi-la.

Note que no caso das diferenças de número e grau, nosso aprimoramento se dá a partir da busca da semelhança, não da valorização da diferença.

Já no caso das diferenças de gênero, valorizamos os atributos que não possuímos e reconhecemos como bons, como o exemplo dado da gravidez contemplada por um homem, mas o BEM reside no atributo e não na diferença em si, como aliás, você concordou de princípio em sua resposta.


clara campos escreveu:
Acauan escreveu:Outra expressão deste conceito sacralizado pelo politicamente correto é diversidade.
Ora, diversidade pode ser boa ou ruim.
O BEM único é melhor que infinitos males, mesmo que a diversidade seja nula no primeiro e infinita no segundo.

(...)
No caso das alternativas imperfeitas, o mérito não está na diversidade em si, pois uma vez definida a melhor alternativa, ela se torna preferencial, recomendando a redução da diversidade.
A diversidade, portanto, pode ser um meio, mas não um fim.


Tenho uma visão um pouco mais holística de diversidade.
Embora teoricamente concorde que é um meio para o fim da perfeição, a perfeição absoluta não existe, como sabemos, na prática.
A perfeição é uma medida relativa, comparativa, e a comparação entre iguais é apenas um reflexo.


Permita-me ajustar os termos.
Não é que a perfeição absoluta não exista, uma vez que a perfeição só pode ser absoluta.
O que não existe é a perfeição concreta, uma vez que toda perfeição que conhecemos é abstrata, como as formas geométricas.


clara campos escreveu:Na evolução social, como biológica, a diversidade é efectivamente um meio para melhorar. Contudo, o melhor, é um processo contínuo, inacabado, pelo que a diversidade é algo que jamais se pode dizimar.
Repara por exemplo que um sistema democrático deve apresentar mecanismos por forma a que facções não democráticas se expressem, apesar de existirem vários mecanismos de contenção e manutenção.
Contudo, a existência de hipóteses alternativas imperfeitas pode ter o seu papel na manutenção da melhor hipótese, ou na escolha contínua das melhores hipóteses.


Clara, note que a evolução biológica melhora a espécie privilegiando a sobrevivência de determinadas alternativas, ou seja, em um ambiente fixo, a evolução tenderia a uma diversidade zero dentro de cada gênero. O que ocorre é que os ambientes mudam, inclusive em decorrência da evolução das espécies, e assim, quanto maior a diversidade, maiores as alternativas para se ajustar a esta mudança.

A evolução biológica é uma interação entre duas diversidades, a biológica e a ambiental, que estabelecem o equilíbrio ecológico.

O problema quando estabelecemos uma analogia entre evolução biológica e social é que a biológica atua no indivíduo, mas visa a espécie. Ou seja, a diversidade biológica existe com o objetivo de estabelecer, por tentativa e erro, as melhores alternativas de interação entre indivíduo e ambiente, descartando as demais.

As sociedades humanas também são interações entre indivíduos e ambiente social, também são uma interação entre diversidades, mas temos que considerar inadmissível a hipótese de se melhorar a sociedade pelo descarte dos indivíduos que não se enquadram nas melhores alternativas.

Ou seja, alguns princípios devem estar acima de suas alternativas, como o princípio de que indivíduos humanos não podem ser descartados para melhorar a sociedade. E diversidade nenhuma pode melhorar princípios como este.

Daí a diversidade só pode produzir bons resultados em sociedades humanas se a escolha feita sobre as alternativas disponíveis for guiada por princípios, não pela tentativa e erro, como faz a natureza com a evolução.


clara campos escreveu:Um comunista uma vez disse-me que o comunismo apenas seria positivo se todas as pessoas do mundo fossem comunistas.
Como isto é absolutamente impossível por ser uma meta na prática inantigível, o que muitos regimes comunistas era eliminarem os não-comunistas.
O raciocínio é o seguinte "alcançámos o regime perfeito, os que se lhe oposurem devem ser eliminados".
Na prática, as consequências são obviamente catastróficas, independentemente do desenlace. É que na verdade, diferenças e semelhanças dão-se apenas em determinadas esferas, e não há como garantir A hipótese perfeita.


De certo modo falamos a mesma coisa, de diferentes modos, nos parágrafos anteriores,

O problema com o comunismo e comunistas, como aquele ao qual se referiu, é que eles invertem temporalmente a ordem que me referi – atingir a perfeição para eliminar a diversidade.
Eles querem eliminar a diversidade para atingir a perfeição.
Podem não ter tido sucesso algum, nem chegado perto quanto a pretensão de serem perfeitos, mas mostraram-se extremamente competentes em eliminar a diversidade.


clara campos escreveu:Assim, a valorização da diversidade, como um meio a manter (sendo este praticamente um fim), é uma forma de reconhecer que as metas perfeitas são inalcançáveis e que resultam de processos evolutivos.


