Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

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user f.k.a. Cabeção
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

zumbi filosófico escreveu:O problema é que com exatamente as mesmas premissas, poderiam suportar a conclusão diametralmente oposta de aborto irrestrito em qualquer momento da gestação.




E mesmo? Como?

Lembrando a voce, as premissas foram:

1. Pedras, livros, galinhas e ovulos (nao fecundados) nao sao humanos.

2. Bebes, criancas e japoneses sao humanos.

3. Todo ser humano porta dignidade e nenhuma lei deve ser estabelecida violando esta dignidade.


As tres afirmativas acima nao estao em julgamento. Elas sao os parametros eticos da nossa discussao, e sao dados irredutiveis conhecidos a priori.

A indisponibilidade de meios tecnicos e eticos capazes de definir a "transicao de fase" entre nao humano e humano, no caso de um embriao em formacao, e o meu argumento para impedir o seu exterminio.




zumbi filosófico escreveu:Isso não ocorre porque implicitamente na argumentação há a idéia de que, apesar do óvulo ser algo irrelevante, imediatamente após a fecundação, o óvulo se torna algo muito mais importante. Você não explicita isso, em vez disso joga todo o desenvolvimento embrionário por trás de uma nuvem de mistério insondável, onde praticamente assume que mesmo milhonésimos de segundo após a fecundação, talvez já haja lá um bebê.



Nao disse nada disso. Tudo o que eu disse esta explicito no paragrafo acima.

Mas levemos o seu argumento mais adiante.

Sem entrar no merito da dignidade de um cadaver humano, um ser humano pode possuir dignidade e no instante seguinte a sua morte nao.

Analogamente, um ovulo poderia portar zero dignidade, e no instante seguinte apos a fecundacao sim, que por sinal e a unica transicao de fase bem definida no problema.

De qualquer forma nao e isso que eu estou sustentando. Disse que a indisponibilidade de meios eticos e tecnicos para determinar essa transicao de fase ja e por si so suficiente para cancelar as aspiracoes ao "direito de matar".

O principio por tras disso e que da ignorancia nao se pode tirar justificacao de uma acao contra a vida humana.


zumbi filosófico escreveu:No mundo real, sabemos que não é nada disso, e então de duas, uma:

Se mantém a posição pró-vida quanto ao zigoto e todos estados posteriores, e passa a ser bastante razoável questionar a assunção de que o óvulo não fecudado é tão insignificante assim se comparado ao seu estágio imediatamente posterior, onde simplesmente foi acrescida uma fração milhonesimal de algo que também normalmente se teria como "verdade auto evidente" ser algo insignificante;


Pelo visto voce nao sabe nada de mundo real. Como eu disse acima, em fracoes de milhonesimos de segundo, uma pessoa pode deixar de estar viva, e por isso o seu argumento nao pode sustentar absolutamente nada com relacao aos milionesimos em que ela se torna viva.

Problemas de demarcacao existem em varias ocasioes, e por vezes decisoes arbitrarias podem ser tomadas desde que as consequencias sejam consideradas.

Assim uma propriedade pode ser divida em duas sempre que houver dois donos reivindicando honestamente sua posse.

Mas o mesmo nao pode ser aplicado a vida humana e ao direito de matar. Nao se pode dizer "com 4 meses e meio o aborto deixa de ser uma opcao". Isso e uma decisao arbitraria sobre algo que deve ser absoluto, que a dignidade humana. Essa afirmacao equivale a "com 8 (12 ou 24 ou 300) meses, o 'aborto' deixa de ser uma opcao".

A unica decisao absoluta e consistente com a dignidade humana e o aborto jamais ser uma opcao.
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Samael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Eu ja disse, a minha premissa e simples: um bebe porta dignidade, um ovulo nao. Se ela e moralista, autoritaria, e apenas uma questao de gosto pessoal. Voce deve estabelecer quais sao as suas e dizer porque seriam menos absurdas.


Já disse mais de mil vezes no debate com o Acauan. Embriões não portam dignidade, idem a óvulos. Bebês sim.


Nao importa quantas vezes voce diz, e sim que voce estabeleca quais sao os principios que levam voce a concluir isso.
Samael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Dentro dessas premissas, o problema de se extirpar um embriao e nao fecundar um ovulo sao completamente diferentes. Primeiro porque os dois objetos pertencem a categorias bastante diferentes, e iguala-los logo de cara seria equivalente a igualar a "nao fecundacao" a um assassinato de um bebe.


Que categorias são essas?



Diferencas fisiologicas evidentes a parte, um e uma celula que, a menos de acao contraria, tem por potencial ser eliminada apos um determinado ciclo ,o outro e um organismo que, a menos de acao contraria, tem por potencial nascer, viver e agir e buscar sua felicidade.

