Aborto, questão aos anti-aborto.

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Anna escreveu:Esqueça o aborto, e responda a pergunta simples do Beto: Se um zigoto é um ser humano por que o teratoma do Beto não é?

Na minha opinião, o teratoma é um ser humano que não deu ou não vai dar em nada, o que o diferencia de um feto que tem condições de continuar crescendo normalmente.

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Fernando Silva
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Fernando Silva »

Ilovefoxes escreveu:Se mantém por si só desde quando?

E os anticorpos da mãe que criam uma guerra química com o intruzo? E abortos expontâneos?

Se ele tem que lutar contra os anticorpos da mãe, é mais uma prova de que ele está se virando sozinho, tirando o fato de ter que ser alimentado.
Abortos espontâneos são acidentes. Acidentes acontecem antes, durante e depois do parto.
Ilovefoxes escreveu:- Você recebe uma doação de transplante de cérebro, seu cérebro antigo foi para a lata de lixo. Você se considera morto?

Eu estarei morto. Quem vai estar usando meu corpo será outra pessoa, que vai se considerar viva.

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Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Ilovefoxes »

Se ele tem que lutar contra os anticorpos da mãe, é mais uma prova de que ele está se virando sozinho
Como assim? E os perigos que essas rejeições acarretam??
Abortos espontâneos são acidentes. Acidentes acontecem antes, durante e depois do parto.
Acidente? Você está usando como premissa que a gestação tem o dever de terminar bem.
Na natureza não existem acidentes, somente eventos.

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Anna
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Mensagem por Anna »

Acauan escreveu:
Samael escreveu: Sim, exatamente. Mas ainda mais dentro de um patamar moral. Isso é uma cacetada nos anit-aborto, que vêem na fecundação algo mágico que forma definitivamente um ser humano.




O respeito à vida humana provém de um consenso entre os seres humanos de que esta vida deve ser respeitada, não do fato de determinadas combinações químicas constituirem um tipo específico de cadeias de carbono.


[color=#bfffbf]

Se tratamos mera e simplesmente de respeito a vida humana, sem levar em consideração o que a ciência biológica tem a ver com assunto em questão, não tem porque usar nenhum tipo de caracter biológico para suportar entidade humana de cistos. Deve ser óbvio, detectar o valor de uma célula humana ou várias células humanas, sem recorrer à conceitos biólogicos para tal. O problema aqui, é que essa não é uma questão puramente moral, como vc confortávelmente faz parecer, ela é também científica, e não envolve apenas o aborto. Mas tem muitos outros desdobramentos fora o direito de tirar ou não um embrião do utero de alguém.

No mais, toda a dissertação pró-aborto baseada nas características biológicas do feto são puramente semânticas.
O feto não é um ser que se transforma em um ser humano.



Assim como toda a sua dissertação usando de características igualmente biológicas para suporta o seu argumento inicial, em favor de que um zigoto é um ser humano. Se pra vc não susenta, não sustenta igualmente o seu argumento em defesa do ponto vista oponente.


Todos que hoje são seres humanos um dia foram fetos. O feto não era um outro ser que um dia se transformou em cada um de nós, eramos nós há mais ou menos tempo atrás e só.



Todos foram fetos, assim como foram embriões, assim como foram zigoto, assim como foram um óvulo e um espermatozóide. O óvulo não era um outro ser, nem o sptz, ambos eram o ser há mais ou menos tempo atrás. A menos que vc considere a individualidade como caracter fundamental para suportar essa linha de pensamento da existência humana, mas ai esqueça, novamente, o respaldo científico anterior que vc está usando para definir ser humano.


Pode-se relativizar isto dando a cada fase do desenvolvimento de um ser humano outros nomes, mas dar vários nomes ao mesmo ser não faz com ele se torne outro e nem altera as implicações morais que recaem sobre a existência deste ser, que por si é incontestável e independe dos nomes que lhe dão.[/color]

[/color][/quote]

Não. Isso não é relativizar nada é ser completamente realista com conceitos que estão sendo usados. Uma célula é uma célula. Quem tenta relativizar isso, é quem diz que uma célula é a mesma coisa que Eu. E chama de "ser humano" fases iniciais de desenvolvimeto, e "metamorfoses" biológicas com base em conceitos biológicos, e mais à frente tenta retirar o conceito científico inerente de cada uma dessas fases que por si definem vida. No dia em que eu era uma célula eu era a mesma coisa que sou hoje, se sim, no dia em que eu era DNA eu era a mesma coisa que sou hoje, no dia em que eu era australopitecus eu era a mesma coisa que sou hoje. Óbvio que eu não era. Isso é relativizar.
Editado pela última vez por Anna em 26 Jan 2008, 20:09, em um total de 2 vezes.
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Anna
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Mensagem por Anna »

Fernando Silva escreveu:
Anna escreveu:Esqueça o aborto, e responda a pergunta simples do Beto: Se um zigoto é um ser humano por que o teratoma do Beto não é?

