Direitos sobre a propriedade privada

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Aranha
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Aranha »

Procedure escreveu:
Abmael escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Qual é a diferença de se contratar apenas filhos e familiares, a despeito de capacitação, e se contratar qualquer um por qualquer critério que se queira, como racial?


- Já respondi também, porque há leis que regulam isso e estas leis dizem que não pode.

E se por acaso estivéssemos em um país onde as leis validassem a contratação, em meio privado, por critérios racistas mas não permitissem a contratação de parentes próximos? Você seria, então, favorável a isso só porque está na lei?

Não é possível que o seu senso de ética esteja tão subordinado ao que está escrito no papel da constituição.


- Até agora só tinham perguntado o porquê.

- Meu senso de ética admite que se a for decidido democraticamente que proprietários tem direito de usar o critério bem entenderem para contratar, então eles poderão contratar por qualquer critério, inclusive o racial.

- Eu não votaria a favor de tal liberação, porque não acredito, como vocês acreditam, que o mercado resolva conflitos raciais e/ou trabalhistas por si só, ainda mais se um dos lados for economicamente inferior ou numericamente superior.

Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

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SickBoy
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por SickBoy »

zumbi filosófico escreveu:Mais uma situação hipotética para se refletir sobre a hierarquia do direito da propriedade privada e a moralidade/outros direitos:

Eu e meus amigos vivemos numa cidadezinha isolada no meio do deserto, na qual somos muito influentes.
Meus amigos e eu somos comerciantes e prestadores de serviço, fornecemos água, comida e transporte. A cidade é muito pequena, e praticamente não temos concorrentes propriamente ditos, e nem há serviços públicos nessas áreas todas.

Tem um forasteiro que chegou na cidade, de carona com alguém que estava só de passagem, coisa raríssima de ocorrer (alguém passar por aqui). Não vamos com a cara dele. Somos donos da comida, da água e dos transportes. Anunciamos que não gostamos dele, e que pessoas que ajudarem-no podem sofrer conseqüências indesejáveis quanto ao fornecimento dos nossos serviços e produtos ou empregos que mantemos. Ele pode ir andando pelo deserto por dezenas de quilômetros até (talvez) chegar a outra cidade, torcendo para no caminho encontrar algo comestível e poças d'água, ou morrer de fome e sede por aqui (não vamos prestar transporte para ele até outra cidade também). E está no nosso direito, porque não somos obrigados pelo estado a vender para quem não queiramos vender a nossa propriedade privada.

Por um fundamentalismo libertarianista, estaria perfeitamente correta essa situação.

Então, simplesmente dos direitos à propriedade privada/mercado, já emerge tudo que consideramos suficiente, ou o mercado não é capaz de algumas coisas que também são necessárias?


touché


pra mim essa ênfase totalmente libertária minaria a sociedade. grupos de indivíduos boicotando/retaliando financeiramente outros, e podendo expor isso claramente, encorajando outros...



Ápate escreveu:Espantalho.
Diga-me uma grande empresa atual que faça coisa sequer parecida. Ninguém em sã consciência vai negar um possível consumidor apenas pela cor de pela. Muito menos contratar apenas brancos, diminuindo a oferta de mão-de-obra e tendo que pagar a mais para um trabalhador que faz o mesmo serviço.



quando eu falei da situação atual, eu me referi as dificuldades atuais das pessoas em viver em grandes cidades, principalmente em relação aos empregos.

e, apesar de racismo ser hoje demodé, Se você substituir no exemplo negros por nordestinos, perceberá que lamentavelmente em alguns lugares da região sudeste essas idéias poderiam receber amplo apoio.

Aliás, e você fala que hoje nenhuma empresa faz isso, mas pelo que eu sei, não fazem porque evidentemente isso é proibído numa caralhada de países. O estado através dessa proibição também é um dos responsáveis pela promoção desses valores igualitários

Só como curiosidade, no Japão diversos estabelecimentos no interior do país possuem placas com coisas do tipo "não atendemos brasileiros"

Ora, são só alguns dekaseguis com quem ninguém se importa(pelo menos no Japão), e de um país onde Japão ainda se discriminam pessoas pelo sobrenome sobrenome da família, acaba sendo meio esperado.


Ah, você percebeu? isso não está tão distante da realidade ápate. Estamos falando de primeiro mundo, pessoas instruídas, com alto nível de qualidade de vida. Não é difícil imaginar o mesmo acontecendo com alguma minoria caso essas discriminações fossem legais


Sem muitos rodeios Ápate, conhece um país onde essas práticas sejam permitidas e não há esse tipo de discriminação? isso parece se alongar demais, e você só argumenta por reduções ao absurdo. Eu não tenho a mesma fé que você no mercado


Ele poderia me negar o emprego por N outros motivos, ou simplesmente porque ele não quer contratar, não foi com minha cara ou sei lá, afinal, ele é o dono.
Independentemente do critério que ele adotasse, eu seria """prejudicado""" por continuar desempregado do mesmo jeito. O que devemos fazer? Obrigar que ele empregue?


obrigar que ele não exponha sua motivação racista/discriminatória.

