O que você acha do determinismo?

[zumbi filosófico]

Clara,

É exatamente disto que estou falando.

Meio é, por definição, um elemento de influência compartilhado.
Se não podemos replicar o meio, como disse, então para todos os efeitos não existe um elemento compartilhado que produza o indivíduo, sendo este resultado de suas próprias condições e experiências, o que põe por terra qualquer hipótese de determinismo que, para ser válida, precisa que determinadas condições gerais produzam determinados resultados individuais.

Na verdade também não é bem assim... na verdade em diversos casos, apesar de uma boa margem de variações individuais por experiências e etc, pode-se replicar elementos de um "meio compartilhado" e ter influências determinadas com algum grau, que pode ser até mais ou menos perturbador, tanto quanto o determinismo genético.

O Cogitans há algum tempo postou um texto sobre questões sobre o papel da consciência no comportamento, citando alguns experimentos que demonstravam um grau de influência ambiental consideravelmente elevado.

Recentemente ouvi sobre experimentos mostrando as coisas mais bizarras, como que, olhos desenhados - e obviamente desenhados, que não enganam ninguém - colocados sobre urnas de doação fazem com que aquelas urnas tenham doações mais altas do que urnas sem desenhos de olhos ou nas quais os desenhos não pareçam estar olhando para o doador; pessoas que seguraram xícaras de café quente por alguns instantes depois tem a tendência a julgar alguma pessoa hipotética como "quente", amistosa, e quando seguraram uma xícara de café frio, a pessoa era "fria", fechada, egoísta; pessoas jogando um jogo do tipo "monopólio" numa sala na qual é deixada uma maleta à vista tem a tendência de serem mais parcimoniosos com o dinheiro do que as pessoas que jogaram onde tinha uma mochila à vista... nesse texto postado pelo Cogitans tem coisas como que, menções de coisas como "Flórida", estado muito associado à aposentados e idosos, bem como outras coisas não muito diretamente associadas, causavam uma espécie de "impressão" inconsciente na pessoa, fazendo ela encarnar um "estado de espírito" meio de idoso....

[Acauan]

Clara,

É exatamente disto que estou falando.

Meio é, por definição, um elemento de influência compartilhado.
Se não podemos replicar o meio, como disse, então para todos os efeitos não existe um elemento compartilhado que produza o indivíduo, sendo este resultado de suas próprias condições e experiências, o que põe por terra qualquer hipótese de determinismo que, para ser válida, precisa que determinadas condições gerais produzam determinados resultados individuais.

Na verdade também não é bem assim... na verdade em diversos casos, apesar de uma boa margem de variações individuais por experiências e etc, pode-se replicar elementos de um "meio compartilhado" e ter influências determinadas com algum grau, que pode ser até mais ou menos perturbador, tanto quanto o determinismo genético.

O Cogitans há algum tempo postou um texto sobre questões sobre o papel da consciência no comportamento, citando alguns experimentos que demonstravam um grau de influência ambiental consideravelmente elevado.

Recentemente ouvi sobre experimentos mostrando as coisas mais bizarras, como que, olhos desenhados - e obviamente desenhados, que não enganam ninguém - colocados sobre urnas de doação fazem com que aquelas urnas tenham doações mais altas do que urnas sem desenhos de olhos ou nas quais os desenhos não pareçam estar olhando para o doador; pessoas que seguraram xícaras de café quente por alguns instantes depois tem a tendência a julgar alguma pessoa hipotética como "quente", amistosa, e quando seguraram uma xícara de café frio, a pessoa era "fria", fechada, egoísta; pessoas jogando um jogo do tipo "monopólio" numa sala na qual é deixada uma maleta à vista tem a tendência de serem mais parcimoniosos com o dinheiro do que as pessoas que jogaram onde tinha uma mochila à vista... nesse texto postado pelo Cogitans tem coisas como que, menções de coisas como "Flórida", estado muito associado à aposentados e idosos, bem como outras coisas não muito diretamente associadas, causavam uma espécie de "impressão" inconsciente na pessoa, fazendo ela encarnar um "estado de espírito" meio de idoso....

Zumbi,

Voltamos sempre ao mesmo ponto.
Ninguém discute que determinados fatores específicos produzam determinados resultados específicos.

O que está em pauta aqui é a afirmação "o homem é produto do meio", como se um conjunto indefinido de fatores genéricos, aleatórios e voláteis pudesse produzir resultados individuais específicos e previsíveis, que é o que o determinismo prega.

[clara campos]

Exacto

[mi9]

agora só falta esclarecer melhor o que é o determinismo. No livro "A liberdade evolui" Dan Dennett diz que tem pouco a ver com inevitabilidade. O conceito dele mete coisas como evitar o futuro... mas perdi o livro e não me lembro de nada. Tenho a certeza que o Aza leu e pode ajudar.

[mi9]

hehe... procurando pela palavra voxels encontrei o meu tópico sobre o livro de Dennett. não esclarece muito mas talvez abra o apetite.
http://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=4997&highlight=voxels

[Acauan]

agora só falta esclarecer melhor o que é o determinismo. No livro "A liberdade evolui" Dan Dennett diz que tem pouco a ver com inevitabilidade. O conceito dele mete coisas como evitar o futuro... mas perdi o livro e não me lembro de nada. Tenho a certeza que o Aza leu e pode ajudar.

