Direitos sobre a propriedade privada

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Huxley
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Mensagem por Huxley »

Huxley escreveu:“Imagine-se um indivíduo ‘A’ que assiste ao intento de ‘B’ de assassinar uma terceira pessoa, a quem chamaremos de ‘C’. ‘A’ não tem a obrigação de impedi-lo, mas apesar de tudo quer fazê-lo. O problema é que para chamar a polícia deve utilizar o telefone de ‘D’, violando dessa maneira os direitos de privacidade e propriedade deste. O que deve fazer ‘A’? Para Nozick a resposta parece estar clara: nada”.

http://www.scielo.br/scielo.php?script= ... 2000100014

Eis um outro belo exemplo que prova que até a proteção à vida pode se tornar irrelevante devido a uma constitucionalidade que prega a busca cega e dogmática pela inviolabilidade dos direitos de propriedade.


Apáte escreveu:Nada parecido foi discutido, mas levantou uma questão perpicaz.
Bem, creio eu que a pessoa "D" está cometendo um crime, de cumplicidade até, ao presenciar um crime, poder dar informações à polícia que ajudem na solução, e negar-se.
Já como pessoa "A", não sei o que faria. E tu?


O dilema não era para fazer a pessoa refletir sobre qual seria atitude correta de "A", e sim para refletir sobre que tipo de constitucionalidade de direitos é a correta numa sociedade justa. Numa sociedade justa, não se pode defender apenas os direitos negativos ("o direito a não ser atacado" ou ainda "a ausência de coerção"), mas também os direitos positivos do cidadão. No exemplo dado, a violação dos direitos de priopriedade do telefone de "D" poderia ser descriminalizada nesta circunstância. Aliás, isso já ocorre na nossa legislação. Eu já contei a um professor de direito sobre uma história de uns colegas meus que foram para um churrasco e entraram numa briga onde os rivais estavam em maior número. Daí eles fugiram e um se refugiou numa casa alheia para escapar da surra. O professor disse que o que ele fez não era crime para nossa legislação. Citando outro exemplo, um nadador profissional que deixa uma pessoa se afogar numa piscina de sua casa também seria um criminoso numa abordagem da defesa dos direitos positivos.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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zumbi filosófico
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

Ilovefoxes escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Se houvesse um bom sistema de saúde pública, teoricamente nenhuma das duas situações seria problemática ou sequer existiria.
Ah sim, e onde estaria a farmácia do vendedor? Tomara que seu filho fique nas mesmas condições do filho dele!!


Fique nas mesmas condições que o filho de quem?

Então o ideal é que não haja uma população saudável para que as pessoas possam ter as drogarias como forma de sustento? :emoticon5:

Você defenderia o mesmo argumento quanto a segurança pública ou atendimento médico de emergência? Que não deveria haver segurança pública para que a segurança privada pudesse ser mais economicamente viável, e que só protegesse aos que a financiam diretamente?
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Ilovefoxes
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Ilovefoxes »

Abmael escreveu:- Contei uma história, para ilustrar um exemplo de compaixão
Não se trata da história que você contou, isso não tem nada a ver, e sim da pergunta que você fez.

Eu chamei a sua história de esmola, e você retrucou "e se o pai da menina com dor pedisse para você, você não daria dinheiro?", o que em si nada prova quanto a ser esmola ou não.

E esse é o problema, não dá para saber o que se quer provar com essas situações hipotéticas.
Tente ver com outro exemplo, eu que vivo chamando isso de Videomakerismo, veja bem: "Você diz que espíritos não existem, mas se você estivesse no funeral de um filho, teria coragem de dizer na cara da mãe que ela nunca mais vai vê-lo denovo??" - Diga, você conseguiu entender qual o fundamento para provar que espíritos existem?

