
Evo Morales nacionaliza cinco empresas
O presidente da Bolívia, Evo Morales, aproveitou-se das comemorações do 1º de maio em seu país nesta quinta-feira para nacionalizar cinco empresas controladas por estrangeiros– três petrolíferas, uma de logística, e outra de comunicação. Em um ato realizado na Plaza Murillo, em La Paz, Morales decretou a passagem para as mãos do governo das petrolíferas Chaco e Transredes. Anunciou ainda que negociara a tomada da Repsol Andina, também do setor de combustíveis.
Com o decreto, as duas primeiras empresas transferem para YPFB – a estatal petrolífera boliviana – 50% do controle mais uma ação. A Chaco pertencia às empresas British Petroleum (britânica) e Pan American Energy (argentina), e a Transredes, que administra gasodutos, era controlada pela Ashmore Energy (americana).
No caso da Repsol Andina (hispano-argentina), o governo boliviano não precisou de decretos – a passagem do controle acionário para a YPFB foi negociada e adquirida por 6,3 milhões de dólares (10,621 milhões de reais). O acordo prevê que o governo dividirá a administração e gestão da Andina com a Repsol espanhola.
O pacote incluiu ainda a nacionalização de 100% da Companhia Logística de Hidrocarbonetos (CLHB), com participação de investidores peruanos e alemães e da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), cuja Telecom Itália detinha 50% de participação. O caso da Entel é emblemático. O primeiro anúncio de nacionalização ocorreu em 2007, quando a questão foi parar no Centro Internacional de Regra de Diferenças Relativas a Investimentos (Ciadi). No mesmo ano, a Bolívia abandonou o Ciadi, do qual fazia parte desde 1995, e interrompeu as conversações. Na ocasião, a Telecom declarou, em Roma, que iria lutar pela manutenção do controle da Entel.
As empresas nacionalizadas por decreto não sabem quanto o governo boliviano vai pagar por elas.
Fonte: VEJA