Qualquer um pode dar ao termo o significado que quiser, conforme seu interesse com relação ao tema.

Historicamente, determinismo é a aceitação de que conhecido um número razoável de fatores causais e suas regras de interação é possível prever seus resultados finais.

[Res Cogitans]

Não há dois iguais
Judith Rich Harris
O que nos torna diferentes uns dos outros? Como se explica a formação da individualidade humana? Por que até gêmeos idênticos desenvolvem modos de ser e de agir tão distintos, ainda que compartilhem o mesmo patrimônio genético e o mesmo ambiente social?


Essas questões sintetizam um dos maiores mistérios da psicologia. Afinal, por que somos únicos? Com disposição de detetive e disciplina de cientista, a psicóloga norte-americana Judith Rich Harris investigou o melhor da produção acadêmica sobre o tema para formular sua própria resposta. O resultado é Não Há Dois Iguais – Natureza e Individualidades Humanas, lançamento da Editora Globo que vem sendo saudado internacionalmente como “a primeira teoria da personalidade completamente original desde os estudos de Freud”.


O livro comenta (e às vezes desconstrói) as teses mais aceitas pela ciência moderna. Idéias antigas, como o determinismo genético e a preponderância ambiental, caem por terra, enquanto o evolucionismo é tomado como objeto de estudo primordial, no que tange aos mistérios da individualidade humana. Nesse caminho, a autora envereda por algumas das mais fascinantes áreas do conhecimento, abordando tanto os experimentos clássicos da psicologia social quanto as últimas contribuições das pesquisas em neurociências. Praticamente nada escapa a seu olhar abrangente: gêmeos, autismo, o comportamento dos chimpanzés, a organização social das formigas.

Leia trecho do livro aqui:

http://globolivros.globo.com/rev_eletro ... oisiguais/

[Insane_Boy]

Correcto.
O meio é apenas uma variável complexa no processo de construção do indivíduo, ma variável entre várias e cujo produto - complexo - não é efectivamente determinado.

E o giro é que isto ocorre também em vários outros seres, em que as variáveis são menos e, até certo ponto, menos complexas.
Adoro o Caos!

Eis aqui um exemplo de como os ateus também adoram ao seu deus.

[mi9]

Acauan, a definição Dennett aceita, o que se costuma derivar dela é que não...

[Joe]

Você acha que o homem é produto do meio em que vive?

Se assim fosse, pessoas que vivem no mesmo meio seriam iguais, o que não se observa. Mesmo entre irmãos criados sob condições idênticas as personalidades formadas são individuais.

Um religioso poderia se tornar descrente passando a viver com um ateu?

Depende do religioso, do ateu e das circuntâncias.

Qual a sua opinião sobre essa corrente?

Todas as formas de determinismo são místicas ou pseudo-científicas e tentam suprir uma necessidade humana típica que é ter alguma certeza sobre seu destino.

É o que penso. Por isso acho descartável o determinismo.

[Jeanioz]

Se a pergunta é para mim, estou também na campanha de promoção do fumo infantil



E reclamar disso nada mais é do que maniqueísmo esquerdista.

CorreCto!

Qual a idade que vocês acham correta para começar a fumar? 2 dias?

[Joe]

Como explicar então as diferenças individuais existentes entre pessoas que compartilharam o mesmo meio toda a vida?

Acauan, desculpa mas isto é matematicamente impossível, seja em ecologia, seja em sociologia.
Quando falámos em "meio" falamos de todo o universo de condições ambientais, familiares, sociais e ambientais que de alguma forma intervêm na formação do "eu".
Ora é impossível que todas estas circunstâncias se repliquem de forma exactamente igual para duas pessoas, ainda que sejam gémeos homozigóticos.

De qualquer das formas não é realmente correcto dizer que "o homem é produto do meio", pois isto implicaria que apenas o meio seria determinante, o que é efectivamente falso. Ao livre arbítrio apontado por ti, aponto ainda determinantes genéticas, que não devem também ser desprezadas.

Clara,

É exatamente disto que estou falando.

Meio é, por definição, um elemento de influência compartilhado.
Se não podemos replicar o meio, como disse, então para todos os efeitos não existe um elemento compartilhado que produza o indivíduo, sendo este resultado de suas próprias condições e experiências, o que põe por terra qualquer hipótese de determinismo que, para ser válida, precisa que determinadas condições gerais produzam determinados resultados individuais.

Por definição, esse meio de influência compartilhado pode ser a junção de meios individuais, onde neste está localizado um meio único que move uma pessoa, porém segue tal meio de acordo com regras, mas há características individuais presentes em que a pessoa só seria influênciada caso ela se permitir ser (segundo a Programação Neuro-Linguística).

Há meios como viver em sociedade que você deve estar nele, mas não é influenciado por ideias do próprio meio porque há a crítica, diferente do meio religioso que te determina, ou seja, implica você a aceitar caso queira ser, mas quem não quer nunca irá ser.

Religiosos em sua maioria usam o determinismo em si para causar uma ''nuvem'' na mente da pessoa, apagar o lado crítico e influenciá-la, mas deixa-se levar quem quer ser levado.

É a minha conlusão. Por isso acho determinismo uma merda.