Os pagãos chegam ao paraíso
- Res Cogitans
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Os pagãos chegam ao paraíso
Os pagãos chegam ao paraíso
Papa Bento XVI cria comissão de teólogos para estudar o fim do limbo, a moradia das almas não-batizadas
ERNESTO BERNARDES
Gregorio Borgia/AP
TEÓLOGO Bento XVI já disse que a idéia do limbo deveria ser abandonada
Ao que tudo indica, uma das resoluções de Ano-Novo do papa Bento XVI é reduzir o número de degraus entre o céu e o inferno. Durante os mais de 20 anos em que atuou como presidente da Congregação pela Doutrina da Fé, o então cardeal Ratzinger aproveitou cada oportunidade para anunciar que o inferno não é somente uma metáfora, mas o endereço final de boa parte da humanidade (por exemplo, dos autores de experiências com embriões humanos). Ao coordenar a nova versão do Catecismo, ele reforçou também a idéia do paraíso e sua ante-sala, o purgatório, onde almas com pecados menores são purificadas antes de chegar à presença de Deus.
No fim de dezembro, porém, o papa convocou uma comissão de 30 teólogos que deve abolir um dos andares do edifício celeste - o limbo. Na tradição católica, é ali que ficam as almas de crianças, bebês e fetos que morrem sem o batismo. E, por extensão, os homens de bem que viveram na Antiguidade, antes da vinda de Jesus. Para o público laico, discutir se fetos abortados vão para o céu ou para o limbo parece a versão teológica de uma discussão de botequim. Mas o debate afeta as relações com outras religiões e a atuação da Igreja nos países pobres.
Por muito tempo o Vaticano pregou que os não-batizados iam para o inferno, e ponto. Era a posição de Santo Agostinho, no século IV. Mas pelo menos os bebês, concedia o santo, teriam como destino um círculo infernal com sofrimentos menores. A idéia do limbo foi sugerida na mesma época por São Gregório, o Teólogo, mas só passou a ser levada em conta no século XIII, por São Tomás de Aquino. Para ele, o limbo seria um lugar de 'felicidade natural', porém afastado da presença de Deus. A idéia nunca foi oficializada na doutrina da Igreja, mas em 1905 o papa Pio X afirmou textualmente que o limbo existia e as almas das crianças não-batizadas estavam lá. Escritores como Dante Alighieri, na Divina Comédia, já haviam sugerido que o lugar alojaria Sócrates, Platão e até muçulmanos como o filósofo Averróes e o sultão Saladino.
Para os teólogos, no entanto, o conceito sempre foi problemático. Afinal, implica que algumas almas, independentemente de cometer qualquer pecado, não terão nenhuma chance de chegar ao paraíso. Um menino índio que nasce e morre na selva, sem jamais ouvir falar de Jesus, é um cidadão de segunda classe mesmo no além, porque na melhor das hipóteses chegará ao limbo. Em 1984, ainda cardeal, Ratzinger disse que a teoria era insatisfatória e deveria ser abandonada. O novo Catecismo exclui a palavra limbo e diz apenas que crianças não-batizadas são 'confiadas à misericórdia de Deus'. A comissão do Vaticano deve levar meses para concluir seus trabalhos, e ao que tudo indica dirá que o destino das pequenas almas é o paraíso.
O ar folclórico da discussão esconde o efeito da teologia na prática. A Igreja, que hoje cresce principalmente na África e nas regiões pobres da Ásia, onde a mortalidade infantil é altíssima, poderá dizer aos fiéis que seus filhos que morreram sem batismo estão no céu - o que sem dúvida é melhor que as alternativas anteriores. A novidade também favorece o ecumenismo porque, sem o limbo, católicos e membros de outras religiões concorrem em pé de igualdade por vagas nos mesmos lugares - céu, inferno e purgatório (no Concílio Vaticano II, a Igreja admitiu que a salvação também pode ser alcançada pelos não-católicos). A única voz a defender o limbo, até agora, é o intelectual americano Harold Bloom. Em artigo no The New York Times, disse que havia marcado um encontro lá com um amigo, o falecido escritor Anthony Burgess - que prometera aguardar com uma garrafa de brandy Fundador.
Papa Bento XVI cria comissão de teólogos para estudar o fim do limbo, a moradia das almas não-batizadas
ERNESTO BERNARDES
Gregorio Borgia/AP
TEÓLOGO Bento XVI já disse que a idéia do limbo deveria ser abandonada
Ao que tudo indica, uma das resoluções de Ano-Novo do papa Bento XVI é reduzir o número de degraus entre o céu e o inferno. Durante os mais de 20 anos em que atuou como presidente da Congregação pela Doutrina da Fé, o então cardeal Ratzinger aproveitou cada oportunidade para anunciar que o inferno não é somente uma metáfora, mas o endereço final de boa parte da humanidade (por exemplo, dos autores de experiências com embriões humanos). Ao coordenar a nova versão do Catecismo, ele reforçou também a idéia do paraíso e sua ante-sala, o purgatório, onde almas com pecados menores são purificadas antes de chegar à presença de Deus.
No fim de dezembro, porém, o papa convocou uma comissão de 30 teólogos que deve abolir um dos andares do edifício celeste - o limbo. Na tradição católica, é ali que ficam as almas de crianças, bebês e fetos que morrem sem o batismo. E, por extensão, os homens de bem que viveram na Antiguidade, antes da vinda de Jesus. Para o público laico, discutir se fetos abortados vão para o céu ou para o limbo parece a versão teológica de uma discussão de botequim. Mas o debate afeta as relações com outras religiões e a atuação da Igreja nos países pobres.
Por muito tempo o Vaticano pregou que os não-batizados iam para o inferno, e ponto. Era a posição de Santo Agostinho, no século IV. Mas pelo menos os bebês, concedia o santo, teriam como destino um círculo infernal com sofrimentos menores. A idéia do limbo foi sugerida na mesma época por São Gregório, o Teólogo, mas só passou a ser levada em conta no século XIII, por São Tomás de Aquino. Para ele, o limbo seria um lugar de 'felicidade natural', porém afastado da presença de Deus. A idéia nunca foi oficializada na doutrina da Igreja, mas em 1905 o papa Pio X afirmou textualmente que o limbo existia e as almas das crianças não-batizadas estavam lá. Escritores como Dante Alighieri, na Divina Comédia, já haviam sugerido que o lugar alojaria Sócrates, Platão e até muçulmanos como o filósofo Averróes e o sultão Saladino.
Para os teólogos, no entanto, o conceito sempre foi problemático. Afinal, implica que algumas almas, independentemente de cometer qualquer pecado, não terão nenhuma chance de chegar ao paraíso. Um menino índio que nasce e morre na selva, sem jamais ouvir falar de Jesus, é um cidadão de segunda classe mesmo no além, porque na melhor das hipóteses chegará ao limbo. Em 1984, ainda cardeal, Ratzinger disse que a teoria era insatisfatória e deveria ser abandonada. O novo Catecismo exclui a palavra limbo e diz apenas que crianças não-batizadas são 'confiadas à misericórdia de Deus'. A comissão do Vaticano deve levar meses para concluir seus trabalhos, e ao que tudo indica dirá que o destino das pequenas almas é o paraíso.
O ar folclórico da discussão esconde o efeito da teologia na prática. A Igreja, que hoje cresce principalmente na África e nas regiões pobres da Ásia, onde a mortalidade infantil é altíssima, poderá dizer aos fiéis que seus filhos que morreram sem batismo estão no céu - o que sem dúvida é melhor que as alternativas anteriores. A novidade também favorece o ecumenismo porque, sem o limbo, católicos e membros de outras religiões concorrem em pé de igualdade por vagas nos mesmos lugares - céu, inferno e purgatório (no Concílio Vaticano II, a Igreja admitiu que a salvação também pode ser alcançada pelos não-católicos). A única voz a defender o limbo, até agora, é o intelectual americano Harold Bloom. Em artigo no The New York Times, disse que havia marcado um encontro lá com um amigo, o falecido escritor Anthony Burgess - que prometera aguardar com uma garrafa de brandy Fundador.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
- King In Crimson
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Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
Não consigo acreditar como homens formados, sérios, conseguem acreditar nessas besteiras.
Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
Eu gostaria de discutir esse assunto seriamente.
Imaginem quantas mães que perderam seus filhos ainda bebês, sofreram durante uma vida ou até morreram sentido-se culpadas por não os terem batizado, acreditando nessa maligna idiotice??
Eu fico impressionada e revoltada de ver como essa cambada de criminosos mexem com a vida das pessoas impondo culpas, pecados, fantasmas, crimes onde não existem. Essa gente deveria responder criminalmente por isso. Essa igreja católica não passa de uma palhaçada.
Quer dizer que põe-se o limbo, tira-se o limbo ao bel prazer e conveniências de um Sumo Patife qualquer??
Dá pra concluir que daqui a 50 ou 100 anos, algum papamonha decida por conveniencia que os embiões não possuem almas e que podem se prestar a pesquisas científicas.
Dá pra levar essa gentalhada a sério?? Essa patifaria da igreja pedólifa romana??
Um papamonha resolve que maria era virgem, outro impõe o celibato, outro tira o limbo, outro decide que os Sumos Patifes são infalíveis. Qualé?? É deus ou não é deus? Existe ou não existe? Ou existe até que um papa revolve que não existe?
Tem que ser muito mané pra dar ouvidos a essa gente. Fala sério

