Jesus Cristo existiu?

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Simão_Bacamarte
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Jesus Cristo existiu?

Mensagem por Simão_Bacamarte »

Além da Bíblia, da Torá e do Alcorão, que provas temos que o mesmo existiu?

E a ausência de provas de sua existência, implica na sua inexistência?

A crença na sua existência, segue o mesmo principio da idéia de que Sócrates existiu, ambos não deixaram escritos, mas seus seguidores/discipulos, deixaram registros sobre seus ensinamentos.

Logo, a Bíblia pode ser usada como afirmação de que este existiu?

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punkboy
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Re.: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por punkboy »

Se os historiadores realmente se calaram diante de fatos tão grandiosos, não devemos mais estudar história, pois esta já não é de confiança.
CADÊ O LIVRO, PENSADOR?

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punkboy
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Re.: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por punkboy »

Leia aqui: Jesus, ninguém sabe ninguém viu - O Encosto

Eu sempre troco [url= por [link=...
CADÊ O LIVRO, PENSADOR?

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Botanico
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Re: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por Botanico »

Giuliano_Cardoso escreveu:Além da Bíblia, da Torá e do Alcorão, que provas temos que o mesmo existiu?

E a ausência de provas de sua existência, implica na sua inexistência?

A crença na sua existência, segue o mesmo principio da idéia de que Sócrates existiu, ambos não deixaram escritos, mas seus seguidores/discipulos, deixaram registros sobre seus ensinamentos.

Logo, a Bíblia pode ser usada como afirmação de que este existiu?


Bem, seu Guilio, o problema envolvendo Jesus envolve uma polêmica que não será resolvida pois obviamente não haverá acordo entre os que têm de ceder, pois envolve fé.
Os historiadores colocam em dúvida existência de certos personagens. O problema na verdade não são os PERSONAGENS, mas o que lhes é atribuído. Por exemplo, os espartanos acreditavam que um sábio homem, Licurgo, teria feito as leis e os regulamentos da vida e da sociedade espartana. Assim os esparciatas seriam exclusivamente militares, com os meninos separados de suas famílias aos sete anos e tendo de vivier sob treinamento e com severas punições até a idade adulta. Só esses esparciatas podiam portar armas e tinham direito a cargos públicos. Os indivíduos livres podiam comerciar e dedicarem-se à manufaturas, e tinham de pagar impostos de toda ordem e sem direitos políticos. O povão escravo vivia de cultivar a terra e não tinham direito algum. Assim então Licurgo construiu a sociedade espartana.

Acontece que nenhum historiador acredita que uma sociedade possa nascer dessa maneira. Licurgo talvez nunca tenha existido, mas o que se conta sobre ele PERSONIFICA todo um período de vida de Esparta.

Coisas semelhantes acontecem com relação a Jesus. Nada impede a existência de um rabi de nome Jesus, que ensinou muito daquilo que está colocado nos textos dos evangelhos. O mais impressionante, contudo, é o maior milagre que realizou: o triunfo de sua doutrina.
Jesus era um pé-rapado, desconhecido da sociedade, um nada qualquer. Durante apenas três anos (oficialmente) pregou sua doutrina e pouca atenção recebeu de seu povo, nada deixou escrito (ainda bem), foi traído por um seguidor e renegado por outro. Condenado a uma pena infamante, que provava a todos que fora abandonado por Deus, morreu ignorado do Mundo, pois a história de sua época NADA DISSE A SEU RESPEITO. Os seus seguidores pregaram sua palavra e da mesma forma também foram perseguidos e muitos acabaram mortos.
Mesmo assim essa doutrina matou o paganismo todo-poderoso e acabou conquistando a condição de cleresia. Esse foi o maior milagre, pois tinha tudo para dar errado. Que dirá a Lei de Murphy sobre isso? Fica estranho pensar que existia a doutrina, mas nunca tenha existido o doutrinador. Tudo bem que na Evolução as coisas aconteçam por acaso, mas uma doutrina nascer por acaso e triunfar por acaso...