Nao se pode negligenciar o potencial das coisas. O maior crime no ato de se assassinar uma pessoa e lhe subtrair o direito de atingir o seu potencial.

Uma pessoa nao e um passado e um presente, mas um futuro a ser determinado por SUAS escolhas. Exterminar um feto e assassinar todo o seu futuro, suprimir todas as suas escolhas, e nao um simples punhado de celulas, como materialistas gostam de pensar.

Punhado por punhado, todos nos somos. O que nos diferencia verdadeiramente e a capacidade e potencial que temos de agir.

Samael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Segundo, porque para o ovulo ser fecundado e necessaria a acao humana nesse sentido, mas para ele nao ser fecundado nao. Ja para extirpar o embriao, e necessaria a acao humana nesse sentido, mas para mante-lo em desenvolvimento nao.


Experimente não alimentar a mãe durante o período da gestação.


Argumento infantil. Experimente nao alimentar um bebe.
Samael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:No mais, eu digo calculo pragmatico pois voce atribui pesos e faz comparacoes entre situacoes que a priori nao permitem esse tipo de procedimento. Voce diz que "e melhor" permitir o aborto. Melhor para quem? Com certeza nao para a pessoa abortada.


Não existe "pessoa abortada" até o momento onde considero correto o aborto.


O que voce considera correto nem sempre e o Correto.
Samael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Quando eu disse do seu preconceito ignorante, eu me referia ao fato de voce ignorar completamente a capacidade de abstracao e consciencia da menina, e mesmo assim prosseguir afirmando que ela nao as possui, baseado em simples preconceitos. Nao estava ofendendo voce, portanto.


O humanóide não possui tronco cerebral, LOGO, não ignoramos completamente a capacidade de abstração e de consciência do mesmo.


Mesmo um especialista em neurologia tomaria cuidado ao fazer esse tipo de afirmativa, mas voce parece bem seguro de si.

Outros positivistas ja tiveram certeza de um monte de coisas. Nao acho que eu tenha que relatar a lista de barbaridades cometidas calcadas em certezas desse tipo.

Caso classico onde vale a maxima de que quanto maior e a ignorancia, maior e a certeza.

Samael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:O que eu estou assegurando e que a priori a menina e um ser humano vivo, e ainda que sofra de severas limitacoes, nao pode ser chamada de vegetal. Sua resposta a estimulos sensoriais prova isso, ficando por sua conta chamar isso de "reflexos primitivos".


Eu apenas repeti o que gente que teoricamente entende do assunto disse quanto à inexistência de tronco cerebral. O organismo responde apenas a estímulos sensoriais imediatos.


Quem "teoricamente entende" pode estar errado, e ninguem pode teoricamente entender o suficiente para matar uma menina que sorri.
Samael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Chama-la de "humanoide" e basear-se num preconceito ignorante para assegurar o "direito" de exterminar tudo que se queira.


Idem aos óvulos.


A menina nao e um ovulo, e nenhuma discussao seria no mundo pode ser realizada em torno da humanidade de ovulos.

Cuidado com a obsessao por desumanizar. Nos dois sabemos ate onde ela pode chegar.
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chagas
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por chagas »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Lembrando a voce, as premissas foram:

1. Pedras, livros, galinhas e ovulos (nao fecundados) nao sao humanos.

2. Bebes, criancas e japoneses sao humanos.

3. Todo ser humano porta dignidade e nenhuma lei deve ser estabelecida violando esta dignidade.


As tres afirmativas acima nao estao em julgamento. Elas sao os parametros eticos da nossa discussao, e sao dados irredutiveis conhecidos a priori.

A indisponibilidade de meios tecnicos e eticos capazes de definir a "transicao de fase" entre nao humano e humano, no caso de um embriao em formacao, e o meu argumento para impedir o seu exterminio.



Perfeito,
Confesso que nada mais tenho o que falar a respeito de tal tema, se o que o nobre colega colocou não for suficiente, acho que nada mais vai mudar a opinião dos seus opositores.
Boa sorte.

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user f.k.a. Cabeção
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Abmael escreveu:
Apáte escreveu:E eu ERA a favor do aborto neste caso até pouquíssimo tempo atrás.


- Não vejo em que isto altera algo, não é porque pela primeira vez na história uma anencéfala vive mais que alguns meses que a anencefalia deixou de ser mortal.

Abraços,



Logico!

nao e porque pela primeira vez a esposa deu pro vizinho que se vira corno

ou entao:

nao e porque pela primeira vez alguem deu a bunda que se vira viado
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por zumbi filosófico »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:
Apáte escreveu:E eu ERA a favor do aborto neste caso até pouquíssimo tempo atrás.


- Não vejo em que isto altera algo, não é porque pela primeira vez na história uma anencéfala vive mais que alguns meses que a anencefalia deixou de ser mortal.

Abraços,



Logico!

nao e porque pela primeira vez a esposa deu pro vizinho que se vira corno

ou entao:

nao e porque pela primeira vez alguem deu a bunda que se vira viado



É curioso como a possibilidade de partenogênese humana - talvez resultando até em pessoas sem qualquer tipo de deformidade ou problema de nascença - não desperta esse mesmo tipo de "ceticismo" sobre a moralidade da menstruação.
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por zumbi filosófico »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
zumbi filosófico escreveu:O problema é que com exatamente as mesmas premissas, poderiam suportar a conclusão diametralmente oposta de aborto irrestrito em qualquer momento da gestação.




E mesmo? Como?

Lembrando a voce, as premissas foram:

1. Pedras, livros, galinhas e ovulos (nao fecundados) nao sao humanos.

2. Bebes, criancas e japoneses sao humanos.

3. Todo ser humano porta dignidade e nenhuma lei deve ser estabelecida violando esta dignidade.


As tres afirmativas acima nao estao em julgamento. Elas sao os parametros eticos da nossa discussao, e sao dados irredutiveis conhecidos a priori.

A indisponibilidade de meios tecnicos e eticos capazes de definir a "transicao de fase" entre nao humano e humano, no caso de um embriao em formacao, e o meu argumento para impedir o seu exterminio.




Igualmente poderia se argumentar que só se tem certeza de que é um humano mesmo no momento do nascimento, se o processo de desenvolvimento é tido como totalmente obscuro e misterioso.

Isso em nada entra em conflito com as premissas.

A conclusão só se dá porque você já suspeita/acredita que a partir do momento da fecundação já possa estar ou está lá algo que deva ser moralmente considerado como um bebê/pessoa.

Com o mesmo grau de ceticismo/obscurantismo, alguém poderia sugerir que só se sabe que tem havia lá um bebê mesmo no momento do parto. "Não se tem meios técnicos e éticos de se decidir nada; como o que entrou lá era uma porcaria de uma ejaculação, e tudo que tinha lá talvez fosse uma porcaria de um óvulo, não há motivos para se crer que tenha algo diferente disso, até que depois de 9 meses saia de lá um bebê - esse sim, está defendido nas premisssas, não o que quer que se passe desde o óvulo/espermatozóide até o bebê, que é completamente misterioso e insondável, mas não é um bebê".






zumbi filosófico escreveu:Isso não ocorre porque implicitamente na argumentação há a idéia de que, apesar do óvulo ser algo irrelevante, imediatamente após a fecundação, o óvulo se torna algo muito mais importante. Você não explicita isso, em vez disso joga todo o desenvolvimento embrionário por trás de uma nuvem de mistério insondável, onde praticamente assume que mesmo milhonésimos de segundo após a fecundação, talvez já haja lá um bebê.



Nao disse nada disso. Tudo o que eu disse esta explicito no paragrafo acima.

Mas levemos o seu argumento mais adiante.

Sem entrar no merito da dignidade de um cadaver humano, um ser humano pode possuir dignidade e no instante seguinte a sua morte nao.


Analogamente, um ovulo poderia portar zero dignidade, e no instante seguinte apos a fecundacao sim


Sem entrar no mérito de como uma célula pode ser digna como um ser humano, a dignidade humana poderia ser intrínseca à vida humana, inclusive antes da fecundação.





que por sinal e a unica transicao de fase bem definida no problema.


A ovulação também é bem definida, e é argumentável que diversos outros estágios também sejam, desde antes da ovulação, até depois da fecundação.

O parto é inclusive bem mais claro que a fecundação, e assim alguém que defendesse semelhante obscurantismo poderia defender o direito à vida apenas no parto. Qualquer coisa removida do útero antes, não era um bebê; era alguma formação similar a um câncer organizado com genes mutantes, talvez em alguns casos mais adiantados, fosse um teratoma fetiforme/homúnculo.






De qualquer forma nao e isso que eu estou sustentando. Disse que a indisponibilidade de meios eticos e tecnicos para determinar essa transicao de fase ja e por si so suficiente para cancelar as aspiracoes ao "direito de matar".


O que claro, é um argumento suspenso arbitrariamente para ao óvulo, sem a necessidade de qualquer argumentação do porque o espermatozóide confere essa dignidade toda a óvulo.

O mesmo também poderia ser feito, em qualquer outro estágio mais adiantado , desde que alguém arbitrariamente desse como verdade auto-evidente que é depois dele e não antes que se tem o "risco" de se ter vida humana.

É certo que, em diversos estágios, há marcadores biológicos tão claros quanto o ADN diplóide após o crossover. Diversas proteínas vão sendo codificadas só em determinados estágios, a química das células vai tendo diferenças.

Aí, poderíamos dizer que apenas quando a ectoderme produz a primeira molécula de qualquer compenente químico que escolhemos arbitrariamente, é que não temos mais meios técnicos e éticos para arbitrar sobre o direito de matar.

Quais são os aspectos químicos da diploidia, ou de qualquer coisa que haja de claramente diferente entre o ovócito II e o zigoto, que são tão mais importante que qualquer diferença que haja no embrião ou feto, digamos, antes de produzir as impressões digitais, ou talvez a queratina? E por que?

Se tivermos um meio de saber com certeza que até um momento X não ocorreu a produção de queratina, então você consideraria um ponto de referência tão válido quanto é a fecundação? Se não, por que? Qual é a importância crucial que tem a fecundação, e não a produção da queratina?

Também poderia perguntar, e quanto ao óvulo e a ovlução, Também há marcadores, moléculas diversas e locais diversos onde a célula está. Da mesma forma que o zigoto é humano se estiver no útero mas não numa lâmina, o óvulo poderia ser considerado humano se ovulado, mas não se ainda está muito próximo ao ovário - de forma similar a que as gestações ectópicas geralmente são abortadas sem qualquer consideração pelo feto ou embrião.


Claro, você pode também continuar se esquivando de dizer o que é que há na química da fecundação que dá a dignidade humana, dizer que o óvulo vivo e humano obviamente não a tem e ponto final, que isso é verdade auto-evidente ou o que quer que seja... :emoticon30:






O principio por tras disso e que da ignorancia nao se pode tirar justificacao de uma acao contra a vida humana.


Menos para o óvulo antes da milagrosa fecundação.




zumbi filosófico escreveu:No mundo real, sabemos que não é nada disso, e então de duas, uma:

Se mantém a posição pró-vida quanto ao zigoto e todos estados posteriores, e passa a ser bastante razoável questionar a assunção de que o óvulo não fecudado é tão insignificante assim se comparado ao seu estágio imediatamente posterior, onde simplesmente foi acrescida uma fração milhonesimal de algo que também normalmente se teria como "verdade auto evidente" ser algo insignificante;


Pelo visto voce nao sabe nada de mundo real. Como eu disse acima, em fracoes de milhonesimos de segundo, uma pessoa pode deixar de estar viva, e por isso o seu argumento nao pode sustentar absolutamente nada com relacao aos milionesimos em que ela se torna viva.

Problemas de demarcacao existem em varias ocasioes, e por vezes decisoes arbitrarias podem ser tomadas desde que as consequencias sejam consideradas.

Assim uma propriedade pode ser divida em duas sempre que houver dois donos reivindicando honestamente sua posse.

Mas o mesmo nao pode ser aplicado a vida humana e ao direito de matar. Nao se pode dizer "com 4 meses e meio o aborto deixa de ser uma opcao". Isso e uma decisao arbitraria sobre algo que deve ser absoluto, que a dignidade humana. Essa afirmacao equivale a "com 8 (12 ou 24 ou 300) meses, o 'aborto' deixa de ser uma opcao".


Mas o mesmo nao pode ser aplicado a vida humana e ao direito de matar. Nao se pode dizer "apos a ovulação isso deixa de ser uma opcao". Isso e uma decisao arbitraria sobre algo que deve ser absoluto, que a dignidade humana. Essa afirmacao equivale a "com 8 (12 ou 24 ou 300) meses, o 'aborto' deixa de ser uma opcao".



A unica decisao absoluta e consistente com a dignidade humana e o aborto jamais ser uma opcao.


Mas claro que se estamos falando de um óvulo fecundado, estamos falando de algo completamente diferente de um óvulo não fecundado.

Ou de zigotos e mórulas, idênticos aos criados por coito, mas criados sem ser por coito.

Ou partenotos, não produzidos por coito, mas idênticos ao zigoto, exceto por um nível de homozigose maior que o comum e problemas de metilação - claro que se um zigoto provenienete de fecundação tiver esses problemas, é outra coisa completamente diferente.

Ou embriões ou fetos normalíssimos, mas produzidos por estupro.
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Apáte »

Orbe escreveu:
Apáte escreveu:
Wallace escreveu:
Orbe escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:ao principio de que a vida humana deve ser preservada.


Sentimentalismo puro...

Não há porque preservar qualquer vida humana apenas por ser uma vida humana.

Eu também notei. Este deve ser o tipo de cara que mata indigentes com requintes de crueldade, já que ninguém vai sentir falta mesmo.