Imaginem quantas mães que perderam seus filhos ainda bebês, sofreram durante uma vida ou até morreram sentido-se culpadas por não os terem batizado, acreditando nessa maligna idiotice??
Eu fico impressionada e revoltada de ver como essa cambada de criminosos mexem com a vida das pessoas impondo culpas, pecados, fantasmas, crimes onde não existem. Essa gente deveria responder criminalmente por isso. Essa igreja católica não passa de uma palhaçada.
Quer dizer que põe-se o limbo, tira-se o limbo ao bel prazer e conveniências de um Sumo Patife qualquer??
Dá pra concluir que daqui a 50 ou 100 anos, algum papamonha decida por conveniencia que os embiões não possuem almas e que podem se prestar a pesquisas científicas.
Dá pra levar essa gentalhada a sério?? Essa patifaria da igreja pedólifa romana??
Um papamonha resolve que maria era virgem, outro impõe o celibato, outro tira o limbo, outro decide que os Sumos Patifes são infalíveis. Qualé?? É deus ou não é deus? Existe ou não existe? Ou existe até que um papa revolve que não existe?
Tem que ser muito mané pra dar ouvidos a essa gente. Fala sério






marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
Martita... o rebanho não pensa e segue cegamente. Precisa sim ser muito mané...
Beijos

Beijos
Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
Najma escreveu:Martita... o rebanho não pensa e segue cegamente. Precisa sim ser muito mané...![]()
Beijos
Najinha, mas o que eu acho um absurdo é o dano que essa gente causa à mente das pessoas com seus dogmas delirantes.
O sujeito ainda chega ao limite da crueldade quando declara que pessoas que morreram antes de cristo permanessem no limbo. Que culpa têm esses cidadão que o tal é um lerdo que só aportou por aqui há 2 mil anos atrás??
Esse deus não vale nada. Esse jesus não presta e essa gentalha que os representa valem menos ainda.



marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
marta escreveu:Najma escreveu:Martita... o rebanho não pensa e segue cegamente. Precisa sim ser muito mané...![]()
Beijos
Najinha, mas o que eu acho um absurdo é o dano que essa gente causa à mente das pessoas com seus dogmas delirantes.
O sujeito ainda chega ao limite da crueldade quando declara que pessoas que morreram antes de cristo permanessem no limbo. Que culpa têm esses cidadão que o tal é um lerdo que só aportou por aqui há 2 mil anos atrás??
Esse deus não vale nada. Esse jesus não presta e essa gentalha que os representa valem menos ainda.
Valem menos ainda mesmo...