Veja bem, você já deve de ter percebido que eu costumo ter uma resposta chata em retruco ao sentimentalismo. Eu usei contra você, aquele que eu perguntei se alguém na sua família pôs filho no mundo por não querer preservativo, e também em um tópico sobre AIDS, o Johnny veio com "e se fosse seu pai" e "tomara que sua família pegue AIDS", e eu perguntei se alguém pegou AIDS na família dele por não querer usar camisinha...
Quer dizer, não prova nada, mas é chatiação contra chatiação.
Abmael escreveu:como ilustrar compaixão? - Mostre uma forma não-sentimental.
Compaixão não é um sentimento, e sim uma ação. Basta uma descrição simples: compaixão é o ato de ajudar o próximo por colocar-se em sua posição, diferencia-se de empatia por requerir uma ação.
Editado pela última vez por Ilovefoxes em 10 Fev 2008, 13:50, em um total de 2 vezes.

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zumbi filosófico
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

O livre-mercado favoreceria a compaixão porque as pessoas gostam de pessoas com compaixão, e com elas fariam mais associações e negócios mutuamente benéficos. A ausência de compaixão logo seria eliminada do pool popucional.
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Herf
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Herf »

As situações descritas antes, aquela onde é negado um copo d'água a um forasteiro, copo d'água que salvará a sua vida, e aquela onde o cidadão precisou se esconder na propriedade de outro para salvar a pele dos tiros de um criminoso, constituem casos onde a violação do direito à propriedade é relativamente pequena, sendo que negar esta violação CUSTARIA A VIDA do forasteiro e do perseguido. Eu sei que é difícil estabelecer um limite a partir do qual é válido sacrificar a propriedade de um em detrimento do bem-estar do outro. Mas convenhamos que nestes casos ultra-hipotéticos não há dúvida de que o custo da violação é mínimo (copo d'água - invadir para esconder-se) e o benefício obtido com esta violação é alto (vida-vida).

E como começou este tópico? Perguntaram apenas se é válido que uma empresa "contrate outro pela cara" (entre outras coisas).

Então fizeram a associação entre a situação de uma empresa que cobra pela cara com as situações ultra-hipotéticas acima, colocando-as no mesmo patamar de valor, como se a relação custo/benefício delas fosse a mesma, como se um homem que perdeu o emprego por "não ter a cara certa" fosse morrer, tal como negar a água ao forasteiro e o esconderijo ao perseguido.

E então conclui-se que se é válido forçar o povo xenófobo do deserto a dar um copo d'água que vai salvar a vida do forasteiro, também é válido ditar as regras pelas quais uma empresa privada contrata seus funcionários.

Exagero é pouco.

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zumbi filosófico
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

E é muito elevado o custo de se contratar uma pessoa igualmente capacitada a despeito de raça, religião, sexo ou orientação? Bem como servir às pessoas independentemente dessas critérios?
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Herf
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Herf »

Depende de quanto isso é importante para quem está contratando.

Eu não acho que alguém deve ser forçado a manter relações com quem não deseja, e não acho que isso mude muito unicamente pelo fato de esta relação visar a obtenção de renda.

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Ilovefoxes
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Ilovefoxes »

Procedure escreveu:As situações descritas antes, aquela onde é negado um copo d'água a um forasteiro, copo d'água que salvará a sua vida, e aquela onde o cidadão precisou se esconder na propriedade de outro para salvar a pele dos tiros de um criminoso, constituem casos onde a violação do direito à propriedade é relativamente pequena, sendo que negar esta violação CUSTARIA A VIDA do forasteiro e do perseguido. Eu sei que é difícil estabelecer um limite a partir do qual é válido sacrificar a propriedade de um em detrimento do bem-estar do outro. Mas convenhamos que nestes casos ultra-hipotéticos não há dúvida de que o custo da violação é mínimo (copo d'água - invadir para esconder-se) e o benefício obtido com esta violação é alto (vida-vida).

E como começou este tópico? Perguntaram apenas se é válido que uma empresa "contrate outro pela cara" (entre outras coisas).

