Cesta básica registra alta em 16 capitais

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Cesta básica registra alta em 16 capitais

Mensagem por Apo »

05/05/2008 - 14h50
Cesta básica registra alta em 16 capitais em abril, aponta Dieese
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da Folha Online

O preço da cesta básica em abril registrou aumento em todas as 16 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Após alta de 6,95%, a cidade onde os alimentos básicos ficaram mais caros foi Belo Horizonte, a R$ 228,32. A cidade que registrou a maior aumento foi Fortaleza, de 7,84%, o que elevou o preço a R$ 188,83.

São Paulo registrou o menor aumento entre as capitais (1,73%), mas sua cesta básica é a segunda mais cara do país, a R$ 227,81.

O terceiro maior reajuste foi verificado em Brasília (6,67%), depois João Pessoa (6,51%), Belém (6,40%) e Curitiba (6,37%). Os menores aumentos ocorreram em São Paulo (1,73%) e Goiânia (1,97%).

Porto Alegre teve o terceiro maior valor em abril (R$ 226,78), após alta de 4,93%. Os menores custos foram apurados em Recife (R$ 172,18), Aracaju (R$ 173,29) e Salvador (R$ 176,66).

Com base no custo apurado para a cesta em Belo Horizonte, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

A forte alta dos produtos essenciais fizeram com que o salário mínimo necessário correspondesse, em abril, a R$ 1.918,12, o que representa 4,62 vezes o piso em vigor (R$ 415). Em março, o mínimo necessário equivalia a R$ 1.881,32, ou seja, 4,53 vezes o piso. Em abril de 2007, o valor necessário era de R$ 1.672,56, e correspondia a 4,4 vezes o piso oficial (R$ 380).

Acumulado

Todas as 16 capitais apresentaram aumento do preço nos quatro primeiros meses de 2008. Os maiores aumentos foram apurados em Fortaleza (19,25%), João Pessoa (16,64%) e Rio de Janeiro (14,29%). As menores altas acumuladas ocorreram em Aracaju (1,24%) e Goiânia (2,29%).

Os aumentos acumulados em 12 meses de maio de 2007 a abril último são muito superiores ao reajuste de 9,21% concedido, este ano, ao salário mínimo. As principais elevações foram verificadas em Belo Horizonte (29,79%), João Pessoa (28,87%) e Natal (25,92%). Porto Alegre (13,91%) e Aracaju (15,18%) registraram as menores variações acumuladas.

Pão e tomate

Os preços do tomate e do pão subiram em todas as 16 capitais pesquisadas em abril, segundo o Dieese. As principais altas, no caso do tomate, ocorreram em Salvador (43,65%), Brasília (40,88%) e Aracaju (40,48%), enquanto as menores elevações deram-se em Recife (14,96%), Rio de Janeiro (14,04%) e São Paulo (8,16%).

No caso do pão, em conseqüência de medidas adotadas pela Argentina, principal fornecedor do trigo consumido no Brasil, cuja produção é insuficiente para atender ao mercado interno. Com isso, o Brasil acaba comprando o produto dos Estados Unidos e do Canadá, com preço de frete bem mais elevado. As principais altas mensais do pão foram apuradas em Vitória (14,01%), Belo Horizonte (13,71%), Belém (12,52%) e Florianópolis (10,18%). Brasília (3,09%), Porto Alegre (2,40%) e Salvador (1,59%) apresentaram os menores aumentos.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 8737.shtml

E isto que aquela cesta básica não alimenta nem mosquita da dengue.
Mas pensei que não tinha inflação....e que o salário mínimo acompanhava as despesas básicas...

Só em função do mercado da farinha de trigo...como pode o pão subir percentuais tão disparatados em algumas capitais? Compensação pelos preços antes praticados?

- Vitória 14%
- Salvador 1,59%

:emoticon38:
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Johnny
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Re: Cesta básica registra alta em 16 capitais

Mensagem por Johnny »

Agradeça a FHC que não previu isto...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Apo
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Re: Cesta básica registra alta em 16 capitais

Mensagem por Apo »

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
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Fernando Silva
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Re: Cesta básica registra alta em 16 capitais

Mensagem por Fernando Silva »

Talvez esteja acabando a boa fase da economia mundial que deu a falsa impressão de que o Lula era competente e que os antecessores eram uns bostas.

