Interrompi a minha argumentação do artigo para responder às questões do Fernando Silva. Comecei hoje e respondi a quatro (são mais de dez). Vou viajar a trabalho, quando voltar, em princípio, continuo.
Como um deus infinito e onipotente pode ficar furioso e cheio de ira quando as coisas acontecem exatamente do jeito que ele sabia que iriam acontecer, já que as criou sabendo disto?
Assim como Deus é eterno, a ira de Deus também é eterna. Do seu ponto de vista, a sua ira não acontece num determinado tempo, mas acontece eternamente. Claro que Ele já sabia de tudo o que haveríamos de cometer. Isso não modifica o fato dele se irar. Ele nos criou com livre arbítrio e sabia que haveríamos de fazer mal as nossas escolhas. Mas Ele não decidiu por nós. Nós não somos robôs nas mãos de Deus, temos liberdade, assim fomos criados. Naturalmente, sofremos as conseqüências das nossas decisões.
Lembro mais uma vez que a ira de Deus, na sua totalidade, não recai sobre nós, mas já recaiu sobre Jesus, que é Deus. Deus sabia que haveríamos de irá-lo, por isso mesmo tomou sobre si mesmo os nossos erros, e deles já nos libertou. A encarnação de Deus (Jesus) já estava prevista desde a criação do mundo (as coisas acontecem exatamente do jeito que ele sabia que iriam acontecer).Assim, através de Jesus, cumpre o seu propósito para com a humanidade: sermos feitos à imagem e semelhança de Deus, portanto, santos, perfeitos e eternos.
Que valor tem a palavra de Deus? O que sabemos sobre ele com segurança?
A Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Nela existem mais de 8.000 promessas de bênçãos feitas por Deus aos homens, e mais de 2.800 profecias já cumpridas. Nenhum outro livro da Antiguidade é tão questionado e repudiado quanto a Bíblia. Algumas pessoas alegam que houve um grande espaço de tempo entre a época dos eventos ocorridos no Novo Testamento e a data de seu registro. Alega-se também que existe uma lacuna arqueológica entre as cópias mais antigas que restaram e as originais do Novo Testamento. Na realidade, o espaço de tempo e a lacuna arqueológica alegada só existem na mente dos críticos.
Evidências de manuscritos. O livro intitulado Poética, de Aristóteles, foi escrito entre 384 e 322 a.C. A cópia mais antiga desse trabalho é datada de 1100d.C, e existem somente 49 manuscritos restantes. A lacuna entre o escrito original e a cópia mais antiga é de 1.400 anos. Existem somente sete manuscritos das “Tetralogias” de Platão, escritas no período de 427 a 347 a.C. A cópia mais antiga conhecida é de 900 d.C. – portanto, uma lacuna de mais de 1.200 anos. E o que dizer do Novo Testamento? Jesus foi crucificado no ano de 30 d.C. O Novo Testamento foi escrito entre 48 e 95 d.C. O manuscrito mais antigo data do último quarto do século primeiro, e o segundo mais antigo, do ano 125 d.C. Isso representa uma breve lacuna de 35 a 40 anos para com os originais escritos pelos apóstolos.
Dispomos de 5 300 cópias de manuscritos gregos do Novo Testamento cujas datas remontam ao século primeiro. Ao todo, se incluirmos as versões em siríaco, latim, copta e aramaico, teremos um total de 24 633 textos antigos do NT para confirmar o conteúdo neotestamentário. Portanto, é importante notar que, de fato, não houve uma grande lacuna de tempo entre os eventos do Novo Testamento e os escritos do mesmo. Tampouco houve um grande lapso de tempo entre os escritos originais e as cópias mais antigas ainda conservadas. Diante de um volume tão grande de evidência manuscrita factual, fica provado, acima de qualquer dúvida, que o Novo Testamento diz nos dias de hoje exatamente as mesmas coisas que disse há aproximadamente 2.000 anos atrás.
Evidências extrabíblicas de apoio. Os críticos da Bíblia também apontam o fato de não haver, além do Novo Testamento, outros escritos da Antiguidade que falam de Jesus. Essa é mais uma alegação absurda. Os escritos extrabíblicos que confirmam seu nascimento, seu ministério, sua morte e sua ressurreição incluem Flávio Josefo (93d.C), o Talmude babilônico (70-200 d.C.), as cartas de Plínio, o Jovem, para o imperador Trajano (cerca de 100 d.C.), os “Anais” de Tácito (115-117 d.C.), Mara Bar Serapion (em alguma data depois de 73 d.C.) e A vida de Cláudio e a vida de Nero, obra de Suetônio (120 d. C.) . Outro ponto de atrito ocorre sempre que os críticos da Bíblia, conscientemente ou não, enganam as pessoas ao dar a entender que alguns livros do Antigo e do Novo Testamento foram excluídos ou inseridos no cânon da Bíblia nos grandes concílios ecumênicos de 336, 382, 397 e 419 d.C. Na verdade, um resultado dessas reuniões da igreja foi a confirmação da crença eclesiástica de que os livros já presentes na Bíblia eram divinamente inspirados. Assim, naquelas reuniões a Igreja nem adicionou nem retirou livro algum da Bíblia. Naquela época, os 39 livros do Antigo Testamento já haviam sido aceitos (sem mencionar a aceitação dos mesmos livros pelos judeus) e o Novo testamento, da maneira como fora escrito, simplesmente se desenvolveu par a par com a Igreja primitiva. Cada documento aceito conforme sua redação original, do século primeiro, foi então passado adiante para os cristãos do século seguinte. Portanto, a tolice a respeito de o imperador Constantino ter rejeitado alguns livros da Bíblia não passa de boato de gente mal-informada.