Não mato. Mas se alguem quiser matar, não vou impedir e nem me importar. A vida deles não tem valor algum para mim. Não os conheço.

A verdade é que as pessoas não estão nem aí para os outros. Ninguem se importa de verdade. Mesmo assim adoram falar do "valor da vida"... Muito bonito. Pena que isso quase nunca se reflete nas atitudes.

Esqueci que a única diferença entre um feto indesejável e o mendigo, é que o segundo não é indesejável na sua vida. Bem provável, segundo você mesmo, que caso estivesse deitado na rua impedindo seu caminho, seria incapaz de desviar alguns centímetros, passando literalmente por cima do pobre diabo.
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Apáte »

Samael escreveu:É só uma piada. Do mesmo nível daquelas que consideram embriões como seres humanos.

aFF, bem sem graça, por sinal.

Considerar um embrião uma VIDA, diferente do que quer, NÃO É UMA PIADA, é um fato científico.

Samael escreveu:O problema que me levou a fazer essa "analogia nova" é o fato de, pra mim (e não só pra mim), ser bastante óbvia a delimitação prática do que possa e do que não possa ser considerado humano. E o que o "novo argumento" anti-aescolha* faz é simplesmente elevar a dúvida a um nível absurdo: "se não temos certeza, não façamos". Sendo que, a esse ponto de negação, não podemos ter certeza de nada.

Confirmando minha analogia: por via das dúvidas devemos preservar a vida.

E por via das dúvidas que nada, o embrião É UMA VIDA e ninguém tem como negar.

*termo maniqueísta esquerdista, uma vez que a escolha não está nas mãos do principal interessado no caso - embrião.
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Apáte »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:
Apáte escreveu:E eu ERA a favor do aborto neste caso até pouquíssimo tempo atrás.


- Não vejo em que isto altera algo, não é porque pela primeira vez na história uma anencéfala vive mais que alguns meses que a anencefalia deixou de ser mortal.

Abraços,



Logico!

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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Fedidovisk »

Eu concordo com o pensamento do Orbe, é totalmente racional, funcional, apócrita(se é que existe essa palavra).

Não é preciso um estado para assegurar que isso não será colocado em prática, afinal, não é o estado a representação da vontade do povo.

A forma de pensar está correta, mas acredito que ninguém tenha interesse em gastar energia em matar pessoas, quando é muito mais fácil e rentável uma convivência harmoniosa.

Mas isso tudp já é meio óbvio, e está mais que falado.

É só um momento "autista"...

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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Apáte »

Fume um cigarro.
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Fedidovisk »

Vou fumar algo mais forte, um cachimbo com um legítimo fumo Virgínia.

Pena que dá um trabalho desgraçado! Um cigarro agora caía bem mesmo...

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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Orbe »

Apáte escreveu:Esqueci que a única diferença entre um feto indesejável e o mendigo, é que o segundo não é indesejável na sua vida. Bem provável, segundo você mesmo, que caso estivesse deitado na rua impedindo seu caminho, seria incapaz de desviar alguns centímetros, passando literalmente por cima do pobre diabo.


Eu preferiria desviar para não sujar os sapatos.

Quanto a diferença entre o bebê e o mendigo, bom, para mim, não há diferença. Não importa o que acontece a qualquer um dos dois. Se a mãe quer abortar, problema dela. Eu não tenho que me meter a querer salvar uma vida humana* pela qual eu mesmo não me responsabilizarei e com a qual não tenho nenhum laço.

*Isso se um feto for considerado um ser humano. O que eu discordo completamente.


SickBoy escreveu:Orbe,

se você não liga não faz sentido lamentar, sequer dar sermão.

ou não?


Não foi lamentação. Muito menos sermão.

Na verdade não seria o contrário? Quem fala de um suposto valor da vida humana é que dá sermão.

Apenas constatei o óbvio, que aparentemente ninguem notou, no velho argumento do valor da vida. Todos adoram discursar sobre ele, mas poucos (quase ninguem, na verdade) agem de acordo com seus próprios discursos.

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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por chagas »

Orbe escreveu:Quanto a diferença entre o bebê e o mendigo, bom, para mim, não há diferença. Não importa o que acontece a qualquer um dos dois...



E assim caminha "parte" da humanidade. Não querendo sujar nunca seus sapatos.

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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por SickBoy »

Orbe escreveu:
SickBoy escreveu:Orbe,

se você não liga não faz sentido lamentar, sequer dar sermão.

ou não?


Não foi lamentação. Muito menos sermão.

Na verdade não seria o contrário? Quem fala de um suposto valor da vida humana é que dá sermão.

Apenas constatei o óbvio, que aparentemente ninguem notou, no velho argumento do valor da vida. Todos adoram discursar sobre ele, mas poucos (quase ninguem, na verdade) agem de acordo com seus próprios discursos.



você falou que é uma pena que as pessoas não dêem valor a vida do próximo.


só se o conceito de lamento mudou e não me avisaram

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Samael
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Samael »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Nao importa quantas vezes voce diz, e sim que voce estabeleca quais sao os principios que levam voce a concluir isso.


Coisa que não deveria interessar muito a você, dada sua premissa dogmática. Mas eu também já disse: embriões são estupidamente parecidos com óvulos (a princípio), não portam consciência de si nem do mundo, entre outros muitos "princípios" que serão melhor utilizados te respondendo daqui pra baixo.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Diferencas fisiologicas evidentes a parte, um e uma celula que, a menos de acao contraria, tem por potencial ser eliminada apos um determinado ciclo ,o outro e um organismo que, a menos de acao contraria, tem por potencial nascer, viver e agir e buscar sua felicidade.


No seu mundo, talvez. O potencial de um óvulo é ser fecundado. Qualquer mulher que ovula está em condições de ser mãe, e é o que naturalmente ocorreria na natureza. Se não o são, é justo por sua capacidade de fazer escolhas. O potencial é o mesmo, a diferença é que, a priori, esse potencial se divide em dois organismos. Não sei qual é a grande diferença prática entre se eliminar ambos antes ou depois da fecundação.

Além do mais, o critério de "dignidade humana por potencial" é exclusivamente seu. Eu acho isso totalmente insano.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Argumento infantil. Experimente nao alimentar um bebe.


É óbvio que o argumento é infantil, foi uma alegoria ao seu. O ser não tem capacidade de "se desenvolver sozinho". Primeiro, porque as condições uterinas vão definir mais da vida dele do que as próprias condições genéticas, em segundo lugar, porque ele depende de um local específico para sobreviver.

user f.k.a. Cabeção escreveu:O que voce considera correto nem sempre e o Correto.


Que coisa mais bonita, Vitor. :emoticon1:

user f.k.a. Cabeção escreveu:Mesmo um especialista em neurologia tomaria cuidado ao fazer esse tipo de afirmativa, mas voce parece bem seguro de si.

Outros positivistas ja tiveram certeza de um monte de coisas. Nao acho que eu tenha que relatar a lista de barbaridades cometidas calcadas em certezas desse tipo.

Caso classico onde vale a maxima de que quanto maior e a ignorancia, maior e a certeza.


Ok, o bebê sem cérebro é apenas um ser humano deficiente. A que ponto chegamos...

No fundo, isso é apenas uma sanha autoritária para obrigar pais a não abortarem qualquer coisa fruto do "culto ao coito". :emoticon12:



user f.k.a. Cabeção escreveu:Quem "teoricamente entende" pode estar errado, e ninguem pode teoricamente entender o suficiente para matar uma menina que sorri.


:emoticon22:

Ele voltou inspirado.

Onde o texto indica que a menina sorriu?

user f.k.a. Cabeção escreveu:A menina nao e um ovulo, e nenhuma discussao seria no mundo pode ser realizada em torno da humanidade de ovulos.

Cuidado com a obsessao por desumanizar. Nos dois sabemos ate onde ela pode chegar.


Idem à humanidade de embriões. E, bom, eu não sei até onde pode chegar a obsessão por desumanizar...eu arriscaria uma psicopatia bem grave ou nilismo bem irreversível. Mas agora, debatendo com você, eu descobri até onde pode chegar a obsessão por humanizar...e, acredite, ela torna pessoas bastante autoritárias.

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Aranha
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Aranha »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:
Apáte escreveu:E eu ERA a favor do aborto neste caso até pouquíssimo tempo atrás.


- Não vejo em que isto altera algo, não é porque pela primeira vez na história uma anencéfala vive mais que alguns meses que a anencefalia deixou de ser mortal.

Abraços,



Logico!

nao e porque pela primeira vez a esposa deu pro vizinho que se vira corno

ou entao:

nao e porque pela primeira vez alguem deu a bunda que se vira viado


- Muito engraçado... :emoticon22: :emoticon22: :emoticon22:

- Mas..., Se quer fazer analogia, as analogias corretas para o que eu escrevi seria (aproveitando suas sugestões):

1) Não é porque a esposa deixou de dar para um dos vizinhos que se deixou de ser corno.

2) Não é porque não deu a bunda ontem que se deixou de ser viado.