Mas o legal disso é que acaba sendo um ponto pros crédulos refletirem. SE o "limbo" pode deixar de existir de uma hora pra outra só para garantir vantagens políticas pra ICAR, o que garante pra essa gente que eles irão para o céu ou inferno depois da morte? Se um "local" pode ser tirado do "mapa do além", por que não mais dois?

Beijos!
- carlo
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Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
marta escreveu:Eu gostaria de discutir esse assunto seriamente.
Imaginem quantas mães que perderam seus filhos ainda bebês, sofreram durante uma vida ou até morreram sentido-se culpadas por não os terem batizado, acreditando nessa maligna idiotice??
Eu fico impressionada e revoltada de ver como essa cambada de criminosos mexem com a vida das pessoas impondo culpas, pecados, fantasmas, crimes onde não existem. Essa gente deveria responder criminalmente por isso. Essa igreja católica não passa de uma palhaçada.
Quer dizer que põe-se o limbo, tira-se o limbo ao bel prazer e conveniências de um Sumo Patife qualquer??
Dá pra concluir que daqui a 50 ou 100 anos, algum papamonha decida por conveniencia que os embiões não possuem almas e que podem se prestar a pesquisas científicas.
Dá pra levar essa gentalhada a sério?? Essa patifaria da igreja pedólifa romana??
Um papamonha resolve que maria era virgem, outro impõe o celibato, outro tira o limbo, outro decide que os Sumos Patifes são infalíveis. Qualé?? É deus ou não é deus? Existe ou não existe? Ou existe até que um papa revolve que não existe?
Tem que ser muito mané pra dar ouvidos a essa gente. Fala sério![]()
![]()
Põe mané nisto!É uma cambada de parvos!
Virgilio vai reclamar.
Serão menos pontos que sua agência de turismo espiritual terá a oferecer em seus pacotes.
Passados 700 anos e a ICAR continua tão ridícula quanto na época de Dante.
[ ]´s
Serão menos pontos que sua agência de turismo espiritual terá a oferecer em seus pacotes.
Passados 700 anos e a ICAR continua tão ridícula quanto na época de Dante.
[ ]´s
You wanna fuck with me? Okay. You wanna play rough? Okay. Say hello to my little friend!
Tony Montana
Mantra diário dos Criacionistas:
"Que mal poderia haver se um homem dissesse uma grande mentira para o bem e para a igreja Cristã... uma mentira sem necessidade, uma mentira útil, tais mentiras não seriam contra Deus, ele as aceitaria."
Martinho Lutero
-----//-----

Tony Montana
Mantra diário dos Criacionistas:
"Que mal poderia haver se um homem dissesse uma grande mentira para o bem e para a igreja Cristã... uma mentira sem necessidade, uma mentira útil, tais mentiras não seriam contra Deus, ele as aceitaria."
Martinho Lutero
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Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
marta escreveu:Eu gostaria de discutir esse assunto seriamente.
Imaginem quantas mães que perderam seus filhos ainda bebês, sofreram durante uma vida ou até morreram sentido-se culpadas por não os terem batizado, acreditando nessa maligna idiotice??
Foi o motivo do abandono definitivo da minha mãe a crença católica....
Quando eu tinha 1 ano, minha mãe teve outro filho, uma menina (é, emendado mesmo). Essa filha, morreu ainda no berço, teve aquele problema que morre porque esqueceu sem respirar. Minha mãe não tinha nem me batizado nem batizado ela, por achar uma violência decidir a religião da criança, sendo que nem ela acreditava direito naquelas besteiras...
Teve um primo dela, que é padre, que quando encontrou com ela falou que por não ter batizado a filha, tinha condenado ela a viver no limbo eternamente e nunca ver a face de Deus. Por causa dessa erda, minha mãe decidiu nunca mais entrar numa ireja na vida, e chutou o balde da crença católica definitivamente.
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
aknatom escreveu:marta escreveu:Eu gostaria de discutir esse assunto seriamente.
Imaginem quantas mães que perderam seus filhos ainda bebês, sofreram durante uma vida ou até morreram sentido-se culpadas por não os terem batizado, acreditando nessa maligna idiotice??
Foi o motivo do abandono definitivo da minha mãe a crença católica....
Quando eu tinha 1 ano, minha mãe teve outro filho, uma menina (é, emendado mesmo). Essa filha, morreu ainda no berço, teve aquele problema que morre porque esqueceu sem respirar. Minha mãe não tinha nem me batizado nem batizado ela, por achar uma violência decidir a religião da criança, sendo que nem ela acreditava direito naquelas besteiras...
Teve um primo dela, que é padre, que quando encontrou com ela falou que por não ter batizado a filha, tinha condenado ela a viver no limbo eternamente e nunca ver a face de Deus. Por causa dessa erda, minha mãe decidiu nunca mais entrar numa ireja na vida, e chutou o balde da crença católica definitivamente.
mais do que compreensível...
"Nunca te justifiques. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam" - Desconhecido