Pode-se dizer que a porca torceu o rabo em relação a Jesus foi quando se tentou fazer a propaganda de que ele era. Os judaizantes tentaram apresentar Jesus como o tal Messias prometido. Então fizerem-no um descendente de Davi; nascera em Nazaré, mas o tal Messias tinha de nascer em Belém, então inventou-se um censo que nunca existiu e aí José, com sua esposa em adiantado estado de gravidez, teria de ir a Belém para se registrar, pois era descendente de Davi e o Davi nasceram em Belém, etc e tal. Tudo uma tremanda besteira, pois para que serviria um censo que registraria pessoas em lugares onde não vivam, nem tinham seus negócios?

Acho que aqui não se entendeu que havia uma malandragem envolvida: um cara podia, no período do censo, sair de onde vivia e se registrar no raio-que-o-parta, para quando o coletor de impostos fosse procurá-lo, não o encontrasse. Simples não?

E Jesus nasceu de uma virgem, porque havia um texto bíblico que dizia que uma jovem conceberia (e por erro de tradução, a jovem virou virgem). Até aí nada demais: Krishna, Buda, Lao-Tseu, Gengis-Cã também nasceram de mães virgens. Mas falando sério, o lance é que vários dos supostos episódios envolvendo a vida de Jesus foram claramente arranjados para se encaixarem em certos textos bíblicos, que nem proféticos eram.

Fazem-me rir os cristãos que saem com essa de provar que a Bíblia é verdadeira quando listam as trocentas profecias que supostamente se cumpriram em Jesus...

Mais tarde, os cristãos fizeram de Jesus o próprio Deus, mas aí já é outra estória.

Bem, é isso. Tem-se o Jesus doutrinador, o tal que cuja doutrina triunfou sobre o paganismo do império romano, e tem-se o Jesus da lenda, o tal filho de Davi, filho de Deus, filho do homem, filho sei lá de qual pai... e este outro Jesus é o que não ajuda muito quanto à verdade.

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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Colocações interessantes, contudo:

Que dirá a Lei de Murphy sobre isso?

Absolutamente nada, já que isso é tão somente um mito, e bem idiota, por sinal. Foi uma anedota quando a inventaram e publicaram o primeiro livro; depois, com o 2o, 3o.... 35o, virou um saco, semelhante ao BBB. Semelhante porque, obviamente, o BBB já foi um saco desde o primeiro!
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autor de:

OS GUARDIÕES DO TEMPO
RELÂMPAGOS DE SANGUE

ANJO - A FACE DO MAL
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Lúcifer
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Re.: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por Lúcifer »

Jesus poderia até ter existido sim. Ele poderia ter sido um marceneiro que, chegando uma certa idade, saiu de casa e foi para o oriente aprender com os mestres hindus, etc. Ele poderia ter adquirido algum conhecimento médico o que o possibilitaria a cuidar dos enfermos e pessoas que, para a antiquidade, já estariam mortas ou quase batendo as botas. Assim como Sócrates, ele poderia ter juntado pessoas para serem seus discípulos. O número 12, se não me engano, tem uma certa influência na cabala.

Ele poderia ter sido mais um filósofo mas, então, apareceram pessoas que queriam ganhar as custas dlele, não financeiramente falando mas, politicamente. Existiam pessoas que eram contrárias ao domínio romano na época então inventaram todos aqueles milagres apenas para engrandecerem o seu nome e se tornar um adversário político poderoso. Mas Jesus queria apenas pregar em paz, sem se importar com a atividade política (vide o capítulo: Dai a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus). Provavelmente os revolucionários imaginaram que, se Cristo fosse preso, ele reagiria e lutaria por sua vida e pela liberdade do povo mas, como sabemos, não foi isso o que aconteceu. No entanto, a partir daquela data, ele se tornou um mártir.