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Anansi
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Anansi »

Pelo que eu estou lendo aqui é mais apropriada uma lei que impeça a discriminação em relações do tipo cliente/empresa ou patrão/empregado do que uma lei que obrigue a aceitação de minorias depois que a segregação já estiver sido feita, algo que a meu ver, é bem mais danoso e pode até agravar a situação.


Mesmo assim minha opinião não está completamente formada já que este é um assunto complexo, e com certeza esse debate está me ajudando muito. Obrigados.

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Herf
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Herf »

SickBoy escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Mais uma situação hipotética para se refletir sobre a hierarquia do direito da propriedade privada e a moralidade/outros direitos:

Eu e meus amigos vivemos numa cidadezinha isolada no meio do deserto, na qual somos muito influentes.
Meus amigos e eu somos comerciantes e prestadores de serviço, fornecemos água, comida e transporte. A cidade é muito pequena, e praticamente não temos concorrentes propriamente ditos, e nem há serviços públicos nessas áreas todas.

Tem um forasteiro que chegou na cidade, de carona com alguém que estava só de passagem, coisa raríssima de ocorrer (alguém passar por aqui). Não vamos com a cara dele. Somos donos da comida, da água e dos transportes. Anunciamos que não gostamos dele, e que pessoas que ajudarem-no podem sofrer conseqüências indesejáveis quanto ao fornecimento dos nossos serviços e produtos ou empregos que mantemos. Ele pode ir andando pelo deserto por dezenas de quilômetros até (talvez) chegar a outra cidade, torcendo para no caminho encontrar algo comestível e poças d'água, ou morrer de fome e sede por aqui (não vamos prestar transporte para ele até outra cidade também). E está no nosso direito, porque não somos obrigados pelo estado a vender para quem não queiramos vender a nossa propriedade privada.

Por um fundamentalismo libertarianista, estaria perfeitamente correta essa situação.

Então, simplesmente dos direitos à propriedade privada/mercado, já emerge tudo que consideramos suficiente, ou o mercado não é capaz de algumas coisas que também são necessárias?


touché

Ah, não é pra tanto...

Imagina só se fôssemos modelar as nossas instituições levando em consideração situações tão hipotéticas quanto a que foi proposta. Não demoraria e pensaríamos em acabar totalmente com a propriedade privada.

Quanto ao resto: eu até concordo quanto à tenuidade da linha que separa uma simples declaração de que não se contrata/não se vende a pessoas de uma etnia X de uma ofensa a X. É complicada a questão.

Mas não acho que alguém devesse ser proibido de discriminar pelo critério que quisesse.

O problema, penso, não é o ato de discriminar, é afirmar publicamente que a pratica. Pois é difícil estabelecer onde termina uma "simples declaração de racismo" e onde começa uma ofensa/incitação à violência.

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Huxley
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Mensagem por Huxley »

“Imagine-se um indivíduo ‘A’ que assiste ao intento de ‘B’ de assassinar uma terceira pessoa, a quem chamaremos de ‘C’. ‘A’ não tem a obrigação de impedi-lo, mas apesar de tudo quer fazê-lo. O problema é que para chamar a polícia deve utilizar o telefone de ‘D’, violando dessa maneira os direitos de privacidade e propriedade deste. O que deve fazer ‘A’? Para Nozick a resposta parece estar clara: nada”.

http://www.scielo.br/scielo.php?script= ... 2000100014

Eis um outro belo exemplo que prova que até a proteção à vida pode se tornar irrelevante devido a uma constitucionalidade que prega a busca cega e dogmática pela inviolabilidade dos direitos de propriedade.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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Apáte
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Apáte »

Procedure escreveu:
SickBoy escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Mais uma situação hipotética para se refletir sobre a hierarquia do direito da propriedade privada e a moralidade/outros direitos:

Eu e meus amigos vivemos numa cidadezinha isolada no meio do deserto, na qual somos muito influentes.
Meus amigos e eu somos comerciantes e prestadores de serviço, fornecemos água, comida e transporte. A cidade é muito pequena, e praticamente não temos concorrentes propriamente ditos, e nem há serviços públicos nessas áreas todas.