Então fizeram a associação entre a situação de uma empresa que cobra pela cara com as situações ultra-hipotéticas acima, colocando-as no mesmo patamar de valor, como se a relação custo/benefício delas fosse a mesma, como se um homem que perdeu o emprego por "não ter a cara certa" fosse morrer, tal como negar a água ao forasteiro e o esconderijo ao perseguido.

E então conclui-se que se é válido forçar o povo xenófobo do deserto a dar um copo d'água que vai salvar a vida do forasteiro, também é válido ditar as regras pelas quais uma empresa privada contrata seus funcionários.

Exagero é pouco.
E se você negar namorar com uma mulher feia, e ela ter um ataque de choro e morrer do coração? Então escolher quem namorar não deveria ser permitido.

E se eu escolher uma cor muito gritante para minha casa, e um motorista ficar desatento e bater o carro?

E se quando eu estiver andando tropeçar e quebrar o pescoço de alguém?

Se a gente ficar levando no hipotético, tudo deveria ser proibido.

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zumbi filosófico
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

Ilovefoxes escreveu:E se você negar namorar com uma mulher feia, e ela ter um ataque de choro e morrer do coração? Então escolher quem namorar não deveria ser permitido.

E se eu escolher uma cor muito gritante para minha casa, e um motorista ficar desatento e bater o carro?

E se quando eu estiver andando tropeçar e quebrar o pescoço de alguém?

Se a gente ficar levando no hipotético, tudo deveria ser proibido.


Com isso, sem mudar uma palavra, você poderia estar argumentando por não haver a garantia de não-agressão.
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Aranha
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Aranha »

Ilovefoxes escreveu:
Abmael escreveu:- Contei uma história, para ilustrar um exemplo de compaixão

Não se trata da história que você contou, isso não tem nada a ver, e sim da pergunta que você fez.

Eu chamei a sua história de esmola, e você retrucou "e se o pai da menina com dor pedisse para você, você não daria dinheiro?", o que em si nada prova quanto a ser esmola ou não.


- Sinal que você entendeu tudo errado, eu quis apenas comprovar que a situação provocava compaixão, meu ponto era esse, a compaixão justifica a ajuda, ou esmola, como queira.

Ilovefoxes escreveu:E esse é o problema, não dá para saber o que se quer provar com essas situações hipotéticas.
Tente ver com outro exemplo, eu que vivo chamando isso de Videomakerismo, veja bem: "Você diz que espíritos não existem, mas se você estivesse no funeral de um filho, teria coragem de dizer na cara da mãe que ela nunca mais vai vê-lo denovo??" - Diga, você conseguiu entender qual o fundamento para provar que espíritos existem?


- Usei a estória para exemplificar o sentimento pelo sentimento e mais nada, não há relação alguma com argumentos do Videomaker.

Ilovefoxes escreveu:Veja bem, você já deve de ter percebido que eu costumo ter uma resposta chata em retruco ao sentimentalismo. Eu usei contra você, aquele que eu perguntei se alguém na sua família pôs filho no mundo por não querer preservativo, e também em um tópico sobre AIDS, o Johnny veio com "e se fosse seu pai" e "tomara que sua família pegue AIDS", e eu perguntei se alguém pegou AIDS na família dele por não querer usar camisinha...
Quer dizer, não prova nada, mas é chatiação contra chatiação.


- Eu estava me referindo a compaixão no sentido genêrico, você levou pro lado pessoal.

Ilovefoxes escreveu:
Abmael escreveu:como ilustrar compaixão? - Mostre uma forma não-sentimental.

Compaixão não é um sentimento, e sim uma ação.


- Compaixão é sentimento sim, ação é caridade ou filantropia, pode olhar no dicionário.

Ilovefoxes escreveu:Basta uma descrição simples: compaixão é o ato de ajudar o próximo por colocar-se em sua posição, diferencia-se de empatia por requerir uma ação.


