O Estado deve reservar postos de trabalho para deficientes?

[Ilovefoxes]

Não, todas as pessoas tem defeitos.

Senão, quero cotas para gente burra em carreiras de contador, investidor e afins.

[Fenrir]

Não, todas as pessoas tem defeitos.

Se todas as pessoas tem defeitos então nenhuma pessoa tem defeitos.
Se todas pessoas fossem burras, então não haveria de fato burrice por não haver meio de comparação com quem não seja burro!

Senão, quero cotas para gente burra em carreiras de contador, investidor e afins.

Pessoas com déficit intelectual são consideradas deficientes ou não? Acho que sim, em casos de Síndrome de Down, por exemplo. Neste caso as cotas tambem seriam reservadas a eles?

Já a "burrice" remete mais a pessoas com pouca ou nenhuma instrução, ou com pouca disposição para o pensar.
Tal status independe de déficit ou superávit intelectual e não creio que possa ser considerada deficiência no sentido que o estado entende o termo.

[Wallace]

Não podemos conspirar contra a santa seleção natural...

[Orbe]

Não se deve igualar meros defeitos à deficiências, visto que os defeitos podem ser corrigidos, já as deficiências não podem ser corrigidas. Um indivíduo com deficiência não consegue competir em patamar de igualdade com um indivíduo não-deficiente.

Depende.

Um administrador paraplégico pode competir em igualdade de condições, por uma vaga de emprego, contra outro administrador não paraplégico. Basta que os dois tenham a devida qualificação.

Há vários outros exemplos assim.

Em casos de empregos públicos a reserva de vagas simplesmente não faz sentido. A vagas são preenchidas por concurso e as provas são adaptadas para portadores de deficiências. Então não importa se é deficiente ou não. Se possuir os conhecimentos requeridos para passar no concurso, vai passar. Cotas não são necessárias.

[Lúcifer]

Desculpe, Orbe, mas tenho que discordar de você.
Sim, eu acredito que os mais qualificados tenham uma chance igual. e seria assim se todas as empresas, privadas ou públicas fizessem a sua seleção de pessoal nesses moldes. Mas não é isso que se vê. Frequentemente nas empresas privadas eles não aceitam o portador de deficiência (vamos colocar físicas) para não terem que gastar com adaptações necessárias, faltas abonadas para se ir ao médico, etc. Eles querem uma pessoa saudável para que possam fazer qualquer tipo de trabalho e não um funcionário que fica lilitado a uma coisa só.
Nesse pónto, pelo menos o governo dá uma chance para essas pessoas que, normalmente nunca conseguiriam um emprego por causa de suas limitações físicas.

[Ilovefoxes]

Não, todas as pessoas tem defeitos.

Se todas as pessoas tem defeitos então nenhuma pessoa tem defeitos.
Se todas pessoas fossem burras, então não haveria de fato burrice por não haver meio de comparação com quem não seja burro!

Senão, quero cotas para gente burra em carreiras de contador, investidor e afins.

Pessoas com déficit intelectual são consideradas deficientes ou não? Acho que sim, em casos de Síndrome de Down, por exemplo. Neste caso as cotas tambem seriam reservadas a eles?

Já a "burrice" remete mais a pessoas com pouca ou nenhuma instrução, ou com pouca disposição para o pensar.
Tal status independe de déficit ou superávit intelectual e não creio que possa ser considerada deficiência no sentido que o estado entende o termo.

Não entendi qual foi o drama. QI existe em diversos níveis. E é em boa parte biológico.

Não se deve igualar meros defeitos à deficiências, visto que os defeitos podem ser corrigidos

Como se corrije falta de criatividade? QI baixo? Como você pode me corrigir para eu pintar como Da Vince? Para eu jogar como Ronaldinho?

Deficiência é um defeito biológico. E não se resume a paraplégicos, qualquer diferença genética entra na categoria de defeito "biológico".

Desculpe, Orbe, mas tenho que discordar de você.
Sim, eu acredito que os mais qualificados tenham uma chance igual. e seria assim se todas as empresas, privadas ou públicas fizessem a sua seleção de pessoal nesses moldes. Mas não é isso que se vê. Frequentemente nas empresas privadas eles não aceitam o portador de deficiência (vamos colocar físicas) para não terem que gastar com adaptações necessárias, faltas abonadas para se ir ao médico, etc. Eles querem uma pessoa saudável para que possam fazer qualquer tipo de trabalho e não um funcionário que fica lilitado a uma coisa só.
Nesse pónto, pelo menos o governo dá uma chance para essas pessoas que, normalmente nunca conseguiriam um emprego por causa de suas limitações físicas.