Tem um forasteiro que chegou na cidade, de carona com alguém que estava só de passagem, coisa raríssima de ocorrer (alguém passar por aqui). Não vamos com a cara dele. Somos donos da comida, da água e dos transportes. Anunciamos que não gostamos dele, e que pessoas que ajudarem-no podem sofrer conseqüências indesejáveis quanto ao fornecimento dos nossos serviços e produtos ou empregos que mantemos. Ele pode ir andando pelo deserto por dezenas de quilômetros até (talvez) chegar a outra cidade, torcendo para no caminho encontrar algo comestível e poças d'água, ou morrer de fome e sede por aqui (não vamos prestar transporte para ele até outra cidade também). E está no nosso direito, porque não somos obrigados pelo estado a vender para quem não queiramos vender a nossa propriedade privada.

Por um fundamentalismo libertarianista, estaria perfeitamente correta essa situação.

Então, simplesmente dos direitos à propriedade privada/mercado, já emerge tudo que consideramos suficiente, ou o mercado não é capaz de algumas coisas que também são necessárias?


touché

Ah, não é pra tanto...

Imagina só se fôssemos modelar as nossas instituições levando em consideração situações tão hipotéticas quanto a que foi proposta. Não demoraria e pensaríamos em acabar totalmente com a propriedade privada.

Quanto ao resto: eu até concordo quanto à tenuidade da linha que separa uma simples declaração de que não se contrata/não se vende a pessoas de uma etnia X de uma ofensa a X. É complicada a questão.

Mas não acho que alguém devesse ser proibido de discriminar pelo critério que quisesse.

O problema, penso, não é o ato de discriminar, é afirmar publicamente que a pratica. Pois é difícil estabelecer onde termina uma "simples declaração de racismo" e onde começa uma ofensa/incitação à violência.

Hanga! :emoticon16:
Putz, esta hipótese foi tão hipotética que doeu no meu hipotético útero.
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Apáte
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Mensagem por Apáte »

Sickboy escreveu:Aliás, e você fala que hoje nenhuma empresa faz isso, mas pelo que eu sei, não fazem porque evidentemente isso é proibído numa caralhada de países. O estado através dessa proibição também é um dos responsáveis pela promoção desses valores igualitários

Vitória do Estado o cacete. Toda vez que o livre-mercado melhora a vida das pessoas, os créditos vão pro Estado, medidas protecionistas e leis trabalhistas.
Tá parecendo pessoas que se tratam pela medicina convencional, mas agradecem apenas os remédios homeopáticos.

Sickboy escreveu:Só como curiosidade, no Japão diversos estabelecimentos no interior do país possuem placas com coisas do tipo "não atendemos brasileiros"

Ufa, ainda bem que estou no Brasil, né?

Sickboy escreveu:Sem muitos rodeios Ápate, conhece um país onde essas práticas sejam permitidas e não há esse tipo de discriminação? isso parece se alongar demais, e você só argumenta por reduções ao absurdo. Eu não tenho a mesma fé que você no mercado

Não tenho fé no mercadol. Apenas a Sua Mão Invisível onipotente paira e ilumina as mentes dos Homens de bem, visionários, filhos exemplares, que tratam todo ser humano quanto igual, e pune severamente todos que tomam medidas protecionistas, baseadas em critérios que o próprio mercado condena.

Sickboy escreveu:obrigar que ele não exponha sua motivação racista/discriminatória.

Tudo bem, parece que é "dos males o menor", já que não podemos fazer uma proibição dos critérios racistas em si, que proibamos pelo menos a exposição destes.
Não me parece tão coerente, mas...

Anansi escreveu:Pelo que eu estou lendo aqui é mais apropriada uma lei que impeça a discriminação em relações do tipo cliente/empresa ou patrão/empregado do que uma lei que obrigue a aceitação de minorias depois que a segregação já estiver sido feita, algo que a meu ver, é bem mais danoso e pode até agravar a situação.

Lei que obrigue a aceitação de minorias é o melhor jeito de agravar o problema. Não passa de legitimar o racismo, que parece que deve ser o combatido.

Anansi escreveu:Mesmo assim minha opinião não está completamente formada já que este é um assunto complexo, e com certeza esse debate está me ajudando muito. Obrigados.

Religião é Veneno também é cultura!

Huxley escreveu:“Imagine-se um indivíduo ‘A’ que assiste ao intento de ‘B’ de assassinar uma terceira pessoa, a quem chamaremos de ‘C’. ‘A’ não tem a obrigação de impedi-lo, mas apesar de tudo quer fazê-lo. O problema é que para chamar a polícia deve utilizar o telefone de ‘D’, violando dessa maneira os direitos de privacidade e propriedade deste. O que deve fazer ‘A’? Para Nozick a resposta parece estar clara: nada”.

http://www.scielo.br/scielo.php?script= ... 2000100014

Eis um outro belo exemplo que prova que até a proteção à vida pode se tornar irrelevante devido a uma constitucionalidade que prega a busca cega e dogmática pela inviolabilidade dos direitos de propriedade.