- Errado!

- Você pode sentir compaixão e não fazer porra nenhuma, exemplo: quando você tá sem grana ou você decide que é melhor não dar porque desconfia que o cara vai gastar em cachaça.

- Voce também pode não compaixão sentir e fazer, exemplo: quando você ajuda por exibicionismo ou para ter desconto no imposto de renda.

- Não poderia ter acontecido a discussão toda por esse seu entendimento incorreto do significado da palavra?

Abraços,
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Apo
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Apo »

UIA...compaixão não é sentimento é ação?

O lovefakes bebeu... :emoticon12:
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marta
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Mensagem por marta »

Eu tenho um amigo, por exemplo, que não contrata pentelhocostais. Ele alega que eles não produzem, ficam só pragando a palavra daquele ente sem palavra e querendo vender biblia no ambiente de trabalho, atrapalhando quem quer trabalhar.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.

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marta
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por marta »

A meu ver, o problema não são os direitos da propriedade privada e sim quando os nossos políticos confundem o público com a privada. Exemplo: a gastança com os cartões CORVOrativos.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.

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zumbi filosófico
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

Ilovefoxes escreveu:
final do ano passado uma mulher morreu com uma crise de asma no meio da rua, e uma bombinha (ou sei lá o que) poderia ter salvado a vida dela, mas o vendedor da farmácia não quis fornecê-la


segundo a lei universal da propriedade privada, azar o dela e o vendedor agiu certíssimo



agora tomem que o filho é de vocês.
Mais um Videomaker... já tenho que aturar o Abmael com historinhas de cachorrinhos atropelados, agora tem mais um.


Isso não é videomakerismo. Videomakerismo é esse tipo de consideração sob um caráter mais epistemológico, "como é muito triste que o filho de alguém não tenha alma, então almas existem".

A consideração "e se fosse você" nesse contexto aqui é perfeitamente aceitável.

De outra forma eu poderia defender, "as pessoas podem matar umas as outras, se quisessem", e simplesmente não importa o fato de que nem eu nem você gostaríamos de morrer; é simplesmente videomakerismo. "As pessoas podem roubar o que é dos outros", "ah, mas isso até roubarem algo que é seu... gostaria que roubassem algo que é seu?", "Ah, mais um videomaker...."
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

A propósito... as reclamações contra essas situações hipotéticas e os problemas apontados em geral são RCAdeBHísmo. Ninguém poderia ser prejudicado injustamente pelo livre mercado, porque isso seria AZAR.

:emoticon12:
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Ilovefoxes
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Ilovefoxes »

Apo escreveu:UIA...compaixão não é sentimento é ação?

O lovefakes bebeu... :emoticon12:
Só errei o termo. Eu sei o que é, mas me faltou a palavra. Corrijindo: não é "ação", e sim "desejo". E esse foi o problema, desejo é um sentimento, mas como eu escrevi ação, descrevi mal.
Isso não é videomakerismo. Videomakerismo é esse tipo de consideração sob um caráter mais epistemológico, "como é muito triste que o filho de alguém não tenha alma, então almas existem".

A consideração "e se fosse você" nesse contexto aqui é perfeitamente aceitável.

De outra forma eu poderia defender, "as pessoas podem matar umas as outras, se quisessem", e simplesmente não importa o fato de que nem eu nem você gostaríamos de morrer; é simplesmente videomakerismo. "As pessoas podem roubar o que é dos outros", "ah, mas isso até roubarem algo que é seu... gostaria que roubassem algo que é seu?", "Ah, mais um videomaker...."
Uh? Eu chamo de Videomaker todo "e se *membro da família*" ou "tomara que seu *membro da família*".