A perfeição não é uma meta e nem deve sê-la.
É um ideal.

Não interessa que nenhum instrumento do mundo jamais poderá traçar um círculo perfeito.
A existência conceitual do círculo perfeito é que nos guia para produzir instrumentos cada vez melhores.

Nisto, importa mais o ideal, os princípios, do que todas as alternativas imperfeitas de círculos, que representam a diversidade imperfeita daquela forma.


Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
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André
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Mensagem por André »

Edson Jr escreveu:
André escreveu:Dar dinheiro é um mero paliativo, que alivia a consciência de quem tem sentimento de culpa pelos recursos que tem, e não quer, dedicar tempo, algo que de fato seria mais importante, para trabalhar nisso.


Isso quando se sente culpado. Na maioria da vezes, creio eu, haverá uma racionalização forte o bastante para neutralizar uma possível sensação de culpa. :emoticon5:


Tem toda razão, e caridade é o tipo da coisa que não da muito trabalho, apenas pesa no bolso, que dependendo da quantia pesa, mas que ajuda na racionalização.

Sendo que eu acho que as pessoas não deveriam se sentir culpadas, eu não me sinto. Agora seria bom, seria elogiavel, se elas desejassem a mesma sorte para outros, e fizessem o que estiver ao seu alcance para contribuir para que outros tenham as oportunidades que elas tiveram. Não por culpa, mas simplesmente pq é mais justo, é melhor. Sendo que essa contribuição nem de longe precisa ser caridade.

Alias em termos de dar dinheiro até tem um projeto que penso em me envolver. Mas pq esse parece mais inteligente. Na verdade vc empresta, porém sem ter objetivo de lucrar, mas de ajudar pessoas a desenvolverem negócios e atividades, simples, em lugares pobres do mundo. Vc vê as pessoas. Isso assim que receber dinheiro da bolsa vou começar a investir e ver se consigo ajudar gente. Até pq depois que eles pagam de volta vc ganha é crédito no site para investir em outras pessoas, não recebe o dinheiro de fato, e sim recebe o credito que corresponde ao dinheiro, para ser utilizado apenas na ajuda a pessoas. E parte do principio que eu gosto que é acreditar e investir nas pessoas.

http://www.kiva.org/
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Fernando Silva
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por Fernando Silva »

RicardoVitor escreveu:O que você já fez na prática para mudar a vida dos necessitados, André? Diga um exemplo real, factível.

Considero isto como uma ajuda no longo prazo, embora não tenha enchido a barriga de ninguém no curto prazo.
É um benefício indireto, tipo ensinar a pescar em vez de dar o peixe e perpetuar a miséria.
De certa forma, é o que eu também faço ao consertar os computadores dos meus colegas de trabalho mais pobres. O dinheiro que eles não gastam com o conserto é um dinheiro que, de certa forma, eu dei a eles.
André escreveu:Quando vier o dinheiro da bolsa posso destinar uma parte para uma instituição, mas sinceramente isso nem se compara ao fato de eu ter lecionado de graça por 4 meses em um colégio público, ter ajudado um amigo e lecionado em seu lugar quando ele não podia apos uma operação

Por outro lado, concordo com você quando vejo esquerdinhas que vêm aqui nos criticar por não fazermos nada, enquanto eles acham que já fizeram o bastante por nos criticarem.

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RicardoVitor
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por RicardoVitor »

Fernando Silva escreveu:
RicardoVitor escreveu:O que você já fez na prática para mudar a vida dos necessitados, André? Diga um exemplo real, factível.

Considero isto como uma ajuda no longo prazo, embora não tenha enchido a barriga de ninguém no curto prazo.
É um benefício indireto, tipo ensinar a pescar em vez de dar o peixe e perpetuar a miséria.
De certa forma, é o que eu também faço ao consertar os computadores dos meus colegas de trabalho mais pobres. O dinheiro que eles não gastam com o conserto é um dinheiro que, de certa forma, eu dei a eles.