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Johnny
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Re: Cesta básica registra alta em 16 capitais

Mensagem por Johnny »

Fernando Silva escreveu:Talvez esteja acabando a boa fase da economia mundial que deu a falsa impressão de que o Lula era competente e que os antecessores eram uns bostas.


Falta trigo? Milho? Vejam o que o mestre Aloysio Biondi dizia, há DEZ anos, sobre a destruição que FHC causou a nossa agricultura!

Extraído do site O Brasil de Aloysio Biondi

Agricultores, “macaquitos” e covardia
Jornal Folha de S.Paulo , quinta-feira 16 de abril de 1998
O Brasil já chegou a produzir todo o trigo que consumia, algo como 6 milhões de toneladas por ano, na época. Neste ano, vai colher pouco mais de 2 milhões. Produzia 11 milhões de toneladas de arroz. Agora, recua para 9,5 milhões. Foi um dos maiores exportadores mundiais de algodão. Os produtores locais, inclusive do Nordeste, foram arrasados por importações; a área plantada caiu até 75%, isto é, três quartos das terras foram abandonadas.
Exemplos como esses, do “massacre” da agricultura brasileira nos últimos anos, pela equipe FHC, são infindáveis. Por que a produção de trigo vai recuar novamente neste ano?
Pasme-se: para um consumo de 8 milhões de toneladas, o Brasil importou 6 milhões em 1997 – e agora, época do plantio da nova safra, os produtores brasileiros estão com 1 milhão de toneladas da colheita passada “encalhadas”. De onde vêm as importações? Da Argentina, basicamente. Por quê? Porque o governo argentino garante empréstimos, para os produtores exportarem, com prazo de pagamento de 400 dias (um ano e um mês), a juros de 8% ao ano. Logicamente, os moinhos preferem importar, já que aqui dentro só obtêm empréstimos de curtíssimo prazo, nos bancos – a juros de 5% a 10%. Ao mês.
E o arroz? Por que a produção caiu? Porque em 97 a equipe FHC determinou que o Banco do Brasil cortasse violentamente o crédito: cada produtor só conseguiu dispor de 25% (isto é, um quarto) do crédito a que até então tinha direito. Para plantar. E mais: nas principais regiões produtoras, como Pedro de Toledo, no Rio Grande do Sul, as dívidas dos produtores de porte médio para cima não foram renegociadas.
E o algodão? A mesma história: a equipe FHC reduziu o Imposto de Importação sobre a fibra para apenas 2%, mesmo sabendo que países como os EUA vendem o algodão (e outros produtos) a preços artificialmente baixos, isto é, o governo subsidia a venda, pagando uma "diferença" ao produtor/exportador. Além do corte no imposto, o algodão importado (como outros produtos) oferecia financiamento por 180 ou 360 dias – e taxas de juros de 8% ao ano. Lógico, o algodão nacional não poderia competir.
Promessas, só
Queijos e outros laticínios, frutas frescas, pêssegos em conserva, até o leite de coco – nenhum produto deixou de ser abalado pelas importações em condições que o agricultor brasileiro não tem. A agricultura brasileira poderia gerar empregos, renda e dólares – com exportações maiores e importações menores. Mas tem sido massacrada.
Por força de lei, o governo sempre foi obrigado a comprar as colheitas dos produtores, sempre que os preços despencassem abaixo de certos níveis (os chamados "preços mínimos") – fosse por causa de uma superprodução ou fosse por manobras de atravessadores e especuladores.
A equipe FHC, além de “escancarar” o mercado, nos últimos anos suspendeu a lei, na prática – e deixou de comprar as colheitas, a pretexto de acabar com o “protecionismo” e forçar a modernização da agricultura. Por isso, sobra hoje 1 milhão de toneladas de trigo do ano passado. Por isso, produtores de milho, feijão e algodão sofrem prejuízos sistemáticos, na hora de vender suas safras. As "inovações" anunciadas para beneficiar a agricultura são sempre pura empulhação.
Há mais crédito? Financiamento? A equipe FHC permitiu que os bancos tomassem dinheiro emprestado no exterior, a juros mais baixos, para emprestar – essa a mentira – à agricultura. Na verdade, o dinheiro da chamada “63 caipira” pode ser aplicado, pelos bancos, em títulos do governo federal com correção cambial (vale dizer: se houver “maxidesvalorização”, os bancos não têm prejuízos...). Resultado: os bilhões da “63 caipira” não estão sendo emprestados aos agricultores, e sim aplicados em títulos.
Outra inovação anunciada como “apoio à agricultura” e que é um espantoso retrocesso: para um número mínimo de três ou quatro produtos, o agricultor ainda tinha a chance de tentar vender sua colheita ao governo, por meio de um esquema "sofisticado" de leilões e uso da Cédula do Produtor Rural. Pois neste ano o sistema passou a beneficiar, com a liberação de dinheiro, as indústrias e beneficiadores que utilizam produtos agrícolas como matéria-prima. Isto é, volta-se à década de 70, quando os “atravessadores” recebiam empréstimos do governo e ficavam em condições de impor preços baixos na hora de comprar a colheita do produtor. Produtor sem crédito.
Em quatro anos, a agricultura da Argentina deu um salto de 20 milhões de toneladas em sua produção, passando da casa dos 40 milhões para 60 milhões de toneladas por ano. O Brasil, no mesmo período, não saiu de faixa dos 75 milhões a 80 milhões de toneladas. Lá existem política agrícola, crédito, prazos, juros baixos. Pelo menos uma vez, poderíamos confirmar a fama de “macaquitos”, e imitar essa política de apoio à agricultura, da Argentina – e outros países. Como está, é covardia. E burrice empetecada.
PAINEL DO LEITOR 27/04/1998 Agricultura em crise
“Não obstantes a frieza e a indiferença daqueles que decidem os destinos do país diante do sufoco que vive, há anos, a agricultura nacional, a Folha, de tantas tradições de informar e de discutir democraticamente as questões que interessam à sociedade, presta, uma vez mais, relevante serviço à agricultura brasileira. Referimo-nos ao artigo ‘Agricultores, macaquitos e covardia’, do ilustre jornalista Aloysio Biondi (Dinheiro, 16/4). Dada a grande repercussão nos meios ligados à atividade rural no país, queremos parabenizar a Folha e Biondi pela excelência e pela oportunidade da matéria contida no artigo.”
Nuri Andraus Gassani, presidente do Sindicato Rural do Distrito Federal (Brasília, DF)
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Johnny
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Re: Cesta básica registra alta em 16 capitais

