Apo escreveu:Usa a razão e muito. Ninguém gosta porque um belo dia acordou e inventou que não gosta. A gente vai vendo, convivendo e decidindo que tipo de cultura ou comportamento gosta de conviver. Exemplo: os japoneses cheiram e exalam a peixe. Nem quem não goste de ficar perto deles. Eles dizem que cheiramos a carniça. Eles têm o direito de não ficar perto de gente que cheira a carniça, portanto podem dizer que não gostam de quem cheira a carniça e que não gostam de nós. Qual o problema?
O problema é que o racismo não trata disso.
Eu não gosto de pagode, pagode é coisa de preto, não gosto de X por ele ser preto então naturalmente pagodeiro... Isso é preconceito, mesmo que X seja um violinista classico preto e odeio pagode.
Da mesma forma, nem todo japones cheira a peixe, discriminar um japonês ocidental que cheira a lavanda, só porque ele tem olhos puxados... isso é racismo, algo completamente irracional.
Se não gosta é do cheiro de peixe, não existem motivos reais para não se aproximar de alguém cheirando a lavanda com a acusação de que ele cheira a peixe. (algo que não é verdade).
Apo escreveu:E quem disse que precisa fazer chacota? Mas não preciso contratar algum grupo como qual não me afino. Não me afino com religioso que fica falando em Deus e Jesus e colocando santinho em cima da mesa. Não contrato. Misturou as coisas, azar o dele. Isto não é fazer chacota.
Estás a falar de outra coisa.
Eu não sou obrigado a ir a um baile funck se não gosto disso, não existe preconceito nenhum nisso, é apenas uma questão de gosto.
Apo escreveu:Pois é. Mas todo mundo te chama de preconceituoso e faz caras e bocas quando tem algum elemento destas categorias que se acha vitimizado. Problema é dele.
Sim, problema dele e preconceito dele.
As pessoas tem preconceito contra si próprias e espelham isso nos outros.
É como a lésbica que me acusou de ser homofobico, pelo fato deu ser celibatário e bissexual.
É ela quem não se sente bem com o que é, nem sabe lidar com o julgamento alheio, então vê coisa onde ela não existe.
Ou como o negro que acusou sua amiga de ser racista, só por ela não querer ficar com ele.
O preconceito foi dele, não dela.
Apo escreveu:Já expliquei que é racional. Até demais. Impede que nos aproximemos de forma afetiva. Quando a cabeça decidiu racionalmente que não gosta de gays ou japoneses ou fumantes, está decidido.
O problema é que a cabeça só cai nisso, quando o raciocínio está errado, quando cai em erros de raciocínio.
Um erro de raciocínio não é o que se chamaria de "racional", pois a racionalidade pressupõe questionamento adequado.
O raciocínio pode ser atrapalhado por preconceito e passionalidade.
Apo escreveu:Não vou fazer minha cabeça funcionar ao contrário, para fazer a vontade de aceitação do outro, que eu não aceito e pronto. O problema é este: o respeito pela forma de pensar de cada um. Ninguém pode me dizer que devo mudar minha firma de pensar. Que me façam uma lobotomia à força, então.
Todos tem direito a errar, por isso defendo o direito dos KKK de se expressarem e pensarem como pensam, mas evidente é que não estão sendo racionais em suas opiniões.
Apo escreveu:Não é contra. A pessoa é que se sente como sendo contrariada e o problema é dela. Eu exijo respeito com as minhas preferências e respeito as dos outros. Cada um na sua. Ando com quem eu quero, com quem me agrada e tem a ver comigo. Não preciso ser amiga, nem contratar, nem aceitar coisas dos outros que não me dizem respeito. Não quero fumantes na minha casa e não gosto de religiosos perto de mim. E tenho minhas razões. Alguém vai querer me obrigar? Nem por decreto.
Existe uma linha que divide o preconceito e discriminação, das preferências.
Impedir um fumante de fumar em sua casa, é direito seu e dever do fumante em não faze-lo. (alias, não fumar na casa de não fumantes, é puro bom senso).
Não gostar de carolas proselitistas que ficam pregando jesuis, também é questão de gosto.
A coisa muda de figura, se você impedir um fumante de entrar em sua casa, só por ele ser fumante, ou se não quiser amizade com um teista ou religioso de bom senso, que não fica fazendo proselitismo, só por ele ser teísta ou religioso.
Apo escreveu:Afeta a sociedade? Mas se somos todos indivíduos, apenas a lei é geral, de resto cada um na sua.
Isto me lembra aquele papinho idiota de pais que dizem que o filhinho (a) deles vai conviver ou aprender a conviver em todos os meios e com todo tipo de gente blablabla! Isto me dá um nojo, é mentira dele ou ele não está nem aí pro filho. Meu filho convive em lugares e com pessoas nas quais eu confio, que eu julgo serem benéficos e que trarão uma formação saudável a ele. É loucura dizer a um filho que ele pode andar com qualquer um e confiar em todo mundo.
E influência boa faz bem sim. Boto meu filho em escola particular, pois posso e o ambiente das escolas públicas não é bom para ele. Se convidam para uma festa funk na periferia, não vai, não. Se convidam para uma festa nos clubes que eu conheço, pode ir, de acordo com as minhas condições e do pai dela.
Assim é com tudo.
Se tudo fosse simples assim...
Somos indivíduos apenas em parte, mas somos coletivos também, somos todos "um".
Os nudistas podem ter a opinião deles sobre não usar roupas, mas vivem em uma sociedade onde outros pensam diferente e isso afeta sim os demais.
O que os outros fazem ou deixam de fazer, pensam ou deixam de pensar, diz respeito a nós sim.
A menos que se viva sozinho em uma ilha deserta, a vida do outro diz respeito a nós e nossa vida diz respeito aos outros também.