Na minha opinião, o teratoma é um ser humano que não deu ou não vai dar em nada, o que o diferencia de um feto que tem condições de continuar crescendo normalmente.



Então, na sua opinião, o ser humano adquire a condição de humano quando se transforma em feto.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Anna »

Fernando Silva escreveu:
Anna escreveu:
certo! Então em que momento uma criatura passa a ser considerada humana com direitos legais? Ouvi dizer que a filha de uma pesquisadora daqui teve, recentemente, que matar seu feto de 6 meses, por que ela teve toxoplasmose durante a gravidez. O direito legal de vida de um ser humano foi quebrado?

Não sei em que implica ter toxoplasmose, mas se havia um risco para a mãe ou o se o feto seria afetado, já não é mais uma questão de "eu não quero ter este filho".



Não acho que há risco de morte da mãe, pelo que eu sei. O feto é deformado pela toxo, e ela a mãe, não quer ter esse filho. O direito de um ser humano foi quebrado?
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Mensagem por Márcio »

Anna escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Anna escreveu:Esqueça o aborto, e responda a pergunta simples do Beto: Se um zigoto é um ser humano por que o teratoma do Beto não é?

Na minha opinião, o teratoma é um ser humano que não deu ou não vai dar em nada, o que o diferencia de um feto que tem condições de continuar crescendo normalmente.



Então, na sua opinião, o ser humano adquire a condição de humano quando se transforma em feto.


Houve um tempo em que a criança só era considerada humana após o batismo, antes disso era apenas um réles animal pagão sem alma.
Os tempos são outros hoje em dia, evoluimos afinal, a ciência alargou os limites.

No que se refere à discussão sobre ser ou não ser humano das fases do desenvolvimento, eu diria que todos são apenas ''material biológico humano'' que pode ou não se desenvolver plenamente e completamente, produzindo portanto uma pessoa humana ou uma forma de anomalia inviável que acabaria sendo descartada naturalmente.

O teratoma é ''algo humano'' inviável, a questão é o preconceito quanto a palavra ''humano'', temos que entender que mesmo certos elementos constituídos de material biológico humano podem ser descartados ou manipulados como qualquer outro material.
O senso comum moral/científico (humanidade) deve estipular quais podem e quais não podem, ainda que ''briguem'' tanto entre si.
O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.

'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)

Não importa se você faz um pacto com deus ou o demônio, em quaisquer dos casos é a sua alma que será perdida, corrompida...!

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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:Primeiro, no tópico Aborto fiz uma dissertação 100% materialista sobre a inconsistência dos argumentos pró. Não dá prá ficar me repetindo toda vez que o assunto volta.

Segundo, qual é a justificativa biológica para não se matar um ser humano adulto, normal e inocente?

A biologia trata das leis que regem os organismo vivos, não de leis morais. Não há qualquer razão biológica para não sair por aí matando os outros.

O respeito à vida humana provém de um consenso entre os seres humanos de que esta vida deve ser respeitada, não do fato de determinadas combinações químicas constituirem um tipo específico de cadeias de carbono.

No mais, toda a dissertação pró-aborto baseada nas características biológicas do feto são puramente semânticas.
O feto não é um ser que se transforma em um ser humano.

Todos que hoje são seres humanos um dia foram fetos. O feto não era um outro ser que um dia se transformou em cada um de nós, eramos nós há mais ou menos tempo atrás e só.

Pode-se relativizar isto dando a cada fase do desenvolvimento de um ser humano outros nomes, mas dar vários nomes ao mesmo ser não faz com ele se torne outro e nem altera as implicações morais que recaem sobre a existência deste ser, que por si é incontestável e independe dos nomes que lhe dão.