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Aranha
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Aranha »

zumbi filosófico escreveu:
Ilovefoxes escreveu:
final do ano passado uma mulher morreu com uma crise de asma no meio da rua, e uma bombinha (ou sei lá o que) poderia ter salvado a vida dela, mas o vendedor da farmácia não quis fornecê-la


segundo a lei universal da propriedade privada, azar o dela e o vendedor agiu certíssimo



agora tomem que o filho é de vocês.
Mais um Videomaker... já tenho que aturar o Abmael com historinhas de cachorrinhos atropelados, agora tem mais um.


Isso não é videomakerismo. Videomakerismo é esse tipo de consideração sob um caráter mais epistemológico, "como é muito triste que o filho de alguém não tenha alma, então almas existem".

A consideração "e se fosse você" nesse contexto aqui é perfeitamente aceitável.

De outra forma eu poderia defender, "as pessoas podem matar umas as outras, se quisessem", e simplesmente não importa o fato de que nem eu nem você gostaríamos de morrer; é simplesmente videomakerismo. "As pessoas podem roubar o que é dos outros", "ah, mas isso até roubarem algo que é seu... gostaria que roubassem algo que é seu?", "Ah, mais um videomaker...."


- Exato, abaixo um curso de Videomakerismo básico do tio Abmael:

Desafio ao VideoMaker
Desafio ao VideoMaker 2
Desafio ao VideoMaker 3
Desafio ao VideoMaker 4

Abraços,
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por SickBoy »

Ilovefoxes escreveu:
Apo escreveu:UIA...compaixão não é sentimento é ação?

O lovefakes bebeu... :emoticon12:
Só errei o termo. Eu sei o que é, mas me faltou a palavra. Corrijindo: não é "ação", e sim "desejo". E esse foi o problema, desejo é um sentimento, mas como eu escrevi ação, descrevi mal.
Isso não é videomakerismo. Videomakerismo é esse tipo de consideração sob um caráter mais epistemológico, "como é muito triste que o filho de alguém não tenha alma, então almas existem".

A consideração "e se fosse você" nesse contexto aqui é perfeitamente aceitável.

De outra forma eu poderia defender, "as pessoas podem matar umas as outras, se quisessem", e simplesmente não importa o fato de que nem eu nem você gostaríamos de morrer; é simplesmente videomakerismo. "As pessoas podem roubar o que é dos outros", "ah, mas isso até roubarem algo que é seu... gostaria que roubassem algo que é seu?", "Ah, mais um videomaker...."
Uh? Eu chamo de Videomaker todo "e se *membro da família*" ou "tomara que seu *membro da família*".



chame sozinho então, porque o que ele acabou de explicar é que não cabe a comparação.

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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Ilovefoxes »

Tá Sickboy, e você quer um prêmio?
zumbi filosófico escreveu:Isso não é videomakerismo. Videomakerismo é esse tipo de consideração sob um caráter mais epistemológico, "como é muito triste que o filho de alguém não tenha alma, então almas existem".

A consideração "e se fosse você" nesse contexto aqui é perfeitamente aceitável.

De outra forma eu poderia defender, "as pessoas podem matar umas as outras, se quisessem", e simplesmente não importa o fato de que nem eu nem você gostaríamos de morrer; é simplesmente videomakerismo. "As pessoas podem roubar o que é dos outros", "ah, mas isso até roubarem algo que é seu... gostaria que roubassem algo que é seu?", "Ah, mais um videomaker...."
Bom, Zumbi, mas você não vê a semelhança?
A idéia do Videomaker é que em certa situação, você se sentiria de tal forma que prova que algo é errado.