Abraços,
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spink
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por spink »

minha mulher (pisicóloga) presta seviço voluntário a apae do meu município.
já estive por lá várias vezes...
façam umas visitinhas e depois postem a impressão que tiveram.
Editado pela última vez por spink em 28 Mar 2008, 13:01, em um total de 1 vez.
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Tranca
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Tranca »

Anencéfala já tem 16 meses e passa bem


Grande bosta.

O Emmmcri tem uns 40 anos, passa muito bem, obrigado e até aprendeu a usar o computador.
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"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por spink »

Tranca escreveu:
Anencéfala já tem 16 meses e passa bem


Grande bosta.

O Emmmcri tem uns 40 anos, passa muito bem, obrigado e até aprendeu a usar o computador.


:emoticon12: :emoticon47: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

cê é muito engraçadinho; mas queria ler sua opinião séria - se é que isso é possível - sobre o tema.
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Tranca »

Bem spink, apesar de minha tendência à liberdade de escolha em relação ao aborto se feito logo no início da gestação, especialmente em casos onde se possa verificar previamente algum tipo de deformidade que comprometerá seriamente a qualidade de vida do nascituro (e o critério de escolha deveria ficar com os pais, que irão criar o filho e administrarão todos os ônus decorrentes de sua escolha), acho que as opiniões contrárias relativas à defesa da vida devem ser respeitadas e analisadas ao longo do avanço da ciência, até porque a questão referente a quando realmente começa a vida humana (e toda a discussão científica, filosófica e jurídica acerca deste tema) parece que nunca chegará a um consenso, de modo que certos conceitos que possuímos no presente podem ser modificados futuramente (pois tais conceitos são variáveis de acordo com diferentes óticas pessoais assumidas conforme o interesse de cada um em se aprofundar na questão e assumir um posicionamento de acordo com sua apreensão dos fatos levantados dia-a-dia).

Agora, já que os pais resolveram ter a criança e criá-la, é justo que a tratem da melhor forma possível e dispensem à esta criança toda a atenção e afeto que qualquer casal deve dispensar a um filho. E isso independe da fé dos pais, depende do seu senso de humanidade, pois a discussão relativa ao "quão humana é esta criança" deve ter encerrado para estes quando resolveram criá-la como se cria qualquer filho. Resumindo: gerou, resolveu ter e criar, então arque com todos os ônus e procure fazer o melhor possível, pois não se sabe o quanto aquele ser pode vir a sofrer caso não honrem com sua proposta inicial (a de criar o filho anencéfalo - o que me deixa em dúvidas é se para crianças assim, a vida possa ser de um sofrimento muito grande e o ato misericordioso seja encerrá-la, não fazê-la perdurar).

Então você deve ter percebido que minha praticidade (no sentido de divisar, antes que a gestação esteja em ponto avançado, qual o sentido de criar um filho que pode nunca ter uma interação legítima com o mundo ao seu redor e somente "viva" para padecer e fazer padecer) esbarra em vários tipos de sentimento, o que acho que ocorre com qualquer pessoa que questione sobre este tema.
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por spink »

Tranca escreveu:Bem spink, apesar de minha tendência à liberdade de escolha em relação ao aborto se feito logo no início da gestação, especialmente em casos onde se possa verificar previamente algum tipo de deformidade que comprometerá seriamente a qualidade de vida do nascituro (e o critério de escolha deveria ficar com os pais, que irão criar o filho e administrarão todos os ônus decorrentes de sua escolha), acho que as opiniões contrárias relativas à defesa da vida devem ser respeitadas e analisadas ao longo do avanço da ciência, até porque a questão referente a quando realmente começa a vida humana (e toda a discussão científica, filosófica e jurídica acerca deste tema) parece que nunca chegará a um consenso, de modo que certos conceitos que possuímos no presente podem ser modificados futuramente (pois tais conceitos são variáveis de acordo com diferentes óticas pessoais assumidas conforme o interesse de cada um em se aprofundar na questão e assumir um posicionamento de acordo com sua apreensão dos fatos levantados dia-a-dia).

Agora, já que os pais resolveram ter a criança e criá-la, é justo que a tratem da melhor forma possível e dispensem à esta criança toda a atenção e afeto que qualquer casal deve dispensar a um filho. E isso independe da fé dos pais, depende do seu senso de humanidade, pois a discussão relativa ao "quão humana é esta criança" deve ter encerrado para estes quando resolveram criá-la como se cria qualquer filho. Resumindo: gerou, resolveu ter e criar, então arque com todos os ônus e procure fazer o melhor possível, pois não se sabe o quanto aquele ser pode vir a sofrer caso não honrem com sua proposta inicial (a de criar o filho anencéfalo - o que me deixa em dúvidas é se para crianças assim, a vida possa ser de um sofrimento muito grande e o ato misericordioso seja encerrá-la, não fazê-la perdurar).