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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:
Acauan escreveu:Primeiro, no tópico Aborto fiz uma dissertação 100% materialista sobre a inconsistência dos argumentos pró. Não dá prá ficar me repetindo toda vez que o assunto volta.

Segundo, qual é a justificativa biológica para não se matar um ser humano adulto, normal e inocente?

A biologia trata das leis que regem os organismo vivos, não de leis morais. Não há qualquer razão biológica para não sair por aí matando os outros.

O respeito à vida humana provém de um consenso entre os seres humanos de que esta vida deve ser respeitada, não do fato de determinadas combinações químicas constituirem um tipo específico de cadeias de carbono.

No mais, toda a dissertação pró-aborto baseada nas características biológicas do feto são puramente semânticas.
O feto não é um ser que se transforma em um ser humano.

Todos que hoje são seres humanos um dia foram fetos. O feto não era um outro ser que um dia se transformou em cada um de nós, eramos nós há mais ou menos tempo atrás e só.

Pode-se relativizar isto dando a cada fase do desenvolvimento de um ser humano outros nomes, mas dar vários nomes ao mesmo ser não faz com ele se torne outro e nem altera as implicações morais que recaem sobre a existência deste ser, que por si é incontestável e independe dos nomes que lhe dão.



Conclusão: o teratoma É um ser humano. Aquela bola com uma mão É um ser humano.


Procurei onde estava escrito isto no texto acima e não achei.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:
betossantana escreveu:
Acauan escreveu:Aborto
O ovo, embrião ou feto, pelo contrário, não depende de outros elementos e combinações externos a ele próprio para se tornar um ser humano completo, precisando apenas que as condições ambientais para seu desenvolvimento sejam fornecidas.
A concepção materialista de que qualquer identidade humana só pode ser reconhecida no feto a partir da formação e do funcionamento do sistema nervoso central possui uma contradição evidente, pois se fundamenta em um misticismo sobre o que seria identidade humana.
Se a identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto, todos os elementos materiais para a formação do sistema nervoso central já estão presentes no próprio feto, na forma de codificação genética.
Quando se defende que o feto só passa a ter identidade humana após a formação do sistema nervoso central, entendemos esta identidade humana como algo imaterial que passa a incorporar o feto a partir de certo ponto do processo de formação do sistema nervoso.


O teratoma da foto foi ovo e embrião e todas as "condições ambientais" para seu desenvolvimento foram fornecidas. Todos os elementos materiais para a formação do sistema nervoso central de um eventual feto já estavam presentes na forma de codificação genética.
Logo, pelo seu discurso, ele ERA um ser humano.
MAS você disse que o teratoma NÃO é um ser humano.
Logo, ele "deixou" de ser humano em algum momento, o que demonstra você ter considerado a humanidade desse produto da concepção algo imaterial que deixou de incorporar o feto a partir de certo ponto do processo de diferenciação celular.
Compatibilize as duas opiniões.


As opiniões foram "compatibilizadas" nos parágrafos seguintes do meu texto, os quais ou você não viu, viu e não entendeu ou viu, entendeu e fingiu que não.
De qualquer forma, estão lá. Quem tem olhos, que veja.


Não, não estão compatibilizadas. Não adianta muita coisa colar o que você disse lá aqui porque é mais do mesmo: o produto da concepção é um "ser humano completo", não um "POTENCIAL ser humano". O produto da concepção é titular de dignidade humana desde sua primeiríssima divisão celular, ou talvez até antes.

Quando aceitamos que o feto se torna humano a partir da formação ou funcionamento de algumas de suas partes constituintes, negamos que esta humanidade seja imanente ou intrínseca ao feto. Como as únicas coisas materiais que o feto recebe de fora são nutrientes, a proposição materialista se contradiz no fato de que ou se aceita que todos os fatores materiais relevantes à determinação da identidade humana do feto já estão presentes nele próprio ou entende que esta identidade é determinada por fatores não materiais, o que para o materialismo seria o equivalente a admitir uma interpretação mística do que seria humanidade, o que, logicamente, não pode fazer.


Portanto, o teratoma, que já passou pelas fases de mórula, gástrula e embrião, é um "ser humano completo". Todos os fatores materiais relevantes à determinação da identidade humana do teratoma já estavam presentes nele próprio (sem nem mesmo entrar na questão disso ser simplesmente falso). Logo: aquela coisa é um ser humano.