- O ENCOSTO
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Eu duvido muito que a igreja irá fazer essa burrada.
Isso vai gerar muita polemica e dará aos rivais evangélicos mais motivos para convencer as pessoas a mudarem de religião.
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O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
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- Fernando Silva
- Administrador
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Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
marta escreveu:Um papamonha resolve que maria era virgem, outro impõe o celibato, outro tira o limbo, outro decide que os Sumos Patifes são infalíveis. Qualé?? É deus ou não é deus? Existe ou não existe? Ou existe até que um papa revolve que não existe?
O papa pode decidir o que quiser: "O que ligares na Terra será ligado no Céu", disse Jesus a Pedro (os protestantes discordam e dizem que isto só se aplicava a Pedro).
Mas isto só tem valor se a Bíblia for confiável. Ora, mas a Bíblia é confiável. O papa disse que é e ele, segundo a Bíblia, é quem decide o que vale.
O papa tem razão porque a Bíblia diz que ele tem.
A Bíblia tem razão porque o papa diz que ela tem.
Simples, não?
- videomaker
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Re: Os pagãos chegam ao paraíso
Res Cogitans escreveu:Os pagãos chegam ao paraíso
Papa Bento XVI cria comissão de teólogos para estudar o fim do limbo, a moradia das almas não-batizadas
ERNESTO BERNARDES
Gregorio Borgia/AP
TEÓLOGO Bento XVI já disse que a idéia do limbo deveria ser abandonada
Ao que tudo indica, uma das resoluções de Ano-Novo do papa Bento XVI é reduzir o número de degraus entre o céu e o inferno. Durante os mais de 20 anos em que atuou como presidente da Congregação pela Doutrina da Fé, o então cardeal Ratzinger aproveitou cada oportunidade para anunciar que o inferno não é somente uma metáfora, mas o endereço final de boa parte da humanidade (por exemplo, dos autores de experiências com embriões humanos). Ao coordenar a nova versão do Catecismo, ele reforçou também a idéia do paraíso e sua ante-sala, o purgatório, onde almas com pecados menores são purificadas antes de chegar à presença de Deus.
No fim de dezembro, porém, o papa convocou uma comissão de 30 teólogos que deve abolir um dos andares do edifício celeste - o limbo. Na tradição católica, é ali que ficam as almas de crianças, bebês e fetos que morrem sem o batismo. E, por extensão, os homens de bem que viveram na Antiguidade, antes da vinda de Jesus. Para o público laico, discutir se fetos abortados vão para o céu ou para o limbo parece a versão teológica de uma discussão de botequim. Mas o debate afeta as relações com outras religiões e a atuação da Igreja nos países pobres.
Por muito tempo o Vaticano pregou que os não-batizados iam para o inferno, e ponto. Era a posição de Santo Agostinho, no século IV. Mas pelo menos os bebês, concedia o santo, teriam como destino um círculo infernal com sofrimentos menores. A idéia do limbo foi sugerida na mesma época por São Gregório, o Teólogo, mas só passou a ser levada em conta no século XIII, por São Tomás de Aquino. Para ele, o limbo seria um lugar de 'felicidade natural', porém afastado da presença de Deus. A idéia nunca foi oficializada na doutrina da Igreja, mas em 1905 o papa Pio X afirmou textualmente que o limbo existia e as almas das crianças não-batizadas estavam lá. Escritores como Dante Alighieri, na Divina Comédia, já haviam sugerido que o lugar alojaria Sócrates, Platão e até muçulmanos como o filósofo Averróes e o sultão Saladino.
Para os teólogos, no entanto, o conceito sempre foi problemático. Afinal, implica que algumas almas, independentemente de cometer qualquer pecado, não terão nenhuma chance de chegar ao paraíso. Um menino índio que nasce e morre na selva, sem jamais ouvir falar de Jesus, é um cidadão de segunda classe mesmo no além, porque na melhor das hipóteses chegará ao limbo. Em 1984, ainda cardeal, Ratzinger disse que a teoria era insatisfatória e deveria ser abandonada. O novo Catecismo exclui a palavra limbo e diz apenas que crianças não-batizadas são 'confiadas à misericórdia de Deus'. A comissão do Vaticano deve levar meses para concluir seus trabalhos, e ao que tudo indica dirá que o destino das pequenas almas é o paraíso.
O ar folclórico da discussão esconde o efeito da teologia na prática. A Igreja, que hoje cresce principalmente na África e nas regiões pobres da Ásia, onde a mortalidade infantil é altíssima, poderá dizer aos fiéis que seus filhos que morreram sem batismo estão no céu - o que sem dúvida é melhor que as alternativas anteriores. A novidade também favorece o ecumenismo porque, sem o limbo, católicos e membros de outras religiões concorrem em pé de igualdade por vagas nos mesmos lugares - céu, inferno e purgatório (no Concílio Vaticano II, a Igreja admitiu que a salvação também pode ser alcançada pelos não-católicos). A única voz a defender o limbo, até agora, é o intelectual americano Harold Bloom. Em artigo no The New York Times, disse que havia marcado um encontro lá com um amigo, o falecido escritor Anthony Burgess - que prometera aguardar com uma garrafa de brandy Fundador.
No filme Habito Negro , a esposa do indio morre , e em seguida
o indio e atingido mortalmente , prontamente o padre diz :
Filho aceita jesus com teu Salvador ?
E ele : Nesse paraiso vou encontrar a minha esposa ?
O padre : Não pois ela era pagã !
O indio : Então deixe me morrer assim , pois vou ao seu encontro.
Pimba ! um chute no saco do eclesiastico.
Faz tempo que eu vi esse filme.
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)
- videomaker
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Re: Os pagãos chegam ao paraíso
Res Cogitans escreveu:Os pagãos chegam ao paraíso
Papa Bento XVI cria comissão de teólogos para estudar o fim do limbo, a moradia das almas não-batizadas
ERNESTO BERNARDES
Gregorio Borgia/AP
TEÓLOGO Bento XVI já disse que a idéia do limbo deveria ser abandonada
Ao que tudo indica, uma das resoluções de Ano-Novo do papa Bento XVI é reduzir o número de degraus entre o céu e o inferno. Durante os mais de 20 anos em que atuou como presidente da Congregação pela Doutrina da Fé, o então cardeal Ratzinger aproveitou cada oportunidade para anunciar que o inferno não é somente uma metáfora, mas o endereço final de boa parte da humanidade (por exemplo, dos autores de experiências com embriões humanos). Ao coordenar a nova versão do Catecismo, ele reforçou também a idéia do paraíso e sua ante-sala, o purgatório, onde almas com pecados menores são purificadas antes de chegar à presença de Deus.
No fim de dezembro, porém, o papa convocou uma comissão de 30 teólogos que deve abolir um dos andares do edifício celeste - o limbo. Na tradição católica, é ali que ficam as almas de crianças, bebês e fetos que morrem sem o batismo. E, por extensão, os homens de bem que viveram na Antiguidade, antes da vinda de Jesus. Para o público laico, discutir se fetos abortados vão para o céu ou para o limbo parece a versão teológica de uma discussão de botequim. Mas o debate afeta as relações com outras religiões e a atuação da Igreja nos países pobres.
Por muito tempo o Vaticano pregou que os não-batizados iam para o inferno, e ponto. Era a posição de Santo Agostinho, no século IV. Mas pelo menos os bebês, concedia o santo, teriam como destino um círculo infernal com sofrimentos menores. A idéia do limbo foi sugerida na mesma época por São Gregório, o Teólogo, mas só passou a ser levada em conta no século XIII, por São Tomás de Aquino. Para ele, o limbo seria um lugar de 'felicidade natural', porém afastado da presença de Deus. A idéia nunca foi oficializada na doutrina da Igreja, mas em 1905 o papa Pio X afirmou textualmente que o limbo existia e as almas das crianças não-batizadas estavam lá. Escritores como Dante Alighieri, na Divina Comédia, já haviam sugerido que o lugar alojaria Sócrates, Platão e até muçulmanos como o filósofo Averróes e o sultão Saladino.