Profecias cumpridas. Profecias tanto do Antigo quanto do Novo Testamento que foram cumpridas também se somam à credibilidade da Bíblia. As Escrituras predisseram a ascensão e queda de grandes impérios, como os de Grécia e Roma (Daniel 2.39,40), além da destruição de cidades como Tiro e Sidom (Is 23). A queda de Tiro foi registrada por historiadores do passado, que nos informaram como Alexandre, o grande, implementou um cerco àquela cidade durante sete meses. O rei Nabucodonosor falhara em sua tentativa de capturar a cidade através da costa marítima e matar os seus habitantes, o que durou 13 anos. Durante o cerco de 573 a.C, a maior parte da população de Tiro se mudou para novo local, situado em uma ilha a cerca de 800 metros de onde estava a cidade. Aqui a população permaneceu rodeada por muralhas, que atingiam 45 metros de altura, até que o dia do juízo chegou para Tiro no ano de 332 a.C. com a chegada de Alexandre Magno. No cerco de sete meses, ele cumpriu as profecias restantes (Zc 9.4; Ez 26.12) a respeito daquela cidade litorânea ao arrasá-la por completo, matando 8.000 de seus habitantes e vendendo 30.000 deles como escravos. Para alcançar a nova cidade na ilha, Alexandre reduziu a cidade velha a entulhos, tal qual a Bíblia predisse, e depois utilizou-os para aterrar o trecho de mar que dava acesso à ilha; o aterro que construiu tinha cerca de 60 metros de largura.
Tanto a morte de Alexandre quanto o assassinato de seus dois filhos foram eventos preditos nas Sagradas Escrituras. Outra profecia estonteante foi a predissão detalhada que Jesus fez da destruição de Jerusalém, assim como a subseqüente diáspora do povo judeu pelo mundo todo, que está registrada em Lucas 21. Não somente confirmou-se a destruição de Jerusalém no anos 70 d.C., futuro imperador de Roma, mas também outra profecia de Cristo registrada em Mateus 24.1,2 se cumpriu: a destruição total do templo de Deus.
Profecias Messiânicas. No livro de Daniel, a Bíblia profetizou que a vinda do único e verdadeiro Messias dos judeus se daria antes da destruição do templo. Os profetas do Antigo Testamento declararam que ele nasceria em Belém (Mq 5.2), de uma virgem (Is 53.9), e prenunciaram que ele seria traído por trinta moedas de prata (Zc11.12-13), morreria por crucificação (SL22) e seria enterrado em um túmulo de ricos (Is53.9). Havia somente uma pessoa capaz de se enquadrar em todas essas profecias messiânicas do AT que viveu antes do ano 70 d.C: Jesus de Nazaré, o filho de Maria.
E ainda não falei dos rolos do mar Morto...
O que significa essa justiça para Deus? Será que ele a entende de mesma forma que nós?
Será que Deus não tem meios melhores de fazer justiça, não sendo limitado como suas ínfimas criaturas?
Apesar de Deus possuir um entendimento (de todas as coisas) que nos é inacessível, visto sermos limitados, a nossa inteligência nos foi concedia por Ele. Fomos criados perfeitos, à sua imagem e semelhança, e apesar de termo caído dessa condição de perfeitos, Deus não nos retirou a inteligência. Todas as pessoas, salvo exceções, possuem uma consciência. Existem universais sobre o que é certo e o que é errado em todas as culturas. A noção de justiça está gravada em nós e provém daquele que nos criou.
O que nós podemos fazer como forma de justiça? Nunca seremos capazes de retribuir fielmente a um criminoso pelos crimes que ele cometeu. Nunca seremos capazes de punir corretamente uma pessoa exatamente da forma como ela merece. Nós não somos perfeitos e a nossa justiça também não é perfeita. Somente Deus sabe da dimensão exata dos pecados cometidos por cada ser humano. Se ele diz que é justo que o ser humano seja punido eternamente, é porque ele considera os nossos pecados muito piores do que nós conseguimos enxergar.
Todo pecado, quando não há arrependimento, volta com uma terrível vingança, tanto sobre as pessoas quanto sobre as nações. Recebemos ainda nessa vida a recompensa tanto pelos pecados quanto pelas boas obras que fazemos. Exatamente na medida do que praticamos.(2Co9:6)
Por nós, que não temos outro jeito e precisamos nos proteger, mas Deus tem outros meios.
Dá-me exemplos melhores do que a justiça divina que descrevi acima, então.
É ditadura? Ou é livre arbítrio? Ou me aceita ou queima para sempre? Não temos outra opção?
É livre arbítrio. Pode-se optar por viver essa vida dissolutamente entregue ao pecado, desprezando Deus e a sua Lei. Mas sofre-se as terríveis conseqüências dessa escolha. A Bíblia diz que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv1:7) exatamente por isso. Quem escolhe a Deus ao invés do pecado, guarda a própria vida, nesta e na eterna.
Deus não quer que nenhum ser humano o escolha à força. Se assim fosse, nos teria criado incapazes de lhe desobedecer. Ao, contrário, temos essa liberdade. Por isso iremos a Juízo. Se fôssemos autômatos não mereceríamos juízo algum.