Então você deve ter percebido que minha praticidade (no sentido de divisar, antes que a gestação esteja em ponto avançado, qual o sentido de criar um filho que pode nunca ter uma interação legítima com o mundo ao seu redor e somente "viva" para padecer e fazer padecer) esbarra em vários tipos de sentimento, o que acho que ocorre com qualquer pessoa que questione sobre este tema.


perferita resposta para um advogado - sem demérito - então voltemos ao tema; a questão é a escolha...
algo que não subtrai-se de ninguém (numa democracia).
vc não pensa que essa "escolha" não deveria ser criminalizada?
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Zumbi filosofico,

essa discussao esta sendo repetitiva, vou apenas ser curto em cada um dos seus argumentos. E provavelmente so responderei a sua possivel replica depois de 3ª feira.

1. Problema de demarcacao e o aborto arbitrario:

Sim, o argumento poderia defender o aborto em qualquer estagio se os dois atos, matar e nao matar, tivessem o mesmo peso (como passar uma propriedade para X ou para Y). Mas como nao tem, o problema de demarcacao nao pode jamais servir de premissa para um assassinato potencial.

2. Questao de transicao de fase num parto:

Voce esta errado como sempre.

Se voce analisar as caracteristicas fisiologicas/psicologicas de um feto/bebe prematuro de oito meses vera que elas sao basicamente as mesmas, e o parto nao representou uma transicao de fase, mas sobre-tudo de endereco.

E claro que um parto prematuro podera trazer danos posteriores a crianca, mas nao traz nenhuma dignidade adicional e com certeza nao pode ser o marco de transicao de fase entre o digno e o nao digno.

3. Ovulos:

O ovulo foi assumido no meu raciocinio como sendo nao humano, uma premissa basica como eu disse, que visava evitar discussoes imbecis como essa.

Mas parece que todo o seu argumento se escora nisso, e entao por piedade eu discutirei brevemente essa questao que tanto lhe atormenta.

Ainda que um ovulo fosse considerado um ente humano, e portanto digno, a questao do aborto nao seria analoga a questao da ovulacao, pelo simples fato da ovulacao ocorrer naturalmente, e nao incidiosamente.

Nesse caso, a ovulacao poderia ser considerada o "aborto espontaneo" mensal de cada mulher, que portanto nao podera ser culpada disso, assim como ninguem aqui esta tentando incriminar as mulheres que abortam espontaneamente.

Mas para nao perder tempo com estultices como essa parte-se do principio de que um ovulo nao e humano. Isso nao pode ser deduzido, mas pode ser justificado, ja que o potencial de um ovulo e ser eliminado por um ciclo fisiologico de duracao de um mes enquanto o potencial de um embriao e nascer, viver e ser feliz.

Diferentes portanto, tanto na essencia quanto na potencia.

4. Outras possibilidades embrionarias

Nao sou perito em embriologia, nem voce, embora voce possa ter tido um nivel a mais de curiosidade que eu para se alimentar de um vocabulario repleto de jargoes que se tinham a intencao de intimidar, so denotam a fragilidade do seu argumento basico.

Basicamente; se um embriao humano pode se formar sem fecundacao, nao ha porque nao estender a ele a mesma prerrogativa do embriao oriundo da fecundacao. Caso seja um tumor ou algo que o valha, deve ser eliminado.

Basicamente, a diferenca fundamental entre um tumor e um embriao humano e a que o segundo pode nascer, e isso deveria estar claro sem necessidade de grandes reviravoltas terminologicas.


Se restar alguma duvida, nao hesite em perguntar, lembrando apenas que so tera respostas depois de terca.
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Apáte »

Orbe escreveu:
Apáte escreveu:Esqueci que a única diferença entre um feto indesejável e o mendigo, é que o segundo não é indesejável na sua vida. Bem provável, segundo você mesmo, que caso estivesse deitado na rua impedindo seu caminho, seria incapaz de desviar alguns centímetros, passando literalmente por cima do pobre diabo.


Eu preferiria desviar para não sujar os sapatos.

Quanto a diferença entre o bebê e o mendigo, bom, para mim, não há diferença. Não importa o que acontece a qualquer um dos dois. Se a mãe quer abortar, problema dela. Eu não tenho que me meter a querer salvar uma vida humana* pela qual eu mesmo não me responsabilizarei e com a qual não tenho nenhum laço.

*Isso se um feto for considerado um ser humano. O que eu discordo completamente.

Bem... acho que isso encerra a questão.
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Ilovefoxes
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Re: Anencéfala já tem 16 meses e passa bem

Mensagem por Ilovefoxes »

Vida-humana = cérebro.

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