Resumindo, ele pode ter existido e sido um tipo de Gandhi com um empresário de propaganda melhor, mesmo não ele não querendo.
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cyrix
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Mensagem por cyrix »

A historicidade do homem Jesus ainda é nebulosa, mas parece que o mito, sim, é pelo menos antigo segundo fontes pagãs:

Assim, para fazer calar o rumor, Nero criou bodes expiatórios e submeteu às torturas mais refinadas aqueles que o povo chamava de "cristãos", [um grupo] odiado por seus crimes abomináveis. Seu nome deriva de Cristo, que, durante o reinado de Tibério, tinha sido executado pelo procurador Pôncio Pilatos. Sufocada por um tempo a superstição moral irrompeu novamente, não apenas na Judéia, terra de onde originou este mal, mas também na cidade de Roma, onde todos os tipos de práticas horrendas e infames de todas as partes do mundo se concentram e são fervorosamente cultivadas.

Tácito (57-118), Anais 15.44

Como os judeus estavam constantemente causando distúrbios por instigação de Cresto, ele [o imperador Cláudio] os expulsou de Roma,

Suetônio, Claudius 25.4 - Suetônio grafou "Cresto" que é entendido por historiadores como variante de "Cristo". Supõe-se que estivesse se referindo a judeus-cristãos fazendo prosetelismo em sinagogas.

Plínio, o jovem, governador de uma província na atual Turquia entre 111-113 enviou uma carta ao imperador Trajano (Carta 10.96) relatando como lidava com os cristãos que lhe eram denunciados. Entre as práticas cristãs, Plínio mencionava seu costume de se reunirem regularmente antes do amanhecer, num dia determinado, para entoar cânticos "a Cristo como um deus".


Há ainda um trecho de um escrito do historiador judeu Flávio Josefo, mas este é considerado espúrio.
Onde há dúvida,há liberdade!
Reencarnação na Bíblia

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Wolverine
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Re: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por Wolverine »

Ausência de provas não é evidência da inexistência de alguma coisa. Porém, eu não sei responder a questão principal, quanto a existência de Jesus.

Eu não acredito nos suspostos milagres realizados por ele, mas não posso dizer que o próprio não existiu, pois não conheço nada que sustente isso de modo decisivo.

E além disso, acreditar que o homem Jesus nunca pôs os pés em lugar algum seria preciso acreditar numa teoria conspiratória fudida! Pois seria o mesmo que jogar toda a história dos lugares onde ele passou pro lixo.

No mais, tudo é um grande mistério, mas isso não é suficiente para eu ficar enriquecendo pastores, pagar mico durante orações ou ouvir nojeiras evangélicas. :emoticon19:

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Ricardo Braida
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Re.: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por Ricardo Braida »

Quanto ao Jesus histórico (Jesus de Nazaré), as fontes existentes são duvidosas, agora, Jesus Cristo (Jesus de Nazaré tido como Messias) ai eu ja acho que nunca ninguém irá provar nada.
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Megas
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Mensagem por Megas »

Eu acho que jesus existiu de verdade, não era apenas um mito mas tambem não quer dizer que ele fez o que fez de verdade.

Vejam:
Ha um programa que até pouco tempo passava na TV E que se chamava Os Mistérios da Biblia, cientistas ja explicaram coisas como a batalha de jericó que diz na biblia que o grito insurdecedor dos hebreus derrubou os seus muros mas a ciencia revelou que as muralhas tinham cedido por causa de uma falha geológica causada por eventos sismicos e ainda que isso aconteceu bem antes deles chegarem a jericó ou seja:
Os hebreus encontraram jericó destruida e inabitada, ela nunca foi tomada mas abandonada.
Talvez essa história tenha se modificado com o tempo para parecer uma batalha ou os hebreus estavam usando essa história como propaganda de guerra: Nós tomamos jericó, podemos fazer qualquer coisa e tal....

Tambem explicou oque aconteceu sobre o exodo.
Parece que nas ilhas da grécia houve um imenso terremoto o que causou um tsunami que varreu meio mediterraneo, ao chegar no egito por causa do retroceder das águas o rio nilo não pode abastecer os seus canais e secou por um pouco tempo até que as águas do tsunami varresem o delta, esse tempo em que o nilo ficou seco deu a chance de escapar aos hebreus.
Alem disso uma das pragas, a dos gafanhotos seria na verdade uma nuvem de poeira vulcanico bem longe do egito.