Nada parecido foi discutido, mas levantou uma questão perpicaz.
Bem, creio eu que a pessoa "D" está cometendo um crime, de cumplicidade até, ao presenciar um crime, poder dar informações à polícia que ajudem na solução, e negar-se.
Já como pessoa "A", não sei o que faria. E tu?
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SickBoy
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por SickBoy »

ora, mas precisamos saber se essa ótica libertaria é capaz de resolver todos os conflitos, afinal de contas, a argumentação de alguns gira EXCLUSIVAMENTE en torno disso.

o tal Estado cão-de-guarda que garante o direito apenas à propriedade privada é suficiente para atender a essas outras demandas de uma sociedade?




err... cof cof...

Sem muitos rodeios Ápate, conhece um país onde essas práticas sejam permitidas e não há esse tipo de discriminação? isso parece se alongar demais, e você só argumenta por reduções ao absurdo. Eu não tenho a mesma fé que você no mercado

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SickBoy
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Mensagem por SickBoy »

Apáte escreveu:
Sickboy escreveu:Aliás, e você fala que hoje nenhuma empresa faz isso, mas pelo que eu sei, não fazem porque evidentemente isso é proibído numa caralhada de países. O estado através dessa proibição também é um dos responsáveis pela promoção desses valores igualitários

Vitória do Estado o cacete. Toda vez que o livre-mercado melhora a vida das pessoas, os créditos vão pro Estado, medidas protecionistas e leis trabalhistas.
Tá parecendo pessoas que se tratam pela medicina convencional, mas agradecem apenas os remédios homeopáticos.



Constituição (ou Carta Magna), se rígida, é o conjunto de normas (regras e princípios) supremos do ordenamento jurídico de um país. A Constituição limita o poder, organiza o Estado e define direitos e garantias fundamentais. Se for flexível suas normas desempenham a mesma função mas encontram-se no nível hierárquico das normas legislativas.

A teoria constitucional moderna - técnica específica de limitação do poder com fins garantístas - tem a sua origem nas Revoluções Estadunidense e Francesa e coincide com a positivação dos direitos fundamentais.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o



ah. percebeu que eu escrevi "é um dos responsáveis"?

Isso é resultado de uma amalgama de coisas, pensadores, valores, más experiências do passado, e de PESSOAS, e não do Sr. Livre-Mercado. Essa Senhora aí de cima emana do povo, só pra lembrar


Sickboy escreveu:Só como curiosidade, no Japão diversos estabelecimentos no interior do país possuem placas com coisas do tipo "não atendemos brasileiros"

Ufa, ainda bem que estou no Brasil, né?



eu já ouvi histórias, boas muito ruins, de brasileiros que trabalharam no Japão. não é uma panacéia


mas vá te catar, ninguém está aqui querendo dizer que o Japão é um país ruim para se morar, apenas tou mostrando que esse tipo de situação não é nada do século retrasado.

Sickboy escreveu:Sem muitos rodeios Ápate, conhece um país onde essas práticas sejam permitidas e não há esse tipo de discriminação? isso parece se alongar demais, e você só argumenta por reduções ao absurdo. Eu não tenho a mesma fé que você no mercado

Não tenho fé no mercadol. Apenas a Sua Mão Invisível onipotente paira e ilumina as mentes dos Homens de bem, visionários, filhos exemplares, que tratam todo ser humano quanto igual, e pune severamente todos que tomam medidas protecionistas, baseadas em critérios que o próprio mercado condena.


bla bla bla, ao que parece mesmo o que norteia as suas opiniões é só o seu tesão pelo Deus-mercado.

ps: e chamam aos comunistas de utópicos :emoticon11:

Sickboy escreveu:obrigar que ele não exponha sua motivação racista/discriminatória.

Tudo bem, parece que é "dos males o menor", já que não podemos fazer uma proibição dos critérios racistas em si, que proibamos pelo menos a exposição destes.
Não me parece tão coerente, mas...



pensei que seria óbvio dizer que uma pessoa NÃO CONTRATAR um negro necessariamente não implica em discriminação, e sim no uso de qualquer critério arbitrário possível. O empregador pode dizer: "-eu sou muito sensitivo, mas não sou racista. não contratei ele porque senti nele uma AURA NEGRA de negatividade."*


já quando se explicita as razões, a coisa fica diferente.







*poxa, isso foi um trocadilho péssimo

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Apáte
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Mensagem por Apáte »

Sickboy escreveu:A teoria constitucional moderna - técnica específica de limitação do poder com fins garantístas - tem a sua origem nas Revoluções Estadunidense e Francesa e coincide com a positivação dos direitos fundamentais.

Ironicamente, os direitos fundamentais são igualdade e liberdade. :emoticon12:

Sickboy escreveu:eu já ouvi histórias, boas muito ruins, de brasileiros que trabalharam no Japão. não é uma panacéia

Ufa, ainda bem que moro no Brasil 2.