Mensagem por Johnny »

A herança envenenada de FHC
João Pedro Stedile, Jean Marc Von der Weid
Há mais de quatro anos, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), do Ministério da Ciência e Tecnologia, "aprovou" a primeira liberação comercial de um produto transgênico no Brasil, a soja resistente ao herbicida Roundup (ambos, semente e herbicida, produzidos pela multinacional americana Monsanto).

Imediatamente, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) e o Greenpeace Brasil questionaram juridicamente a competência legal da CTNBio. A Justiça deu ganho de causa às ONGs, considerando que, pela Lei de Biossegurança, essas liberações cabem aos Ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e da Agricultura e que à CTNBio apenas compete aconselhar o governo. A Constituição exige a realização de estudos de impacto ambiental avaliados pelo Ibama, anteriores à liberação de transgênicos no meio ambiente.

Apesar de a Monsanto e os ministros de FHC afirmarem que esses produtos são inócuos e seguros, eles não responderam às exigências da Justiça, de realizar estudos de impacto e apelaram ao Tribunal Regional Federal, em Brasília.

O governo FHC pressionou juízes e baixou medidas provisórias para fortalecer a CTNBio. Criminosamente, não reprimiu o contrabando de sementes transgênicas oriundas da Argentina para o Rio Grande do Sul nem os plantios clandestinos e ostensivos naquele Estado. Fechou os olhos para os produtos contaminados com transgênicos e vendidos livremente no país e pressionou o Conselho Nacional do Meio Ambiente para evitar rigor nos estudos de impacto ambiental dos transgênicos.