Bem vendo esses fatos acho que jesus existiu mas como as histórias de jericó e do exodo acho que seus milagres são falços.
Morando aqui nessa cidade enfrentamos muitos delinquentes
Em alta velocidade no carro robo gigante.
Eu, me amaro, robos gigantes
Nós, lutamos, robos gigantes
E as gatas, tambem, robos gigantes
...
Demais
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Botanico
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Mensagem por Botanico »

Megas escreveu:Eu acho que jesus existiu de verdade, não era apenas um mito mas tambem não quer dizer que ele fez o que fez de verdade.

Vejam:
Ha um programa que até pouco tempo passava na TV E que se chamava Os Mistérios da Biblia, cientistas ja explicaram coisas como a batalha de jericó que diz na biblia que o grito insurdecedor dos hebreus derrubou os seus muros mas a ciencia revelou que as muralhas tinham cedido por causa de uma falha geológica causada por eventos sismicos e ainda que isso aconteceu bem antes deles chegarem a jericó ou seja:
Os hebreus encontraram jericó destruida e inabitada, ela nunca foi tomada mas abandonada.
Talvez essa história tenha se modificado com o tempo para parecer uma batalha ou os hebreus estavam usando essa história como propaganda de guerra: Nós tomamos jericó, podemos fazer qualquer coisa e tal....

Tambem explicou oque aconteceu sobre o exodo.
Parece que nas ilhas da grécia houve um imenso terremoto o que causou um tsunami que varreu meio mediterraneo, ao chegar no egito por causa do retroceder das águas o rio nilo não pode abastecer os seus canais e secou por um pouco tempo até que as águas do tsunami varresem o delta, esse tempo em que o nilo ficou seco deu a chance de escapar aos hebreus.
Alem disso uma das pragas, a dos gafanhotos seria na verdade uma nuvem de poeira vulcanico bem longe do egito.

Bem vendo esses fatos acho que jesus existiu mas como as histórias de jericó e do exodo acho que seus milagres são falços.

E vi esse episódio das explicações das dez pragas do Egito e do Mar Vermelho tragar os exércitos do Faraó (quem ele era mesmo?). Mas que coisa mais ridícula: eventos dispersos, alguns distanciados em mais de 1000 anos, foram usados para explicar coisas que aconteceram em alguns meses. Acho que o Êxodo e muita coisa do que se diz na Bíblia é lenda, mas tentar explicá-los por causas naturais que não têm nada a ver é ser muito trouxa.

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Ricardo
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Mensagem por Ricardo »

Botanico escreveu:
Megas escreveu:Eu acho que jesus existiu de verdade, não era apenas um mito mas tambem não quer dizer que ele fez o que fez de verdade.

Vejam:
Ha um programa que até pouco tempo passava na TV E que se chamava Os Mistérios da Biblia, cientistas ja explicaram coisas como a batalha de jericó que diz na biblia que o grito insurdecedor dos hebreus derrubou os seus muros mas a ciencia revelou que as muralhas tinham cedido por causa de uma falha geológica causada por eventos sismicos e ainda que isso aconteceu bem antes deles chegarem a jericó ou seja:
Os hebreus encontraram jericó destruida e inabitada, ela nunca foi tomada mas abandonada.
Talvez essa história tenha se modificado com o tempo para parecer uma batalha ou os hebreus estavam usando essa história como propaganda de guerra: Nós tomamos jericó, podemos fazer qualquer coisa e tal....

Tambem explicou oque aconteceu sobre o exodo.
Parece que nas ilhas da grécia houve um imenso terremoto o que causou um tsunami que varreu meio mediterraneo, ao chegar no egito por causa do retroceder das águas o rio nilo não pode abastecer os seus canais e secou por um pouco tempo até que as águas do tsunami varresem o delta, esse tempo em que o nilo ficou seco deu a chance de escapar aos hebreus.
Alem disso uma das pragas, a dos gafanhotos seria na verdade uma nuvem de poeira vulcanico bem longe do egito.

