Samael escreveu:O NadaSei seria um ótimo estruturalista.
Ele cria, ao próprio entendimento dele, uma estrutura gigantesca que explica tudo sem particularidade alguma:
"Ah, a religião é necessariamente conhecimento."
Não adianta dizer que o próprio termo "religião" já é, por si, uma estrutura, ou seja, é apenas um termo para abarcar genericamente todas as formas de explicação acerca do sobrenatural e da metafísica em todas as culturas. Não adianta dizer, da mesma forma, que não há nada que prove que milhões de religiões diacrônicas, separadas por infinidades de kilômetros, mundo a fora, teriam o mesmo "objetivo" ou a mesma peculiaridade (de ensinar por meio de simbolismos).
Samael, a transmissão de idéias via "contos" está presente em todas as culturas, dos contos budistas, até as lendas indígenas.
É muito mais fácil "gravar" uma estória simples que transmita uma estória através de símbolos, que decorar toda uma explicação complicada sobre algo.
O estilo de "conto" da estória do pecado original é auto-evidente.
É bom também lembrar que a torá é apenas parte da religião judaica, eles mantinham via tradição oral, outras leis e interpretações da torá que só mais tarde foram escritas.
Samael escreveu:Daí, as metáforas são entendidas ao bel-prazer de quem lê e todas as religiões ganham um entendimento comum, que as aproxima.
Agora, sobre a religião... está enganado.
Elas tem um entendimento comum que as aproxima e só não vê isso quem não quer.
1 - Discussões filosóficas, éticas e filosófico-metafísicas.
2 - Praticas comuns que visão a união entre Deus e o homem, através de treino da mente.
Esse ponto pode ser entendido de varias formas: Libertação, iluminação, união com Deus, alcançar o reino dos céus.
Elas possuem diferenças?
Sim, tem técnicas diferentes, como os vários tipos de meditação (do terço católico aos mantras budistas, passando pela leitura/escrita dos salmos judaicos)
Dão ênfase diferente a determinadas praticas, como o jejum, por exemplo.
Discutem temas diferentes e quando abordam o mesmo assunto, usam uma linguagem diferentes e fazem muitos questionamentos distintos, além de escolherem símbolos diversos.
Outra diferença, a maior delas, está na questão que mais incomoda as pessoas. (principalmente os ateus).
Não existia separação entre religião e política, as culturas de um modo geral, se organizaram em estado teocráticos, misturando as leis políticas, as leis da sociedade, aos ensinamentos religiosos.
Essas leis são as que mais variam.
De resto, é fácil ver como as religiões tem pontos comuns, tratando da mente através de técnicas de meditação, jejuns, clausura, uso padronizado de certas vestes, celibato, ensinamentos sobre não mentir, eliminar os vícios, entre outros.
Mesmo as diversas técnicas de meditação acabam caindo em terreno comum, como as físicas através da Yoga, do tai chi chuan e outras técnicas ativas, ao as passivas, através de mantras pronunciados ou mentalizados, por vezes com o auxilio de colares de contas que estão presentes no cristianismo, islamismo, hinduísmo e em outras religiões.
Tudo isso banhado a questionamentos de temas comuns, com textos que se encontram e autores que concordam em si, mesmo sendo de diferentes religiões.
O mesmo panenteísmo presente nas diversas religiões, seja em sua linha padrão, ou nas tradições místicas... tradições místicas essas que também surgem nas diversas religiões e vão de encontro a idéia de que existem dois caminhos, um rápido e difícil, outro lento e mais fácil.
O objetivo comum e as semelhanças são bastante evidentes pra quem estuda o assunto e pratica o que é ensinado. Entendo que quem está de fora não perceba isso, ainda mais com os Edirs Macedos da vida... agora, querer inverter a estória e dizer que quem percebe o evidente é que está enganado... isso não dá.