Para os teólogos, no entanto, o conceito sempre foi problemático. Afinal, implica que algumas almas, independentemente de cometer qualquer pecado, não terão nenhuma chance de chegar ao paraíso. Um menino índio que nasce e morre na selva, sem jamais ouvir falar de Jesus, é um cidadão de segunda classe mesmo no além, porque na melhor das hipóteses chegará ao limbo. Em 1984, ainda cardeal, Ratzinger disse que a teoria era insatisfatória e deveria ser abandonada. O novo Catecismo exclui a palavra limbo e diz apenas que crianças não-batizadas são 'confiadas à misericórdia de Deus'. A comissão do Vaticano deve levar meses para concluir seus trabalhos, e ao que tudo indica dirá que o destino das pequenas almas é o paraíso.
O ar folclórico da discussão esconde o efeito da teologia na prática. A Igreja, que hoje cresce principalmente na África e nas regiões pobres da Ásia, onde a mortalidade infantil é altíssima, poderá dizer aos fiéis que seus filhos que morreram sem batismo estão no céu - o que sem dúvida é melhor que as alternativas anteriores. A novidade também favorece o ecumenismo porque, sem o limbo, católicos e membros de outras religiões concorrem em pé de igualdade por vagas nos mesmos lugares - céu, inferno e purgatório (no Concílio Vaticano II, a Igreja admitiu que a salvação também pode ser alcançada pelos não-católicos). A única voz a defender o limbo, até agora, é o intelectual americano Harold Bloom. Em artigo no The New York Times, disse que havia marcado um encontro lá com um amigo, o falecido escritor Anthony Burgess - que prometera aguardar com uma garrafa de brandy Fundador.
Atenção MODERAÇÃO , as cotações abaixo foram EQUIVOCADAS !
Editado pela última vez por videomaker em 10 Jan 2006, 19:24, em um total de 1 vez.
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)
- videomaker
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Re: Os pagãos chegam ao paraíso
Res Cogitans escreveu:Os pagãos chegam ao paraíso
Papa Bento XVI cria comissão de teólogos para estudar o fim do limbo, a moradia das almas não-batizadas
ERNESTO BERNARDES
Gregorio Borgia/AP
TEÓLOGO Bento XVI já disse que a idéia do limbo deveria ser abandonada
Ao que tudo indica, uma das resoluções de Ano-Novo do papa Bento XVI é reduzir o número de degraus entre o céu e o inferno. Durante os mais de 20 anos em que atuou como presidente da Congregação pela Doutrina da Fé, o então cardeal Ratzinger aproveitou cada oportunidade para anunciar que o inferno não é somente uma metáfora, mas o endereço final de boa parte da humanidade (por exemplo, dos autores de experiências com embriões humanos). Ao coordenar a nova versão do Catecismo, ele reforçou também a idéia do paraíso e sua ante-sala, o purgatório, onde almas com pecados menores são purificadas antes de chegar à presença de Deus.
No fim de dezembro, porém, o papa convocou uma comissão de 30 teólogos que deve abolir um dos andares do edifício celeste - o limbo. Na tradição católica, é ali que ficam as almas de crianças, bebês e fetos que morrem sem o batismo. E, por extensão, os homens de bem que viveram na Antiguidade, antes da vinda de Jesus. Para o público laico, discutir se fetos abortados vão para o céu ou para o limbo parece a versão teológica de uma discussão de botequim. Mas o debate afeta as relações com outras religiões e a atuação da Igreja nos países pobres.
Por muito tempo o Vaticano pregou que os não-batizados iam para o inferno, e ponto. Era a posição de Santo Agostinho, no século IV. Mas pelo menos os bebês, concedia o santo, teriam como destino um círculo infernal com sofrimentos menores. A idéia do limbo foi sugerida na mesma época por São Gregório, o Teólogo, mas só passou a ser levada em conta no século XIII, por São Tomás de Aquino. Para ele, o limbo seria um lugar de 'felicidade natural', porém afastado da presença de Deus. A idéia nunca foi oficializada na doutrina da Igreja, mas em 1905 o papa Pio X afirmou textualmente que o limbo existia e as almas das crianças não-batizadas estavam lá. Escritores como Dante Alighieri, na Divina Comédia, já haviam sugerido que o lugar alojaria Sócrates, Platão e até muçulmanos como o filósofo Averróes e o sultão Saladino.
Para os teólogos, no entanto, o conceito sempre foi problemático. Afinal, implica que algumas almas, independentemente de cometer qualquer pecado, não terão nenhuma chance de chegar ao paraíso. Um menino índio que nasce e morre na selva, sem jamais ouvir falar de Jesus, é um cidadão de segunda classe mesmo no além, porque na melhor das hipóteses chegará ao limbo. Em 1984, ainda cardeal, Ratzinger disse que a teoria era insatisfatória e deveria ser abandonada. O novo Catecismo exclui a palavra limbo e diz apenas que crianças não-batizadas são 'confiadas à misericórdia de Deus'. A comissão do Vaticano deve levar meses para concluir seus trabalhos, e ao que tudo indica dirá que o destino das pequenas almas é o paraíso.
O ar folclórico da discussão esconde o efeito da teologia na prática. A Igreja, que hoje cresce principalmente na África e nas regiões pobres da Ásia, onde a mortalidade infantil é altíssima, poderá dizer aos fiéis que seus filhos que morreram sem batismo estão no céu - o que sem dúvida é melhor que as alternativas anteriores. A novidade também favorece o ecumenismo porque, sem o limbo, católicos e membros de outras religiões concorrem em pé de igualdade por vagas nos mesmos lugares - céu, inferno e purgatório (no Concílio Vaticano II, a Igreja admitiu que a salvação também pode ser alcançada pelos não-católicos). A única voz a defender o limbo, até agora, é o intelectual americano Harold Bloom. Em artigo no The New York Times, disse que havia marcado um encontro lá com um amigo, o falecido escritor Anthony Burgess - que prometera aguardar com uma garrafa de brandy Fundador.
No filme Habito Negro , a esposa do indio morre , e em seguida
o indio e atingido mortalmente , prontamente o padre diz :
Filho aceita jesus com teu Salvador ?
E ele : Nesse paraiso vou encontrar a minha esposa ?
O padre : Não pois ela era pagã !
O indio : Então deixe me morrer assim , pois vou ao seu encontro.
Pimba ! um chute no saco do eclesiastico.
Faz tempo que eu vi esse filme.
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)
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Re: Os pagãos chegam ao paraíso
Res Cogitans escreveu:Os pagãos chegam ao paraíso
Papa Bento XVI cria comissão de teólogos para estudar o fim do limbo, a moradia das almas não-batizadas
ERNESTO BERNARDES
Gregorio Borgia/AP
TEÓLOGO Bento XVI já disse que a idéia do limbo deveria ser abandonada
Ao que tudo indica, uma das resoluções de Ano-Novo do papa Bento XVI é reduzir o número de degraus entre o céu e o inferno. Durante os mais de 20 anos em que atuou como presidente da Congregação pela Doutrina da Fé, o então cardeal Ratzinger aproveitou cada oportunidade para anunciar que o inferno não é somente uma metáfora, mas o endereço final de boa parte da humanidade (por exemplo, dos autores de experiências com embriões humanos). Ao coordenar a nova versão do Catecismo, ele reforçou também a idéia do paraíso e sua ante-sala, o purgatório, onde almas com pecados menores são purificadas antes de chegar à presença de Deus.
No fim de dezembro, porém, o papa convocou uma comissão de 30 teólogos que deve abolir um dos andares do edifício celeste - o limbo. Na tradição católica, é ali que ficam as almas de crianças, bebês e fetos que morrem sem o batismo. E, por extensão, os homens de bem que viveram na Antiguidade, antes da vinda de Jesus. Para o público laico, discutir se fetos abortados vão para o céu ou para o limbo parece a versão teológica de uma discussão de botequim. Mas o debate afeta as relações com outras religiões e a atuação da Igreja nos países pobres.
Por muito tempo o Vaticano pregou que os não-batizados iam para o inferno, e ponto. Era a posição de Santo Agostinho, no século IV. Mas pelo menos os bebês, concedia o santo, teriam como destino um círculo infernal com sofrimentos menores. A idéia do limbo foi sugerida na mesma época por São Gregório, o Teólogo, mas só passou a ser levada em conta no século XIII, por São Tomás de Aquino. Para ele, o limbo seria um lugar de 'felicidade natural', porém afastado da presença de Deus. A idéia nunca foi oficializada na doutrina da Igreja, mas em 1905 o papa Pio X afirmou textualmente que o limbo existia e as almas das crianças não-batizadas estavam lá. Escritores como Dante Alighieri, na Divina Comédia, já haviam sugerido que o lugar alojaria Sócrates, Platão e até muçulmanos como o filósofo Averróes e o sultão Saladino.