Bem vendo esses fatos acho que jesus existiu mas como as histórias de jericó e do exodo acho que seus milagres são falços.

E vi esse episódio das explicações das dez pragas do Egito e do Mar Vermelho tragar os exércitos do Faraó (quem ele era mesmo?). Mas que coisa mais ridícula: eventos dispersos, alguns distanciados em mais de 1000 anos, foram usados para explicar coisas que aconteceram em alguns meses. Acho que o Êxodo e muita coisa do que se diz na Bíblia é lenda, mas tentar explicá-los por causas naturais que não têm nada a ver é ser muito trouxa.


Acho que as causas naturais serviram de expiração para os textos mitológicos.

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

cyrix escreveu:
Como os judeus estavam constantemente causando distúrbios por instigação de Cresto, ele [o imperador Cláudio] os expulsou de Roma,

Suetônio, Claudius 25.4 - Suetônio grafou "Cresto" que é entendido por historiadores como variante de "Cristo". Supõe-se que estivesse se referindo a judeus-cristãos fazendo prosetelismo em sinagogas.

Plínio, o jovem, governador de uma província na atual Turquia entre 111-113 enviou uma carta ao imperador Trajano (Carta 10.96) relatando como lidava com os cristãos que lhe eram denunciados. Entre as práticas cristãs, Plínio mencionava seu costume de se reunirem regularmente antes do amanhecer, num dia determinado, para entoar cânticos "a Cristo como um deus".


Tirado do texto "No evidence for Jesus":

Outro historiador importante citado pelos apologistas para justificar sua crença em um Jesus histórico é o romano Suetônio (77-140 d.C.), que disse: "Como os judeus contantemente causavam distúrbios, instigados por Chrestus, ele (o imperador Cláudio) os expulsou de Roma" ("A vida de Cláudio", seção 24.4).
Esta também não é uma menção a Jesus porque:

1. O nome no texto é "Chrestus", não "Christus". Chrestus era um nome muito usado pelos ex-escravos romanos, ou seja, esta passagem não tem nada a ver com Cristo.
Além disto, Chrestus vem do grego Chresto, que significa "o bom" e nada tem a ver com Christus, do grego Christos, que significa "o ungido/Messias". Mesmo que se referisse a algum "messias", não seria necessariamente Jesus.
Esta passagem se refere a uma pessoa que estava em Roma, não a Jesus.

2. Certamente que Jesus não estaria em Roma, incitando rebeliões, 15 anos depois de supostamente morrer na cruz em Jerusalém.

3. "Chrestus" também era usado para o deus Serápis ou Osíris, que tinha muitos seguidores em Roma entre os mais pobres. A história registra o baixo conceito que os romanos tinham dos egípcios, particularmente dos alexandrinos. Embora os cultos estrangeiros fossem aceitos em Roma sem problemas, o culto de Serápis e Ísis era mal visto, devido à imoralidade de seus seguidores, muitos dos quais fanáticos, gerando perseguições por parte dos romanos.
Vopiscus disse: Os que veneram Serápis e os crestãos ... são desordeiros e sem lei".

Plínio, o Jovem, em sua correspondência com o imperador Trajano (por volta de 113 d.C.), discute como tratar os cristãos (ele era proconsul da Bitínia, na Ásia Menor (atual Turquia), que ele via como seguidores de uma seita fanática e atrasada. Dizia que eles adoravam a Cristo como se fosse Deus e que faziam sacrifícios e vendiam a carne das vítimas. Disse também que descobriu isto torturando algumas diaconisas.

1. Esta passagem não prova nada sobre Jesus, apenas mostra que havia cristãos naquela época e que eles faziam sacrifícios e depois vendiam a carne.