PORÉM:

Acauan escreveu:
betossantana escreveu:I- Este teratoma é um ser humano?

Não.


É agradável observar sua confusão e seu fracasso.
Editado pela última vez por betossantana em 26 Jan 2008, 21:22, em um total de 1 vez.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

chagas escreveu:Quando fecundado o ovulo, a expectativa é de que dali gere um ser humano, normal, com potencial de se desenvolver e ser um ser humano por completo.


"Expectativas" não entram na questão.

chagas escreveu:A questão colocada não leva isso em consideração.


Quem está levando a questão a outras considerações é você. Eu quero que respondam às minhas perguntas. Porque você não responde?

chagas escreveu:Definir um teratoma como um ser humano, por sua carga genetica, e por este motivo, dá legitimidade ao aborto, é achar que todo ovulo fecundado iria virar um teratoma. Quando são situações diferentes.


Vamos lá, mais uma vez: você tem um embrião em um tubo de ensaio. "Espera-se" que, uma vez gestado, ele "torne-se" um ser humano. Porém, ele pode se tornar um teratoma ou um anencéfalo.

Este embrião neste tubo de ensaio É UM SER HUMANO DESDE A CONCEPÇÃO? É simples, SIM ou NÃO?
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Fernando Silva escreveu:A gestação é um processo natural. É ético interromper este processo que, sem intervenção externa, vai produzir um ser humano, independente da questão sobre a partir de quando um aglomerado de células se torna um ser humano?
Um teratoma e um anencéfalo jamais se tornarão seres humanos e são um caso à parte (restando definir se uma criança que não chega a ser um anencéfalo, mas que nunca terá consciência, é um ser humano).


A gestação que produziu o teratoma foi "natural": o desenvolvimento anormal do embrião não é atribuível à mãe que o gesta.

Explique a partir de que momento o concepto torna-se um ser humano ou deixa de ser um ser humano, já que com certeza não é a "natureza" que "garante" o seu desenvolvimento normal.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Fernando Silva escreveu:Depois que você deu início ao processo, seja lá por que meios for, se o processo se mantém por si só, ao interrompê-lo você estaria impedindo o nascimento de um ser humano.


De acordo com você, iniciado o processo fecundatório, ele "inevitavelmente" irá desembocar em um "ser humano", se não for "interrompido".

O teratoma surgiu de um processo fecundatório.

Então, explique porque a fase final de desenvolvimento desse ente biológico, o teratoma fruto de desenvolvimento embrionário, NÃO é um "ser humano".
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Fernando Silva escreveu:Errado. O fato de estar dentro dela não muda as coisas.
Se não há problema em matar uma criança logo antes de nascer, também não há problema em matar logo depois.
Afinal, o recém-nascido depende completamente da mãe, portanto, segundo seu raciocínio, ela é que decide o que fazer, certo?


betossantana escreveu:http://www.gnxp.com/MT2/archives/003642.html

http://www.cdc.gov/genomics/training/pe ... enviro.htm

Dizer que "a identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto" e "todos os elementos materiais para a formação do sistema nervoso central já estão presentes no próprio feto, na forma de codificação genética" é falso porque não existe tanta informação assim no DNA. A maior parte da informação vêm da interação com o ambiente pré-natal no útero, por isso que ainda não foi possível incubar um bebê inteiro in vitro durante 9 meses. DNA sozinho não adianta de nada, subentende-se um enorme intercâmbio com o ambiente que faz com que genes sejam ligados e desligados de forma sincronizada, essa é a conclusão da biologia do desenvolvimento moderna.

O determinismo genético, conclui-se, é uma idéia falsa. A expressão do fenótipo depende de um intercâmbio entre os genes e o ambiente. Tanto é falsa a idéia de que o SNC está embutido no DNA que condições diferentes de desenvolvimento biológico fazem com o que o SNC não se expresse - por exemplo, teratomas, que são fruto de desenvolvimento biológico anormal. O SNC não está inevitavelmente contido no DNA, é preciso um útero e nutrição da mãe para que ele surja.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Anna escreveu:
Já que ninguém conseguiu responder a pergunta do Beto. Eu fiquei tentando respondê-la pra mim, do ponto de vista que diz que um zigoto é um ser humano com direitos legais. Se o teratoma foi humano, ele deixou de ser humano, em que momento, ninguém sabe, mas intuitivamente foi quando perdu a forma de um estágio de desenvolvimento humano. Então, intuitivamente, em nossos arcabouços mentais, o que está definindo um ser humano sao características morfológicas de cada fase de desenvolvimento, que lhe confere aparência de um zigoto, embrião e posteriormente um feto humano. Se o teratoma do Beto tivesse ali no tampo um cérebro rudimentar, poderia perfeitamente ter, seria um se humano? E será que o tal teratoma tinha rudimentos de sistema nervoso? O que acontece com os outros conceitos se ele tiver??
Cara, Beto, vc foi genial! PQP! São questões complexas demais!