Paralelamente, a Monsanto gastou rios de dinheiro com propaganda na mídia, seminários para potenciais "formadores de opinião" e lobby para parlamentares votarem um projeto de lei favorável à liberação facilitada dos transgênicos.

A imprensa em geral tratou as entidades e cientistas que pediam precaução aos transgênicos como dinossauros, inimigos da ciência, ecoterroristas, vendidos às empresas de agrotóxicos e inimigos do progresso. O mesmo tratamento que deram aos que se opuseram à ração que deu origem à incontrolável doença da vaca louca.

O tempo mostrou que a razão estava entre os que pediam prudência. Inúmeros problemas têm surgido nos cultivos transgênicos nos EUA - torna-se claro que o Brasil deve rejeitar esses cultivos até mesmo para aproveitar o mercado cativo de produtos livres de transgênicos que a Europa e a Ásia nos abrem.

A insistência das empresas multinacionais em liberar as sementes transgênicas está ligada unicamente à sua necessidade de aumentar o lucro. Pois apenas dez empresas controlam essas sementes em todo o mundo. E as sementes transgênicas não estão ligadas ao aumento da produtividade, mas, sim, ao necessário uso de agrotóxicos produzidos pelas mesmas empresas! Por outro lado, como o mercado consumidor é cada vez mais cuidadoso com a saúde, uma agricultura brasileira livre de transgênicos tomaria o mercado das multinacionais dos EUA.

A vitória do povo brasileiro nas ultimas eleições, pedindo mudanças, deu forças para que seja revisada também a politica em relação aos transgênicos.

E representou um duro golpe aos interesses da Monsanto, que antes contava com muitos aliados dentro do Palácio do Planalto. Vale lembrar que a empresa conseguiu liberar junto à Sudene um empréstimo, para construir uma fábrica de venenos em Camaçari (BA), de aproximadamente US$ 250 milhões, dinheiro que seria destinado ao desenvolvimento do Nordeste. A Monsanto acreditava que dobraria as resistências da sociedade brasileira "cooptando" o governo e outros Poderes. Felizmente, foi derrotada. A luta da sociedade brasileira, por meio de suas entidades e movimentos sociais, barrou até agora os transgênicos no Brasil, e as ações da Monsanto caíram 60%.

Se as eleições representaram uma posição clara por mudanças, infelizmente a composição do ministério do novo governo manteve uma posição ambígua em relação à liberação dos transgênicos. E alguns ainda não entenderam o resultado de outubro.

A União ainda é sócia (pasmem!) da Monsanto no recurso que será julgado no TRF. A safra gaúcha -contaminada por transgênicos devido à omissão de FHC- começa a ser colhida em março, e não há definição de como tratar esse descalabro, que custará (ao governo? aos produtores? à sociedade?) mais de US$ 1 bilhão e, talvez, o lugar privilegiado do Brasil no mercado internacional de alimentos não- transgênicos. Enfrentar essas e outras questões exigirá do governo esforço coordenado entre ministérios. Há medidas urgentes a tomar, como orientar a Advocacia Geral da União para retirar o governo do recurso solidário com a Monsanto no TRF. As entidades dos pequenos agricultores, da sociedade civil, das igrejas e de agricultura ecológica exigem uma clara definição do novo governo.

* João Pedro Stedile, 49, é coordenador do MST e da Via Campesina Brasil.

* Jean Marc von der Weid, 56, é coordenador da Articulação Nacional pela Agroecologia e da campanha Por um Brasil Livre de Transgênicos.

Artigo publicado na Folha de S.Paulo em 11/2/2003
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Fernando Silva
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Re: Cesta básica registra alta em 16 capitais

Mensagem por Fernando Silva »

1. Não podemos esquecer que o MST andou plantando sementes transgênicas.
Não me lembro da desculpa esfarrapada que usou.

2. O artigo acima foi escrito pelo Stédile, portanto deve ser lido com os dois pés atrás.

3. Criaram uma fama de coisa do diabo para os transgênicos sem nem mesmo estudar a questão. É mais ideologia que fato. Cada transgênico é um caso e deve ser estudado em separado.

4. Há muito tempo que consumimos produtos feitos com transgênicos.

Trancado