2. Trajano foi um dos mais tolerantes imperadores humanos e o Plínio que a história registra não torturaria mulheres.

3. A passagem implica em que a seita dos cristãos existia na distante Bitínia, mas não era conhecida em Roma, o que é improvável.

4. Plínio diz que eles cantavam hinos e o consideram um deus, o que seria uma blasfêmia, já que Jesus ainda era visto como um homem na época. Sua divindade só foi estabelecida em 325 d.C.).

5. Esta carta só é encontrada em uma das cópias dos textos de Plínio e os estudiosos duvidam de sua autenticidade.

6. Os cristãos eram grandes fraudadores na época em que esta carta foi "achada", e Tertuliano e Eusébio, em particular, não são fontes confiáveis.

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Fernando Silva
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Re: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por Fernando Silva »

Wolverine escreveu:E além disso, acreditar que o homem Jesus nunca pôs os pés em lugar algum seria preciso acreditar numa teoria conspiratória fudida! Pois seria o mesmo que jogar toda a história dos lugares onde ele passou pro lixo.

Leia o Gita, que conta a história de Krishna, e o Ramaiana, que conta a história de Rama. Os dois são encarnações, em épocas diferentes, de um deus hindu.

Rejeitá-los seria o mesmo que jogar toda a história dos lugares por onde eles passaram no lixo, certo?

Até hoje, os hindus fazem peregrinações anuais a esses lugares. Para eles, é realidade.

Além disto, os lugares por onde Jesus teria passado, em muitos casos, só foram "encontrados" séculos mais tarde, quando a Igreja resolveu criar pontos de peregrinação e culto.
Quando ela quis transformar um mito em realidade.

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Re.: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por Vito Álvaro »

Que trabalhoso Fernando Silva!

Forista mais calmo e refuta excelente!
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Status: Ocupadíssimo (Se caso queria me falar, mande MP ou Gmail)

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Re.: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por Tchobi »

Não importa se a pessoa física Jesus existiu, o que importa é a sabedoria das palavras que foram deixadas para nós. Como disse Gandhi, se queimarem toda a bíblia e deixarem apenas o Sermão da Montanha então a humanidade estará salva.

Quando estou em dúvida se alguma atitude minha é correta ou incorreta me pergunto: "o que Jesus faria nesta situação". Então fica mais fácil.

Jesus para mim é uma referência, mas não é Deus como dizem por aí.
"Aquele que consegue tratar os familiares como trata as visitas já ganhou metade da encarnação". André Luiz

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Fernando Silva
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Re: Re.: Jesus Cristo existiu?

Mensagem por Fernando Silva »

Tchobi escreveu:Não importa se a pessoa física Jesus existiu, o que importa é a sabedoria das palavras que foram deixadas para nós. Como disse Gandhi, se queimarem toda a bíblia e deixarem apenas o Sermão da Montanha então a humanidade estará salva.

Vou repetir: o Sermão da Montanha é apenas um monte de promessas.

Jesus não disse: "Façam isto porque é melhor para a humanidade". Ele disse: "Façam isto e serão recompensados no outro mundo". Tem tanto valor quanto promessa de político em ano eleitoral.
Tchobi escreveu:Quando estou em dúvida se alguma atitude minha é correta ou incorreta me pergunto: "o que Jesus faria nesta situação". Então fica mais fácil.

Você se deixaria crucificar em vez de abjurar de sua crença?
Você queimaria uma árvore porque não tinha frutos fora de época?
Você ameaçaria as pessoas com o fogo eterno se não o levassem a sério?

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cyrix
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Mensagem por cyrix »

Fernando Silva escreveu:Tirado do texto "No evidence for Jesus":

Outro historiador importante citado pelos apologistas para justificar sua crença em um Jesus histórico é o romano Suetônio (77-140 d.C.), que disse: "Como os judeus contantemente causavam distúrbios, instigados por Chrestus, ele (o imperador Cláudio) os expulsou de Roma" ("A vida de Cláudio", seção 24.4).
Esta também não é uma menção a Jesus porque:

1. O nome no texto é "Chrestus", não "Christus". Chrestus era um nome muito usado pelos ex-escravos romanos, ou seja, esta passagem não tem nada a ver com Cristo.
Além disto, Chrestus vem do grego Chresto, que significa "o bom" e nada tem a ver com Christus, do grego Christos, que significa "o ungido/Messias". Mesmo que se referisse a algum "messias", não seria necessariamente Jesus.
Esta passagem se refere a uma pessoa que estava em Roma, não a Jesus.