Para os teólogos, no entanto, o conceito sempre foi problemático. Afinal, implica que algumas almas, independentemente de cometer qualquer pecado, não terão nenhuma chance de chegar ao paraíso. Um menino índio que nasce e morre na selva, sem jamais ouvir falar de Jesus, é um cidadão de segunda classe mesmo no além, porque na melhor das hipóteses chegará ao limbo. Em 1984, ainda cardeal, Ratzinger disse que a teoria era insatisfatória e deveria ser abandonada. O novo Catecismo exclui a palavra limbo e diz apenas que crianças não-batizadas são 'confiadas à misericórdia de Deus'. A comissão do Vaticano deve levar meses para concluir seus trabalhos, e ao que tudo indica dirá que o destino das pequenas almas é o paraíso.
O ar folclórico da discussão esconde o efeito da teologia na prática. A Igreja, que hoje cresce principalmente na África e nas regiões pobres da Ásia, onde a mortalidade infantil é altíssima, poderá dizer aos fiéis que seus filhos que morreram sem batismo estão no céu - o que sem dúvida é melhor que as alternativas anteriores. A novidade também favorece o ecumenismo porque, sem o limbo, católicos e membros de outras religiões concorrem em pé de igualdade por vagas nos mesmos lugares - céu, inferno e purgatório (no Concílio Vaticano II, a Igreja admitiu que a salvação também pode ser alcançada pelos não-católicos). A única voz a defender o limbo, até agora, é o intelectual americano Harold Bloom. Em artigo no The New York Times, disse que havia marcado um encontro lá com um amigo, o falecido escritor Anthony Burgess - que prometera aguardar com uma garrafa de brandy Fundador.
No filme Habito Negro , a esposa do indio morre , e em seguida
o indio e atingido mortalmente , prontamente o padre diz :
Filho aceita jesus com teu Salvador ?
E ele : Nesse paraiso vou encontrar a minha esposa ?
O padre : Não pois ela era pagã !
O indio : Então deixe me morrer assim , pois vou ao seu encontro.
Pimba ! um chute no saco do eclesiastico.
Faz tempo que eu vi esse filme.
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)
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Re: Os pagãos chegam ao paraíso
Res Cogitans escreveu:Os pagãos chegam ao paraíso
Papa Bento XVI cria comissão de teólogos para estudar o fim do limbo, a moradia das almas não-batizadas
ERNESTO BERNARDES
Gregorio Borgia/AP
TEÓLOGO Bento XVI já disse que a idéia do limbo deveria ser abandonada
Ao que tudo indica, uma das resoluções de Ano-Novo do papa Bento XVI é reduzir o número de degraus entre o céu e o inferno. Durante os mais de 20 anos em que atuou como presidente da Congregação pela Doutrina da Fé, o então cardeal Ratzinger aproveitou cada oportunidade para anunciar que o inferno não é somente uma metáfora, mas o endereço final de boa parte da humanidade (por exemplo, dos autores de experiências com embriões humanos). Ao coordenar a nova versão do Catecismo, ele reforçou também a idéia do paraíso e sua ante-sala, o purgatório, onde almas com pecados menores são purificadas antes de chegar à presença de Deus.
No fim de dezembro, porém, o papa convocou uma comissão de 30 teólogos que deve abolir um dos andares do edifício celeste - o limbo. Na tradição católica, é ali que ficam as almas de crianças, bebês e fetos que morrem sem o batismo. E, por extensão, os homens de bem que viveram na Antiguidade, antes da vinda de Jesus. Para o público laico, discutir se fetos abortados vão para o céu ou para o limbo parece a versão teológica de uma discussão de botequim. Mas o debate afeta as relações com outras religiões e a atuação da Igreja nos países pobres.
Por muito tempo o Vaticano pregou que os não-batizados iam para o inferno, e ponto. Era a posição de Santo Agostinho, no século IV. Mas pelo menos os bebês, concedia o santo, teriam como destino um círculo infernal com sofrimentos menores. A idéia do limbo foi sugerida na mesma época por São Gregório, o Teólogo, mas só passou a ser levada em conta no século XIII, por São Tomás de Aquino. Para ele, o limbo seria um lugar de 'felicidade natural', porém afastado da presença de Deus. A idéia nunca foi oficializada na doutrina da Igreja, mas em 1905 o papa Pio X afirmou textualmente que o limbo existia e as almas das crianças não-batizadas estavam lá. Escritores como Dante Alighieri, na Divina Comédia, já haviam sugerido que o lugar alojaria Sócrates, Platão e até muçulmanos como o filósofo Averróes e o sultão Saladino.
Para os teólogos, no entanto, o conceito sempre foi problemático. Afinal, implica que algumas almas, independentemente de cometer qualquer pecado, não terão nenhuma chance de chegar ao paraíso. Um menino índio que nasce e morre na selva, sem jamais ouvir falar de Jesus, é um cidadão de segunda classe mesmo no além, porque na melhor das hipóteses chegará ao limbo. Em 1984, ainda cardeal, Ratzinger disse que a teoria era insatisfatória e deveria ser abandonada. O novo Catecismo exclui a palavra limbo e diz apenas que crianças não-batizadas são 'confiadas à misericórdia de Deus'. A comissão do Vaticano deve levar meses para concluir seus trabalhos, e ao que tudo indica dirá que o destino das pequenas almas é o paraíso.
O ar folclórico da discussão esconde o efeito da teologia na prática. A Igreja, que hoje cresce principalmente na África e nas regiões pobres da Ásia, onde a mortalidade infantil é altíssima, poderá dizer aos fiéis que seus filhos que morreram sem batismo estão no céu - o que sem dúvida é melhor que as alternativas anteriores. A novidade também favorece o ecumenismo porque, sem o limbo, católicos e membros de outras religiões concorrem em pé de igualdade por vagas nos mesmos lugares - céu, inferno e purgatório (no Concílio Vaticano II, a Igreja admitiu que a salvação também pode ser alcançada pelos não-católicos). A única voz a defender o limbo, até agora, é o intelectual americano Harold Bloom. Em artigo no The New York Times, disse que havia marcado um encontro lá com um amigo, o falecido escritor Anthony Burgess - que prometera aguardar com uma garrafa de brandy Fundador.
No filme Habito Negro , a esposa do indio morre , e em seguida
o indio e atingido mortalmente , prontamente o padre diz :
Filho aceita jesus com teu Salvador ?
E ele : Nesse paraiso vou encontrar a minha esposa ?
O padre : Não pois ela era pagã !
O indio : Então deixe me morrer assim , pois vou ao seu encontro.
Pimba ! um chute no saco do eclesiastico.
Faz tempo que eu vi esse filme.
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)
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Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
Vc podia se dar ao trabalho de editar estes posts repetidos.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
Najma escreveu:marta escreveu:Najma escreveu:Martita... o rebanho não pensa e segue cegamente. Precisa sim ser muito mané...![]()
Beijos
Najinha, mas o que eu acho um absurdo é o dano que essa gente causa à mente das pessoas com seus dogmas delirantes.
O sujeito ainda chega ao limite da crueldade quando declara que pessoas que morreram antes de cristo permanessem no limbo. Que culpa têm esses cidadão que o tal é um lerdo que só aportou por aqui há 2 mil anos atrás??
Esse deus não vale nada. Esse jesus não presta e essa gentalha que os representa valem menos ainda.
Valem menos ainda mesmo...Imagina? Tudo "politicalha" isso de "apagar" o limbo só pra oferecer os módicos "céu" e "inferno" pro populacho... E, como você disse, o que fazer por aqueles que se martirizaram imaginando que os filhos morreram sem a chance de irem pro céu?
Mas o legal disso é que acaba sendo um ponto pros crédulos refletirem. SE o "limbo" pode deixar de existir de uma hora pra outra só para garantir vantagens políticas pra ICAR, o que garante pra essa gente que eles irão para o céu ou inferno depois da morte? Se um "local" pode ser tirado do "mapa do além", por que não mais dois?![]()
Beijos!
Segundo o sumo patife, o purgatório permacerá a assombrar os incautos e o limbo também permanece aos infelizes que resolveram nascer antes do talzinho filho do montro mor.
Concordo, Najinha, que uma atitude dessas pode levar muitas pessoas a pensar um pouco mais quando o assunto é fede mais.
Entretanto, ´pelo andar da carruagem, é bem possível, de daqui a alguns anos, um papamonha qualquer "decida" que embrião não tem alma e que as experiências com células tronco podem continuar sob as bençãos do miseric