Sickboy escreveu:mas vá te catar, ninguém está aqui querendo dizer que o Japão é um país ruim para se morar, apenas tou mostrando que esse tipo de situação não é nada do século retrasado.

E daí? Não percebeu que isso só confirma meu ponto, jovem?
Se no Japão ter um restaurante que não permita brasileiros, é legalmente válido, e mesmo assim há brasileiros que vão para lá em busca de melhores condições, só prova que não causa nenhum impacto caótico na sociedade. Deve ser apenas um mestre-cuca tradicionalista, que acha que estrangeiros não têm paladar refinado o suficiente para provar sua requintada iguaria. Nenhuma China In Box da vida (se é que esta empresa é de orientais), tomaria atitude semelhante.

Sickboy escreveu:bla bla bla, ao que parece mesmo o que norteia as suas opiniões é só o seu tesão pelo Deus-mercado.

E você, apena o ódio ao meu bom senhor, que tanto nos quer bem.
GLÓRIA! GLÓRIA! Ao supremo Chefe dos Confins do Além!
Editado pela última vez por Apáte em 10 Fev 2008, 02:25, em um total de 1 vez.
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SickBoy
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Mensagem por SickBoy »

Ah, e sobre "ser hipotético demais". Ora, vocês estão falando de princípios que deveriam nortear uma sociedade, os quais levariam a criação de leis, sob as quais viveriam sob tutela MILHÕES DE PESSOAS.

final do ano passado uma mulher morreu com uma crise de asma no meio da rua, e uma bombinha (ou sei lá o que) poderia ter salvado a vida dela, mas o vendedor da farmácia não quis fornecê-la


segundo a lei universal da propriedade privada, azar o dela e o vendedor agiu certíssimo



agora tomem que o filho é de vocês.

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Apáte
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Apáte »

Noffa, mesmo?
Que espantalho e sentimentalismo ridículo, hein?

Primeiro: Remédios custam caro, até ao dono da farmácia, e estão inevitalmente ligados à vida e à saúde. Quem vai na farmácia, é porque está precisando de remédios. Se o dono fosse fornecer medicamentos a todo mundo que precisa "de grátis", era ele que ia ter problemas, não de saúde, mas financeiros.
Segundo: Não é possível que alguém leve uma notícia como aquela a sério. Só sendo desonesto e querendo dar ênfase a este argumento mesmo. Ela precisava de alguns trocados para comprar o remédio. Simplesmente NINGUÉM viu que a moça estava a beira da morte e resolveu tomar alguma atitude. Ah, tá bom. A "crise de asma" já devia estar em estado irreversível ou morreu até de outra coisa, e a culpa é do dono da farmácia que não quis dar, os funcionários que se negaram a descontar os míseros centavos do salários ou as pessoas que passavam pela rua, estão todos desculpados.
Terceiro: Acredito que desde que não lhe ofereça nenhum perigo ou prejuízo de nenhuma natureza, numa situação como a de morte, a pessoa deve ter a obrigação de socorrer.
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SickBoy
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Mensagem por SickBoy »

Apáte escreveu:
Sickboy escreveu:A teoria constitucional moderna - técnica específica de limitação do poder com fins garantístas - tem a sua origem nas Revoluções Estadunidense e Francesa e coincide com a positivação dos direitos fundamentais.

Ironicamente, os direitos fundamentais são igualdade e liberdade. :emoticon12:



terra para Ápate. não existe liberdade absoluta


Sickboy escreveu:eu já ouvi histórias, boas muito ruins, de brasileiros que trabalharam no Japão. não é uma panacéia

Ufa, ainda bem que moro no Brasil 2.



Isso está parecendo as discussões do IloveFoxes. mostra a língua, faça beicinho, afinal, nao tem mais nada o que dizer.

Sickboy escreveu:mas vá te catar, ninguém está aqui querendo dizer que o Japão é um país ruim para se morar, apenas tou mostrando que esse tipo de situação não é nada do século retrasado.

E daí? Não percebeu que isso só confirma meu ponto, jovem?
Se no Japão ter um restaurante que não permita brasileiros, é legalmente válido, e mesmo assim há brasileiros que vão para lá em busca de melhores condições, só prova que não causa nenhum impacto caótico na sociedade. Deve ser apenas um mestre-cuca tradicionalista, que acha que estrangeiros não têm paladar refinado o suficiente para provar sua requintada iguaria. Nenhuma China In Box da vida (se é que esta empresa é de orientais), tomaria atitude semelhante.