Quero leilões de artes adaptados a artistas sem criatividade.

[Orbe]

Desculpe, Orbe, mas tenho que discordar de você.
Sim, eu acredito que os mais qualificados tenham uma chance igual. e seria assim se todas as empresas, privadas ou públicas fizessem a sua seleção de pessoal nesses moldes. Mas não é isso que se vê. Frequentemente nas empresas privadas eles não aceitam o portador de deficiência (vamos colocar físicas) para não terem que gastar com adaptações necessárias, faltas abonadas para se ir ao médico, etc. Eles querem uma pessoa saudável para que possam fazer qualquer tipo de trabalho e não um funcionário que fica lilitado a uma coisa só.
Nesse pónto, pelo menos o governo dá uma chance para essas pessoas que, normalmente nunca conseguiriam um emprego por causa de suas limitações físicas.

Aí já é outro assunto. Se o candidato deficiente vai custar mais para a empresa e o objetivo dela é o lucro, ele não vai ficar de fora por preconceito e sim por não ser adequado à empresa.

Infelizmente essa é a realidade. Empresas visam lucro e empregados deficientes podem gerar custos extras, diminuindo os lucros. Para algumas empresas essa perda é aceitável. Para outras não. Não sei se obrigar a contratação seria uma solução eficiente.

[Lúcifer]

Desculpe, Orbe, mas tenho que discordar de você.
Sim, eu acredito que os mais qualificados tenham uma chance igual. e seria assim se todas as empresas, privadas ou públicas fizessem a sua seleção de pessoal nesses moldes. Mas não é isso que se vê. Frequentemente nas empresas privadas eles não aceitam o portador de deficiência (vamos colocar físicas) para não terem que gastar com adaptações necessárias, faltas abonadas para se ir ao médico, etc. Eles querem uma pessoa saudável para que possam fazer qualquer tipo de trabalho e não um funcionário que fica lilitado a uma coisa só.
Nesse pónto, pelo menos o governo dá uma chance para essas pessoas que, normalmente nunca conseguiriam um emprego por causa de suas limitações físicas.

Aí já é outro assunto. Se o candidato deficiente vai custar mais para a empresa e o objetivo dela é o lucro, ele não vai ficar de fora por preconceito e sim por não ser adequado à empresa.

Infelizmente essa é a realidade. Empresas visam lucro e empregados deficientes podem gerar custos extras, diminuindo os lucros. Para algumas empresas essa perda é aceitável. Para outras não. Não sei se obrigar a contratação seria uma solução eficiente.

Também não sei se seria eficiente, mas diminuiria um pouco esse tipo de discrminação.
Seria bom se todas as empresas, públicas ou privadas admitissem pelo valor da pessoa e não se tem alguma deficiência ou não, mas, infelizmente, nesse país para algo dar certo, as vezes tem que se aplicar a força.

[Herf]

O Estado deve reservar postos de trabalho para deficientes?

Acho que não.

(Já prevejo quem diga que isto é conceder um status sagrado à propriedade privada e é o primeiro passo para permitir escravos e aliciamento de menores dentro de propriedades).

[SickBoy]

a resposta a pergunta é: depende.


Já houve preconceito e discriminação muito maiores em relação aos deficientes. Isso sempre estigmatizou e restringiu muito o acesso destes aos postos de trabalho. antigamente ser portador de deficiência equivalia a ser um alienígena, um "coitadinho" totalmente incapaz

Hoje, graças as atuais leis, essas pessoas ocupam postos de trabalho e a própria convivência e lide no dia-a-dia faz as pessoas perceberem que uma deficiência não chega a ser tão limitante e que o portador pode compensá-la dedicando-se a atividades onde ela não é necessária.


tem um órgão público aqui na minha cidade onde o cara que atende ao público tem um braço mais curto que o outro. a mãozinha dele é pequena, e três dedos são "colados", ficando uteis só o polegar e o indicador. E o que eu tenho a dizer? O cara é muito rápido. nunca vi alguém protocolar documentos como ele. Agora quais seriam as chances dele na iniciativa privada, com o modo de pensar das pessoas de digamos, 20 anos atrás?


até o começo do séc passado ainda era normal pessoas com deficiência serem exibidas em "freakshows", e houve uma mudança gradativa no modo como a sociedade em geral vê essas pessoas, e eu não vejo porque não assistiria também ao Estado acelerar essa mudança.