Está falando do fato do André ter lecionado por 4 meses em um colégio público? Eu concordo. Mas é muito pouco para quem se diz em uma missão para ajudar os outros seres humanos. Por que, ao invés de querer obrigar outros a contribuirem via caridade estatal, ele não contribue por iniciativa própria, como por exemplo, lecionando em comunidades carentes, periodicamente? Se nem ele se preocupa com os outros, por que deseja forçar que os outros tenham essa preocupação?
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RicardoVitor
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Mensagem por RicardoVitor »

André escreveu:
RicardoVitor escreveu:
André escreveu:Antes, Ricardo, que vc diga que é hipocrisia, vou me antecipar e explicar. Seria hipocrisia se eu pedisse que as pessoas doassem para caridade, mas não peço, respeito e acho uma boa atitude de quem faz, mas considero um mero paliativo, algo que simplesmente não é solução.


1)Ué? E a caridade oficial? Quem você acha que banca a gastança da sua religião social-democrata? Qual a moral que você tem em querer forçar os outros a doarem ao Estado, enquanto você por si mesmo não doa nem um centavo por iniciativa própria?

André escreveu:E não penso mal de quem não faz. Quando vier o dinheiro da bolsa posso destinar uma parte para uma instituição, mas sinceramente isso nem se compara ao fato de eu ter lecionado de graça por 4 meses em um colégio público, ter ajudado um amigo e lecionado em seu lugar quando ele não podia apos uma operação, nem muito menos se compara ao trabalho e a dificuldade de fazer e publicar um livro, que tem como uma de suas funções, divulgar idéias que entendo são essenciais para de fato realizar transformações significativas. O motor por trás de todo meu trabalho é uma preocupação social, movida pela solidariedade, uma motivação inclusive de cunho ético. Doei meu tempo, meu estudo, priorizando não ganhos pessoais, que vem mas são menores do que conseguiria em outras atividades, mas priorizando a contribuição.


2)Quais os resultados, André? Poderia dizer os nomes das pessoas que foram beneficiadas pela sua caridade?

André escreveu:O que alguns não entendem é que eu estaria disposto a pagar mais impostos, se esses forem revertidos em benefícios e programas com condicionais eficientes para levantar as pessoas da pobreza.


3)Mais impostos? 70% do rendimento de cada um? Ou 100%?

André escreveu:Votaria em um plebiscito desses, faria campanha. Entendo que a solução individual, privada, é pequena, e incapaz, tem que ser uma política pública, tem que abarcar todos, e tem que ser uma escolha democrática, não um ato messiânico.


4)Se nem os indivíduos (como você mesmo) sentem o desejo de contribuir com o próximo, por que o Estado deveria tomar o lugar destes?



1)Eu não peço a ninguém que doe nada para caridade. Hipocrisia seria pedir. Sou absolutamente coerente.


Ué? E a caridade oficial? Quem você acha que banca a gastança da sua religião social-democrata? Qual a moral que você tem em querer forçar os outros a doarem ao Estado, enquanto você por si mesmo não doa nem um centavo por iniciativa própria?

2)Eu ensinei 4 meses em um colégio público, de graça, quer que eu busque os nomes dos alunos e cite eles em um fórum sem a permissão deles? Quer que eu contate todas as pessoas que ajudei e faça uma lista, tenho mais o que fazer e não preciso me provar para vc.


Não precisa, você acabou de me dar um ótimo exemplo de como você ajuda outras pessoas. Por que não continua lecionando, André? 4 meses é muito pouco. Te garanto que nos 4 meses em que você, de forma nobre, ensinou tais alunos, ajudou mais do que todos os momentos em que discursou sobre social-democracia e sobre como essa maravilha vai salvar o mundo.

3) Não, mas proporcional aos rendimentos, os nossos ricos sonegam bastante, e existem poucos impostos sobre patrimônio, pelo menos era assim não sei se mudou. Estou disposto a pagar mais impostos, pois para mim a solução está em políticas públicas, não em contribuições privadas.


Quem você acredita possuir mais interesses em solucionar tais problemas, André? O político? Ou as pessoas que desejam mesmo ajudar os necessitados?

4) Meu caro, todo meu trabalho, é voltado para contribuição para com o outro.


De que forma? Quem são esses "outros"?

Isso para mim, é muito maior do que dar dinheiro, e muito mais eficiente e importante. Dar dinheiro é um mero paliativo, que alivia a consciência de quem tem sentimento de culpa pelos recursos que tem, e não quer, dedicar tempo, algo que de fato seria mais importante, para trabalhar nisso. E eu não tenho qualquer sentimento de culpa pela minha condição, gostaria que todos tivessem as oportunidades que eu tive, e vou fazer o que puder, da forma que eu entendo melhor, não da forma que vc entende, a fim de contribuir para esse fim. Vc não tem o direito de determinar por mim a forma de contribuir com o outro, e considero o que faço muito mais importante, e com muito mais potencial de resultados, do que fornecer dinheiro. Sendo que nem muito dinheiro meu tenho, acabei a faculdade e entrei no mestrado, que rendimentos teria para doar????