O "como é muito triste que o filho de alguém não tenha alma, então almas existem" está na mesma condição de "como seria muito triste eu negar algo para um pai que pede ajuda, logo não é esmola". Quer dizer, segundo o Abmael eu que interpretei dessa forma, mas de que forma eu deveria pensar se o cara vem me abordar com "esmola? Então você não o ajudaria??"?
Abmael escreveu:- Exato, abaixo um curso de Videomakerismo básico do tio Abmael:

Desafio ao VideoMaker
Desafio ao VideoMaker 2
Desafio ao VideoMaker 3
Desafio ao VideoMaker 4

Abraços,
E você é craque em usar fogo-contra-fogo no Videomaker, né? :emoticon12: Ok, brincadeira à parte.
Abmael escreveu:- Não poderia ter acontecido a discussão toda por esse seu entendimento incorreto do significado da palavra?
Eu estive recordando a discussão, e não sei onde você "estava tentando demonstrar um sentimento", você ficou é "Minha nossa, como você é frio não ajudando-o!!", e a discussão se prolongou porque você colocava coisas sem cabimento, como me chamar de nazista e etc.

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zumbi filosófico
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

Ilovefoxes escreveu:Tá Sickboy, e você quer um prêmio?
zumbi filosófico escreveu:Isso não é videomakerismo. Videomakerismo é esse tipo de consideração sob um caráter mais epistemológico, "como é muito triste que o filho de alguém não tenha alma, então almas existem".

A consideração "e se fosse você" nesse contexto aqui é perfeitamente aceitável.

De outra forma eu poderia defender, "as pessoas podem matar umas as outras, se quisessem", e simplesmente não importa o fato de que nem eu nem você gostaríamos de morrer; é simplesmente videomakerismo. "As pessoas podem roubar o que é dos outros", "ah, mas isso até roubarem algo que é seu... gostaria que roubassem algo que é seu?", "Ah, mais um videomaker...."
Bom, Zumbi, mas você não vê a semelhança?
A idéia do Videomaker é que em certa situação, você se sentiria de tal forma que prova que algo é errado.

O "como é muito triste que o filho de alguém não tenha alma, então almas existem" está na mesma condição de "como seria muito triste eu negar algo para um pai que pede ajuda, logo não é esmola". Quer dizer, segundo o Abmael eu que interpretei dessa forma, mas de que forma eu deveria pensar se o cara vem me abordar com "esmola? Então você não o ajudaria??"?


Como eu disse, o VM faz essa consideração sob caráter epistemológico/"existencial", sobre as coisas deverem existir ou não. Se você acredita que depois que as pessoas morrem suas duas almas saem, a alma má é levada ao inferno para ser destruída e sanar todos os pecados e a culpa, e a boa é levada para ser feliz para sempre para trás do arco-íris pelos duendes irlandeses, então isso existe, porque senão você ficaria triste, achando que algum parente seu iria só apodrecer depois que morresse.


A consideração feita aqui não é em caráter epistemológico, mas moral, a chamada regra de ouro - aja com os outros como gostaria que agissem com você - defendida até mesmo por libertários radicais como Murray Rothbard:

Libertarians make no exceptions to the golden rule and provide no moral loophole, no double standard, for government. That is, libertarians believe that murder is murder and does not become sanctified by reasons of State if committed by the government. We believe that theft is theft and does not become legitimated because organized robbers call their theft “taxation.” We believe that enslavement is enslavement even if the institution committing that act calls it “conscription.” In short, the key to libertarian theory is that it makes no exceptions in its universal ethic for government.

Acauan escreveu:É melhor estar vivo que estar morto.
Se o contrário fosse, a maioria das pessoas se mataria, pois pode fazer isto quando quiser e do modo que quiser.
Se estar vivo é melhor para mim, então deve ser melhor para os outros, senão eles se matariam.
Logo, matar não é bom, porque continuar vivo é bom.

Pode-se utilizar esta lógica elementar para todos os fundamentos da moralidade.
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Aranha
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Aranha »

Ilovefoxes escreveu:Bom, Zumbi, mas você não vê a semelhança?
A idéia do Videomaker é que em certa situação, você se sentiria de tal forma que prova que algo é errado.

O "como é muito triste que o filho de alguém não tenha alma, então almas existem" está na mesma condição de "como seria muito triste eu negar algo para um pai que pede ajuda, logo não é esmola". Quer dizer, segundo o Abmael eu que interpretei dessa forma, mas de que forma eu deveria pensar se o cara vem me abordar com "esmola? Então você não o ajudaria??"?