E, claro, isso não significa que essa intervenção deva durar para sempre, o dia que os valores meritocráticos e igualitários estiverem tão disseminados a ponto dessas pessoas não serem mais pré-julgadas pelas suas deficiências seria quando leis como essas não se fariam mais necessárias. E antes que alguém venha dizer, esse último item, dentre outras coisas, poderia ser auferido avaliando os nichos de mercado ocupados pelos deficientes. se uma porcentagem grande de deficientes com superior completo(muito maior por exemplo do que entre "pessoas normais") estão trabalhando em serviços que não condizem com a formação profissional destes(e ganhando menos, é claro), há uma boa probabilidade de que essas pessoas ainda estejam sendo preteridas.

[SickBoy]

Em casos de empregos públicos a reserva de vagas simplesmente não faz sentido. A vagas são preenchidas por concurso e as provas são adaptadas para portadores de deficiências. Então não importa se é deficiente ou não. Se possuir os conhecimentos requeridos para passar no concurso, vai passar. Cotas não são necessárias.[/color]

mas a lógica da reserva não se refere a desigualdade entre os candidatos. O que eu vejo com a reserva é simplesmente o estado DANDO O EXEMPLO à sociedade de que pessoas portadoras de deficiência podem ser tão capazes quanto quaisquer outras.


e a reserva em lei varia de 5 a 20%, na prática fica nos 5% mesmo, ressalvados os cargos com atividades incompatíveis com certos tipo de deficiência. Essa quantia eu até acho razoável (não me parece que o número de pessoas com deficiência na população total excede a isso)

[Samael]

Sim.

[Orbe]

Em casos de empregos públicos a reserva de vagas simplesmente não faz sentido. A vagas são preenchidas por concurso e as provas são adaptadas para portadores de deficiências. Então não importa se é deficiente ou não. Se possuir os conhecimentos requeridos para passar no concurso, vai passar. Cotas não são necessárias.[/color]

mas a lógica da reserva não se refere a desigualdade entre os candidatos. O que eu vejo com a reserva é simplesmente o estado DANDO O EXEMPLO à sociedade de que pessoas portadoras de deficiência podem ser tão capazes quanto quaisquer outras.

Mas os deficientes já provam naturalmente sua capacidade ao passar no concurso por mérito próprio. A reserva de vagas para eles perde o sentido, pois significa justamente o oposto: que eles não tem a mesma capacidade e precisam das cotas para passar no concurso.

[Tulio]

Não. Temos que acabar com essa idéia que o estado tem que ser a grande mãezona pra todo mundo. Nem todos os incapacitados fisicamente - e eu penso que a maioria - não são capazes de disputar e exercer actividades produtivas em igualdade de condições com os demais postulantes, não precisando assim de nenhuma ajudinha .

[Herf]

tem um órgão público aqui na minha cidade onde o cara que atende ao público tem um braço mais curto que o outro. a mãozinha dele é pequena, e três dedos são "colados", ficando uteis só o polegar e o indicador. E o que eu tenho a dizer? O cara é muito rápido. nunca vi alguém protocolar documentos como ele.

Não vejo motivo para uma empresa privada não reconhecer essa capacidade, se for mostrada.

[RicardoVitor]

Jamais.

[Tulio]

tem um órgão público aqui na minha cidade onde o cara que atende ao público tem um braço mais curto que o outro. a mãozinha dele é pequena, e três dedos são "colados", ficando uteis só o polegar e o indicador. E o que eu tenho a dizer? O cara é muito rápido. nunca vi alguém protocolar documentos como ele.

Não vejo motivo para uma empresa privada não reconhecer essa capacidade, se for mostrada.

Tenho justamente um grande amigo com uma mãozinha desse jeito, o que não o impede de ser extremamente rápido na digitação e um excelente programador.

[docdeoz]

Ou o mercado regularia a situação empregando esses indivíduos em determinadas áreas específicas? (Reserva não só no funcionalismo público mas também obrigando as empresas a empregar determinada porcentagem dessas pessoas)

Uma análise de Eric Hobsbawn nos livros em que fala de várias eras- do Capital, dos Impérios, diz que sem o estado de bem-estar social teríamos guerra.