Não falei especificamente sobre dinheiro. Pode-se ajudar os outros de inúmeras formas, dinheiro é uma delas. Levar crianças a sala de aula, é outra. Arrecadar alimentos, outra. Distribuir cobertores para moradores de rua, outra. Entre tantas outras, todas são atitudes nobres. Você faz alguma destas, André? Por que não?

Mesmo que tivesse preferia pagar na forma de impostos do que dar a instituições privadas. Alias instituições que vivem pedindo seu dinheiro são um saco.


É o pobre batendo na sua porta. É chato né? Também acho. Você é tão egoísta quanto eu, André. A diferença entre nós é o fato de que você não gosta de admitir. Eu adoro.

Mas vc está se mostrando incapaz de perceber, está sendo um capitalista estreito,


And proud of it

que mede as coisas apenas por dinheiro,


Você sabe que não estava falando somente sobre dinheiro, André. Pelo menos acredito que sabe.

pois a maior solidariedade que já vi, e não estou falando de coisas que eu fiz, mas de outros, tem sido o trabalho diário anos a fio, sem ganhar muito dinheiro, voltado para aprimorar o serviço público.


Quá quá quá quá! No Brasil?!? Qual o interesse daqueles que trabalham no setor público? O bem-estar dos outros? E eu que comecei a considerar você um pouco menos ingênuo ultimamente...

Quem contribui mais alguém que fornece a uma instituição um percentual do que ganha, ou alguém que abre mão de ganhar para que todo seu trabalho seja sua contribuição. Fico com a segunda, embora essa, provavelmente, não faça o menor sentido para vc, pois mede o valor de tudo pelo dinheiro.


Quem abre mão de ganhar para que todo o seu trabalho seja a sua contribuição? Poderia dar exemplos?
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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

André escreveu:Alias em termos de dar dinheiro até tem um projeto que penso em me envolver. Mas pq esse parece mais inteligente. Na verdade vc empresta, porém sem ter objetivo de lucrar, mas de ajudar pessoas a desenvolverem negócios e atividades, simples, em lugares pobres do mundo. Vc vê as pessoas. Isso assim que receber dinheiro da bolsa vou começar a investir e ver se consigo ajudar gente. Até pq depois que eles pagam de volta vc ganha é crédito no site para investir em outras pessoas, não recebe o dinheiro de fato, e sim recebe o credito que corresponde ao dinheiro, para ser utilizado apenas na ajuda a pessoas. E parte do principio que eu gosto que é acreditar e investir nas pessoas.


Cara, você não existe!

Não permita que as críticas mesquinhas desvirtuem esse seu lado humano, ético e justo. Seria realmente lamentável!

Dou total apoio para você, caso realmente queira seguir mesmo em frente nesta empreitada. :emoticon4:
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade." (Bertrand Russel)

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Edson Jr
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Re.: Intolerância

Mensagem por Edson Jr »

PS:. Vou sumir por uns tempos. Devo voltar somente em fevereiro. É que preciso me preparar para concursos pela frente.

fui que fui... :emoticon16:
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André
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por André »

Fernando Silva escreveu:
RicardoVitor escreveu:O que você já fez na prática para mudar a vida dos necessitados, André? Diga um exemplo real, factível.

Considero isto como uma ajuda no longo prazo, embora não tenha enchido a barriga de ninguém no curto prazo.
É um benefício indireto, tipo ensinar a pescar em vez de dar o peixe e perpetuar a miséria.
De certa forma, é o que eu também faço ao consertar os computadores dos meus colegas de trabalho mais pobres. O dinheiro que eles não gastam com o conserto é um dinheiro que, de certa forma, eu dei a eles.
André escreveu:Quando vier o dinheiro da bolsa posso destinar uma parte para uma instituição, mas sinceramente isso nem se compara ao fato de eu ter lecionado de graça por 4 meses em um colégio público, ter ajudado um amigo e lecionado em seu lugar quando ele não podia apos uma operação

Por outro lado, concordo com você quando vejo esquerdinhas que vêm aqui nos criticar por não fazermos nada, enquanto eles acham que já fizeram o bastante por nos criticarem.


Concordo. Vou resumir. Tem que partir do individuo, e eu não acho que fiz muito, e estou disposto a contribuir no kiva tb. Mas não me sinto melhor do que ninguém, e revelo com meu trabalho, acho, uma preocupação social. Como muitos fazem, conheço gente a beça. Sendo que existem diversas formas de expressar isso.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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RicardoVitor
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por RicardoVitor »

André escreveu:
Fernando Silva escreveu:
RicardoVitor escreveu:O que você já fez na prática para mudar a vida dos necessitados, André? Diga um exemplo real, factível.