- Você entendeu errado, eu NUNCA afirmei que não era esmola, era esmola sim.

- O que eu afirmava é que ajudei por compaixão, não para resolver definitivamente o problema dela ou a fome dos pobres da África, entende agora?

Ilovefoxes escreveu:
Abmael escreveu:- Não poderia ter acontecido a discussão toda por esse seu entendimento incorreto do significado da palavra?

Eu estive recordando a discussão, e não sei onde você "estava tentando demonstrar um sentimento",


- No post que iniciou a discussão, quando contei a estória, eu estava demonstrando o sentimento, ou seja, descrevi uma situação que me provocou o sentimento, a descrição pode provocar o sentimento em outros.

Ilovefoxes escreveu:você ficou é "Minha nossa, como você é frio não ajudando-o!!",


- A frieza estaria e ver a situação e não sentir nada.

Ilovefoxes escreveu:e a discussão se prolongou porque você colocava coisas sem cabimento, como me chamar de nazista e etc.


- Consequências.

Abraços,
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

Claro, ainda seria possível defender coisas como que, isso não deve ser imposição estatal de qualquer forma, sob perspectivas como que é uma "visão moral", e que o estado não deve impor suas "visões morais" - mas o mesmo valeria quanto ao uso da força ou fraude. Ou mesmo algo mais tosco/weasel-wordy como "eu gostaria de ter o direito de decidir livremente quem eu contrato ou a quem presto serviços, então não podemos obrigar outros a fazerem de forma que não querem"; mas ao mesmo tempo acho que praticamente todos concordariam com uma afirmação como "eu não gostaria de ser discriminado racialmente", então as pessoas não deveriam ser discriminadas racialmente. A chave da argumentação é enquadrar a discriminação racial/sexual em algum tipo de liberdade mais importante do que a do discriminado, porque ele tem mais poder/propriedade na situação.
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Samael
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Re: Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Samael »

Murray Rothbard escreveu:Libertarians make no exceptions to the golden rule and provide no moral loophole, no double standard, for government. That is, libertarians believe that murder is murder and does not become sanctified by reasons of State if committed by the government. We believe that theft is theft and does not become legitimated because organized robbers call their theft “taxation.” We believe that enslavement is enslavement even if the institution committing that act calls it “conscription.” In short, the key to libertarian theory is that it makes no exceptions in its universal ethic for government.


Eu não sei qual é a lógica genial que esses ilustres "intelectuais" possuem para, se tão "libertários", justificarem o direito privado à propriedade, visto que este limita o acesso de quem desejar ao que desejar, de maneira, em geral, arbitrária.

Os anarco-capitalistas (provavelmente o termo mais imbecil e incongruente que alguém já resolveu inventar) são apenas pseudo-liberais utopistas metidos a anarquistas.

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zumbi filosófico
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por zumbi filosófico »

Não são todos. Tem os que defendem que suas as coisas só são suas se você as usa muito. Fora isso, sei lá, não me parece exatamente uma arbitrariedade se eu, digamos, vou lá, corto madeira, faço tábuas, e construo minha casa, e dizer que ela é minha, e que eu decido quem mora lá; me parece estranho é sugerir que não, que outras pessoas são igualmente "donas" porque é uma "arbitrariedade" a casa ser "minha". Similarmente se eu trabalhar de outra forma e trocar essa casa já construída ou qualquer outro bem.
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Apo
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Re.: Direitos sobre a propriedade privada

Mensagem por Apo »

Libertário é aquele que entrega o que é seu para os estranhos? Para mim, libertário é ter o direito assegurado de estar livre da mão gatuna do Estado que quer o que é de uns para dar aos que não têm, e, assim, se ver livre de certas responsabilidades maiores.
Isto sim, é arbitrar em cima do que não lhe lhe pertence.
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