Foi sem querer querendo!!
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:
betossantana escreveu:
Acauan escreveu:Primeiro, no tópico Aborto fiz uma dissertação 100% materialista sobre a inconsistência dos argumentos pró. Não dá prá ficar me repetindo toda vez que o assunto volta.
Segundo, qual é a justificativa biológica para não se matar um ser humano adulto, normal e inocente?
A biologia trata das leis que regem os organismo vivos, não de leis morais. Não há qualquer razão biológica para não sair por aí matando os outros.
O respeito à vida humana provém de um consenso entre os seres humanos de que esta vida deve ser respeitada, não do fato de determinadas combinações químicas constituirem um tipo específico de cadeias de carbono.
No mais, toda a dissertação pró-aborto baseada nas características biológicas do feto são puramente semânticas.
O feto não é um ser que se transforma em um ser humano.
Todos que hoje são seres humanos um dia foram fetos. O feto não era um outro ser que um dia se transformou em cada um de nós, eramos nós há mais ou menos tempo atrás e só.
Pode-se relativizar isto dando a cada fase do desenvolvimento de um ser humano outros nomes, mas dar vários nomes ao mesmo ser não faz com ele se torne outro e nem altera as implicações morais que recaem sobre a existência deste ser, que por si é incontestável e independe dos nomes que lhe dão.

Conclusão: o teratoma É um ser humano. Aquela bola com uma mão É um ser humano.

Procurei onde estava escrito isto no texto acima e não achei.


Pura birra. Um homem da sua idade, tsc, tsc. Você é quem até agora não disse porque aquela bola com uma mão NÃO é um ser humano, mas não vai dizer nunca: porque nem você mesmo sabe. Rsrsrsrsrs.
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Mensagem por mi9 »

É um ser humano. E agora?

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Mensagem por betossantana »

mi9 escreveu:É um ser humano. E agora?


Agora vamos nutrí-lo e mantê-lo vivo, ora (porque, de acordo com o geneticista que eu citei, isso É possível). :emoticon16:
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mi9
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Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por mi9 »

A pergunta do Beto é maniqueísta:)

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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

mi9 escreveu:A pergunta do Beto é maniqueísta:)


Fiz mais de uma.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:Pura birra. Um homem da sua idade, tsc, tsc. Você é quem até agora não disse porque aquela bola com uma mão NÃO é um ser humano, mas não vai dizer nunca: porque nem você mesmo sabe. Rsrsrsrsrs.


Rsrsrsrsrs prá você também.
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Mensagem por Acauan »

Anna escreveu:Assim como toda a sua dissertação usando de características igualmente biológicas para suporta o seu argumento inicial, em favor de que um zigoto é um ser humano. Se pra vc não susenta, não sustenta igualmente o seu argumento em defesa do ponto vista oponente.


Anna,

Por favor.
Já tem gente demais aqui refutando o que eu não disse.

O que eu disse, há quase um ano foi:


Se o processo precede e determina os estágios de formação, então é o processo e não os estágios que deveriam definir materialmente a condição humana, sendo que todo este processo já está materialmente contido no código genético do feto.
Se em condições normais todo o processo de formação do feto já está previamente definido em seu material genético, então os estágios do processo representam apenas o mesmo processo ao longo do tempo.
São, pois, condições determinadas e não condições determinantes.


Ou seja, nunca discuti a questão com base em que etapa do desenvolvimento o embrião ou feto se torna um ser humano, justamente porque refuto esta abordagem, como explicitamente dito.

Até a questão do tal teratoma está implicitamente considerada na referência às "condições normais", o que obviamente não é o caso da discussão posta aqui.