2. Certamente que Jesus não estaria em Roma, incitando rebeliões, 15 anos depois de supostamente morrer na cruz em Jerusalém.


Dois argumentos favorecem a referência a Cristo, e não a um judeu-romano chamado Cresto: (1) o bom estilo latino pediria quodam após Chresto, se um personagem novo e até então desconhecido tivesse sido intruduzido na narrativa; (2) RAymond E. Brown observa que "entre as várias centenas de nomes judeus registrados nas catacumbas judaicas e em outras fontes, não aparece nenhum "Chrestus".
Extraído de "um Judeu Marginal", John p. Meier, Livro I, vo. I, cap 4, nota 16


Plínio, o Jovem, em sua correspondência com o imperador Trajano (por volta de 113 d.C.), discute como tratar os cristãos (ele era proconsul da Bitínia, na Ásia Menor (atual Turquia), que ele via como seguidores de uma seita fanática e atrasada. Dizia que eles adoravam a Cristo como se fosse Deus e que faziam sacrifícios e vendiam a carne das vítimas. Disse também que descobriu isto torturando algumas diaconisas.

1. Esta passagem não prova nada sobre Jesus, apenas mostra que havia cristãos naquela época e que eles faziam sacrifícios e depois vendiam a carne.

Eu falei jesus ou mito?

2. Trajano foi um dos mais tolerantes imperadores humanos e o Plínio que a história registra não torturaria mulheres.

É bom colocar a resposta que Trajano deu. Ademais, as diaconisas eram escravas, portanto talvez nem humanas fossem consideradas.


3. A passagem implica em que a seita dos cristãos existia na distante Bitínia, mas não era conhecida em Roma, o que é improvável.

Distante? Em termos não tanto como a palestina, pois na época pouco anterior a Júlio César, o reino da Bitínia foi um adversário forte ao poderio romano da grécia ao helesponto e chegou a ameaçá-lo. Veja episódios da Guerra contra o rei Mitridates. "Grandeza e Decadência de Roma", Gulielmo Ferrero

Aliás é natural que o cristianismo tenha originalmente na bitínia: toda a Anatólia foi uma região de extensa cristianização.
Ah! O texto de Taciano fala do conhecimento da religião cristã em Roma.

4. Plínio diz que eles cantavam hinos e o consideram um deus, o que seria uma blasfêmia, já que Jesus ainda era visto como um homem na época.

Assim como no RV mt gente fala besteira por conhecer religiões alheias superficialmente. Plínio, pagão, poderia estar no mesmo caso. Aliás o que ele diz é Christo quasi deo "como um deus" não que ele o era.
Sua divindade só foi estabelecida em 325 d.C.).

O homoousianismo antecede Nicéia. Remonta, pelo menos, a Irineu de Lyon, séc. II

5. Esta carta só é encontrada em uma das cópias dos textos de Plínio e os estudiosos duvidam de sua autenticidade.

Se se fosse trabalhar só com manuscritos originais, os historiadores estavam ferrados. Mts textos só chegaram até nós pela mão de copistas. Os autógrafos se perderam na noite dos tempos.

6. Os cristãos eram grandes fraudadores na época em que esta carta foi "achada", e Tertuliano e Eusébio, em particular, não são fontes confiáveis.


Mtas foram descobertas por péssimo latim ou estilo destoante. O estilo da carta está destoante dos demais 9 volumes de correspodencia de Plínio? Quais são os argumentos desses críticos?
Onde há dúvida,há liberdade!
Reencarnação na Bíblia

Trancado