"deve ser apenas um mestre cuca."

aí...

nossa, a sociedade japonesa é amplamente hierarquica e isolacionista, você lamentavelmente (ou convenientemente) não leu o link que eu te passei.

olha aqui:

Os burakumin são japoneses comuns, absolutamente iguais aos demais, mas que são segregados pela sociedade por um sinistro mecanismo.
Eu uso o verbo no tempo presente, porque o processo de segregação, enraizadíssimo, continua até os dias de hoje, sendo quase três milhões de burakumin na sociedade japonesa atual.
As crianças japonesas, geração após geração, inclusive minha avó, sempre foram orientadas e alertadas pelos pais a evitarem certos vizinhos identificados como burakumin. Ninguém sabe direito o porquê, mas sempre aprenderam que era para ser assim!
Dessa forma, os burakumin vivem na sua maioria, em guetos pobres e enfrentam um mundo mais difícil para se conseguir tudo, amizade, trabalho, casamento, pois as pessoas, ao redor, fazem questão de lhes fecharem as portas - na maioria das vezes, sem nem saberem por que. No mínimo, porque sempre foi assim...
Minha mãe também não sabia qual a origem da segregação. Sempre aprendeu que eram pessoas misteriosamente diferentes...
Então fui pesquisar e achei a história deles com relativa facilidade, pois já corre há décadas um movimento libertário organizado dos burakumin, no sentido de divulgar para conscientizar e erradicar este grande equívoco social.
Na verdade, os burakumin são, simplesmente, descendentes diretos de açougueiros, manuseadores de couro ou preparadores de defuntos... DA EPOCA DOS SAMURAIS!
Em um Oriente mais voltado para a alimentação à base de peixes e legumes e com a religião shintoísta, a carne sempre era relacionada à impureza.
Com o fortalecimento do budismo, essa visão acabou se exacerbando no Japão quando, então, todos aqueles que exerciam profissões relacionadas com o manuseio da carne começaram a ser ostensivamente rejeitados, vistos como inferiores e potencialmente poluidores. Começaram, nessa época, crescentes pressões por condutas de limpeza e de higiene sobre esses trabalhadores, o que mais tarde foi se estendendo para todos os seus familiares. O ponto crucial e fatal deste processo ocorreu quando, no início do século XVIII, todos os trabalhadores que manuseavam carne foram obrigados a se cadastrar oficialmente e a usar roupas, cortes de cabelo e de sobrancelhas diferentes. Essas medidas possibilitariam que fossem identificados, mesmo em bairros em que não fossem conhecidos, para que as pessoas pudessem se distanciar de suas possíveis contaminações. Ficava também proibida a entrada deles em casas de famílias "normais" e essas medidas se estendiam a todos os membros de suas famílias, uma vez que as casas inteiras desses trabalhadores eram consideradas impuras. Uma vez identificados e cadastrados na terrível lista que existe até hoje, foi possível impor penalizações em forma de taxas para aqueles que não obedecessem a essas condutas.
Vejam, então, esse exemplo super didático de como se sedimenta uma segregação social absolutamente sem pé nem cabeça, entre pessoas absolutamente iguais, mas que acabou tomando rumos macabros.
É interessante a maneira como foi "macaqueada" uma diferença física que não existia, mas que serve, geralmente, de matéria-prima para as discriminações mais "clássicas": um grupo teve que se vestir e se pentear diferente.
Depois, foram cadastrados em papel, institucionalizando a discriminação. Somando-se a isso a natureza humana... A coisa foi longe.

A terrível lista permitia traçar os laços de parentesco daqueles açougueiros originais com os seus descendentes diretos, geração apos geração. Uma tentativa de desinstitucionalização, ocorrida no século XIX, com o término oficial da lista não conseguiu, nunca mais, reverter o processo que já havia se enraizado, fortemente, na sociedade japonesa, pois estava sendo administrado, autonomamente, em cada lar japonês!
A identificação dos burakumin estava ocorrendo eficientemente, geração após geração, de boca a boca, de pais para filhos. A lista foi interrompida, oficialmente, mas continuou sendo consultada por empresas no momento da contratação de um funcionário novo ou por famílias tradicionais no momento do casamento dos filhos, através dos serviços de detetives especializados.


http://www.planetaeducacao.com.br/novo/ ... artigo=688


E olha que nesse caso são CIDADÃOS daquele país. o preconceito em relação aos brasileiros é outra história um tanto diferente.
Editado pela última vez por SickBoy em 10 Fev 2008, 02:47, em um total de 1 vez.

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SickBoy
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por SickBoy »

Apáte escreveu:Só sendo desonesto e querendo dar ênfase a este argumento mesmo.



estou dando ênfase ao livre e irrestrito direito à propriedade privada.


e só.


e, pelo amor de deus, não me venha enfileirar essa série da justificativas para OMISSÃO DE SOCORRO ao mesmo tempo em que diz isso é "sentimentalismo"

pfff.. ninguém viu que a moça estava passando mal? você estava lá? ouviu o outro lado da história? foi você quem não quis vender o remédio?

"-já devia estar em estado irreversível"

"como saber que ela estava morrendo mesmo? os olhos nem deveriam estar virados"


segundo o a única regra geral que deve nortear a sociedade, o remédio não era dela, então....

