A Dívida Externa Brasileira sempre fez parte das minhas preocupações desde que Eu me entendo por gente.
Lá pela década de 70, não se falava em outra coisa.

A partir de 74, a indústria de bens de consumo duráveis, com a produção de automóveis à frente, começa a encalhar, em grande parte devido a crise mundial do petróleo, que repercute na elevação nas taxas de juros, somadas aos gastos dos grandes projetos de geração de energia.
Em 1982 temos o ano da falência declarada do modelo brasileiro de desenvolvimento, o país recorre ao FMI e ao final do governo Figueiredo, que encerra a ditadura militar, a dívida externa chegava a casa astronômica dos 100 bilhões de dólares.
Certa vez, ouvi em sala de aula, na década de 80, em uma antiga e já inexistente aula de EPB - Estudos dos Problemas Brasileiros ( Quem lembra dessa Matéria ? ), que se o Brasil pagasse de uma vez sua fabulosa dívida, o sistema financeiro internacional iria à falência.
No entanto, passadas umas duas décadas, sai no Jornais que o Brasil pagou sua Dívida, pois possui reservas de mais de 180 bilhões de Dólares.
Sinceramente, a coisa ainda parece confusa. Vamos ao que foi publicado no Globo :

Agora é Oficial
Brasil passou a ser credor externo, diz BC - O Globo Online
BRASÍLIA - Agora é oficial. O Brasil passou a ser credor em dívida externa tanto do setor público quanto privado, informou o Banco Central nesta quinta-feira. Ou seja, todos as reservas internacionais e ativos que o país possui, são maiores que a dívida externa tanto dos governo ou de empresas. Isso ocorreu em janeiro, segundo a autoridade monetária, devido ao fortalecimento das reservas internacionais. Ao todo, o estoque da dívida deve ter fechado negativo em mais de US$ 4 bilhões no mês passado, indicando que o país tornou-se credor.
Com o desempenho das reservas em janeiro, segundo informou o BC pelo seu relatório Focus divulgado nesta quinta-feira, "já se estima que esse montante (estoque da dívida) se tornará negativo em mais de US$ 4 bilhões, significando que, em termos líquidos, o país passou a credor externo, fato inédito em nossa história econômica."
Ser credor, avaliam os especialistas, reduz em muito a percepção de risco do país, que está a um passo de se tornar "grau de investimento".
A dívida externa líquida somava US$ 165,2 bilhões no final de 2003. Ao longo dos últimos quatro anos, o fortalecimento das reservas internacionais e o programa de recompra da dívida externa e de antecipação de pagamentos resultou na redução desse montante.
Apenas no ano passado, as reservas internacionais cresceram 110% e chegaram a US$ 180,3 bilhões no final de dezembro.
"A análise dos resultados observados pelo setor externo da economia brasileira nos últimos anos e seus impactos nos indicadores de sustentabilidade externa mostram um inquestionável fortalecimento da posição externa do país", avaliou o BC no documento.
"Em resumo, diante de um cenário internacional por aumento considerável na incerteza, pela volatilidade dos mercados financeiros e desaceleração da atividade econômica, a melhoria desses indicadores tende a mitigar, embora sem anular por completo, o impacto de eventos externos adversos."