Quando esse dia chegar, quantos já se foram (crianças, jovens, chefes de família) que poderiam ser salvos com tais eventos da ciência.
Pra mim esses padres, de um modo geral, deveriam todos estar na cadeia. O mundo deveria exigir que eles respondessem criminalmente pelo dano que causam à humanidade.
Essa igrejagunça pedófila romana é uma criminosa. Em cada época a seu modo, mas sempre criminosa.
Beijão.



marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
aknatom escreveu:marta escreveu:Eu gostaria de discutir esse assunto seriamente.
Imaginem quantas mães que perderam seus filhos ainda bebês, sofreram durante uma vida ou até morreram sentido-se culpadas por não os terem batizado, acreditando nessa maligna idiotice??
Foi o motivo do abandono definitivo da minha mãe a crença católica....
Quando eu tinha 1 ano, minha mãe teve outro filho, uma menina (é, emendado mesmo). Essa filha, morreu ainda no berço, teve aquele problema que morre porque esqueceu sem respirar. Minha mãe não tinha nem me batizado nem batizado ela, por achar uma violência decidir a religião da criança, sendo que nem ela acreditava direito naquelas besteiras...
Teve um primo dela, que é padre, que quando encontrou com ela falou que por não ter batizado a filha, tinha condenado ela a viver no limbo eternamente e nunca ver a face de Deus. Por causa dessa erda, minha mãe decidiu nunca mais entrar numa ireja na vida, e chutou o balde da crença católica definitivamente.
Sua mãe tomou uma atitude de extrema inteligência e bom senso, Aknatom. É preciso coragem para agir como ela agiu. Tiro meu chapéu para ela. Diga a ela que ganhou uma fã incondicional.