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Ilovefoxes
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Ilovefoxes »

final do ano passado uma mulher morreu com uma crise de asma no meio da rua, e uma bombinha (ou sei lá o que) poderia ter salvado a vida dela, mas o vendedor da farmácia não quis fornecê-la


segundo a lei universal da propriedade privada, azar o dela e o vendedor agiu certíssimo



agora tomem que o filho é de vocês.
Mais um Videomaker... já tenho que aturar o Abmael com historinhas de cachorrinhos atropelados, agora tem mais um.

Obs: caso você esteja lendo Abmael, olha, você tem que adimitir que você trabalhou nessa imagem.

E se o vendedor da farmácia fosse você, e seu filho estivesse precisando de caríssimos medicamentos e você não ganhasse muito? Ora, não venha me dizer que a situação é hipotética demais.

Isso está parecendo as discussões do IloveFoxes. mostra a língua, faça beicinho, afinal, nao tem mais nada o que dizer.
Me diz, quando foi a última vez que eu entrei em uma discussão com você?
Vai lá no busca. É de apavorar como você guarda ressentimentos.

A única vez que eu consegui guardar algumas discussões de fóruns que não gostei dessa forma foi com o Videomaker, que é inesquecível.

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zumbi filosófico
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

Procedure escreveu:Ah, não é pra tanto...

Imagina só se fôssemos modelar as nossas instituições levando em consideração situações tão hipotéticas quanto a que foi proposta.


Você não consegue imaginar variações da mesma situação em diferentes graus? Qual é o limite? Quantas pessoas tem que afetar quantas outras, e em que grau, para que tenha que haver além do direito de propriedade e livre negociação, outras garantias aos indivíduos?
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zumbi filosófico
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

Ilovefoxes escreveu:
final do ano passado uma mulher morreu com uma crise de asma no meio da rua, e uma bombinha (ou sei lá o que) poderia ter salvado a vida dela, mas o vendedor da farmácia não quis fornecê-la


segundo a lei universal da propriedade privada, azar o dela e o vendedor agiu certíssimo



agora tomem que o filho é de vocês.
Mais um Videomaker... já tenho que aturar o Abmael com historinhas de cachorrinhos atropelados, agora tem mais um.

Obs: caso você esteja lendo Abmael, olha, você tem que adimitir que você trabalhou nessa imagem.

E se o vendedor da farmácia fosse você, e seu filho estivesse precisando de caríssimos medicamentos e você não ganhasse muito? Ora, não venha me dizer que a situação é hipotética demais.


Se houvesse um bom sistema de saúde pública, teoricamente nenhuma das duas situações seria problemática ou sequer existiria.
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Apáte
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Mensagem por Apáte »

Sickboy escreveu:terra para Ápate. não existe liberdade absoluta

Quem te contou?

Sickboy escreveu:Isso está parecendo as discussões do IloveFoxes. mostra a língua, faça beicinho, afinal, nao tem mais nada o que dizer.

:emoticon17: :emoticon12:

Sickboy escreveu:nossa, a sociedade japonesa é amplamente hierarquica e isolacionista, você lamentavelmente (ou convenientemente) não leu o link que eu te passei.

Não havia lido mesmo, mas agora que li, puta que o pariu, viu!?
Você tá é besta mesmo ou tá só se fazendo? Não percebeu que este é tipo de coisa da qual sou totalmente contra?

Sickboy escreveu:Na verdade, os burakumin são, simplesmente, descendentes diretos de açougueiros, manuseadores de couro ou preparadores de defuntos... DA EPOCA DOS SAMURAIS!

Começando por aí, já vemos os végans (um dos grupos defendidos pelo Politicamente Correto) impondo suas vontades.
Ah, tá, comiam peixe. Nego que não come carne pra mim ou é viado e végan ou végan e viado. :emoticon12:

Sickboy escreveu:O ponto crucial e fatal deste processo ocorreu quando, no início do século XVIII, todos os trabalhadores que manuseavam carne foram obrigados a se cadastrar oficialmente e a usar roupas, cortes de cabelo e de sobrancelhas diferentes. Essas medidas possibilitariam que fossem identificados, mesmo em bairros em que não fossem conhecidos, para que as pessoas pudessem se distanciar de suas possíveis contaminações. Ficava também proibida a entrada deles em casas de famílias "normais" e essas medidas se estendiam a todos os membros de suas famílias, uma vez que as casas inteiras desses trabalhadores eram consideradas impuras. Uma vez identificados e cadastrados na terrível lista que existe até hoje, foi possível impor penalizações em forma de taxas para aqueles que não obedecessem a essas condutas.
(...)
Depois, foram cadastrados em papel, institucionalizando a discriminação.

O Estado está usando a FORÇA para ferir o direito desses burakumin, o que é completa, total, inteira e colossalmente diferente do que foi proposto no tópico.