Só haverá oferta destes empregos enquanto houver necessidade social de paz!

É para isso que serve. Ninguém é "bonzinho"!

[SickBoy]

Em casos de empregos públicos a reserva de vagas simplesmente não faz sentido. A vagas são preenchidas por concurso e as provas são adaptadas para portadores de deficiências. Então não importa se é deficiente ou não. Se possuir os conhecimentos requeridos para passar no concurso, vai passar. Cotas não são necessárias.[/color]

mas a lógica da reserva não se refere a desigualdade entre os candidatos. O que eu vejo com a reserva é simplesmente o estado DANDO O EXEMPLO à sociedade de que pessoas portadoras de deficiência podem ser tão capazes quanto quaisquer outras.

Mas os deficientes já provam naturalmente sua capacidade ao passar no concurso por mérito próprio. A reserva de vagas para eles perde o sentido, pois significa justamente o oposto: que eles não tem a mesma capacidade e precisam das cotas para passar no concurso.

tão capazes não de passar no concurso, mas de TRABALHAR. é evidente que aqueles que passam unicamente em razão das cotas ficaram aquém de alguns outros, no concurso.

E a percepção da sociedade claro irá mudar quando as pessoas notarem que ao irem numa repartição pública o atendimento de uma pessoa portadora de deficiência não deixa nada a desejar às pessoas ditas normais


isso claro num contexto onde deficientes sejam discriminados e preteridos no mercado de trabalho.

[SickBoy]

tem um órgão público aqui na minha cidade onde o cara que atende ao público tem um braço mais curto que o outro. a mãozinha dele é pequena, e três dedos são "colados", ficando uteis só o polegar e o indicador. E o que eu tenho a dizer? O cara é muito rápido. nunca vi alguém protocolar documentos como ele.

Não vejo motivo para uma empresa privada não reconhecer essa capacidade, se for mostrada.

se for mostrada. ótimo ponto. afinal já esclarece muito bem onde o deficiente é preterido, pelo menos até o "maldito" PC se enraizar na moral padrão

[Aranha]

Ou o mercado regularia a situação empregando esses indivíduos em determinadas áreas específicas? (Reserva não só no funcionalismo público mas também obrigando as empresas a empregar determinada porcentagem dessas pessoas)

- Sou contra a reserva nos concursos pois aí o estado concede privilégios ao invés de oportunidade.

Abraços,

[Ilovefoxes]

Já estou prevendo um bando de pé-rapados, que já imagino quem serão, que vão vir com babaquice de "se seu pai fosse deficiente" ou "tomara que alguém da sua família seja deficiente".

E não é contigo, Abmael, mas prefiro não citar nomes, vou rir sozinho quando eles aparecerem, se eu tiver acertado.

Também não sei se seria eficiente, mas diminuiria um pouco esse tipo de discrminação.
Seria bom se todas as empresas, públicas ou privadas admitissem pelo valor da pessoa e não se tem alguma deficiência ou não, mas, infelizmente, nesse país para algo dar certo, as vezes tem que se aplicar a força.

Mas isso é um pseudo-socialismo. Assusta ver os termos "valor da pessoa" e "aplicar a força".

Se uma empresa não contrata alguém na cadeira de rodas, porque isso pode gerar prejuízos, então vamos obrigá-la a contratá-la?
Então, não seria justo também, uma empresa que não contrata como contador quem tem dificuldades com calculos, pois isso geraria prejuízo, ser obrigada a fazê-lo?

Ou a gente é socialista e obriga as empresas a contratar quem não gera lucro, ou não faz.

Eu não entendo esse negócio de deficiente físico. É como se deficiente físico fosse defeito genético que pode gerar prejuízos, mas falta de talento não fosse. Parece haver um preconceito de que quando o problema pode ser visto na aparência, é "justo" tratamento especial. E que caso não seja visível o problema, então a coisa é diferente, é só competição de mercado normal.

[Apo]

Já há deficientes demais sob a tutela do Estado. Quem sabe reservam postos para gente eficiente agora?

[SickBoy]

que trocadilho legal Apo.

[Apo]

Obrigada.

Agora aguarde alguns bobinhos de plantão que vão jogar pedrinhas miúdas.