Eu só lamento que talvez a maioria das mães que enfrentaram problema semelhante, não tenham agido como ela e tenham se martirizado para o resto da vida. Isso eu não perdoo nessa igrejagunça pedófila romana.



marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
O ENCOSTO escreveu:Eu duvido muito que a igreja irá fazer essa burrada.
Isso vai gerar muita polemica e dará aos rivais evangélicos mais motivos para convencer as pessoas a mudarem de religião.
Espero que eles façam sim. A igrejagunça pedófila está em queda livre e isso só vai ajudar a dar um empurrãozinho.




marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
Fernando Silva escreveu:marta escreveu:Um papamonha resolve que maria era virgem, outro impõe o celibato, outro tira o limbo, outro decide que os Sumos Patifes são infalíveis. Qualé?? É deus ou não é deus? Existe ou não existe? Ou existe até que um papa revolve que não existe?
O papa pode decidir o que quiser: "O que ligares na Terra será ligado no Céu", disse Jesus a Pedro (os protestantes discordam e dizem que isto só se aplicava a Pedro).
Mas isto só tem valor se a Bíblia for confiável. Ora, mas a Bíblia é confiável. O papa disse que é e ele, segundo a Bíblia, é quem decide o que vale.
O papa tem razão porque a Bíblia diz que ele tem.
A Bíblia tem razão porque o papa diz que ela tem.
Simples, não?
Simplérrimo Fernandinho. Vamos ver quanto tempo dura toda essa palhaçada, esse circo de horrores. Essa maldita religião só durou tanto tempo porque não havia internet, direitos humanos, tribunal de Genebra, etc. Daqui pra frente é o princípio do fim.



marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
Re: Os pagãos chegam ao paraíso
videomaker escreveu:Res Cogitans escreveu:Os pagãos chegam ao paraíso
No filme Habito Negro , a esposa do indio morre , e em seguida
o indio e atingido mortalmente , prontamente o padre diz :
Filho aceita jesus com teu Salvador ?
E ele : Nesse paraiso vou encontrar a minha esposa ?
O padre : Não pois ela era pagã !
O indio : Então deixe me morrer assim , pois vou ao seu encontro.
Pimba ! um chute no saco do eclesiastico.
Faz tempo que eu vi esse filme.
Quantas vezes você viu esse filme?




marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.
Re: Re.: Os pagãos chegam ao paraíso
marta escreveu:Segundo o sumo patife, o purgatório permacerá a assombrar os incautos e o limbo também permanece aos infelizes que resolveram nascer antes do talzinho filho do montro mor.
Concordo, Najinha, que uma atitude dessas pode levar muitas pessoas a pensar um pouco mais quando o assunto é fede mais.
Entretanto, ´pelo andar da carruagem, é bem possível, de daqui a alguns anos, um papamonha qualquer "decida" que embrião não tem alma e que as experiências com células tronco podem continuar sob as bençãos do misericrdi
s
montro mor.
Quando esse dia chegar, quantos já se foram (crianças, jovens, chefes de família) que poderiam ser salvos com tais eventos da ciência.
Pra mim esses padres, de um modo geral, deveriam todos estar na cadeia. O mundo deveria exigir que eles respondessem criminalmente pelo dano que causam à humanidade.
Essa igrejagunça pedófila romana é uma criminosa. Em cada época a seu modo, mas sempre criminosa.
Beijão.
Assino embaixo, Martita! Concordo com você!
Do jeito que a coisa caminha é bem capaz mesmo. Basta eles acharem que é "melhor" pra imagem deles mudar de opinião e lá vem um decreto "divino"...

O problema é: quantos morrerão até lá em nome da fé alienada?
Beijos!
- videomaker
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Re: Os pagãos chegam ao paraíso
marta escreveu:videomaker escreveu:Res Cogitans escreveu:Os pagãos chegam ao paraíso
No filme Habito Negro , a esposa do indio morre , e em seguida
o indio e atingido mortalmente , prontamente o padre diz :
Filho aceita jesus com teu Salvador ?
E ele : Nesse paraiso vou encontrar a minha esposa ?
O padre : Não pois ela era pagã !
O indio : Então deixe me morrer assim , pois vou ao seu encontro.
Pimba ! um chute no saco do eclesiastico.
Faz tempo que eu vi esse filme.
Quantas vezes você viu esse filme?
Vai abrir um dialogo decente ?
Acho que podemos nos entender!
E ai .

Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)