SickBoy escreveu:
Apáte escreveu:Só sendo desonesto e querendo dar ênfase a este argumento mesmo.



estou dando ênfase ao livre e irrestrito direito à propriedade privada.


e só.


e, pelo amor de deus, não me venha enfileirar essa série da justificativas para OMISSÃO DE SOCORRO ao mesmo tempo em que diz isso é "sentimentalismo"

pfff.. ninguém viu que a moça estava passando mal? você estava lá? ouviu o outro lado da história? foi você quem não quis vender o remédio?

"-já devia estar em estado irreversível"

"como saber que ela estava morrendo mesmo? os olhos nem deveriam estar virados"


segundo o a única regra geral que deve nortear a sociedade, o remédio não era dela, então....

https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=14782

A notícia tá aí. É realmente difícil de acreditar que esta moça agoniou por muito tempo e ninguém fez nada. O mais provável é que tenha morrido de vez, numa "ataque fulminante" de asma.
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Ilovefoxes
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Ilovefoxes »

zumbi filosófico escreveu:Se houvesse um bom sistema de saúde pública, teoricamente nenhuma das duas situações seria problemática ou sequer existiria.
Ah sim, e onde estaria a farmácia do vendedor? Tomara que seu filho fique nas mesmas condições do filho dele!!

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Apáte
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Apáte »

zumbi filosófico escreveu:
Ilovefoxes escreveu:
final do ano passado uma mulher morreu com uma crise de asma no meio da rua, e uma bombinha (ou sei lá o que) poderia ter salvado a vida dela, mas o vendedor da farmácia não quis fornecê-la


segundo a lei universal da propriedade privada, azar o dela e o vendedor agiu certíssimo



agora tomem que o filho é de vocês.
Mais um Videomaker... já tenho que aturar o Abmael com historinhas de cachorrinhos atropelados, agora tem mais um.

Obs: caso você esteja lendo Abmael, olha, você tem que adimitir que você trabalhou nessa imagem.

E se o vendedor da farmácia fosse você, e seu filho estivesse precisando de caríssimos medicamentos e você não ganhasse muito? Ora, não venha me dizer que a situação é hipotética demais.


Se houvesse um bom sistema de saúde pública, teoricamente nenhuma das duas situações seria problemática ou sequer existiria.

Agora conta sobre o socializado sistema de saúde social na sociedade socialista da Europa.
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Ilovefoxes »

Ápate escreveu:Agora conta sobre o socializado sistema de saúde social na sociedade socialista da Europa.
Dissociável.
Editado pela última vez por Ilovefoxes em 10 Fev 2008, 08:09, em um total de 1 vez.

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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Herf »

zumbi filosófico escreveu:Você não consegue imaginar variações da mesma situação em diferentes graus? Qual é o limite? Quantas pessoas tem que afetar quantas outras, e em que grau, para que tenha que haver além do direito de propriedade e livre negociação, outras garantias aos indivíduos?

Eu não sei responder exatamenete qual é o limite. Não sei nem se é possível estabelecer isso de forma absolutamente rigorosa.

De qualquer forma, isso não significa que devemos levar em consideração a remota possibilidade de que uma doença afete todas as seis bilhões de pessoas no mundo e sua cura esteja em posse de uma empresa farmacêutica como justificativa para não proteger fortemente o direito da empresa à patente do seu remédio nas situações normais. Em 99,9999999% das situações cabe ao estado comprar o remédio para aqueles que não tem dinheiro o suficiente e não quebrar as patentes, como ocorreu há um tempo atrás. Ou então citar o caso da mulher que morreu por não poder comprar uma bombinha como desculpa para obrigar as farmácias a conceder gratuitamente bombinhas ao primeiro que tiver uma leve crise de falta de ar.

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Aranha
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Aranha »

Ilovefoxes escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Se houvesse um bom sistema de saúde pública, teoricamente nenhuma das duas situações seria problemática ou sequer existiria.
Ah sim, e onde estaria a farmácia do vendedor? Tomara que seu filho fique nas mesmas condições do filho dele!!



- Quando a pessoa certa usa, isto NÃO é sentimentalismo.


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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Ilovefoxes »

Abmael, volta na página anterior que você vai entender... até citei seu nome. :emoticon12:

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Aranha
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Aranha »

Ilovefoxes escreveu:Mais um Videomaker... já tenho que aturar o Abmael com historinhas de cachorrinhos atropelados, agora tem mais um.

Obs: caso você esteja lendo Abmael, olha, você tem que adimitir que você trabalhou nessa imagem.


- Contei uma história, para ilustrar um exemplo de compaixão, como ilustrar compaixão? - Mostre uma forma não-sentimental.

- Essa imagem só ficou prá você, que seja, não me importo.

Abraços,
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