O centro de minha dissertação é a identificação de fatores determinantes e determinados, sendo que os determinados não podem ser decisivos.

No mais, a biologia fornece informação para uma decisão moral no caso do aborto, mas não pode decretar uma decisão por não ser de sua competência, como você, obviamente, sabe.

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Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:Ou seja, nunca discuti a questão com base em que etapa do desenvolvimento o embrião ou feto se torna um ser humano, justamente porque refuto esta abordagem, como explicitamente dito.


Claro... por isso é que o teratoma é um ser humano: ele na verdade SEMPRE foi, desde antes de se tornar um teratoma.

MAS... você disse que ele NÃO é. Por quê?

Acauan escreveu:Até a questão do tal teratoma está implicitamente considerada na referência às "condições normais", o que obviamente não é o caso da discussão posta aqui.


Explique como você diferencia um embrião que irá se desenvolver normalmente de um embrião que irá se tornar um anencéfalo, de um embrião que irá se tornar um teratoma e de um embrião que será expulso pelo corpo da mãe, ou seja, como você sabe quais embriões irão se desenvolver normalmente e quais não.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Samael »

Acauan escreveu:
Samael escreveu: Sim, exatamente. Mas ainda mais dentro de um patamar moral. Isso é uma cacetada nos anit-aborto, que vêem na fecundação algo mágico que forma definitivamente um ser humano.


Samael,

Primeiro, no tópico Aborto fiz uma dissertação 100% materialista sobre a inconsistência dos argumentos pró. Não dá prá ficar me repetindo toda vez que o assunto volta.

Segundo, qual é a justificativa biológica para não se matar um ser humano adulto, normal e inocente?

A biologia trata das leis que regem os organismo vivos, não de leis morais. Não há qualquer razão biológica para não sair por aí matando os outros.

O respeito à vida humana provém de um consenso entre os seres humanos de que esta vida deve ser respeitada, não do fato de determinadas combinações químicas constituirem um tipo específico de cadeias de carbono.

No mais, toda a dissertação pró-aborto baseada nas características biológicas do feto são puramente semânticas.
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Pode-se relativizar isto dando a cada fase do desenvolvimento de um ser humano outros nomes, mas dar vários nomes ao mesmo ser não faz com ele se torne outro e nem altera as implicações morais que recaem sobre a existência deste ser, que por si é incontestável e independe dos nomes que lhe dão.



Na verdade, eu não me referi ao seu argumento (até porque não tive oportunidade de vê-lo no tópico, só o conhecia por alto no tópico "Aborto", que eu li faz muito tempo), eu me referi a um argumento antigo do Alter-Ego.

E eu discordo veementemente desse seu argumento. Primeiro, porque ele faz uma regressão, a meu ver, arbitrária até onde "os seres humanos são seres humanos". Concordo que não há descontinuidade, mas eu poderia retornar até momentos antes da fecundação, momentos esses que penso que você não retorna, ao atribuir essa humanidade.

Mas acho também que qualquer atribuição de "humanidade" que sirva para legitimar tutela legal é arbitrária, cabendo ao bom senso definí-la. Por mais que esse "bom senso" possa ser um critério pessoal, ele é necessário para que não se caia nesses absurdos de "teratomas são humanos" ou coisa do gênero.

Além disso, sua resposta ainda não pareceu resolver o problema: a fecundação gera um direito à proteção legal?

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Samael
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Samael »

Procedure escreveu:Não vejo porque classificar um ser sem sistema nervoso desenvolvido como possuidor de alguma dignidade especial. Desde que este ser não seja capaz de sentir, não faz sentido atribuir-lhe dignidade. Não interessa no que ele vai se transformar caso o deixe se desenvolver. O que interessa é o que ele é no momento em que se cogita abortar.

É claro que não haverá consenso sobre onde deve-se demarcar a linha entre "ser sem sistema nervoso" e "ser com sistema nervoso". Mesmo porque é impossível fazê-lo com precisão, já que o desenvolvimento do sistema nervoso é gradual.

Mas até um certo período da gestação, como mais ou menos pela quarta semana, é indiscutível a ausência de qualquer entidade capaz de pensar. E mesmo reflexos a estímulos delicados só se fazem presentes a partir da oitava semana. Só aceita que este embrião é capaz de sentir quem apelar a uma entidade não-material que conceda sentimentos.


Perfeito.

Trancado