Em entrevista à 'Piauí', Dirceu admite caixa 2 no PT-RS
E dá a entender que no PT, ninguem se salva, nem os EXs, agora no PSOL.

Ex-ministro defende Delúbio Soares, também acusado no esquema do mensalão, e fala sobre Heloísa Helena
AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - O ex-chefe da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu (PT-SP) atacou correntes do PT e políticos de partidos mais à esquerda em entrevista concedida à revista Piauí, na edição que chegou nesta quinta-feira, 3, às bancas. Dirceu revelou também que a construção da sede do partido em Porto Alegre "foi feita só com dinheiro de caixa dois". "Era com mala de dinheiro." Dirceu lembrou na entrevista que, quando foi feita essa denúncia sobre a legenda na capital gaúcha, que atingia o governo Olívio Dutra, "a gente estava com eles, não os abandonamos em nenhum minuto".
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Dirceu foi especialmente duro com os críticos internos da legenda à gestão do ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento da sigla Delúbio Soares, envolvido no escândalo do "mensalão" e expulso da agremiação. "Esse pessoal é assim. Chegava para o Delúbio e falava: ''Delúbio, preciso de R$ 1 milhão.'' Como é que alguém vai arrumar esse dinheiro assim, de uma hora para outra? Aí, quando não recebiam o dinheiro, diziam que estavam sendo preteridos porque eram de uma outra corrente, de uma outra ala, que a direção era autoritária. O pobre do Delúbio tinha de ir aos empresários conseguir doações. Aí, estoura o ''mensalão'' e esse pessoal vem dizer que o Delúbio era o homem da mala? O que não dizem é que a mala era para eles", afirmou.
Sobre a presidente nacional do PSOL, Heloísa Helena, Dirceu lembrou do episódio da votação da cassação do ex-senador Luiz Estevão (DF). "Ela votou contra. (...) Votou mesmo e por motivos impublicáveis. Mas nunca a deixamos sozinha, defendemos o tempo todo, mesmo sabendo que a história era diferente. Depois, olha o que fazem."
Segundo o texto, o ex-deputado do PT encontra-se, semanalmente, com o deputado Antonio Palocci (PT-SP). Semanas antes da entrevista, Dirceu e Palocci jantaram na casa do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), em companhia de Delúbio. A entrevista relata ainda casos de populares que ofendem Dirceu em restaurantes ou filas de aeroportos, aos quais ele não responde, e aborda os negócios dele como consultor. Os clientes brasileiros de Dirceu, segundo o texto, lhe pagam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil.