Teísta (Cristão):
emmmcri escreveu:Já disse aqui que não concordo com atitudes de Deus no antigo testamento.
A questão é que não concordo por não entender, agora sabendo que este é um ser infinitamente
superior a mim e a toda a humanidade , não posso julga-lo moralmente, repito :
Ele é Deus! Sabe o que é melhor a fazer.
Ateu:
Se nao pudermos julgar Deus por uma ato execrável X (relatado na bíblia), por não conhecermos suas razões,
já que não temos aparato cognitivo para isto,
...então...
Tambem não poderemos julgar fulano de tal, pelo mesmo ato execrável X, por não conhecermos suas razões,
já que não temos aparato cognitivo para isto (não podemos "entrar na mente" de fulano e conhecer as
razões últimas de seus atos, não podemos transplantar os processos mentais de fulano de antes, durante e
após o ato para nossas próprias mentes para poder analisá-los)!
Teísta:
Mas e as provas? E os fatos? não apontariam de forma inequívoca para a culpabilidade de fulano, bem como
para as razões dele agir daquela forma? Assim aquelas razões nos seriam cognoscíveis, sem ser
necessário "entrar na mente" de fulano para conhecer as razões últimas dos fatos!
Ateu:
Este argumento é um tiro no pé, pois no caso de Deus, não seria a bíblia a prova e os fatos?
Se assim for, e se a bíblia é a palavra de Deus, onde está a incognoscibilidade das razões para as
faltas divinas, já que para conhecer as mesmas bastaria ler a bíblia?
Teísta:
Mas Deus transcende a matéria e é ilimitado e seus desígnios nos são incognoscíveis ao passo que
os desígnios de outrem não, pois são matéria, humanos e limitados como nós.
Ateu:
Se Deus é transcendente e portanto seus desígnios não podem ser apreendidos pelo intelecto humano, porque
consideram que este ou aquele fato positivo (moralmente falando) a respeito de Deus está correto e tem suas
razões por nós conhecidas, enquanto que para justificar os fatos negativos, vocês apelam para a
incognoscibilidade do divino?
Ou, trocando em miúdos, se Deus age corretamente então sabemos perfeitamente o porquê, se não age apelamos
para o transcendente...
Não me parece haver algo como "semi-transcendência" ou "transcendência condicional" ou alguma qualidade divina
que possa se alternar entre divina ou não-divina dependendo do ato ser moralmente bom ou ruim...
Se algo em Deus nos é incompreensível por causa de uma sua característica divina, então tudo o mais a respeito
de Deus também teria que ser igualmente incompreensível.
Teísta:
<continuar aqui>