Considero isto como uma ajuda no longo prazo, embora não tenha enchido a barriga de ninguém no curto prazo.
É um benefício indireto, tipo ensinar a pescar em vez de dar o peixe e perpetuar a miséria.
De certa forma, é o que eu também faço ao consertar os computadores dos meus colegas de trabalho mais pobres. O dinheiro que eles não gastam com o conserto é um dinheiro que, de certa forma, eu dei a eles.
André escreveu:Quando vier o dinheiro da bolsa posso destinar uma parte para uma instituição, mas sinceramente isso nem se compara ao fato de eu ter lecionado de graça por 4 meses em um colégio público, ter ajudado um amigo e lecionado em seu lugar quando ele não podia apos uma operação

Por outro lado, concordo com você quando vejo esquerdinhas que vêm aqui nos criticar por não fazermos nada, enquanto eles acham que já fizeram o bastante por nos criticarem.


Concordo. Vou resumir. Tem que partir do individuo, e eu não acho que fiz muito, e estou disposto a contribuir no kiva tb. Mas não me sinto melhor do que ninguém, e revelo com meu trabalho, acho, uma preocupação social. Como muitos fazem, conheço gente a beça. Sendo que existem diversas formas de expressar isso.


Exatamente.
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André
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Re: Re.: Intolerância

Mensagem por André »

RicardoVitor escreveu:
Fernando Silva escreveu:
RicardoVitor escreveu:O que você já fez na prática para mudar a vida dos necessitados, André? Diga um exemplo real, factível.

Considero isto como uma ajuda no longo prazo, embora não tenha enchido a barriga de ninguém no curto prazo.
É um benefício indireto, tipo ensinar a pescar em vez de dar o peixe e perpetuar a miséria.
De certa forma, é o que eu também faço ao consertar os computadores dos meus colegas de trabalho mais pobres. O dinheiro que eles não gastam com o conserto é um dinheiro que, de certa forma, eu dei a eles.


Está falando do fato do André ter lecionado por 4 meses em um colégio público? Eu concordo. Mas é muito pouco para quem se diz em uma missão para ajudar os outros seres humanos. Por que, ao invés de querer obrigar outros a contribuirem via caridade estatal, ele não contribue por iniciativa própria, como por exemplo, lecionando em comunidades carentes, periodicamente? Se nem ele se preocupa com os outros, por que deseja forçar que os outros tenham essa preocupação?


Missão? Não exagere. Eu demonstro apenas preocupação social, e minha escolha de trabalho, e atividades, está ligada a essa preocupação. Fiz escolhas importantes com base nessa preocupação, mas sou um cara que tb gosta de cinema, futebol, que tem interesses diversificados, não deixo ocupar totalmente minha mente, e não quero isso para ninguém, desejo a felicidade dos outros, e de forma coerente busco a minha, da forma que eu entendo melhor.

A forma com que eu expresso essa preocupação é minha escolha, vc não pode determinar por mim. E eu não quero forçar ninguém a "caridade estatal" eu quero convencer as pessoa de idéias, para que essas democraticamente as escolham. Sendo relevante lembrar que eu nunca usei a sala de aula para esse fim, não é o lugar, na sala de aula eu procurava estimular curiosidade, ajudar no acesso ao conhecimento, pois pessoas mais bem informadas, e com senso crítico, de qualquer tendência, formam cidadãos melhores para democracia.

Logo escrever um livro, que vc tb obviamente acha pouco, foi justamente nesse sentido. Não fiz para lucrar, se conseguir ganhar um pouco, é apenas um bônus, o objetivo foi começar a divulgar as idéias que entendo são essenciais para a transformação política, e econômica, além de divertir claro. Até por saber que sozinho posso pouco, o livro é minha forma de lançar na sociedade de buscar diálogo, e inserir essas idéias no debate. Até aqui no fórum já rolou muito debate sobre democracia ampliada por minha causa.

Outra coisa, é um desrespeito vc dizer que eu não me preocupo, vc no mínimo, deveria respeitar minha liberdade de agir. Segundo, hipocrisia seria se eu pedisse dos outros coisa que não faço. Eu não quero forçar ninguém e em sociedade democrática eu tenho o direito e a liberdade, de querer convencer as pessoas das minhas idéias, e as pessoas tem o direito de concordar, discordar, ou ser indiferentes a elas.
Editado pela última vez por André em 23 Dez 2007, 13:12, em um total de 2 vezes.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

Trancado