chagas escreveu:zumbi filosófico escreveu:
Da mesma forma, eu poderia DEFINIR o ser humano como tendo o grau de "preparo"/desenvolvimento propriamente humano apenas ao fim do segundo trimestre.
Mas não era de óvulos não fecundados que falávamos?
Não, estamos falando de VIDAS HUMANAS, que sem que haja intervenção intencional para impedir, podem continuar a se desenvolver naturalmente. Isso vale tanto para óvulos não-fecundados quanto para os fecundados. A fecundação é a continuidade natural de seu desenvolvimento; na natureza não existe preservativo.
O que sei é que óvulos sem fecundação, não tem mérito algum, tumores que apresentam formas humanas, com potencial "0" para virar ser humano, menos ainda.
Como eu tentei repetidas vezes explicar, não tem muito que separa fetos não-partenogênicos desse tipo de "tumor" - rótulo técnico que você aproveita para desumanizá-los e banalizar sua morte. Eles talvez possam continuar o seu desenvolvimento normalmente e gerar algo que, uma vez que nascesse, seria visivelmente reconhecido como uma pessoa; talvez nascessem com alguma distrofia muscular e problemas de nascença diversos; talvez tivessem menor longevidade.
Você as consideraria tumores ou pessoas, caso sobrevivessem fora do corpo da mãe, e se identificasse serem partenotos, produto de óvulos sem fecundação?
Traduzindo outro trecho que achei de um site:
Há alguma evidência, de qualquer, modo, que partenogênese natural pode ocorrer ocasionalmente em humanos. Há diversas instâncias nas quais a gravidez alegadamente ocorreu em mulheres sem que houvesse qualquer possibilidade de sêmen ter adentrado a passagem genital feminina [2] Em alguns casos foi descoverto que ou no curso da gravidez ou ao no nascimento que as passagens estavam obstruídas. Em 1956 o jornal médico Lancet publicou um artigo abordando 19 casos alegados de nascimentos virgens em mulheres na Inglaterra, que foram estudadas por membros da Associação Médica Britânica. O estudo de seis meses convenceu os investigadores que a partenogênese humana era fisiologicamente possível e que de fato havia ocorrido em algumas das mulheres estudadas [3]
[...]
Referências:
[2] Raymond Bernard, The Mysteries of Human Reproduction, Mokelumne Hill, CA: Health Research, n.d., pp. 47-50, 56-63.
[3] Ibid., pp. 3-10.
http://ourworld.compuserve.com/homepages/dp5/sex2.htm
Eu não estou nem endossando esses casos, apenas dizendo que a idéia não é tão improvável assim como você gostaria de imaginar. Outro trecho:
"Se a partenogênese ocorre em humanos", disse a Lancet, "isso é extremamente raro. Suponha que a freqüência fosse algo como a metade do que que há de chance para o nascimento de sêxtuplos - outro evento raro que indubitavelmente de fato acontece (com uma freqüência de 1 em 805 gravidezes ou menos). A maioria desses casos ocorreria em mulheres com um histórico de relação sexual recente, e iria passar despercebido. Nos poucos casos em que sobram, a chance de que qualquer mulher declarar os fatos em face de uma gravidez evidente seriam pequenos os suficiente para fazê-la manter segredo.
[...]
Das mulheres examinadas, finalmente restaram uma mãe e uma filha que passaram por todos os testes. Mas ainda haviam os céticos científicos, entre eles Haldane, que disse que os testes ainda não eram capazes de produzir prova absoluta de que a mãe havia partenogenicamente criado a filha. No final, o melhor que o Dr. Balfour-Lynn pôde fazer foi relatar: "Em tal caso, prova rigorosa é impossível, mas permanece que todas evidências obtidas por testes serológicos e especiais são consistentes com aquilo que se esperaria em um caso de partenogênese."
Albert Rosenfeld, The Second Genesis,
(New York: Vintage Books, 1975), p. 131-133
E fora isso, e mais importante , os óvulos não fecundados eles se desenvolvem com certeza se não lhes for negada a fecundação, o direito à vida, da mesma forma que bebês continuam a se desenvolver se alimentados.
EU SEI que você considera isso assassinato, crueldade, e coisas incomparáveis, porque, na sua definição, o óvulo não é nada e o bebê é gente.
MAS alguém que, tal você considera um óvulo fecundado como sendo uma pessoa, considerasse como pessoa o óvulo ovulado, a não-fecundação seria fortemente análoga a matar o bebê por inanição. Ambos são simplesmente impedir o curso natural da vida humana.
Por isso estou só tentando entender: por que, o que é que faz o acréscimo de um insignificante milhonésimo de esperma a algo que antes não era de importância alguma, instantâneamente torná-lo um ser humano.
Se para você é tudo semelhante, paciência. Não a minha, pois esta se esgotou.
Curioso, não foi você quem teve que ficar só lendo repetidas vezes um mesmo critério irracional sem que nunca tentassem defendê-lo com qualquer argumentação razoável, como se fosse uma verdade óbvia por definição.